Vídeo: “Prisioneiros da mente”

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[Música] assinala-se hoje o dia mundial da saúde mental estima-se que 20% da população portuguesa tenha uma doença mental na reportagem especial desta semana Vamos explorar a realidade de quem vive com esta patologia em Portugal e o que está a falhar no Sistema Nacional de saúde eu com essa idade não sabia como pedir ajuda mas eu pedi Eu recordo tenho momentos que agora entendo como como pedidos de ajuda sim vensa que ninguém vê a dor silenciosa que muitos preferem esconder os problemas de saúde mental estão a crescer a um ritmo alarmante sobrecarregando a sociedade e a levar milhares de pessoas a tornarem-se prisioneiros da mente encurralados pelas próprias emoções vivem numa luta invisível onde pedir ajuda é mais difícil do que suportar o sofrimento [Música] entre os países da União Europeia Portugal ocupa o quinto lugar no ranking de prevalência destas doenças os números são assustadores e dizem que 20% da população portuguesa tem uma doença mental e 50% ou já teve ou virá a ter mas a que se deve este fenmeno numa numa sociedade em que há um sobreconsumo emocional e uma necessidade de mais e melhor todos os dias as pessoas vão para o trabalho eh e já estão em casa a comer o pequeno almoço enquanto respondem ao e-mail vem umas notícias para para estarem atualizados atendem uma chamada telefónica dão resposta ao filho eh e e este e este ritmo muito acelerado e na vida das pessoas vai trazer consequências depressão ansiedade e barnaut são as patologias mais comuns e podem ser desencadeadas pela vida agitada a excesso do trabalho e o maior uso das redes sociais no caso dos jovens sim eh as redes sociais têm uma uma grande influência e a rapidez também com que passa toda a informação eh eles portanto os jovens neste momento têm acedem a informação muito rápida o que lhes cria também muita e Muita ansiedade e esta ansiedade e a insatisfação muitas das vezes com a vida com com realidades muitas das vezes utópicas que ve nas nas redes sociais eh Isto também vai levar depois a que os jovens entrem em em conflito com eles próprios no entanto doenças como a bipolaridade a esquizofrenia e outras psicoses podem ser hereditárias falamos sobre a a uma grande dupla que é a genética e o ambiente eh nunca é um sem o outro Ou seja todos nós temos uma genética uma genética que nos traz um certo fator de risco eh será muito fácil de entender se eu lhe explicar por exemplo que h quando uma pessoa chega a a para ter comigo e me diz que tem dor no peito eh é completamente diferente se esta pessoa tiver um um pai um tio e um irmão que morreram de infarto ou se esta pessoa e não não tem e estes antecedentes feridas silenciosas que podem estar abertas a pandemia trouxe à tona os novos desafios psicológicos veio criar medos e receios eh problemas de futuro portanto com o futuro não é Aquela ansiedade com o futuro e nos jovens Principalmente nos jovens e nos adultos também e a muitas das vezes levou também uma perda de emprego a e e de facto todas estas situações tê tem um impacto muito grande na saúde mental danos prejudiciais que influenciam em muito o dia a dia das pessoas se a pessoa não tá bem e não tá capaz de lidar com as suas dificuldades do dia a dia e sabendo nós que as dificuldades fazem parte do dia a dia Isto vai ter um impacto enorme um impacto no próprio e no próprio nas suas relações na na maneir como vai lidar com o trabalho com a vida familiar e obviamente o impacto nos outros com a terapia e com o conhecimento com o autoconhecimento a pessoa consegue então reparar em que e não não se encontra naquele naquele buraco e e de facto é possível realmente tratar-se qualquer patologia situações clínicas de grande importância mas às Quais as pessoas não dão relevância a saúde mental é por vezes desvalorizada e quando menos se espera os sinais batem a porta mas são ignorados ou confundidos é quando a pessoa não consegue lidar e ultrapassar as dificuldades do dia a dia problemas todos nós temos eh e nós vamos ficar mais tristes mais contentes de acordo com o que acontece na nossa vida mas a partir do momento em que estes sentimentos eh começam a provocar uma disfuncionalidade no nosso dia a dia nós já não somos capazes de responder ao problema da forma que seria o nosso habitual eh isto eh de alguma forma faz-nos ter aqui uma linha de que ok há que passa-se um problema eu deparo-me talvez em 70% das pessoas que sofrem de ansiedade com problemas também no no sono eh e de facto é um problema muito grande muitas das vezes não é o o a patologia que leva ao problemas de sono mas sim o problema de sono que é uma má regulação também do sono é que pode levar também a patologias uma pode levar à outra as doenças mentais não escolhem géneros nem idad o impacto pode ser devastador para qualquer pessoa desde a infância à velhice estas doenças podem manifestar-se de diferentes formas e intensidades no caso daas crianças estamos a falar na formação da personalidade eh Se não forem trabalhados de facto podem ter depois mais tarde implicações desde a adolescência até mesmo só aparecerem outras patologias mais tarde numa idade adulta e depois temos os adultos os adultos que por situações ou não não tratadas nem infância ou porções adquiridas que com vidaa um luto por exemplo no meio de uma vida pode ser realmente uma situação que pode mudar totalmente a vida de uma pessoa e se não for devidamente trabalhado e tratado é de facto muito complicado para para reabilitar-se a escuridão aparece sem aviso e vai roubando momentos importantes de vida foi o que aconteceu a Sara Barros quando aos 16 anos sofreu uma depressão na altura sabia que algo não estava bem mas também nunca se tinha apercebido que poderia ser algo mais sério e agora olhando para trás realmente eue consumia livros como leituras como flor belela espanca Fernando Pessoa niets nosso grande psiquiatra Daniel Sampaio coisas que nem são tão tão adaptadas para para essa idade não é ouvia música muito depressiva e realmente estava estava a ser um período muito difícil 17 anos depois a vida volta a trocá-las voltas Sara é diagnosticada com bipolaridade transtorno que a acompanha até hoje já havia uma desconfiança porque eu tinha o meu tio Ah sofria de bipolaridade mas quando eu recebi o diagnóstico Ah foi uma fase bastante complicada eh porque não é ninguém quer ter um diagnóstico ninguém se quer sentir frente não é só o medo do estigma dos outros mas quase um um autoestigma e lá vem uma grande falta de de auto de autoestima e pensar como é que vai ser lidar com Isto será que há pessoas que se vão querer relacionar comigo como é que vai ser para arranjar trabalho e é preciso referir isto a bipolaridade é é cada vez mais vista como um espectro e somos muito diferentes SOS doos outros quem enfrenta um Diagnóstico como o da Sara tem de aprender a lidar doença e adquirir estratégias para se sentir bem mas o mais duro desta jornada é conviver com o estigma da doença tive uma situação em que Eu me expus logo do princípio e disse à pessoa que tinha bipolaridade e a pessoa não queria que eu trabalhasse sem contrato E aí eu urgi e a pessoa vai usar a a doença como como se fosse uma uma desculpa para para minha reação contudo este não foi o único Episódio marcante na vida de Sara devido ao estigma da sociedade na minha cidade de verço não é onde eu estava e onde eu atuava profissionalmente como professora de yoga e eu ousava a dizer que todos os espaços onde eu poderia dar aulas de yoga receberam papel escrito à mão a Sara Barros professora Dioga sofre distúrbio de bipol está neste momento a passar por uma crise se souber do seu pardeiro por favor contactar a mãe com o número de telefone da minha mãe durante muito tempo as perturbações mentais foram vistas como fraqueza de caráter ou algo que deveria ser mantido em segredo ainda hoje muitos portugueses sentem receito falar abertamente sobre saúde mental há vergonha há medo do do Tabu medo do do que do que os outros irão pensar isso começa até mesmo no internamento eu lembro-me quando eu tive internada as pessoas não falavam entre si que diagnóstico é que tinham e alguém assumir que teve um internado é algo assim quem está de fora vai pensar que aquela pessoa não est não está bem e há um estereotipo uma barreira silenciosa que não deixa viver além da doença é preciso for coragem e saber enfrentar o diagnóstico dai muito no início dai muito e e é importante nós não só queremos esconder essa Dorma senti-la percebê-la acolhê-la e saber que não estamos sozinhos que esta falta de autoestima esta a vergonha que sentimos H ela vai passar e as pessoas certas vão chegar à nossa vida não estamos sozinhas nesta luta mas para que isso aconteça é preciso investir na psicoeducação uma técnica que relaciona os instrumentos psicológicos e pedagógicos com o objetivo de ensinar o paciente e os cuidadores sobre a patologia psíquica não se trabalha na prevenção e a prevenção passa exatamente levar psiquiatras Levar psicólogos e até quem quem saiba pessoas que passam pelas situações às escolas que sejam situações mais batidas em casa no Café que que quando que a própria população que sim surge nós Muitas vezes somos coniventes e ouvimos pessoas A a dizerem coisas e a serem preconceituosas e não intervimos pental não é só o Maluquinho eh mas sim de facto eh qualquer um de nós adoece adoece no corpo mas também pode grande parte 99% das situações T cura e deve-se procurar procurar ajuda apesar do aumento de casos de saúde mental Existem várias lacunas na área em Portugal a ministra da Saúde reconheceu que a resposta na saúde mental está muito longe das necessidades e os profissionais apontam o dedo aos cuidados primários a falta de cuidados primários não valoriza muitas das vezes a psicologia psquiatria eh nós sabemos que existe um número imenso de de patologias que poderiam ser evitadas eh se fosse se fosse oferecido em primeira linha o tratamento psicológico aos clientes a doença vai cronificar como se não tivesse procurado ajuda a doença vai ser recorrente como se não tivesse procurado ajuda porque a doença mental é uma coisa que é preciso resolver não é não é tapar porque colocar debaixo do tapete não é uma uma boa solução Quando falamos em doença mental o custo elevado das consultas e as longas listas de espera para consultas de psiquiatria ou psicologia no SNS levam a que muitas pessoas não sejam tratadas para tal recorrem a seguros de saúde este ramo cresceu 10% ao ano nos últimos anos saúde mental ainda é um parente pobre da saúde em geral eh enquanto nós falamos na na na nas consultas de de de Med ou cardiologia pneumologia outro tipo de consultas a consulta dentro da da Psicologia ou mesmo da psiquiatria eh existe limitação existe um número muito muito menor de comparticipações de seguradoras que comp participam também as consultas de psicologia e de facto Essa tem sido uma uma das grandes os grandes travos a que as pessoas recorram a ao serviço de Psicologia perceber que a diminuição das listas de espera não pode passar por consultas mais breves ou mais espaçadas isto é colocar um problema debaixo do tapete melhor aos números melhora melhora à saúde das pessoas não passa sim pelo resolver dos problemas que se consegue com uma consulta atempada uma consulta Que Tem que demorar o tempo suficiente e uma consulta que tem que ter consultas subsequentes Breves fechamos o problema vamos ajudar outra pessoa o aumento de casos de depressão ansiedade e outros transtornos psicológicos tem uma realidade muitas vezes invisível mas profundamente presente na sociedade a jornada pela saúde mental em Portugal é longa mas as vozes daqueles que sofrem estão aos poucos a emergir da escuridão se se eu hoje dou a car é por isso mesmo para percebermos que não estamos sozinhos Que Há outras pessoas que passam pelo mesmo e que não somos não somos mais mas também não somos menos que ninguém e perceber que não nos define [Música]