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cinco continentes na rádio observador já sabe que é aqui que viajamos pelo mundo todas as semanas para analisarmos a geopolítica Internacional e sempre com a ajuda do Historiador Bruno Cardoso Reis Bruno muito bem-vindo mais uma vez e bom dia para ti que estás nos Estados Unidos é isso Bom dia Bruno Olá bom dia obrigado hoje de novo um pouco mais tarde estivemos a acompanhar a cerimónia de tomada de posse do novo procurador-geral da república na segunda parte vamos até às eleições em Moçambique mas também às eleições antecipadas no Japão mas antes Bruno começamos com habitual pelos grandes conflitos pelo mundo vamos primeiro à guerra na Ucrânia e Bruno esta semana foi notícia que a Coreia do Norte terá enviado Engenheiros militares para combater na Ucrânia terão sido encontrados militares norte-coreanos mortos em em Donetsk que Impacto é que pode ter e que qual é a história por trás desta presença da Coreia do Norte na Ucrânia bem eh o impacto eh potencialmente é grande porque e aquilo que se enfim que tem sido especulado é que isso seria apenas o início e que no fundo poderia haver aqui contingentes mais numerosos Norte coreanos no fundo de soldados regulares e não apenas de alguns oficiais a serem enviados no fundo em quantidade ora quantidade é que a Coreia do Norte tem grande abundância quando se trata de questões militares tudo o resto não esc sei comida etc para não falar em liberdade mas mas realmente são forças armadas anormalmente grandes no contexto atual em que a maior parte dos países reduziu os efetivos portanto a Coreia do Norte tem um exército que estima-se de mais de 1 milhão de soldados e e portanto is em termos em termos de dimensão Bruno para percebermos é mais de 1 milhão de soldades é é é o normal é uma um número Acima da Média não é é bastante Acima da Média so um país da dimensão da da Coreia do Sul ou seja só é comparável com com grandes potências como por exemplo os Estados Unidos ou ou mesmo a China portanto é realmente um um exército enorme eh e eh e portanto por exemplo a Coreia a Coreia do Sul que também tem um exército bastante Grande até para se poder defender e e não vai além dos 650.000 eh mas portanto no contexto atual realmente é eh é algo relativamente raro eh e portanto Isto pode agravar muito eh um problema de base que a ucrania já tem é que tem muito menos população e e e portanto muito menos população militarista e portanto eh precisa de tropas em quantidade para defender o próprio regime da população para para se defender da suposta ameaça da Coreia do Sul da do Japão dos Estados Unidos mas portanto se isso concretizar realmente pode ter aqui um impacto eh muito negativo para a Ucrânia eh é verdade que estamos a falar de quantidade e não necessariamente de qualidade mas eh a a quantidade também faz uma diferença na guerra o Napoleão eh é supostamente teria dito que eh eh por regra de está do lado de quem tem mais batalhões não é eh isso no fundo significa que eh Há mais margem para para para erros e para corrigir erros tem muito mais tropas no fundo para se desgastar em combate e também se pode optar por uma estratégia de atrição de desgaste eh de simplesmente mandar vagas e vagas de soldados até o o outro lado ficar simplesmente digamos s ou sem munições ou demasiado cansado e é muito isso que Aliás a rúsia tem estado a tentar fazer e portanto isto poderia reforçar Esta possibilidade o histórico por trás disto bem basicamente só existe uma Coreia do Norte e só existe a dinastia Kim portanto esta coisa bastante surreal na política internacional de uma dinastia numa república supostamente comunista eh portanto a Coreia do Norte foi sempre governada P pela mesma família o avô pai e e agora o neto eh e portanto e esta família Kim realmente foi colocada no poder pela pelo exército soviético a seguir à à Segunda Guerra Mundial portanto isto era a Coreia era uma colónia japonesa foi ocupada à parte do Norte pela pelo exército soviético e eles encarregam este cornel Quim de no fundo começar a governar e sempre com uma relação próxima com a União Soviética a partir de 1948 e e e depois também só sobrevive porque e o a União Soviética vai apoiar a Coreia do Norte quando ela está à beira de ser derrotada na chamada guerra da Coreia Ou seja a Coreia do Norte opta por invadir a Coreia do Sul em 1950 no final desse ano 195 50 e as forças norte-americanas e e de vários países aliados até com o mandato das Nações Unidas basicamente tinham derrotado a Coreia do Norte estavam nas marens do Rio ialu que faz a fronteira já com com a China e depois também com a com a Rússia comunista com a União Soviética e e é uma intervenção massiva de entre aspas voluntários da China comunista portanto soldados na prática do exército eh chinês que vão entrar em combate mas também com muito apoio nomeadamente os famosos pilotos e aviões eh soviéticos que tinham as foram pintados com cores da Coreia do Norte mas na verdade eram aviões soviéticos e com pilotos Russos soviéticos Se quisermos portanto há realmente aqui um histórico muito longo de cooperação muito próxima Isso foi atenuado um pouco nos anos 90 quando a Rússia se tentou aproximar mais dos países ocidentais e tornar-se uma potência mais normal mas com Putin com o regresso de um antigo agente do KGB ao poder e e e com uma política externa cada vez mais de choque com o ocidente essa aproximação tem-se acentuado muito nos últimos anos anos Bruno esta semana também tivemos aqui novas revelações sobre a proximidade entre Donald trump e também Vladimir Putin soubemos aqui por exemplo que o ex-presidente norte-americano terá enviado testes covid a Putin durante a a pandemia essa proximidade pode ser um um problema ou como diz JD Vance Não há nada de estranho não é num estadista falar com outro mesmo que estejamos a falar de trump e também Putin e bem realmente eh jance tem uma certa razão no sentido que é preciso falar com os adversários e com os inimigos a diplomacia é mesmo isso não se faz só diplomacia com amigos agora aqui o grande A grande questão o grande problema é eh aparentemente várias destas chamadas estamos a falar de alegações mas de um Jornalista muito prestigiado o Bob urw que foi foi Aliás o um dos Jornalistas que esteve envolvido naquele caso do Water Gate em que ele também foi acusado de ter informações Falis e depois percebeu-se que tudo aquilo realmente era verdadeiro mas portanto eh o muito destas chamadas terão sido feitas já com trump fora da presidência ora isso não só não é normal mas é mesmo ilegal ou seja eh Há uma lei ch o chamado Logan act de 1799 que literalmente proíbe e isso ou seja os cidadãos privados norte-americanos não podem fazer diplomacia quem faz diplomacia é o governo eh devidamente eleito ou seja o presidente do departamento de estado é claro que mais uma vez temos enfim de contextualizar um pouco Isto é verdade que antigos presidentes entes um caso famoso é o Jimmy Carter por exemplo até com a Coreia do Norte já foram utilizados como uma espécie de emissários informais às vezes discretos para uma espécie de diplomacia paralela dos Estados Unidos agora A grande diferença aí é que isso foi feito com o acordo com o conhecimento por regr a pedido de do presidente em funções da administração que está em funções eh também é verdade que às vezes um presidente eleito mas que ainda não tomou posse já começa a ter alguns contactos eh com eh com com embaixadas estrangeiras Hotel lí estrangeiras mas mais uma vez há tradicionalmente um grande cuidado em isso ser apenas uma troca de enfim de impressões um primeiro um primeiro conhecimento ou ou apresentação e não propriamente estar a conduzir negociações como trump insiste aliás que vai fazer sendo novamente eleito ele diz eu resolvo o problema da Ucrânia logo a seguir ainda antes de tomar posse portanto tudo isso à partida realmente não é normal não é desejável Ou seja não pode haver duas diplomacias ao mesmo tempo no mesmo país agora ora é muito típico de Donald trump e não é certo que vai ter aqui grandes consequências há uma corrente crescente de trumpistas que E aparentemente gostam publicamente não tem problemas em dizer que gostam de Putin da sua e aqui de um líder mais autoritário mais nacionalista que não gostam da Ucrânia não gostam de ajudar a Ucrânia e e portanto se calhar isto não terá eh grandes consequências eh para alguns conservadores tem eh por exemplo conservadores como lce chine como John Bolton que não são que são realmente conservadores não são não são sequer da aa mais esquerda do Partido Republicano Mas que públicamente declararam que uma das principais preocupações que T com trump é precisamente esta proximidade suspeita com eh com líderes autoritários com líderes autocráticos no fundo pôr de lado uma uma longa tradição também do Partido Republicano de uma política externa que privilegiava alianças com democracias com com com países Democráticos a defesa da Liberdade E aí ainda e para terminar há poucos dias o o primeiro-ministro o ex-primeiro-ministro conservador mais uma vez da Austrália portanto dirá então Malcom turnball veio dizer que uma das coisas que o perturbava no Donald trump nas cimeiras por exemplo do G20 era a forma como ele se comportava com o Vladimir Putin como se fosse uma espécie de adolescente que tinha de repente estava ao lado uma estrela de futebol ou de uma estrela desportiva e e portanto Isto mostra que realmente há há bastantes e conservadores republicanos que se preocupam realmente com esta proximidade e não a consideram normal eh mas eh isso está longe de ser a generalidade do Partido Republicano atualmente e como eu dizia há setores que parecem não ter problemas com esta proximidade com Putin P pelo contrário não só trump mas muitos dos seus aliados Claro Bruno vamos agora até à guerra no médio Oriente no rescaldo dos ataques do Irão a Israel relembro que na semana passada foram disparados cerca de 200 mísseis para ter lá vive o ministro da Defesa Israelita já avisou que se atacar o irão vai ser uma resposta letal a questão é que ainda não houve propriamente uma resposta o que é que Israel quer E porque é que ainda não atacou rapidamente o irão eh bem essa é realmente uma boa questão eh o irão aliás ficou claramente convencido que o ataque estaria iminente eh no fim de semana passado por exemplo chegou a fechar o seu espaço aéreo e acabar com os vos civis eh mas realmente isso não aconteceu eh eu diria uma parte da razão provavelmente é porque Israel quer Eh no fundo eh criar aqui uma situação de pressão de incerteza de guerra psicológica sobre o irão portanto certamente Em todos estes dias os militares iranianos os sistemas de vigilância têm estado em Alerta máxima ora isso desgasta ao fim de vários dias eh portanto certamente eh isso é um fator eh também podemos especular que tem havido uma grande pressão da parte dos Estados Unidos soubemos também que o comandante eh no fundo do comando integrado americano para esta zona do do médio Oriente O centcom que é um dos mais importantes dos Estados Unidos o general responsável esteve em Israel no fundo a a discutir o planeamento e e a escolha de alvos e e portanto há aqui certamente uma pressão norte-americana para alguma contenção e e o facto de Israel não atacar logo em si já Mostra alguma contenção também dá aqui alguma margem de manobra diplomática Para Contrariar estas críticas que têm sido feitas no último ano que no fundo Israel a a aposta demasiado apenas nas respostas militares e em respostas militares desproporcionadas que não são devidamente pensadas planeadas calibradas eh e portanto o ministro da Defesa aliás Israelita veio dizer eh exatamente não só o que referi mas também que será um ataque e de grande precisão e eh mas que será um ataque de surpresa portanto eh e portanto tudo isso parece corresponder realmente aos objetivos de Israel eh continuamos a a não saber exatamente qual será à escala do ataque eh se será por exemplo o programa nuclear serão alvos sobretudo ligados ao regime a guarda revolucionária alvos militares até ligados aos ataques de Israel eh as bases de onde saem estes mísseis balísticos os lançadores desses mísseis é os arsenais desses mísseis ou será uma coisa mais alargada por exemplo especula-se que poderia atingir instalações petrolíferas eh refinarias portos de exportação de petróleo etc eh isso provavelmente seria a opção que seria mais criticada a nível Nacional eh porque por um lado criava grandes dificuldades não só ao regime iraniano mas também à população iraniana criava grandes dificuldades ao mercado de petróleo global ao mercado de energia portanto era mais um fator a Contrariar esta tendência global para uma certa quebra na inflação que é que é algo que é bastante desejado pela generalidade dos países eh mas portanto para já eh Israel tem estado a mostrar aqui háum contenção Veremos se iso se mantém depois no próprio ataque mas parece evidente que o ataque acabará por acontecer e todas as declarações dos líderes israelitas vão vão nesse sentido uhum Bruno vamos avançar como é habitual nesta primeira parte vamos pegar nas malas vamos até até bem perto ti vamos até aos Estados Unidos da América estamos a menos de um mês das eleições presidenciais e a tão pouco tempo doos americanos iri às urnas gostava de perguntar em primeiro lugar se a campanha tem ajudado qualquer coisa a sabermos mais sobre principalmente sobre a política externa dos dois candidatos podemos esperar aqui h algumas mudanças nesse sentido bem eu diria que que a campanha desse ponto de vista não tem sido excecionalmente reveladora embora a exceto neste aspeto que é tem sido Claro Quais são os dois ou três pontos em que apesar de tudo eh Há alguma atenção e interesse e também de polarização da população americana sobretudo a questão da Ucrânia sobretudo também a questão da China e depois da política comercial Ou seja eh como gerir as relações comerciais com o exterior apostar numa política mais protecionista mais tarifas mais impostos ao fund garos ou ou apesar de tudo não e tamb também a questão da das migrações que obviamente também tem uma dimensão externa portanto esses aspectos têm Aparecido um pouco agora sem nenhuma surpresa ou seja basicamente os candidatos têm tido as posições que seriam expectáveis e e realmente aí os pontos de divergência são bastante evidentes eu apesar de tudo sublinhar alguns pontos de convergência que não são tão destacados nem pelos candidatos nem pelos analistas por razões que se percebem Estamos numa eleição e portanto interessa sobretudo sublinhar as diferenças mas portanto há realmente divergências em questões como por exemplo a o aquecimento global há o não há uma crise climática e deve-se lidar com isso de forma cooperativa apostar em acordos como o acordo de Paris a camela disse que sim obviamente trump diz que não a questão da Ucrânia é obviamente talvez a mais importante sobretudo para os países europeus camelos promete continuar a apoiar a luta da Ucrânia pela sua independência pela sua liberdade a resistir à agressão russa e Donald trump quer acabar com a guerra basicamente a qualquer preço e parece não fazer grande distinção entre uma autocracia invasora como a Rússia e uma uma democracia embora com problemas eh e que quer no fundo aproximar-se do acidente como é o caso da Ucrânia H questão da Palestina também onde embora Camel haris seja muito criticada que apesar de tudo a expectativa é que vá procurar avançar com um processo de paz com dois estados etc Donald trump não quer saber Basicamente nada disso E a expectativa é que eh apoiaria muito mais eh Benjamin natania eh mesmo em relação ao irão também uma postura muito mais agressiva de Donald trump do Camel Harris eh na questão agora há também pontos pontos de convergência importantes ou seja por exemplo na questão da Europa mais investimento para a Nato eh isso é algo que é consensual isso essa pressão começou não com trump mas com outros com presidentes anteriores inclusive o próprio Obama por exemplo mais importância para a Ásia Pacífico e para a contenção da China isso também é algo que é bastante consensual que também não começou com trump começou com Obama e com com Hillary Clinton como secretária de estado etc e a questão da retração Militar dos Estados Unidos ou seja procurar evitar conflitos em grande escala envolvendo tropas Americanas nomeadamente no médio Oriente e também uma política comercial mais nacionalista embora muito mais nacionalista no fundo Donald trump promete uma guerra comercial Global inclusive com a Europa com tarifas de 20% sobre todas as importações eh e e Camel ISO promete Enfim uma postura muito mais diplomática e moderada mas eh mesmo com Joe biden houve algumas medidas por I istas eh depois e para para terminar há esta discussão sobre Mas será que eles vão manter as promessas Será que vão manter as prioridades ou isto é só campanha é uma pergunta legítima eh o próprio Joe biden ainda há poucos dias quando se foi colocada a questão mas afinal a ideia não era sa do médio Oriente ele disse bem isto a vida é assim quer dizer as coisas há eventos que acontecem crises que acontecem e portanto os Estados Unidos acabam por ter desenvolver em zonas onde que não seriam à partir à prioridade agora o aquilo que me parece e para terminar aqui mais um argumento mais fraco é esta ideia Não se preocupem com Donald trump porque ele não vai cumprir nada daquilo que diz ou seja basicamente e a grande defesa de Donald trump é dizer por exemplo do ponto de vista dos interesses europeus é e não se preocupa ele não vai sair da Nato ou ou realmente quando ele diz que a União Europeia é um inimigo dos Estados Unidos inimigo comercial isso não não é para ser levado a sério bem eu acho que isso em si é uma defesa muito fraca e é altamente preocupante ou seja se nós não podemos confiar naquilo que diz o presidente do estado Estados Unidos minimamente nós estamos a falar dele ser forçado por acontecimentos crises etc a desviar um pouco atenções ou ou prioridades ou recalibrar prioridades mas se não podemos realmente confiar minimamente naquilo que ele diz que são as suas prioridades e objetivos então isso em si mesmo é um grande problema e realmente parece-me que Donald trump Seria um grande problema sobretudo para a Europa em termos queer da sua segurança e defesa por causa da questão da Ucrânia e da Nato mas também das relações comerciais os Estados Unidos é o maior país em termos de exportações portuguesas fora da União europeia por exemplo isso seria certamente afetado por esta guerra comercial mas até nível a nível Global por causa desta enorme incerteza em torno daquilo que ele vai fazer poderá fazer Claro Bruno vamos ficar por aqui na segunda parte voltamos ainda aos Estados Unidos na segunda parte do cinco continentes até já segunda parte do cinco continentes na rádio observador já sabe agora sempre com uma hora de programa para analisar a geopolítica Internacional hoje estamos novamente a fazer o programa ligeiramente mais tarde porque estivemos acompanhar a cerimónia de tomada de posse do novo procurador-geral da República mas estamos por aqui Bruno e ficamos aqui com uma questão pendente ainda da primeira parte André Maia É exatamente sobre os Estados Unidos da América estamos a falar das eleições norte-americanas e entretanto tivemos mais um apoio a cela Harris e que surgiu de um lado inesperado Vamos ouvir eu nunca votei no partido Democrata mas este ano eu vou dar o meu voto com muito orgulho à vice-presidente cela Harris como conservadora como patriota como mãe como alguém que venera a constituição é com muita honra que me junto a esta causa urgente ouvimos aqui a voz da republicana lisini a apelar ao voto em camela Harris é um apelo potencialmente relevante Bruno porque também é feito em ripton é o berço do Partido Republicano afinal ela foi a número três do do partido no Congresso tem sido muito crítica de Donald trump este tipo de apoio ao outro partido ao partido adversário vamos assim dizer é raro pergunto e também se pode ter algum Impacto num país que está cada vez mais polarizado eh começando com por este Último Ponto eh realmente eh é um país muito polarizado ou seja o grande Diário de referência a nível Nacional o usaa today eh publicou uma série de dados eh Há dois ou três dias sobre sobre isso ou seja 76% dos círculos eleitorais vamos chamar assim tornaram-se mais polarizados a ao longo das duas últimas décadas 40% e 40 estados eh 40 dos 50 estados eh também se tornaram mais polarizados a ao longo dos últimos 20 anos h e e portanto e isso torna ainda mais excecional o facto não só de L chia mas uma série de líderes republicanos importantes um antigo candidato presidencial como itom etc terem deixado muito claro o vice o próprio vice-presidente Donald trump Mike Pence o anterior vice-presidente Donald trump Claro terem deixado Claro que não iam votar em Donald trump mas ainda mais raro é haver republicanos como li gic como dizias era a número trê e do partido no Congresso filha de do antigo vice-presidente o Dick chini que era vista como uma uma das estrelas em ascensão no partido com futuro brilhante realmente não só dizer que não vai votar no candidato Republicano mas apelar publicamente e dizer publicamente e apelar publicamente a que se Vote no candidato eh do partido democrático é claro que aem explica isso em termos de Não fui eu que mudei foi o partido isto no fundo seria uma forma de tentar recuperar o partido para os seus grandes princípios conservadores ela nesse discurso evoca Exatamente isso ali eh no fundo o legado do partido um partido que é fundado por por estadistas como eh Lincoln não é eh o Abraham Lincoln é o primeiro presidente do que é eleito pelo Partido Republicano e em 1860 mas Portanto o partido é criado em 1854 em ripton como dizias eh e e portanto e no fundo lini vem dizer a e a defesa da Constituição a defesa da Democracia o respeito pelo resultado das eleições aceitar quando se perde se perdeu e não se vai alegar fraude se não houver provas disso etc tudo isso são princípios basilares e de um partido conservador e portanto em nome disso que eu não posso votar em Donald trump e Considero que e ele é realmente um candidato perigoso e portanto justifica-se apelar ao voto no outro partido mas portanto Isso é realmente excecionalmente Raro eh e o único caso que pode ter algumas semelhanças for foi foi alguns líderes do partido democrático do Sul dos Estados Unidos dos estados do sul eh que tradicionalmente eram estados muito racistas que eh que tinham legislação digamos de apartado legal não é portanto não era uma questão de as pessoas serem racistas Era a Lei impedia os afro-americanos portanto os negros americanos de irem certos restaurantes de andar eh em certos lugares nos autocarros etc e portanto quando isso começa a ser posto em questão pelo Governo Federal que era AL pelo partido democrático eh realmente há uma série de senadores Democratas do Sul que se vão eh vão entrar em rotura com o partido e alguns inclusive vão depois passar para o Partido Republicano portanto é a única situação que que tem algumas semelhanças com isso eh E H porque realmente a regra nos Estados Unidos é eh num sistema em que Winner Takes All não é portanto não há votação com distribuição de mandatos por proporcional a à porcentagem dos votos Como existe na jalidade dos países europeus e em Portugal eh portanto quem vence um círculo o partido que vence um círculo eleitoral fica com aquele lugar no no Parlamento ou ou evidentemente ganha a eleição presidencial etc e portanto aí realmente há um grande incentivo para uma grande disciplina partidária eh e portanto Isto é realmente excecional agora se terá terá impacto nos eleitores veremos porque realmente eh a indicação as indicações que temos é que grande parte dos eleitores do Partido Republicano eh mais de 80% continuam a apoiar e Donald trump alguns de vota portanto são no fundo ali o seu núcleo duro de fiéis mas outros estrategicamente apesar de tudo consideram que para haver políticas mais à direita de redução de impostos juízos mais conservadores etc é fundamental ter alguém eh digamos do do Partido Republicano mesmo que Não gostem de certos aspectos da da postura de trump Portanto vamos ver o que é que prevalece aqui se é a disciplina partidária se é este apelo digamos a princípios mais amplos conservadores e até de lealdade à Constituição e à democracia Bruno do Estado Unidos para a Europa vamos até ao Parlamento europeu Victor orban foi fazer o balanço intercalar da presidência europeia da Hungria um balanço que também mereceu reação de Ursula Vl O que é que destacas nas duas declarações bem eh numa presidência da União Europeia nestas presidências rotativas nacionais ess é normal que haja sempre alguma tensão com as as chamadas instituições ou seja com as organizações a comissão em particular a comissão europeia que estão em Bruxelas eh eu por exemplo tive alguma experiência na anterior presidência europeia da da União Europeia eh e eh Nem todas as ideias por exemplo eram bem automaticamente bem recebidas eh eh E apesar disso foi possível por exemplo a Portugal influenciar a agenda e alguns documentos estratégicos na área da Defesa que era aquela que eu que eu acompanhei fosse por exemplo a questão da África ou a questão de da segurança marítima eh mas consegue-se isso conquistando apoio amplo dos outros estados membros ou seja criando coligações amplas de países que estão também interessados nesses temas nessas prioridades e mantendo um diálogo correto com as instituições mesmo que isso não queija não quera dizer aceitar tudo ou ou deixar defender algumas prioridades mais nacionais ora o que orban passou passa o tempo a fazer antes e antes da presidência e depois durante a presidência é insultar atacar governos de outros países europeus e insultar atacar eh as instituições europeias eh inclusive avançou com uma viagem eh sem qualquer tipo de consulta nem acordo com os outros estados membros mas evocando o seu estatuto de Presidente digamos da eh do Conselho da União Europeia eh para ir à China para ir à Rússia assumir posições que realmente não tinham apoio da maioria dos Estados membros e portanto isso levou uma enorme reação eh não só de Bruxelas da burocracia de Bruxelas mas das Tais Nações dos Tais estados nacionais dos Tais governos nacionais que o orban fala tanto e que diz que gosta tanto e que deviam ter o um papel dominante na na União Europeia É é ele que aparentemente não percebe que ser presidente da União Europeia não é ser presidente da Hungria e ou ser primeiro-ministro da Hungria ou de Portugal não portanto é el que exige lá está a criar consensos amplos etc e Portanto acho que foi muito nesse sentido que foi o discurso também da da presidente da Comissão mas que foi particularmente brilhante diria eu e terminava com esse aspeto e Convido os os ouvintes a ouvir quando falou da questão da da posição em relação à Ucrânia eh que é talvez das posições mais controvérsias da controversas da Hungria orban ou seja ustel V Perguntou mas é como é que é possível e eh acusar o país invadido culpar o país invadido e agredido pela pela invasão e não o país invasor como é que é possível achar que a culpa disto é a vontade de liberdade e democracia dos ucranianos e de se aproximar do dos países ocidentais e não eh digamos o aqui as ambições imperialistas eh o desejo de poder total por parte de de Putin e terminou perguntando eh se essas pessoas também achavam que a culpa da invasão eh Soviética da Hungria em 1956 era dos húngaros dos húngaros quererem serem livres e depois passou daí para a República Checa etc mas realmente acho que isso é uma uma uma pergunta Central para os muitos putinista que existem pela pela Europa realmente poderem eh poderem responder eh e portanto parece-me que sobretudo isto remete para uma questão central nos tempos atuais que é nós percebemos ou não que estamos num mundo que infelizmente está longe de ser um um mundo de democracias livre e de países Livres temos muitas autocracias eh autocracias cada vez mais fortes mais ricas e mais Armadas inclusive com as tais muito faladas os vias nucleares e para fazer Face a isso as democracias têm de se manter coesas Unidas solidárias têm de se manter fortes inclusive em termos militares eh porque isso é a única forma de evitar eh uma escalada Para uma terceira guerra mundial porque estas autocracias também não são Suicidas eh e e evitar outra coisa que é a no fundo a rendição a submissão das democracias a estes regimes autocráticos altamente agressivos e foi exatamente esse o Ponto Central de do discurso do V derl uhum Bruno viajamos agora até à Ásia falamos aqui e falamos bem recentemente do novo primeiro-ministro japonês eh e de repente vamos ter novas eleições no país não é foram antecipadas quais é que são aqui os grandes desafios do Japão para este novo ato eleitoral eh ão eleições marcada já para o final do mês de outubro para 27 de outubro eh isso era muito importante para o novo primeiro-ministro no fundo provar eh que é que é realmente Popular ele à partida é bastante mais popular que o que o seu partido Portanto vamos ver se isso depois se confirma nas urnas ele não é assim tão popular no interior do partido portanto é visto um pouco uma figura crítica do do do aparelho etc e portanto precisava deste portanto esse esse é o primeiro ponto porque é que temos eleições e qual é a grande prioridade bem É a prioridade é do primeiro novo primeiro Ministro mostrar que tem aqui peso político próprio autoridade política legitimidade política para poder avançar inclusive com algumas reformas que são vistas como muito eh importantes para dinamizar mais o país eh reduzir problemas de corrupção de excesso de burocracia etc h o o Japão em certo sentido pode ser um pouco o futuro da Europa e até do resto do mundo Ou seja é um país extremamente envelhecido eh isso tem levado não ao empobrecimento mas a uma a uma tendência muito forte est nação eh até porque o Japão também tem enormes restrições à à imigração isso tem evitado por exemplo o crescimento de populismos identitários mas também tem acentuado estes problemas de falta de dinamismo de rigidez no mercado de trabalho etc portanto essas seriam grandes prioridades e depois há internas e depois hás prioridades externas que tem a ver com lidar por exemplo com uma potencial nova presidência de trump Com tudo o que isso tem também de desafios e lidar por exemplo com a questão crucial para todos estes países desta região que é A Ascensão da China uma China muito mais agressiva com disputas territoriais sobretudo marítimas com praticamente todos estes estados inclusive com o Japão e e portanto e essa política no fundo também Regional de contenção da China de conquista de Aliados na região numa região onde o Japão tem uma história também de imperialismo que às vezes cria problemas ainda por exemplo com a Coreia do Sul tudo isso também são claramente grandes prioridades entretanto Bruno o novo primeiro-ministro chiguiro isiba foi à sua primeira simeira internacional da associação de nações do Sudoeste asiático na no Laus Qual é a importância desta simeira ou qual foi neste caso a importância desta simeira bem a azn esta Associação dos países do Sudeste Asiático re 10 países desta região e em breve em princípio também Timor Leste será o novo um novo estado membro H Tendo tendo um dos seus membros também suspensos o myanmar birmânia que falamos aqui na semana passada mas portanto é realmente eh crucial para para esta região do mundo em termos perde um ser um enorme mercado portanto é o é o mercado económico mais integrado da região embora não ao nível da da União Europeia mas é o mais integrado que existe está basta olharem para o mapa e países como a Indonésia As Filipinas H Singapura etc estão ali mesmo controlam no fundo as as grandes vias de circulação marítima entre o extremo oriente entre a China o Japão a Coreia e depois a Índia o Oceano Índico e o resto do mundo eh portanto são realmente estrategicamente muito importantes e não é por acaso que nestas simeira tiveram o primeiro-ministro da China e o presidente da Coreia do Sul e também o primeiro-ministro do do Japão eh as os grandes temas em debate tiveram a ver com a questão do da birmânia e mianmar eh já falamos disso aqui na semana passada portanto não vou estar a insistir nesses pontos portanto é um país que está desestabilizado em guerra civil etc cria problemas para os vizinhos como sempre acontece quando é assim eh também a questão da das disputas territoriais no mar do Sul da China e depois as questões económicas eh de gestão da interdependência entre estes países e vários destes grandes atores da região em particular a China a nesta simeira não houve grandes mudanças a esse nível mas foi interessante em todo caso notar que os comunicados que foram coordenados pela presidência que foi assumida pelo Laos que é a parte do Camboja o país da azen talvez mais próximo da China mais fraco mais pobre e também mais dependente da China foi um comunicado muito mais leve com menos referências críticas por exemplo aos conflitos no mar do Sul da China do que no ano passado quando foi Indonésia a presidir eh também a mesma coisa em relação à Junta Militar birmanesa o Laos o Vietname o Camboja não são também propriamente democracias exemplares eh mas eh mas foi muito interessante por exemplo que nas eh relações com a China nos encontros com a China falou sobretudo de Economia eh e de acesso ao Mercado Chinês que é uma preocupação não só dos países ocidentais mas da generalidade dos países eh acesso em condições iguais justas etc no caso do Japão por exemplo falou-se também de que opação ao nível da segurança marítima portanto há sobretudo para uma série de países como o Vietnam As Filipinas etc que T conflitos marítimos com a China aqui uma parceria cada vez mais importante com com o Japão mas isto sobretudo ilustra também os equilíbrios complicados eh em que esta região tem estado a viver e provavelmente Continuará a viver eh O que é muito claro é que estes países não querem ser forçados a optar por alinhar digamos cegamente ou com a China como a China gostaria ou também mesmo com os Estados Unidos e os seus aliados certo Bruno pronto vamos avançar e vamos pegar nas malas até África era também isso que ia fazer Joe biden pelo menos tinha marcado uma viagem até ao continente de africano H com passagem inclusivamente por exemplo por Angola foi cancelada por causa do furacão Milton e este cancelamento foi bem aceito pelos países africanos Bruno é um cancelamento compreensível podemos dizer bem é já o segundo adiamento portanto e foi a viagem de biden foi Prometida várias vezes acabou por ficar mesmo para o final do mandato em que no fundo ele já não é um presidente que possa tomar grandes decisões eh mas a verdade é que eh a retórica Eleitoral de Donald trump tornava muito difícil dele sair em circunstâncias normais era possível que ele até tivesse acabado por ir enfim depois de ter certificado que as coisas estavam a ser tratadas mas realmente Donald trump apostou nesta ideia de que eh O governo não está a conseguir responder a a a estes desastres ambientais porque está preocupado com ajudar estrangeiros ajudar migrantes ajudar outros países e portanto eh Neste contexto a saída de biden para fazer uma viagem ao exterior seria no fundo uma oferta do ponto de vista dessa retórica e portanto eu acho que Isto mostra um pouco os custos para os Estados Unidos também deste tipo de retórica muito populista eh e em termos de país africanos enfim eu diria por um lado eh a verdade é que Joe biden também ia visitar a Alemanha e portanto o cancelamento não foi apenas da viagem à África foi da viagem toda eh e portanto se calhar isso ajudará a tornar a coisa um pouco mais compreensível mas acho que provavelmente também eh alimentará n alguns casos comentários no sentido de dizer isto confirma que a África não é a principal prioridade está longe de ser a principal prioridade para o presidente do dos Estados Unidos Bruno temos Apenas mais 2is minutos e vamos continuamos em África voltamos aqui a um tema pelo qual já passamos as eleições em Moçambique a contagem dos votos está em curso mas já houve denúncias de alguma algumas irregularidades e os observadores estão preocupados com aparente falta de condições em algumas mesas de voto podemos dizer que estas eleições correram bem e já em termos também de política externa estas eleições em Moçambique podem mudar alguma coisa bem muito brevemente porque vamos voltar certamente ao tema claramente Quando tivermos os resultados certificados no fundo aí a certeza de quem será o vencedor eh eu diria as eleições não correram relativamente bem houve alguns casos eh sobretudo uma manifestação num bairro de Maputo onde uma mesa de voto foi fada foi fechada ainda havia gente a querer fotar etc mas de um modo geral terá corrido bem a questão agora é sobretudo do apuramento do escrutínio e sobretudo e também de um candidato Venâncio melan que já falamos aqui um candidato mais populista que já se declarou vencedor diz que tem uma um um escrutínio paralelo há muita desconfiança realmente entre a população de que o escrutínio controlado no fundo pelo Estado que é controlado desde a independência pela frel liim portanto por um dos partidos que se calhar não é exatamente 100% honesto e portanto ele no no fundo está a usar isso para dizer fui eu que Venci e sou eu já sou eu o presidente não é o presidente legítimo e portanto isso realmente queria aqui o temor de que haja e violência de que haja manifestações de violência dos protestos violentos Como já aconteceu n outros países africanos e Veremos se isso acontece esperemos que não que não aconteça e seja quem for o novo presidente e apesar de tudo eu continuo a considerar que provavelmente será e o candidato afé limo Daniel chiab realmente a questão é mesmo com o novo presidente a margem de manobra para moabi mudar radicalmente da sua política externa em termos de grandes parceiros regionais ou até globais não é muito grande até porque o país já aposta muito numa política de diversificação de relações num certo equilibrismo eh portanto veremos mas mas sobretudo teremos de continuar a acompanhar como é que decorre o escrutínio e os e e a contestação ou não do resultado uhum Bruno muito muito rapidamente vamos a como habitual a a recomendação desta semana fechamos chos cinco continentes com uma recomendação tua hoje vamos às sri eh O que é que vamos escolher neste caso uma série da Netflix não é sobre Donald trump sim uma série em quatro episódios para quem não estiver já cansado de Donald trump Mas podem escolher os episódios que interessarem mais mas realmente quatro episódios que acompanham a sua vida desde o início eu acho que realmente é uma série muito bem feita com imensos testemunhos com muitas declarações de Donald trump bastante antigas inclusive e eu acho que ajudam bastante bem a a a perceber ou se calhar a recordar quem é que é Donald trump no fundo um empresário do imobiliar de Manhattan que é Como dizia um amigo aqui americano novaiorquino eh eh é um são empresários que estão habituados a passar a vida em Tribunal não é portanto nunca passar um dia da sua vida sem estar em conflito judicial portanto um estilo também de política muito muito litigioso vamos dizer assim e e depois também a dimensão de enfim de como é que ele começa a preparar e como é que acaba por avançar com a candidatura para a Casa Branca portanto e o trump um sonho americano é o título da série da da Netflix que eu recomendo e hoje sendo sábado Ainda há Tempo durante o fim de semana para pôr esta exatamente fazer uminho Bing watching Isso mesmo Bruno Cardoso Reis Muito obrigado Voltamos no próximo sábado e já sabe pode enviar as suas perguntas sobre história ou geopolítica internacional para o Bruno através do e-mail @ observador.pt Bruno obrigado mais uma vez e até à semana até a próxima semana um abraço n
4 comentários
Trump que venha limpar Europe
Fazer campanha pela Kamala em Portugal não vai mudar o destino desta eleição. Trump vai vencer fácilmente, as sondagens e os media mentem
Sempre a mesma conversa!
Que disparate ! Talvez seja mesmo a salvação da Europa…