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aconteceu sem aviso Vera Lagoa abre o jornal como tantas outras vezes o texto que escreveu está lá publicado na página 19 mas com surpresa percebe de imediato que a crónica já não traz o título que a tornou tão famosa nos últimos 8 anos mais do que isso Vera Lagoa desapareceu do jornal no lugar dela o texto vem ensinado por Maria Armanda Falcão há meses que as coisas estavam a mudar a mulher mais poderosa dos jornais que não tinha medo de nada nem de ninguém PR sentia que era um alv a bater e naquele dia conseguiram mesmo matá-la [Música] revolução de abril de 1974 mudar [Música] tud cham reacionária e sem qualquer aviso apag o nome dela do jornal num dia estão lá no outro a seguir já não a crónica é publicada sem título e assinada por Maria Armanda Falcão veroa a mulher que tinha entrada nas festas exclusivas dos mais ricos e Poderosos passa a ser olhada de lado pelo novo poder associada àqueles que eram protegidos pela ditadura mas muito antes de Vera Lagoa havia Maria Armanda Falcão durante anos Maria Armanda esteve do lado daqueles que lutaram contra a ditadura participou no primeiro movimento que tentou desafiar o estado novo em eleições esteve ao lado do General Humberto Delgado candidatura presidencial que fezer o regime não hesitou em Esconder em casa opositores procurados pela polícia política e continuou essa luta mesmo depois de criar a personagem Vera Lagoa a temível corista do Social que destruía reputações sem qualquer remorço [Música] Esta é a grande provocadora uma série para ouvir em CCO episódios faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim José mata com banda sonora original de molin Episódio 2 a mãe de família que esconde comunistas em [Música] casa movimento inspira ideias e é a partir das histórias do passado que estamos a escrever a história do Futuro descubra a mais recente provocação da Kia o novo ev3 um SUV elétrico compacto com autonomia até 605 km Kia Movement de [Música] inspires Maria Armanda sai de casa a correr acabou de ouvir as notícias na rádio é sexta-feira 25 de agosto de 1944 Paris foi libertada pelas tropas dos Aliados os nazis renderam-se em Lisboa a noite também é de festa atravessa a praça do RCI e dirige-se traseiras do Teatro Nacional Dona Maria I é lá que fica uma das boates da moda que tem nome de bairro francês chega sozinho mas conheço toda a gente e Todos sabem quem ela é a pigal é um destino frequente hoje veio para dançar a noite toda e para comemorar a derrota do nazismo vê caras familiares no meio da multidão eufórica aproxima-se de uma delas a mais importante de todas não se conhecem mas antes do final da noite Maria Armanda Falcão está em cima de uma mesa na bo lisboeta mais próxima do ambiente Paris a dançar canções francesas com Amálio Rodrigues uma desconhecida e a maior fadista do mundo um dia vão tornar-se [Música] amigas a Vitória dos Aliados deixa Portugal isolado numa Europa que caminha para a democracia o governo de António de Oliveira Salazar precisa rapidamente de um número de ilusionismo político eleições legislativas toda a oposição pode participar menos Os Comunistas no outono de 1945 Maria Armanda está na rua de papel e caneta na mão a oposição uniu-se em torno do movimento de unidade democrática ela tem a missão de recolher o maior número possível de assinaturas mas a ilusão de umas eleições Livres dura pouco mais de 15 dias antes do final de Outubro o regime começa a investigar O Mudo são invocadas suspeitas de identidades falsas duplicação de nomes assinaturas sobe coação e Maria Armanda Falcão é chamada a uma comissão de inquérito no Ministério do interior a partir de agora tem o nome gravado numa ficha da polícia política maio de 1958 mais de uma década depois estamos no rest do chão do número 148 da Avenida da Liberdade no centro de Lisboa ao fundo da sala está um rapaz sentado à secretária tem à frente uma máquina de escrever mas não sabe bem o que fazer com ela vai carregando nas teclas uma de cada vez muito lentamente ainda não chegou a meio da folha quando uma mulher entra na sala vem em Passo apressado e diz que quer ajudar Há apenas uns dias Maria Armanda Falcão que por esta altura ainda está longe de se tornar Vera Lagoa nem sequer considerava apoiar a candidatura de Humberto Delgado às eleições presidenciais achava que lá no fundo o general que tinha vindo de dentro do regime de Salazar estava feito com a ditadura e que para enfrentar o poder no mínimo que era preciso era um homem de esquerda como candidato do Partido Comunista agora aqui está ela mais uma voluntária na sede de campanha de Humberto Delgado às eleições presidenciais e tudo porque apesar das muitas dúvidas que tinha em relação ao General não resistiu a ver o fenómeno de perto Humberto Delgado tinha apresentado a candidatura uns dias antes um café chave de ouro em Lisboa agora a regressar do porto fo ação de apoio deve chegar a Santa apolónia pelas 6:30 Maria Armanda está lá com uma amiga assim que chegam a santa à Polónia perdem-se uma da outra está demasiada confusão demasiada gente Maria Armanda é arrastada para o cis da estação de comboios pela força da multidão que veio esperar Humberto Delgado e é ali que vê o general pela primeira vez avança aos encontrões para tentar chegar mais perto atravessado tábuas nas portas da estação para que as pessoas caíssem Maria Armanda cai mas levanta-se com as pernas feridas ainda Consegues chegar junto do carro onde está Humberto Delgado a brutalidade da polícia na reção ao candidato da oposição fala tomar uma decisão ali mesmo pede que a levem à Avenida da Liberdade vai entrar na campanha Humberto Delgado só tem 28 dias para a campanha é preciso arranjar rapidamente máquinas de escrever datilógrafas e folhas de papel explica Maria João Câmara autora da única biografia de Vera Lagoa a utilização no fundo do marketing dos meios que os americanos usavam na altura para para suas campanhas e que o que o Humberto Delgado usou em Portugal era uma coisa inédita a juntar Multidões fazer comunicados permanentemente e depois tudo aquilo ao mesmo tempo que tinha essa a parte de Marketing e de de de de acesso e de comunicação para para a população depois tinha uma uma uma parte muito e muito tosca muito porque juntavam-se numa sala juntavam uma mesa e três cadeiras e depois não tinham a máquina de escrever e depois quem é que tem a máquina de escrever iam buscar tudo aquilo era muito muito H Muito pouco muito pouco planeado eu diria mas mas de facto teve o seu efeito o rapaz que bate à máquina uma letra de cada vez é empregado de mesa aquela velocidade nem amanhã tem o comunicado pronto pensa Maria Armanda Pede licença e toma-lhe o lugar é secretária há mais de 20 anos sempre escreve mais depressa acaba em poucos minutos não precisará de muito mais tempo para se tornar indispensável na campanha do General sem medo foi for eleições fants o interesse das pessoas pela política muito mais do que se supunha a gente pensava que era um país Cent de gente desinteressante mas não havia havia gente muito interessante e e havia um grande interesse em emar as coisas cart aos comícios ajudava no fundo era um bocado tudo Joaquim leta viria a ser anos mais tard um dos Jornalistas mais conhecidos dos quando chega à sede de campanha na Avenida da Liberdade Maria Armanda P logo um monte de cartazes nos braços é preciso ir para a Rua colos pede-lhe o mesmo que a todos os voluntários que não seja preso são 28 dias Frenéticos a candidatura de Humberto Delgado à presidência da repúbl volta a fazer Renascer a esperança entre os que combatem o regime para Maria Armanda o trabalho na campanha é um part É frequente o general ir escala de carro ao emprego que mantém como secretária as perseguições da Pida aos voluntários são constantes mas trazem uma vantagem Maria Armanda fica a saber quem são os homens que fazem parte da polícia política como lra leor Leitão militante antifascista que costumava cruzarse com Maria Armanda no Café brasileira no chiado e ela era contra a ditadura e manifestava-se contra a ditadura o meu vizinho sentou-se numa mesa ao lado e ela disse-me tem cuidado porque esse vizinho é da pid na Noite das eleições presidenciais de 1958 Vasco Vieira de Almeida advogado e oração da C de Humberto delado não lar o telefone do outro lado as comissões regionais de apoio ao General vão dando conta dos resultados em todo o país Maria Armanda toma notas pega na máquina de escrever e bate furiosamente três exemplares do mesmo documento tem como título alguns resultados verídicos conhecidos das eleições ten certeza de que Humberto Delgado ganhou Apesar dosados oficiem que ap 2% dos votos e perdeu para Américo toms o candidato de Salazar o primeiro exemplar do documento que Maria Armanda redigiu fica na sede da candidatura o outro vai para jornal A República Ambos são assaltados p e as cópias nunca mais serão vistas a Tera fica escondida em casa de Maria arm mas a p também vai acabar por fazê-la desaparecer no segundo andar do prédio das águas Livres não passam só comunistas em busca de abrigo como o homem a quem Maria Armanda pintou o cabelo de negro antes de partir para clandestinidade comeam a ser frequentes as rusgas de ap procuram documentos proibidos meem nos armários nas gavetas debaixo da cama mas não V só por causa dela ven também à procura de José Manuel Marques do Carmo tem garrinha ele e Maria Armanda casaram-se em novembro de 1958 se meses depois das eleições em que Humberto Delgado participou trabalharam ambos na campanha mas já se conheciam há quase do anos sabe bem quem ele é José Manuel tem garrinha tem ficha na Polícia polí desde início dacada estác como elemento PR comunista é por ele que Maria Armanda sustém a respiração sempre que batem à porta com medo de que seja desta que vão levá-lo preso Esse dia está prestes a chegar a casa das águas Livres é um quartel general de atividades subversivas e Maria Armanda trata de todos os esquemas para ajudar os que fogem ao regime como conta José Miguel judice que seria mais tarde um dos seus advogados ela apoiou os presos políticos de uma forma incansável o que era intolerável para a num canto da casa de banho ainda estão os restos da tinta negra com que Maria Armanda pintou o cabelo branco de Pedro Ramos de Almeida militante do PCP que tinha ordens dearo cunhal para passar à clandestinidade em Paris espalhados pela casa sacos que têm dentro casacos forrados de peles baratas vão ser enviados para a cadeia de Penix para os presos políticos não passarem frio no sofá da sala dorme uma mulher acabou de sair de cachias magra e doente é em casa de Maria Armanda que recupera a amiga Sara ferro foi testemunha uma delas Eu agora não me lembro o nome mas foi uma senhora que coisas da vida conhecida [Música] era empregada de um consultório em que eu estava e esteve lá em casa dela não é eo ela nesse aspeto arriscou-se um bocado a dar a dar cobertura no fundo a pessoas com problemas políticos e perseguidas naquela altura nãoa tem medo de atender o telefone fo presoa vez a razão é sempre a mesma o exercício de atividades contra a segurança do estado foi o que escreveu na ficha de ra Rego amigo e companheiro na campanha de Humberto Delgado quando a mher delea que o marido está na prisão Maria Armanda diz apenas que não se esqueça dehe na mal a pijama e os quadradinhos de marmelada para que ele tenha forças para aguentar os interrogatórios 1961 o ano em que a ditadura podia ter caído em janeiro o navio Santa Maria é sequestrado por um grupo de exilados políticos semanas mais tarde começa a guerra Colonial Portugal perde a soberania de Goa da mão e Dio para a Índia e em novembro um avião da tap é sequestrado tinha partido de casa blanca com destino a Lisboa ao aproximar-se do Tejo Hermínio da Palma Inácio invade o cockpit vem armado de uma janela de emergência começam a ser atirados milhares de panfletos são subscritos pela frente antit totalitária dos portugueses Livres no estrangeiro em Lisboa Almada Setúbal caem milhares de panetes contra o estado novo a censura não consegue esconder o sequestro do avião mas é rápida a fazer chegar aos jornais as ordens sobre como deve ser dada a notícia é emitida uma nota oficiosa que deve ser publicada na íntegra na primeira página e os autores do golpe devem ser tratados como Piratas e terroristas José Manuel tengarrinha que é chefe de redação do diário ilustrado tem outros planos sem autorização num ato de desafio ao regime põe na primeira página do Jornal O texto integral dos petes espalhados em Lisboa e ignora as notas da censura o jornal é multado e ameaçado de suspensão o marido de Maria Armanda Falcão está cada vez mais perto de ser preso no primeiro andar da rua de São Lázaro em Lisboa Maria Armanda vai percorrendo cada número de telefone da lista é preciso contratar uma instalação de som para um comício Portugal vai a eleições para a assembleia nacional a 12 de novembro de 1961 e João Varela Gomes militar antifascista é candidato a deputado pela oposição Armanda na iníci no andar arrendado por 13 contos por mês há duas mesas e várias cadeiras de pau as provocações da Pit são constantes os agentes estão em toda a parte a espiar escondem-se na rua para ver quem entra tentam passar despercebidos nos andares vizinhos num desses Dias brela Gomes houve um estrondo no corredor corre para a porta a tomer o pior vê um agente tapido tombado no chão foi atirado pela escada abaixo por Maria Armanda a 12 de novembro a oposição decide boicotar as eleições não há condições para uma elei justa Varela Gomes não vai a votos Maria Armanda vê sozinha na sede de campanha que tem de ser desocupada imediatamente rodada de Agentes da a mes e as cadeir de paua as mudanças nas semanas após a fraude eleitoral a oposição vai sentir em força ao poder da repressão com uma violenta vaga de prisões durante a campanha José Manuel tengarrinha tinha sido o quadro do PCP que fez a ligação entre as listas candidatas da oposição e o aparelho clandestino do partido já andava na mira da pide sobretudo depois de ter desafiado o poder notícia do avião sequestrado Da [Música] TAP na noite de 13 de dezembro de 1961 Maria Armanda está em casa à espera do marido mas tem garrinha não vai chegar horas antes a pid tinha irrompido pela redação do diário ilustrado naquele dia vários membros da direção clandestina do PCP foram presos suspeitos de cometer atividades contra a segurança do Estado José Manuel tem garrinha é um deles fica preso no aljub é espancado e torturado está incomunicável para desesper de Maria Armanda a irmã Margarida tem garrinha já está há 6 anos na clandestinidade É artista e funcionário do PCP tornou-se perita em falsificar documentos ela e o marido José Dias Coelho São Mestres a fazer bilhetes de identidade cartas de condução e passaportes falsos 19 de dezembro de 1961 passa pouco das 6:30 da tarde Dias Coelho Escultor e pintor de 38 anos dirigente do PCP sai de casa na rua de pedross em belan leva 20 escudos no bolso vai escondê-los na casa de um médico da confiança do partido faz o caminho a pé lentamente D altura passa por três homens mas nem os vê chamam-se António Domingues Manuel lavado e Pedro Ferreira são agentes da P e vieram à procura dele Provavelmente alertados por uma denúncia um dos agentes comete um erro com um grito Pede a um dos colegas que vá buscar reforços José Di escoelho percebe-se de que estão ali e começa a fugir corre o mais que consegue os agentes da pid vem logo atrás faz uma curva e entra na rua da creche mas é agarrado à frente do número 30 o agente António Domingues já tem a pistola na mão encosta ao peito de José Dias Coelho e dá-lhe dois tiros Dias Coelho ainda é transportado para o hospital da cuf mas acaba por morrer a pid leva-lhe a identificação um bilhete de identidade falso no relatório do incidente os agentes descrevem uma luta corpo a corpo que teria terminado com um disparo acidental em casa Margarida temin espera pelo marido nesse dia e nos dias seguintes não há notícias de Dias Coelho o jornal repúbl escreve sobre uma cena de tiros em Alcântara que tinha terminado com um homem morto estava identificado Como José António Pires Só que Margarida não vê a notícia se tivesse visto saberia que o nome era falso foi ela que o inventou [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música] a morte saiu a canção de Z Afonso que homenaje José Dias Coelho só é editada 10 anos depois do crime que marcou o natal de 61 na família tanginha Maria Armanda também não viu a notícia do jornal A República é um amigo que conta quem é o morto da rua da creche é ela quem pega no telefone e liga para peão terra natal de dias alho dá a notícia aos pais e alguns dos irmãos o funeral é feito às escondidas no cemitério de Benfica Um Dia Depois do Natal Maria Armanda avisou toda a gente que conseguiu mas foi impossível falar com Margarida garrinha a mulher da Dias Coelho estava escondida na clandestinidade [Música] preso no alju José Manuel tem garrinha também não sabe de nada Maria Armanda continua a visitar o marido mas não tem coragem para lhe contar dois meses depois em fevereiro de 1962 ela está novamente à porta da prisão tem garrinha vai ser libert chegou a hora de lhe contaro o pintor morreu eu perseguida pela pide fui relativamente na medida em que quem era perseguido pela pide era o meu ex-marido e o meu filho esta é a voz de Maria Armanda Falcão prisões assim estive umas horas ou quê por uns interrogatórios ridículos que não não não não me fizeram mal nenhum em entrevista à RTP em 1992 recorda os tempos das perseguições políticas e a forma como não foram apenas atrás do marido mas também do próprio filho Armando Fiusa nasceu em 1939 num primeiro casamento de Maria Armanda muito antes de conhecer José Manuel tengarrinha no início dos anos 60 é estudante está a tirar ciências geofísicas em Lisboa nas faculdades o ambiente é de revolta o governo de Salazar proibiu a comemoração do dia do estudante mas os protestos são violentos e duram meses as greves académicas sucedem-se vem a repressão e um dia Armando Fiusa acaba por ser apanhado ele fazia parte de daqueles estudantes revoltados não é e até esteve preso uns tempos claro que a mãe foi logo lá a abanar as as grades e mas pronto tinha tinha tinha cadastro mas um cadastro assim ligeiro muitos muitos estudantes ele era amigo do jor sampai pessoas que naquela altura eram contra o regime isab fi foi casada com Armando durante 25 [Música] anos Conce autura numa noite que assinava como Vera Lagoa organizou uma são de cinema em casa com uma cópia ilegal da Laranja Mecânica filme de Stanley Kubrick proibido pelo regime isab e arm casaram-se muito depois da crise académica Armando não falhava um protesto até ao dia em que acaba espancado pela polícia e é aado para o hospital inconsciente assim que sabe do que aconteceu ao filho Maria Armanda tira os sapatos de salto alto e corre descalça para o local da manifestação Há quem diga pelo caminho que quem vem lá é a mãe do rapaz que mataram em desespero Maria Armanda entra num café cheio de Agentes da polícia e grita assassinos Mas afinal o rapaz não morreu está numa cama de hospital quando vê a mãe diz-lhe que deixou dois agentes no mesmo estado Maria Armanda responde-lhe não fizeste mais do que a tua obrigação Armando vai mesmo preso é levado pela pide para cachias e Maria Armanda entra em Ação pega no telefone conhece Quem empresta um Mercedes e o motorista Marca outro número outra amiga precisa das joias e do casaco de pele de raposa o cabeleireiro dá o toque final mete-se no carro e para à porta da PID pede para falar com o Major Silva Pais o diretor da polícia política é claro que pode entrar senhor Major vai já recebê Armanda do filho das loucuras próprias da Juventude passado um bocado o telefone toca em cias é o diretor da P com ordem muito clara volta ao carro com o corpo a o filho está livre pode regressar a casa no dia de Natal a porta da casa das águas Livres está sempre aberta é o dia do aniversário de Maria Armanda Falcão As pessoas entram e saem trazem presentes oferecem flores algumas ficam para jantar todos os anos é assim no natal de 1967 Maria Armanda tem tudo preparado é um aniversário especial faz 50 [Música] anos mas percebe que alguma coisa se passa José Manuel tem garrinha não está em casa o marido é a pessoa que ela mais queria ver na verdade não sabe dele há alguns dias não é assim tão estranho com os estudos e a atividade do Pardo mas ele nunca falhou um aniversário desde que se conhecem o marido sabe da importância que o dia tem para ela a resposta às inquietações só há de chegar um dia depois do Natal Num simples postal enviado pelo correio el diz-lhe que acabou tudo José Manuel tem garrinha o amor da vida [Música] é uma história para o próximo episódio no próximo episódio um dia é preciso enviar uns contratos para França a ordem é de Miguel Urbano Rodrigues mas Maria Armanda sabe que o diretor é contra recusa-se a cumprir e diz-lhe sou por ti mas não sou uma traidora desvairado e com a gravata fora do sítio Miguel Urbano Rodrigues entra no gabinete do diretor onde está Maria Armanda aponta o dedo e diz-lhe Carlos meu amigo meu companheiro de escola põe essa mulher na rua só que o diretor recusa-se e ao fim de poucos dias são os administradores do diário ilustrado gente ligada ao regime que tratam da [Música] limpeza a grande provocadora é uma série para ouvir em cinco Episódios e faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim José mata e tem banda sonora original de molin o guião e as entrevistas são Diana sés a sonoplastia é de Artur Costa a edição é de João Santos Duarte e Tânia pereir a coordenação é de Filomena Martins Pedro Jorge Castro Ricardo concei e Sara Antunes de Oliveira neste Episódio ouvimos sons do arquivo da RTP se gostar desta série pode seguir dar cinco estrelas e comentar o episódio no Apple podcast ou no Spotify pode subscrever e gostar no YouTube Assim receba uma notificação sempre que houver um novo episódio podcast Plus do 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1 comentário
Muito bom! Obrigada, por esta qualidade. Uma mulher que fundou um Jornal, que ainda existe, apenas em papel, sai às sextas feiras, o semanal Diabo. É um jornal de opinião, não de noticias, onde várias personalidades da politica falam sobre assuntos da actualidade .. mais recentemente se lhes juntou a Ossanda Liber, presidente do partido Nova Direita. O jornal é muito bom. Oxalá nunca deixe de existir, para cumprir a sua missão, agradavelmente ou não, é nos surpreender!