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sejam bem-vindos o programa desta semana vai ser um dos mais apetitosos de sempre quem sabe o mais apetitoso vamos viajar pelos sabores de Portugal à boleia de um conhecedor profundo do país dos seus alimentos e das melhores formas de os conjugar portanto está com fome fuja porque este programa Vai ser uma verdadeira tentação Rodrigo menees bem-vindo às conversas do fim do mundo Olá João tudo bem Rodrigo tu és foodi o que é um foodi essa pergunta é uma pessoa que gosta de comer é uma pessoa que gosta de comer não só não só sabes a cena de de ser apanhado pela cozinha e pela comida e pela gastronomia e transcender não é só a coisa do do cozinhar e receitas portanto E além disso eu não não sou chefe não não e Respeito demasiado quem o é e Respeito demasiado a jaleca para eu poder dizer que sou chefe mas sou um foodi sou um homem que que adora comer adora comida e adora todo o mundo à volta disso facas panelas olha todos esses acessórios tábuas de cozinha Tenho realmente uma pancada por por todo o mundo da Gastronomia incluindo que é a parte para mim mais gira as histórias do porque é que comemos como comemos e e de onde é que surgem muitas das receitas e sou que me fascina muito bem vamos falar sobre isso na próxima hora hum Tu és um um profundo conhecedor da Gastronomia portuguesa não digas profundo eu ainda ainda estou a aprender Ainda estás aprender mas sabes muito sabes muito se não sejas humilde ser humilde mas qu B que B como como como o sal na cozinha olha com tem que ser humilde porque repara estamos a falar do mundo cultural isto a gastronomia portuguesa é uma cultura é um ar and Craft Eu não eu não E daí pá há muito conhecimento e e é tão diversa e distinta quanto a a pintam muitas vezes é e vou pá muito rica e que vem e que que nasce sempre da Necessidade que eu acho acho maravilhoso nós temos muita coisa que panto da fome da Fome do engenio do não tem nada repara na farinha eu vou vou trar aqui só um exemplo repara na farinheira vamos lá que é um que é um dos enchidos que eu gosto de mostrar Aos aos americanos quando faço Tours com eles a farinheira não é nada mais nada menos do que nós tivemos o engenho de pôr gordura de porco farinha e meter algumas especiarias e aquilo não tem mais nada e depois dentro de uma tripa dentro de uma tripa e faz metes fumo sim e tá feito repara que ingredientes É Que Tem farinha gordura de porco mas aquilo funciona e é bem bom e é muito bom e eu est com os ovos mexidos um e um bom vinho tinto não é sim eu eu sou mais dos brancos também olha é mais a minha pancada também os tintos não são não tanto para a refeição mas para comer com queijinhos e coisas assim mas o nosso Engenho e a nossa vontade nós temos uma panóplia de enchido João no país e o meu amigo chefe Nuno Dinis Que que se dedica também ao estudo pá e o homem Hum fez um levantamento dos enchidos e de vez em quando fazia eventos aqui em em Lisboa onde imagina um cozido um cozido de Portugal porque não há um cozido à portuguesa assim cozido de Portugal pá com 130 ingredientes diferentes não estou a brincar tudo pá nós temos do Algarve atrás dos Montes tens coisas como morcelas de pano em que vez de ter tripa de porco no Algarve tem Lençóis velhos a sbir tripa tens enchidos de abóbora chouriços de abóbora na na zona trás Montes portanto nós somos muito temos uma riqueza muito grande e viajar por Portugal uhum pá através do gosto e das coisas pá é é uma coisa magnífica muito bem e tu tens viajado aliás tu participaste naquele programa o Master Chef Mas depois tive um programa no 24 kitchen que foi que era um programa de viagens o programa chamava-se gosto Portugal e a ideia foi de norte de Sul tivemos 30 episódios de onde fomos visitando as coisas mais interessantes que nós temos muito bem Portugal Qual foi a coisa mais interessante que encontraste ou que enc que que que sim que encontraste na gastronomia portuguesa até hoje Rodrigo olha h eu voue dizer que sou muito fã das comidas bizarras que são coisas que ai ai ai não só são são mesmo bizarras e e que são coisas que pá não não é certo de onde é que aquilo chegou mas são Hardcore eu vou dar um exemplo nós aqui bem perto de Lisboa na Ericeira ahi eu já sei o que é que vais falar ya ya ya Eu falo sempre deste prato é realmente uma expressão maravilhosa porque sempre que fui eu nunca vi ninguém comer a gostar que é outra parte de gira mas eu vou-te contar isto rápido portanto é um peixe que é caneja que é um primo do do Cação ou do tubarão que é deixado à POD durante 15 dias literalmente deixada enrolado num jornal numa gaveta não é É ou ele não pode exatamente pode apanhar não pode apanhar mosca a mosca Claro tem que estar escondido muitos enterram no na areia tem que estar guardado e tem que estar bem guardado o cheiro AF fênico João que aquilo tem quando é cozido naquele momento aquilo exploda esse cheiro todo por todo lado e o impacto que tem no teu corpo porque tu comes aquilo suas é começas a transpirar a toxina e sai assim uma cena sai-te um cheiro horrível pelo corpo depois a forma como aquilo também te dá cabo do palato porque tu podes beber o vinho mais carrascão que existe à face da terra vai saber a vinha do Porto e eu já fui várias vezes e É engraçado porque tu estás na comunid não muitos restaurantes a fazer caneja di fund ISO não há restaurantes Ah não há mesmo não era completamente proibido nãoé as pessoas fazem isso em casa podia haver ali uma regras podia haver ali uma um não sei um contornado de regras não não não fazem hum fazem casas particulares e e e junta-se é uma parte é parte giré tu perceberes desse lado Cultural São as pessoas que se juntam e para que merece prato reza à lenda não sei se isto é verdade ou não que foi um pescador que deixou o prato deixou o peixe no barco 15 dias e depois quando chegou lá não tinha o mar estava bravo ele não podia não podia pescar pá Olha eu estava ali e vamos disto mas é realmente muito Hardcore mas é é bom de comer não então porque é que se come o valado que estava ao meu lado lembro a primeira garfada que eu dei a minha cara e ele diz pá não mastig muito tipo dá duas voltas em gole em Gole e se caneja difunde isse come-se com com batata batata cozida sim e depois tem aquela cena de quando metes o azeite o azeite se trasm malha todo o azeite aou bater em cima do peixe com o fênico que aquilo tem pá é inacreditável o prato é mesmo inac e é bizarro acho iso é isso é á e eu como foodie repara e é tal cena também para te explicar um bocadinho eu tenha que lá ir mesmo sabendo que aqu não ia ser bom eu tinha que experimentar tenho que perceber porquê mas aí não para aí não organizas turos depois não não quer dizer se calhar os er sou capaz de organizar Tours para isso com maluquinhos portugueses tem que ser tugas como eu que gostam de pretar cois mas temos mais coisas temos o pastel de molho na pá O que é um pastel que fazem na zona centro do país na covilhã não é sim pá que a história tu imagina fazeres um pastel de massa folhada e depois despejes chá ou uma infusão em cima não faz sentido nenhum não é à partida porque depois fica tudo mas a ideia era que o pastel quando era feito masis ele ficava seco eentão era uma forma de reidratar mas aquilo não faz sentido ap mas aquilo sabe bem Sabes e e portanto a gastronomia portuguesa é uma gastronomia rica mas na sua origem é é pobre eu não diria pobre é Popular popular e e naste quando te digo que naste a necessidade e tuver cozinhar Alentejana que tem por base o pão o pão o pão já Seco não é eh que fazem tudo em um par de Botas com o pão e que pá e olha olha a a Sora da lenana eu não estou a falar das migas à Sora da lent aquelas fatias de pão o ovo escalfado tens alho e tens ervas é muito básico mas aquilo sabe bem pois sabe faz sentido e sim e alimenta e alimenta sim que a função principal era essa não é pensa sempre que eu digo isto pensa nos nossos enchidos no nossos chouriças como as barras de proteína do tempos antigos a função era a mesma estava lá tudo estava os hidratos de carbono Estavam estavam as gorduras e estavam estava a energia snacks eram eram os snacks do antigamente mas sim tu olha de de norte de sul do país disse um dia e eu viajo para comer em Portugal tipo eu e muitos não sou o único longe de mim sou não sou o único ah sair para para ir almoçar ali e fazer a viagem para ir almoçar é uma coisa que me dá bastante goo escolher o restaurante que sei que vai ser maravilhoso e é pá acho que nós também nós tu Gas temos muito isso não é quando vamos de férias sempre gostamos de de comer bem é e e comunicamos muito com os outros a dizer ahi sai deste restaurante assim tens que ir ali Este ano não estava tão bom nós somos todos somos somos Agentes do guia michelan toos os inspectores mas somos mais do meu guia que é o guia mexilhão não é o guia dos restaurantes que que não cabem no guia no michelan Uhum mas mas sim acho que que pá e viajar pelo país é uma cena muito gira é Portugal gastronomicamente é muito diverso ou seja não há não há não há não há similitudes entre o Algarve e trazos Montes algumas tens algumas coisas em em comum Já percebemos que há cozida à portuguesa lá em cima e também lá em baixo não é mas é diferente diferente sim sim é di vão variando nos ingredientes Ah isso é normal e muitas vezes basta olha outra coisa maravilhosa é que às vezes basta de Aldeia para Aldeia e as coisas já mudam e essa parte também é interessante de perceberes Olha eu sabes por exemplo eu sou um doido das alheiras Ah sou completamente apaixonado que acho que é o entido mais fixe à face da terra de todo sempre e mais além Hum e e tu vais atrás montes e tipo não há uma alheira cada cada sítio às vezes cada família tem a sua alheira diferente e com tu vais a uma feira de fumeiro por exemplo é Monte Alegre e a parte que mais me fascina é tu vês o a cor das alheiras não são não são não é mesma não é porque aquilo depende da humidade do tempo de cura do tamanho da fogueira do fumo que leva da água não é exatamente então acaba por ser uma cena que eu que eu me apaixonei por ser tão orgânico e por não ser nada igual e entre os maluquinhos das alheiras a gente fala tipo ah pá é que já nem é tipo as dividir as de Mirandela com as de Vinhais não Nós já vamos à Cena tipo Olha comprei umas nesta Aldeia é uma senhora x e que são tipo olha gostei muito Não me digas tens um grupo do WhatsApp chamado maluquinhos da plas alheiras eu ia fazer uma app chamada ap palheira à palheira muito bom Tou a brincar mas é mas é é uma cena muito muito engraçada Olha que mostra-me muito da da marcação Regional que nós temos e sim norte a sul do país somos muito diversos e isso é uma coisa muito boa e nós portugueses tememos que ter orgulho disso sim Sabes o facto de basta basta perceberes a nossa dieta Ah nós temos um mar temos um mar muito grande temos acesso a muito peixe mas também comemos muita carne e muita coisa diferente sim e e e também ela diversa não é porque temos muitas temos muitas raças de porco temos não são muitas mas sim três raças de porco muitas raças de vaca sim vaca e e ovinos também e ovinos que produzem depois muitos tipos de queijo não é está srir Então porque quando quando falas dessa questão dos Queijos pá lembra-me sempre de uma de uma história magnífica que ISO uma senhora que que eu estava a entrevistar em que o marido chegou a casa com pá ele ele ganhou seis cabras nos copos a jogar às caras estava com os copos e o homem ganhou cabras E chegou a casa e disse ol mulher tenho tenho aqui cabras e ela o que é que eu vou fazer com ré das Cabras nós a nossa cena são ovelhas que ela fazia queijo da ovelha Ok olha mas pronto ganhei as cabras pronto Fica aí com as cabras e ela começou a fazer queijo de cabra e por carolice à moda antiga sabes com a cena do Cardo pá Não mesmo como ela sabia fazer pá eu cajos para coalhar o queijo não sim sim sim Os queijos saíram uma coisa assim brutal só que a mulher só faz seis Queijos não tem mais pois e Estas são as coisas que eu acho e e todos eles com mau aspeto não é sim mau aspeto mas toda a gente os quer quase tipo sola de sapato não é então Aquilo é tipo é cena mais deduzo eu porque é assim os predor de queijo de cabra gost sim sim é mais difícil comprares um um um bilhete para comprares um queijo comprares um um bilhete para para um para uma cena da Madona Ou assim é muito difícil conseguir chegar ao ponto de conseguires encontrar um queijo daqueles Pois porque ela vende tudo já não há muitos ou já não há quase produtores de queijo artesanal não é pois pá e E é isso que nós temos também que valorizar sabes h eu sei que as pessoas nas nas cidades grandes bom aos Supermercados e para fora uhum e pá mas olha que não não achas divertido em vez de ficares aqui e sei lá ficares aqui na cidade a CTI porque é que não sais um dia de carro tu andas 100 kil para cima ou para baixo ou para o lado e estás n outro país não é estás completamente noutro sítio e des escolhes Norte sul leste oeste e estes três pontos Tota destas as pontos cardinais porque são realmente diferentes e 100 km para cima ah sei lá apanhas ali a zona de Penix onde tens um peixe magnífico e a zona da Nazaré tem e tem tudo a ver com com a situação geográfica que eles têm os fundos dos oceanos e os pratos que eles têm Não não é peix engelhado têm as caldeiradas porque o mar lá é é e o peixe não puxa carroça não é os pescadores precisam de comida de substância exato Tu vais para o interior ou vais para baixo para o lente pá e tu tens coisas completamente diferentes tu andas 100 Km aqui vá Será que estás na zona da ALCA que cales por ali toda essa zona da Comporta e da alcar tem as suas as suas cenas já foste ao pato Ó tia pá tem que falar deste Restaurante Fala fala o pato o tia R espera deixa só fazer aqui um prendes para não para não haver discriminação de ouvintes Quem viver no porto também tem também e também também usufrui dessa dessa lógica não é sai do porto 100 km para cima está no Minho 100 km para dentro está entros mones eu sou transmontana sou transmontana e a minha mãe a minha m do porto eu vivi no porto muito é a mesma coisa embora no porto seja mais fácil seja mais fácil dentro da cidade tu tens acesso a coisas mais mais mais fixes ah ok sim o porto ainda conserva a lógica é a mesma se saís da grande cidade seja Coimbra Braga Évora seja o que for obviamente nas cidades que não são as grandes cidades do país mais facilmente tens acesso se calhar não tens que sair 100 Km não é é basta mor em me de carro não é 1 hora e meia mas a cena gira tipo Olha tu viajares um bocadinho e não estou a falar de grandes viajes viajas um bocadinho e estás n outro país Se fores para comer não o pão já muda a água já muda o vinho já muda o queijo já muda pá e então perdeste não perdeste uma hora de viaja vais a curtir e chegas a outro lado e parece que estás numa viagem é verdade estás a fazer uma cena diferente é o que estamos a fazer fazer esta semana a viajar pelos sabores de Portugal com o Rodrigo menees Rodrigo já nos vais falar desse restaurante desse e doutros vamos fazer dar uma outra dica sim antes do antes da nossa pausa Vamos abrir o álbum de viagem Rodrigo menees guardas em casa Algum objeto que tenhas trazido das tuas viagens gastronómicas pelo país é sim ou não só não não eu guardo memória uhum acho que é a parte mais gira e e e vou-te explicar isto muito rapidamente porque nós nós comemos também memórias nãoé E e essa é a parte portanto As Memórias é a parte mais potente mas um dia ofereceram-me uma colher de pau que eu tenho tenho no meu estúdio uma colher de pau pá como bem mais de 100 anos uma coisa feita à mão uau uma antiguidade e eu guardo isso com muito carinho tinha cheiro tens cheiro essa Colher de Pau não tá tão tão gasta e tão polida do tempo tá a ver que foi o usada não foi um era mesmo uma colher de pau não era só artesanato para para mostrar Foi mesmo usada em cozinhas e foi é das coisas mais mais mais giras porque imagina a quantidade de pratos que aquilo não fez histórias e mãos que agarraram e as cozinheiros que ou cozinheiras que usaram essa colher e hoje em dia está na minha posse e vou passar isso aos meus filhos Ah boa uma espécie de totem de famía sim sim sim mas deixar assim uma vou deixar uma colher de pau é verdade é assustador pensar que quiseram proibir as colheres de pau não é Ah sim não vamos falar sobre isso o o objeto o objeto mais carismático da cozinha portuguesa não é Talvez sim é não é mas pronto começaram com a história daqu das contaminações E por aí fora sim se deixares a colher dentro da panela Claro obviamente ela fica preta escura e isso dá-lhe Carisma É verdade é patin é patin é patino muito bem fazemos aqui uma curta pausa nas conversas do fim do mundo desta semana estamos à conversa com o foodi Rodrigo Meneses na segunda parte Vamos então descobrir restaurantes e lugares para comer por aí pelo país tej esta é a história de Vera Lagoa a mulher mais temida pelos poderosos de todos os regimes afrontou aazar desafiou os militares de abril e ridicularizou os que se achavam donos do país os presos políticos de uma forma incansável o que era intolerável para a pid Episódio 2 a mãe de família que esconde comunistas em casa a grande provocadora é uma série para ouvir em cinco Episódios faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim José mata com banda sonora original de molin os assinantes do Observador acesso antecipado a todos os episódios desta série os podcast Plus do Observador tem o apoio daquia estamos de regresso para a segunda parte das conversas do fim do mundo esta semana com Rodrigo Menezes foodi eh Rodrigo tu és daquelas pessoas que é capaz de fazer centenas de quilómetros só para ir comer aquele prato naquele sítio específico cozinhado por aquela determinada pessoa sim claramente digo que sim e que já fiz coisas desse gnero e soua sou dos mais mais apanhados do clima que há gente pior que eu mas lembro-me por exemplo no aniversário saí de Lisboa fui almoçar à bairrada eh e desci da bairrada para ir jantar à Nazaré que eu queria no meu dia de aniversário ter um bom leitãozinho e queria também comer um um pum Maravilha queria ter as duas coisas portanto fizeste quantos quilómetros nesse dia e pá nem me recordo sei lá foi daqui centenas sim mas foram centenas mas estão-me bem sim sim porque Tod aquele processo de antecipação chegar ao Restaurante e sentar e comer e depois Já sabes que vais ter que fazer outra viagem mas sim mas olha que essa parte não não ponhas só a tónica na comida tu acabas por ir visitar outras coisas ou sim sabes vais daqui a um restaurante num lenteja ou ou ou vais como eu fui tipo ou vamos daqui à bairrada para comer para comer um um um leitãozinho bem feito é se tu tens que pensar que depois também Tás por ali não é Vais se calhar se faz a bairrada Vais à coria vais ao buçaco exato depois o almoço tens que fazer aquela aquela aquele passeiozinho higiénico não é com mais portugu para a sentar Claro Portanto acho que essa essa coisa e pá o nosso país é Pequenino pronto sim pá vocês não sei se têm noção nós 1 hora e meia estamos em Espanha é verd nós atingimos o limite Hum e pá e e e viajar pelo país sabe bem sabes é que sabe bem porque mas já estás entre os teus uhum és recebido sempre com com calor não é ao lado humano e e depois sei lá sabe-me bem acho que visitar o país eu conheço o país bem do Norte a Sul e sab bem e depois de vez em quando batem as saudades e pá Olha já não como aquela cena daquele restaurante na serra dosa que eu te falei antes de nós gravarmos que eu estava que é os vamos fazer publicidade podos do bernardin do Bernardino e pá e aquilo é épico porque F épico as as é pá é épico as migas São qualquer coisa extraordinária pá posso dizer isso de Out de outra forma e e que as pessoas que vão comigo lá comer passam pelo mesmo tipo da primeira garfada e diz ou qu Isto é mesmo bom é é bom os ingredientes são bons a forma de confeccionar é boa uma uma uma um chefe ou uma cozinheira pode e pode minimizar o facto de estar a cozinhar com maus ingredientes ou não disfarçar o facto de ter maus ingredientes é difícil é muito difícil portanto por exemplo uma amiga uma amiga tem que ter bom Pão e e e alho Vivo tem que ter alho vivo não é sabes que agora Ando a fazer também umas cooking lessons ensinar os americanos a a cozinhar e a coisa que mais vos ensino é que não é as técnicas porque as técnicas eles vão ao YouTube e aprendem ISO a técnica tu aprendes eu ensino o Zé a comprar coisas portanto acabaste de matar as escolas de de gastronomia não não não porque realmente são são são um povo que são estão muito mais habituados ao rápido e querem tudo é tudo em latas AB latas e tá tudo portanto para ti é o produto Olha vou um exemp bou um exemplo botar um exemplo uma receita botar um exemplo uma receita que toda a gente sabe que ai vai se identificar um frango assado no forno com batatas sim ei batatas assadas no forno franguinho com aquele limãozinho não sei quê usas umas cebolas também que não são fixes uhum se tu fiz a mesma receita com ingredientes maravilhosos pá o outcome vai ser completamente diferente o resultado final completamente diferente vais notar um sabor se usares um frango eu não vou chamar biológico porque eu não gosto de chamar isso mas um frango mais do campo do campo do campo normalmente são mais rijos mas mas tu usá um frango mas um mas um frango que se alimentou bem pronto é isso tás a ver pá e é uma diferença gigante os ovos mexidos mas é o tamanho do Frango não é certo mas o sabor tambm e a receita e a técnica que aplicaste é a mesma Hum só que a diferença nos ingredientes é que vai fazer pois portanto eu nesta fase da minha vida estou mais atento à qualidade dos ingredientes e muito por culpa do do do Chefe nun Dinis que me foi mostrando muita coisa o Nuno mostrou muita coisa e foi aí que eu comecei a ficar surpreendido olha e aí nos últimos anos Portugal e nota-se que tem investido enfim na agricultura eh e nos chamados produtos autó estamos a ir bem ou estamos a ir mal acho íamos e deixa mandar a pancada acho que mamos por parte das autoridades competentes uma maior proteção no sentio e o maior maior investimento nessa área de ajuda aos pequenos produtores porque pode ser uma aquilo que nós chamamos in excelling proposition não pode ser um um grande ponto de venda do país Pois é o que é o que nos acrescenta valor Não exatamente o turismo o turismo é o nosso grande e o nosso motor não é gastronomia obviamente que tá formos iguais aos outros ninguém vem para cá não é portanto ex ex E se nós tivéssemos a capacidade de poder apoiar Os Pequenos produtores e nós próprios portugueses começarmos a comprar mais aos pequenos produtores eh alimentamos a economia local ganhamos todos no fund um exemplo pá não é demonizar a carne de vaca a dizer que a carne de vaca está a matar o mundo por causa da emissão dos Gá e por aí fora pá vai atrás Montes a maronesa é sustentável as vaquinhas andam na montanha viv a vida dela percebes para quê demonizar a carne do aca quando Claro a parte de produção maciça não nós estamos a gravar de manhã e eu já estou com vontade de almoçar também o que é que vai ser o almoço Essa parte é que importa Essa parte é que importa não mas é verdade é verdade isso tu dizes olha mas vamos regressar Aos aos aos aos restaurantes e aos sítios para comer e não queria centrar a conversa nisso mas ficou pendurado o pato ias falar dele no final da primeira dizer aqui já falaste do do Bernardino na serra dosa portanto ali na zona de estrem Borba não é boas migas boas migas pá B lá irei lá irei eu e seguramente muitos muitos ouvintes PED que quiseres que aquilo é tudo não o pato o pato é um daqueles exemplos o tia Rosa por exemplo que é um daqueles exemplos que eu gostava só de falar nisto que são aqueles restaurantes que são reconhecidos por um prato Uhum que tem aquele prato Tu vais lá para comer aquilo sabes tal como a bairrada tem o Leitão tu não is a um restaurante da bairrada e pedis um um pé escaralhado estás a ser estúpido no sentido da palavra não faz sentido Não vais lá não faz sentido mas o o tia Rosa ali na zona de melides que tem o pato pato assado é a cena deles pato assado no forno especializaram-se em Pato pá sim e é maravilhoso é e vale a pena tipo é aqui bem perto vá lá mete no carro boa boa boa eu já P já não puxa amig sim olha e norte norte do país quem nos ouve no porto oh então qu não vamos fazer publicidade gratuita mas tu sabes Não é isso não é isso Olha o Vítor o Vítor para com bacalhau para com bacalhau em Vila de rei Vila de rei em Vila de rei os minhotos são os reis do Bacalhau em Portugal ponto são é o povo que Dominou a cena do Bacalhau nós aqui o resto do país podemos dizer ah não bacalhau não Minho Minho os gajo está lá em cima tem a cena bem feita sabes ninguém frita ao bacalhau como eles aquele bacalhau frito naquela pom Ninguém Faz Como que fica suculente por dentro fica seco eles sabem no fazer e o Vítor é um doses restaurantes não tem uma expressão máxima lá está a qualidade do Bacalhau dele e depois a maneira ele sabe faz aquilo há imensos anos não falha o bacalhau dele é de extrema qualidade e depois é muito bém confecionado Vila de rei acho que é que é assim entrar Montes tens s o Abel por exemplo para comeres apostas gimonde e para comeres um naco de carne 500 g e deixa-te ir nisso vai nessa onda pá Já sabes ao que vais não te escondas exato só fazes isso nesse dia não é sim não sim e pá Olha não jantas nesse dia Já sabes que não vais jantar não vale a pena mas mas percebes 500 gr de carne mas é boa sim claro claro sim sim sim sim sim sim sim e aqui em Lisboa também tens aqui perto também tens algumas coisas interessantes mas mas pronto eu não queria tanto falar de restaurantes restaurantes mas de zonas gast astronómicas do país e uma cozinha que me tem seduzido muito que se calhar é das menos conhecidas é a do barrocal algarvia ou seja não é do Algarve Costa é do Algarve interior da Serra da Serra do Algarve Ah pá que tem tenho apanhado o o que o que é que se come aí de diferente Rodrigo olha hah há um sítio onde fazem um milho que o milho é é tipo estofado de milho Uhum em que o milho é aberto na cinza aquilo tem um nome tem um nome que eu não não vou atver a Mix orização Ah é um é um processo processo não é bem químico mas o milho é aberto quase como uma pipoca assim na cinza uhum e e pá a galinha cajada não é que é corado e também alguns peixes que nós H que nós não conhecemos tão bem e temis tem ingredientes Magníficos como as ovas de polvo ah e e tem sido a região que se calhar como é mais longe da minha não é eu sou traz Montes oar fica exatamente no oposto que me tem fascinado mais e e quando vou ao Algarve tento sempre sei lá quando vou passo na zona do olhão tento ir ao mercado comprar as ovas porque eu gosto mesmo daquil porque é uma ova seca um Parece um disco doy aham em que tu parece presunto só que é uma cena do mar ova de pulvo não é e como é que se come uma ova de pulvo a maneira como eu que cortas às fatias fininhas cruas sim regas com fio de azeite e tá andar de moto azeite sempre o azeite não é na gastronomia portuguesa olha o que é que se passa com o azeite não sei que está caro não é como se diz em português caro para burro não é C mas e h est estamos a produzir bom azeite ou não sempre produzimos bom azeite bom azeite eu não faço ideia como é que são a també não é todo igual não é não faço ideia pois não não é o azeite de trá doos Montes não é igual ao azeite do alent azeite da Beira porque tal como a vinho não é igual É verdade o terroir a Terra é a maneira como é feita portanto isso altera as coisas nós não podemos falar repara se dissesse assim ah vinho vinho tinto e Ok no país inteiro vedes vinho tinto ent trás Montes olha pedes um vinho tinto no Minho que esses gajos dominam o verde tinto essa coisa magnífica hum é pá os vinhos são são acabam por ser diferentes tem quadro diferente generalidade da altura ah os vinhos por exemplo das Beiras que tem aquela acidez por causa da altitude e para fora o Douro Há muitos douros também há o Douro superior quando tu começas a entrar e a comida é a mesma coisa quando começas a entrar nisso lá está não há não há um cozido percebes não há uma carne de vaca são diferentes não há uma carne de porco carne de porco entre as montes e a carne de porco no lent são diferentes ok O bicho é diferente portanto há muita diversidade muita riqueza ah muitos apelos ao ao Paladar e ao gosto em Portugal Qual é para ti a região a pergunta Eng os montes Pronto já tá respondido não tem não Qual qual é para ti a região que e que que neste momento tem mais potencial gastronómico ui potencial gastronómico acho temos que vender o país como um todo e com a sua pequena diversidade eu sou sempre muito apologista trás Montes pum já por ser a região onde cresci e onde me formei nesta arte do bem comer Ah explica lá Isso então então cresci crci lá a comer a comer nacos de meio kgo a comer lá não trá mones fascina-me muito e também algumas coisas interessantes que tem a ver com com as invasões por exemplo árabes que os os árabes tiveram 500 anos em Portugal a zona trás Montes a acho que andaram A Volta dos 30 não é suficiente para deixar uma marca gastr como deixaram No resto do país com os coentros por exemplo os coentros não é uma erva que existe em Portugal foi trazida pelos árvores Claro deu-se bem e foi adaptada na nossa gastronomia por exemplo mas nós á Montes nós entar Montes não não temos não é uma erva quer dizer existe agora já existe mas não era uma erva que fosse chamada no nosso histórico da da Gastronomia era a salsa exato e E então eu confesso que gosto muito muito muito entre às Montes são os enchidos é a minha paixão os enchidos é a coisa que mais me tira do sério o que é que o que é que torna um bom um enchido um bom enchido é o fumo o fumo pá é é o fumo quanto mais sabe a fumo ou quanto mais cheira a fumo saber mais a fumo é a delicadeza do fumo exp sabes diz cur Hum eu gosto de por exemplo eu gosto das alheiras já bem secas de ser gordas e moles go ah goas delas assim en rogadas e Sabes e chupadas não é sem ser fritas pessoal Ah explica lá isso é aqui em Lisboa H Malta frita alheira Pois é e fica assim uma cena que eu não vou dizer o que é que parece mas fica assim uma cena que pronto fritam a alheira isso não se faz depois batata frita e ovo estrelado não ok então como é que se faz uma boa alheira É só passar pela frigideira sem gordura é isso é alheira mete malira demora muito tempo demora pá é capaz de demorar 45 minutos está feita 45 minutos frira sim tens pôr para ela não rebentar picas a alheira metes a alheira em frio Portanto tem que estar em frio na na frigideira e pá aí tipo quase no mínimo e deixas aquilo e sempre se ela largar muita gordura Tu vais lá com um com um guardanapo ou com uma uma folha e tiras essa gordura ela não pode fritar ali não pode estar ali a fritar e quando estiver desse lado tu estada viras do outro lado e repetes o processo portanto na verdade é secá-la na chapa é isso é ir secando na chapa picar que isso tirar-lhe aquela gordura quando a fritas daquela forma agressiva sim e que fazem aqui em Lisboa e tu não estás a tirar estás a pôr-lhe ainda mais gordura dentro porque aquilo é pão por dentro ainda vai absorber mais e e depois isso tudo para acompanhar isso a batata sim mas é cozida não é frita porque não faz sentido Ok e uns gelos um molhinho de grelos Ahá tipo estalados com um bocadinho de alho Claro tudo regado com a tudo incluindo a alheira Sim eu gosto muito e depois isso fecha com um copo de vinho tinto de que casta ah não vamos a marcas vamos a não poes p assim um uma bo alheira uma bo alheira um tinto cão tinto cão tinto cão acho que isso é isso é uma casta com com corpo sem corpo coro corpo quum corpo sim P alheira quando tens o azeite e eu gosto muito também com ovo cozido Ok para fazer ali uma refeição Redonda Sim aquilo é é é uma cena interessante por isso a próxima vez que se tiverem desejos para comer alheiras e há uma certa pessoa que eu vou ter que mandar a boca há uma certa pessoa que do meu círculo que diz que tem uma paixão por por alheiras fritas e e é uma dor que tenho no coração porque eu ando a tentar convencer essa pessoa que a vida não é assim há muito além da da alheira frita não mas mas é engraçado ISO Sabes eu brinco muito mas o Lisboa adulterou essa essa essa receita ou seja passou a fazer com batata frita e para mim magoa meter a alheira no nos combinados Pois é McDonald Olha não sei dizer mcdonaldização da da alheira faz fiza da alheira boa boa boa Olha Rodrigo e estamos a ficar sem tempo Vamos fazer checkout vamos porque temos que ir almoçar aqui um bocad é isso mas podemos continuar a conversar sobre restaurantes vamos Vou pedir-te para completares as habituais frases na minha mala vai sempre na minha mala vai sempre neste momento uma máquina fotográfica ou um telefone para poder tirar fotografias da com quando vais a restaurantes tiras sempre uma fotografia se for boa Ciro Ok para para guardar no meu arquivo pois portanto deix agora deixa-me perguntar e apanhas muitos Barretos ou não olha eu vou te explicar isto muito rápido só existem dois tipos de comida a boa e a má percebes e tu desde os restaurantes mich lã não não diria Barretos mas há situações em que não bate teu gosto pronto po para dizer assim hum A viagem gastronómica ou incursão gastronómica com mais peripécias que realizei até hoje e pá sai lá olha essas di dir à Ericeira comer a caneja de fund disse é se calhar das peripécias mais porque aquilo é mesmo agressivo hum é muito agressivo é é difícil digerir Esse peixe é ficas dois dias a cheirar AF fênico e quando vais à casa de ban é bom para fazer amigos então sim houve até um velhote que virou-se para m e disse tu ho tua mulher não vai querer nada contigo eu chegar à casa serar podre Ok e o carimo de passaporte aou visto mais difícil a obter se calhar aqui vamos ter que adaptar Qual foi o restaurante mais difícil de ir é não sei há restaurantes que têm que são difíceis de marcar Porque estão sempre cheios pois mas Portugal é não não temos isso é fácil não é é um país de portas abertas a recordação de viagem mais cara se calhar posso dizer Londres porque eu sou muito f do Antony bord e e quis Ira um dos restaurantes que ele gosta muito emos que é o sint John que fazem porco é a cena do porco e e fui lá e curiosamente quando fui o homem suicidou-se op pá foi tava o mudo no restaurante estava assim um bocadinho Down porque eu fui lá tipo numa de do comerário e ele tinha-se matado o deantes e caramba foi assim calhar mais cara porque fui lá para querer ir ao Sant John e e calhou mal calhou Mal olha a refeição mais estranha que comeste até hoje eu vou-te voltar a dizer a caneja difundi a caneja difundi acho que num de todas que eu que eu sim foi foi mais estranho OK gostava de viajar com olha qu bordan o bordan mas felizmente já não vai ser possível e ele esteve em Portugal não foi conheceste o não cheguei a conhecê-lo não cheguei a conhecê-lo porque na altura eu o conheci foi o Andre Zimmer do bizar Foods assim estive com ele eh e fomos ao Festival do caracol do do caracol loio em Loures Ah que loucura ontem tivemos um pastel de nata de caracol e s olho essa e risotos de caracol e tudo e um par de Botas carg muita Gir aquilo nós para inventar enfim não é olha uma música que música trouxeste Rodrigo para fechar a conversa do fim do mundo esta semana eu sou como eu te disse há uma música que o Ant sou fã do Antony bardan vai parecer como estou aqui a repetir muito mas hã a anem né acho que era uma das músicas preferidas dele e e acho que que é uma que é uma música que podemos passar aqui muito bem aqui na rádio observador fica bem não é para fechar esta conversa Acho que sim Rodrigo foi um gosto Obrigado João vamos almoçar porque isto a conversa puxa para isso não é e o que é que te apece hoje peixe ou carne eh peixe ando com saudades de peixe mas peixe peixe grelhado com migas recomendas Sim há um sítio em Setubal que faz sardinhas com amigas vamos embora Rodrigo menes foi um gost Muito obrigado até à próxima estamos de regresso do oit dias para mais uma conversa do fim do mundo já sabem sejam bons e boas viagens you dring Me Down you F over my he you no try try to tell you TR oh baby don’t make me Cry should Taken me in dring Now I’m Missing Never k i w know fa I could but UTA jag a