🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
[Música] Olá Daniel deado obrigado por ter aceitado o meu convite obrigado Ricardo Daniel o tu tu tu já fizeste pelo menos que eu saiba já fizeste um bocadinho de tudo no mundo do jornalismo assim eu que eu me lembro andaste pelo público fostes fundador do inimigo público Se não me engano foste administradora da RTP já fizeste programas humorísticos Algum deles alguns eles até com muita piada e muito inovadores já fizeste do comentários muito muito sérios e a minha questão é Portugal é um país é um país a sério de brincadeira Olha eu não fui administrador da RTP felizmente fui só diretor de programas o que já era por si só uma coisa absente já transcendente mas enfim h eu acho que nós estamos todos a viver esta fase muito zangada com Portugal porque não temos a noção de que toda a gente está zangada em todo lado e portanto o nosso zangado o nosso a nossa zanga com o país resulta de nós não conseguirmos ouvir o que se passa à nossa volta se nós tivéssemos se nós fôssemos estivéssemos na Bélgica onde meio país está zangado com outro meio os holandeses aos tios com a Extrema direita os franceses a incendiar o que há por ali a Alemanha naquela forma eh eh poucos poucos poucas centenas ou poucos milhares de quilmetros uma guerra na Europa bom nós nós estava nós com a nossa com a nossa capacidade de nos zangar estávamos a explodir portanto neste momento estamos apenas zangados um bocadinho zangados connosco eh e eu acho que essa zanga resulta de uma outra coisa eh e que não tem a ver só com Portugal é que há na base disto tudo um grande problema a acontecer no mundo inteiro e que não vai acabar bem que é desigualdade e portanto os portugueses estão é cada vez mais zangados com a desigualdade e a desigualdade é galopante eh a economia digital tem essa vantagem de trazer conhecimento e desvantagem de partilhar mal e portanto nós temos cada vez mais gente com menos dinheiro e cada vez menos gente com mais dinheiro e como esse dinheiro tá empacotado não vai para a economia real e anda a transferir-se entre estruturas financeiras que não resultam diretamente em produtividade de trabalho e e salários hah nós vamos acabar mal Ó Daniel tu falaste uma coisa que é assim da questão da desigualdade e e há e há duas maneiras de olhar para isso é assim quando nós olhamos para a evolução do mundo nós vemos que cada vez há menos gente por exemplo em pobreza absoluta em pobreza etc por outro lado também temos isso para mim é claríssimo há uma muito maior perceção da desigualdade ou seja isso tem a ver muito com a parte digital ou seja toda a gente tem acesso a tudo e portanto e e há até estudos que dizem ISO ou seja mais do que o do que o que a pobreza absoluta é pobreza relativa Isto é quando tu sentes que estás não estás tão bem como aos outros ou achas que não estás tão bem como aos outros e não é só em caso de pobreza é mesmo em caso de pessoas que até têm uma vida relamente bo olha há há há um dado absolutamente extraordinário que no ano passado tive fazer um documentário sobre habitação e há um indicador inglês que os economistas estudam que é o indicador das pessoas que têm propriedades mas não TM dinheiro ou seja e aquilo que nós estamos a ver em Portugal e nos outros sítios não é o problema da pobreza em si estar a aumentar é o problema da da da sociedade estar a ficar menos estratificada e mais esmagada do Meio para baixo os fenómenos em Portugal por exemplo o cha o chga não é um país de pobres não é um partido de pobres é um é um é um partido de gente que olha para os pobres e vê os pobres a ter mais apoios do que eles que trabalham porque tu Consegues ter mais rendimento líquido às vezes não trabalhando ou eh do que se tiveres a trabalhar e foi isto que criou eh um partido inteiro hh a quantidade de impostos que precisas para ter a sociedade funcionári e por fora Portanto o que eu o que eu quero dizer juntamente com o que disse ao início é outra coisa que é tu com a economia digital estás a concentrar O riqueza a riqueza na sociedade do conhecimento e a sociedade do conhecimento é muito desigual porque há cada vez mais conhecimento mas o conhecimento hiper valorizado está num reduto muito específico hh que são os os os billionaires e portanto a economia portuguesa é ela própria à escala do mundo um uma uma uma economia dos dos remediados dos remediados para baixo nós somos aqueles que estamos completamente disponíveis para fornecer mão deobra mas não estamos a recadar riqueza nada em Portugal já é português relevante h e estamos a receber as Migalhas da economia que nos vem cá ter que vem cá ter mas o o grande bolo de dinheiro que circula neste momento no mundo está ligado às estruturas digitais está a ser arrecadado para fundo para para centros de de de incorporação de financeiros onde nós não compreendemos onde é que ele está a ficar e como é que ele redunda como é que ele resulta em rendimento para os trabalhadores para para os chamados Operários do conhecimento e ó danel e quando nós uma das coisas que eu assisto com alguma preocupação não pelos próprios porque acho que estão a tem oportunidades que até outra Ger que Outra Geração não temo que é muitos dos jovens portugueses que fazem parte dessa economia do conhecimento e portanto são bem preparados muitíssimo bem preparados tiveram Bons estudos estão habituados a viajar conhecem o mundo e e portanto o que estão a fazer é estão aí para outros país onde T oportunidades onde o mérito deles é recompensado onde sentem que a vida melhora o que é bom né quando Olhas para este lado eu acho isso bom é bom quando aquele alguns desses jovens que vão voltar vão voltar com conhecimentos com Network com com negócios com a Inovação o que for mas por outro lado aquilo que nós sentimos é dos que ficam e os que fic é um país que mais empobrecido sem taxa de natalidade com Ou seja é quase como se Portugal estivesse a partir em dois países de uma forma em que os mais os melhor preparados estão a ir e a vida vai lhes correr melhor e felizmente que assim é mas o resto do país parece que vai é quase aquela ideia do salário mínimo que aumenta e o médio a aproximar-se e daqui a pouco estamos todos mais pobres certo há uma medida muito engraçada não sei se vocês na na na economia dos grandes números notam isso quando do governo anterior fez est uma medida que este governo continuou que era eh o governo apoiava quando tu contratava Estagiários portanto pessoas que acabavam estágios e o salário base para essas pessoas era 1385 € é superior ao que depois elas têm e portanto isso obriga-se nas empresas a subir os salários médios de uma forma impressionante juntas a isso a inflação e Das duas uma ou as empresas arrecadam valor ou rebentam ah a PME média não é a normal h O que é que fazes se não vais por aí também não não tens novos recursos e não tens recursos humanos qualificados então nós estamos aqui todos no meio da ponte em em perceber se nós conseguimos uma Economia mais qualificada e para ser mais qualificada tem que ser mais internacionalizada e para ser mais internacionalizada tem que ter atores internacionalização H capazes ou não Ou não somos ou não ou não ou não ou não damos o salto eu dou-te este exemplo contra mim eu acabei de fazer o o documentário é ruína do Be vai ser transmitido na segunda-feira segunda à quinta na na rtp3 e quando parti para isto parti na esperança de que isto pesse ser também internacional porque a história é fortíssima Internacional e no entanto até este momento eu não consegui com uma empresa que PME que é eh furar o mercado internacional porque eu para ser uma PME capaz de furar o mercado internacional precisava de ter quase uma equipa uma pessoa ou duas para o mercado internacional Ora nós somos 10 12 nós não temos estrutura para ter dois salários para só para a internacionalização e portanto este exemplo até pode ser o produto não sei se eu consigo revender agora depois transmitido com valor vou associar uma RTP tentar ver se esse se se o produto consegue ser internacional mas eu já perdi o grosso de valor pela minha falta por eu não estar no centro do sítio onde se onde se decide e onde é que se decido decido sem badri mas é preciso estar já instalado digamos do ponto de vista do conheci da da da da estrutura de empresa e de marca lá mas decide-se muito em Londres ou decide-se muito na América como é que nós damos o salto nos nossos nas nossas pmes para fazer essa mudança que faz com que os pequenos de que esta nova geração traga melhores salários e que as pessoas tenham salários médios mais elevados é verdadeiramente o ponto crítico em que nós estamos na economia por isso é que as empresas internacionais vêm para cá aproveitando salários médios ainda baixos e a nossa salvação são as empresas internacionais virem para cá a trabalhar connosco porque nós enquanto massa a económica temos alguns setores que estão a conseguir fazer furar isso mas as notícias são sempre dos dos extraordinários não é eu passei a minha vida a fazer notícias sobre gente extraordinária o grosso Plutão está a gemer ó danel já reparaste que nós estamos num país em que isso é é claríssimo É verdade e é verdade há muito tempo há tempo demais até na minha opinião e temos todo uma estrutura financeira de impostos de leis que é contra as grandes empresas e mesmo até em termos públicos ou seja a grande empresa é vista como ou seja as empresas portuguesas quase que são são levadas a não crescer e portanto há há uma cultura da PME uma PME se tu vês isso tu vais a uma empresa média grande ou grande paga salários muito melhores do que uma empresa muito pequenina Porque tem uma capacidade de estar em mercados como estás agora a dizer imagina que a tua empresa tinha não 12 mas 50 pessoas fazias o mesmo produto e se calhar o produto era vendido 100 vezes mais caro do que o que tuis o mesmo produto não é Ou seja o mesmo custo de produção pouco mais com a parte de de de de distribuição internacional mas tinhas uma margem brutal e mas há toda uma cultura em Portugal e eu eu com tristeza a vejo vejo que não conseguimos sair disto em que parece que é a cultura do Pequenino que é o pequenino é que é bom a empresa pequenina se a empresa cresce levas com impostos em cima se a empresa cresce é és o capitalista de não sei de quê portanto há aqui eu não acho eu não acho que as PMs sejam acarinhadas por por por uma sensação de paternidade ou ou de de serem bem quistas elas são Não sei acho que até nem são acarinhadas mas não não acarinhadas também não era isso que eu queria dizer se calar expliquei Maio mal são são menos desvalorizadas que as grandes pela simples razão política de que são muitas e portanto eh quando tu tens que mexer no decídio económico quando pensas vais afetar esta gente toda pensas duas vezes nas grandes como elas não têm voz política porque são melhor Elas têm toda a voz política que querem quando pagam para terem lobb o lobbing o lobbing querem mas eh quando quando tu afetas uma grande empresa do ponto de vista eleitoral Não afetas tanta gente não afetas tantos votos agora eu eu eu não sei se em Portugal existe uma política contra as grandes empresas porque eh O que é que tu chamas grandes empresas em Portugal mas eu não ó gel deixa-me só reformular porque Posso explicar mal não é política quant grandes empresas é política quanto ao crescimento das empresas que é uma coisa diferente ou seja tu passares de micro para pequena de pequena para para média de média para grande se uma empresa muito grande chegar aqui provavelmente até tem uma facilidade muito grande já é multinacional já é muito grande agora quando tu és pequeno e em que e em que queres crescer e em que precisas de crescer há uma dificuldade grande e há quase uma cultura do pequeno do pequeno é que tá bem eu e nós até M uma altura que era muito o small e Beauty falou que assim que eu nunca achei muita piada porque acho que se tu não cresces perdes não Consegues investir não Consegues fazer marketing não Consegues distribuir não Consegues internacionalizar e portanto tens uma dificuldade tremenda para conseguir capturar valor É nesse sentido que eu digo não é contra o contra a grande discorda aí discorda aí porque eu não cresço por não ter não é por não ter nenhum impedimento eu não não não consigo crescer Ah porque eu embora quisesse ser melhor empresário verdadeiramente sou um Jornalista que tem uma empresa e isso acontece em muitos setores São pessoas que têm um noow do negócio mas não têm e uma estrutura para para para alavancarem a empresa a serem uma outra coisa e portanto Como é o artesanato e eu no fundo os meus documentários são artesanato eh e pronto a gente pode gostar disto ou daquilo o cinema português é artesanato o audiovisual a Portugal português não existe porque é artesanato nós não temos escala só temos escala nas novelas Hum E E então H nós eu não creso mais não é por não haver impedimentos é por não haver dinheiro o mercado se o mercado português me desse se fosse o tamanho de Espanha que é quatro vezes e meio o nosso nossa população e quase 50% mais rendimento não digo mais 50% mas talvez um terço nós estamos a falar do mercado seis vezes maior eu tinha uma capacidade de vender as minhas coisas com uma um potencial do triplo ou do quádruplo do preço ou cinco vezes mais talvez tivesse mais concorrência e talvez não fosse bem sucedido Não sei não sei se sou bem sucedido Não é esse o caso mas o ponto aqui é eh eu teria mais escala nós estamos Olha a volta não H um único banco português tirando a caixa Quais são as empresas portuguesas que existem hoje tirando S jón Martins a a brisa muitos deles alguns de negócios que são a brisa tá montada em cima de um negócio de monopólio não é tu não podes optar pel Estado ao lado ah a EDP foi incumbent já chinês a ren não é Nossa portanto Onde é que estão os negócios portugueses nós nós nós estamos completamente esmagados por um por um problema de escala perdemos o dinheiro que tínhamos durante a geração de 90 e durante a década de 90 e e a primeira e esta estas primeiras duas décadas do Século XX o estouro do bez é o exemplo do como nós não conseguimos ter nada português com escala quando o be rebentou já não havia bancos portugueses eles rebentam porque tentam manter aquilo na Esfera da família e para isso inventaram fizeram tantas e tantas que aquilo com o liman Brothers e com a e com Portugal em rating lixo eh sau fora do controle do Ricardo salgado Ah para além de todos os outros problemas legais Hum e portanto este problema Hã eu ao fazer o documentário eu tenho 50 e vou fazer 56 anos embora seja contemporâneo do 25 de Abril eu próprio se calhar voltei a reviver e mais por dentro o problema onde é que está o problema da falta de escala da falta de dinheiro da economia portuguesa as nacionalizações do 25 de Abril se a família espírito santo não perde o banco que tinha 25% naquela altura para a nacionalização rec comprando 10 anos depois por 1700 milhões de euros uma coisa que tinha 99% de de da de cota de mercado nós não teríamos tido be a falir e portanto Nós perdemos os grandes grupos empresariais e achamos que isto se faz assim e que tivemos o que nos aconteceu foi que à nossa escala nós fizemos uma uma vaga de sucesso que nem tinha nós nem tínhamos ideia da da microescala que para nós era este grande sucesso para nós a Sonia era enorme o amorinho era enorme e isto e era isto era muito pouca a beira dos meles ou da ou da al naava ou do champol lim do do da década de 70 mas sobretudo era um micro ao nível europeu e nós não nós foi ali que fraturamos ganhamos a democracia mas talvez não talvez se isto tinha corrido um bocadinho melhor e não tinha havido as nacionalizações eh talvez a economia tivesse tido capacidade de crescer sem ter partido e como se partiu na na sua capacidade de manter os negócios a alavancagem e o capital nós estamos a viver essa depal poração do Capital quando houve as privatizações já para terminar este Capítulo vendeste tu BS aos Espírito Santos vendeste O Tota ao champol limau vendeste o o fona de brn pequenos grupos vê lá onde é que estão o champol fosse logo embora de vendeu isto ao Santander ele percebeu logo imediatamente que isto não ia não ia dar ele não ia mandar o Jardim Gonçalves faz um banco à custa de micro poderes distribuídos para ele mandar e agora o banco é entre chinês e espanhol já não é português portanto tu não tens a economia Portuguesa e como não tens escala vives neste dilema ah queremos pagar melhores salários ah queremos internacionalizar mas com que dinheiro com que suporte com que mundo não diz aí tu estás aí não vamos por aqui porque diá muito tempo mas ainda há pouco tempo houvi um houvi um programa já não me lembro onde que era sobre a cuf sobre o grupo o grupo que era a importância grupo Mel a importância que ele tinha o o peso que tinha no pi português àquela altura clar que que mesmo a nível internacional não seria um grupo incrível mas H mas era um grupo incrível lá à nossa escala e que hoje não temos um grupo com essa dimensão eln sim sim sim sim sim coisa impressionante Sem dúvida complexo químico todo do champol Limão por aí fora os cimento Sem dúvida Sem dúvida onde é que foi parar a simpor ninguém sabes tu sabes onde é que está a simpor eu já nem me lembrava que a simpor já tinha ido para Os turcos já andava pá foi a desgraça sei que no outro dia por acaso li mas já não te sei dizer sei que já deu não sei quantas voltas já nem sei onde é que está atualmente mas ainda há pouco tempo li sobre isso que é as voltas que deu e onde e e por onde uma coisa sabes Quais são os dois maiores grupos do ponto Vista estrutural tirando os da distribuição Jerónimo Martins e e continente Quais são os dois grupos verdadeiramente estruturais do ponto de vista Industrial que marcam a economia Portuguesa hoje em dia é o papel e a Madeira que é o quê é floresta por quê Porque colamos o e o pessoal acha estranho que isto arda incontrolavelmente como é que não há de arder se nós fizemos da do país a única coisa que tínhamos para fazer era foi plantar material combustível porque na verdade é aquilo que nos sobra Ó Daniel Mas vamos falar de outras coisas para que senão vamos ficar deprimidos ficar deprimidos o nós nós não podemos continuar a morrer Queimados vamos falar de uma coisa de uma coisa Alegre que é que é que é não é eu tenho eu tenho uma irritação que anda à volta dos Aviões mas não é dessa que eu vou falar porque também tem a ver com Aviões tem a ver não com atap que é uma das minhas irritações inhas mas não vou por aí mas é outra que é o famoso Aeroporto de Lisboa que há 50 anos que já deve ser custado para três aeroportos E cada vez que se pensa é pelo menos na minha perspectiva vem-me sempre aí uma uma megalomania qualquer que eu nunca percebo muito bem e a e a minha questão é como tu sei que tens andado ao longo destes anos um bocadinho a estudar o tema e também nestas coisas e agora falando sério acho que também é importante que muitas vezes nós temos um conhecimento eu falo também por mim não é temos o conhecimento das coisas porque lemos lemos nos jornais lemos um conjunto de coisas e tu pelo menos acho que já te fizeste um bocadinho mais de investigação do que eu do que as minhas leituras como é que tu Olhas para este processo eu H vou tentar resumir isto em 3 minutos de forma a que tu e quem nos ouvir possa ter uma ideia sobre porque é que me horroriza tanto ao crocheto nós precisamos de melhorar o Aeroporto de Lisboa indiscutivelmente O que é que Devíamos fazer uma estrutura que não nos levasse o dinheiro todo porque aquele aeroporto ali é estratégico podemos tirar ou não tirar eu acho que a solução para o Aeroporto de Lisboa saiamos do achismo é mais é mais do que evidente que a solução para o Aeroporto de Lisboa era diminuir as horas de de de tráfego e a frequência se o aeroporto começasse a funcionar apenas às 7 da manhã e não às 5 e acabasse às 22 e não Às 24 e por aí fora a vida dos lisboetas era diferente se em vez de 38 vo por hora que querem levar até 50 fossem apenas 25 fossem estratégicos não fossem os low cost e nós arranjassem um aeroporto intermédio para atirar estas coisas para outro lado nós ganharíamos imenso porquê Porque poderíamos ter um aeroporto mais pequeno mais focado para as low cost ou até para os grandes voos intercontinentais e deixávamos isto aqui para as para para o médio Turismo para aquilo que se chamam as pequenas escapadas na Portela e tinhas um Intercontinental eu defendia que pudesse ser ou monterreal ou Beja porque não havia soluções Quando apareceram os malucos de Santarém pá eu achei que aquilo era um eureca que era tu tinhas aeroporto junto a linha do Comboio a meio hora de Lisboa e resolv este o problema todo sem destruir de alcochete que é um campo de tiro vais Vais e construir no aeroporto em cima da maior reserva de água da Península Ibérica vais arrancar 250.000 sobreiros vais fazer Porto mais caro de todos porque queres gastar 8.000 milhões incluindo tens que fazer uma ponte 100 Km de via dedicada para Daros a volta com o o o tgv a ter que ir do porto de Lisboa vai ter que fazer uma variante pelo sul provavelmente para ir ao aeroporto primeiro antes ir para Lisboa ou Há de haver aqui um bypass E tens que fazer de vez em quando Uns vão para o aeroporto e outros não vão e são 100 Km via dedicada de comboio para levar um aeroporto A Sítio nenhum Onde Não Mora Ninguém onde eles querem que mor obviamente vai-se construir uma grande cidade por ali Hã mas que na verdade nos vai empurrar para uma obra que vai demorar 20 anos construída sobre a água que vai ser caríssima com o pior impacto ambiental de todos e em aquel cochete que não é o Freeport não é ali é quase já em bonavento portanto a diferença entre 57 Km para o aeroporto Ou 85 para Santarém é ridículo de ponte Vista Ferroviário porque num estás a falar de uma deslocação de 26 minutos e noutra de 32 sendo que um está totalmente construído em termos Ferroviários e a outra tens que fazer tudo de raizz a pergunta é depois eh obviamente Ana não pode pagar um aeroporto de 8000 milhões mesmo que a estrutura seja seis e os acessos dois que são pagos pelo Estado a diferença entre ser um aeroporto de 6000 milhões vai ter que ser pago pelo Estado em grande parte ou ser um aeroporto de 1000 milhões como era Santarém totalmente pago pelo concessionário que são taxas somos sempre nós a pagar mas é diferente pagar taxas para cobrir 1000 milhões ou para pagar 3000 milhões ou quatro ou c ou seis Fora as derrapagens e portanto é nesta loucura que nos estamos a meter para supostamente 10 anos que vão ser 15 que vão ser 20 para fazer um aeroporto ali onde 90% da população que usa o aeroporto está a Norte do Rio tej e não a Sul onde a sul do Rio tej acabam por ficar três aeroportos ve a c e poucos quilómetros paro e ao cochete não dá não dá para perceber mas ok foi este Lobby que ganhou mas aí como eu te dizia por algum motivo também te dizia que isto é uma das minhas irritações porque eu também não consigo perceber e já e Já sabes qual é a minha esperança e não estou a brincar a minha esperança é que nunca se venha a fazer seja a minha esperança é que mais uma vez Isto vai custar mais uns milhões e uns milhões grandes mas que não se vha a fazer porque eu acho que se fizer é é dramático Ricardo um outro dado que é muito importante e que não entra na equação os aviões vão ser mais limpos e com menos ruído portanto a portela não tinha que ser obsoleta porque dentro de o aeroporto vai demorar 20 anos daqui 20 anos já Airbus está a vender aviões elétricos e a hidrogénio claro que tens todo o parque está lado obviamente vai demorar mas a portela é um aeroporto absolutamente extraordinário do ponto de vista estratégico para Lisboa para para turismo negócios e para as pessoas e e vaos obrigar toda a gente a deslocar-se a Pegada Ecológica disto é inacreditável parece que vivemos num mundo onde isto não conta para nada que é à segunda-feira achamos que alterações climáticas à quarta à terça não achamos à quarta achamos à quinta a água é importante à sexta já não é importante vamos levar toda a gente a fazer este P este pêndulo para 50 km para um aeroporto mais de 50 km para um aeroporto que foi artificialmente construído longe para resolver um problema da cidade quando a cidade ia ia ser capaz de interagir com um aeroporto de Nova de Nova vaga em termos tecnológicos estamos de acordo aí ó Daniel agora falando de uma de uma até e agora e agora mesmo seriamente sobre a parte positiva que Portugal Tem E tu tens ao longo da tua vida eu vou assistindo a muitas Dos comentários que fazes E tens feito muitas coisas em que no fundo andas por aquilo que as pessoas foram dizer o Portugal real não é de todos os motivos vais para várias várias camadas sociais vários tipos de e o que é que o que é Que nestes anos todos que tu já fizeste tanto documentário tanto programa O que é que o que é que nós temos de de Bonito Neste País O que é que não estou a falar daquelas coisas óbvias não é que é a natureza que é a gastronomia não não das pessoas das pessoas do eu acho que os portugueses TM uma uma humildade extraordinária que tornou o turismo um sucesso hh o fator o fator mais distintivo da economia Portuguesa hoje em dia é a capacidade das pessoas receberem bem e falarem em inglês isto parece de coisa de mordono em certo sentido o país é mas nós não nos sentimos assim nós sentimos-nos iguais portanto gostamos de viajar e ser bem tratados Quando vamos lá fora eu acho que isto é é é pá é maravilhoso ver isto o nós estamos a salvar a nós mesmos porque o seg da da padaria vende mais pães se tiver cá turistas e portanto eu não sou contra o turismo acho é que nós temos que ser ser capazes de mitigar um bocadinho a nossa capacidade de hh organizar para onde é que os queremos pá porque tu fiste na discussão do aeroporto eles acham que querem mais 10.000 10 milhões de turistas em lisb já não cabem os que lá são agora os esses turistas não não vêm todos em dezembro que é quando há vagas também querem vir em agosto ou em maio hã nós nós não estragamos o suficiente o país para eh acabar com com isto nós Ainda temos uma agricultura e uma alimentação extraordinária por isso é que eu sou contra o lítio não sou contra tudo que é afetar a natureza eu o problema do lítio eh entrar doos Montes é que aquilo é uma paisagem qualificada em termos de agricultura é o respeito das pessoas que lá vivem e nós para usarmos lítio lá a entrar dos Montes ao contrário do que se faz na China ou se faz na Bolívia que é o lítio é o sal e as baterias também vão ser a sal nós entrar dos Montes porque cada tonelada de montanha aproveitamos 10% de lítio o drag não não quer saber disto a Malta do dinheiro não quer saber disto mas nós para aproveitarmos 10% do lí criamos 90% de escombreiras que de ficar ali a derramar para para as águas do Jerez h de infinito pronto mas este é o nosso lixo é é é para aqui uma vez estava a falar com uma pessoa muito importante em Bruxelas que me disse assim vocês têm que fazer tudo para não ser o Congo belga falado mais alto nível da comissão europeia vocês têm que fazer tudo para não ser o Congo belga O que é que nós estamos a fazer estamos a fazer tudo para ser o Congo belga hah e portanto se nos se nos tiram a paisagem e as pessoas e nos Ramos todos e também nos Ramos quantra ao turismo nós ficamos um país muito coxo eh eu eu eu fui diretor da ideias de negócio entre 98 e 2001 e quando olho para aquelas capas e vi quanta gente eu nós pusemos na capa de empreendedores coisas fantásticas assim quantas quantas falharam pá é impressionante sobrou a Critical software e pouco mais h e portanto eu acho que é uma geração absolutamente nós nós estamos a viver a geração Uma Geração completamente perdida o zinal era um gajo brilhante o mxi era um tipo brilhante independentemente Depois subjetivamente tem imensas coisas contra o mxi o as coisas contra a natureza que ele fez na com EDP enfim pá mas tínhamos uma geração de gajos brilhant fimos como gestores onde é que eles estão nós perdemos uns atrás dos outros atrás dos outros atrás dos outros agora esta nova geração pode eventualmente ir para fora e voltar e reconstruir Portugal devagar a partir do digital porque do ponto de vista dos negócios em si pá ttil tá mal o calçado eu eu tenho muito medo do que é que vai acontecer ao calçado porque o o o calçado de couro já tem alguma alguma alguma alguma pegada contra ele pro uso dos animais Mas nem é só isso é a ergonomia do Calçado de couro está a perder para o para o sapato prático as pessoas não hoje não querem problemas nos pés tudo em cada as pessoas calçam usam calçado com Sola de borracha portanto eu vejo com grande preocupação o calçado vejo com grande preocupação A téxtil H A metal a Metalúrgica e a metalomecânica está está a fazer muito bem é um cluster que veio com seu Pelota a Europa e espalhou-se depois para para os equipamentos para para as máquinas e é um é um segmento extraordinário pá e tenho uma tenho uma enorme tristeza que nós sejamos uma fábrica de papel eh em em ponto gigante porque estamos condenados a exportar bombeiros mortos o negócio pressupõe uma percentagem de risco para gaj para os bombeiros morrerem não é possível tu teres dezenas e dezenas e dezenas de hectares seguidos não paras o fogo o fogo não se para com água sei se as pessoas já já já Já pensaram que o fogo não se para com a água há pouco tempo ti uma conferência sobre grandes especialistas nisto ó pá o fogo só se para com o fogo tens que fazer contrafogo de resto só só estás a molhar para abrandar para ver se aquilo chegar ali a um sítio qualquer e abranda um bocadinho não tu não apagas aquelas extensões de fogo que vêm por fora e nós como país não podemos ser esta beirinha litoral e abandonar tudo tudo o resto ao acaso senão qualquer dia não comemos e portanto nós temos que salvar o território temos que salvar as pessoas a partir de uma ideia nós temos de ganhar algum espaço para que conviva entre o turismo a natureza que foi o que nos restou agora Se quisermos uma Quimera de voltar a ser um grande país Industrial com lítio com o papel e e com uma floresta completamente combustível nós vamos deixar arder Tudo O Que Resta estás Daniel está a terminar e e eu e todos eu acho há bocadinho dizias todos nós portugueses se calhar no mundo todo temos irritações não é portanto nós irritamos às vezes fortemente mas eu não eu eu eu tento sempre naquele momento em que me passa a irritação de tentar pensar e uma coisa que eu tenho esperança tenho esperança mesmo verdadeira Espero espero não me enganar e tem a ver com aquilo que um bocadinho dizias que é com uma nova geração que é uma geração que eu acho que é muito melhor é melhor porque teve melhores oportunidades também não é porque sejam nasceram melhores que nós mas tiveram melhores oportunidades que foram dadas pela nossa geração que muitas vezes fizemos sacrifícios para que eles as estivessem Mas hoje tem uma tem uma tem capacidade conhece o mundo tem uma maior preocupação pela pelo equilíbrio da vida profissional e pessoal tem uma maior preocupação com a natureza e eu tenho tenho uma uma verdadeira esperança que muita dessa geração que foi que está a ir que volta e volta porquê por aquilo que H bocadinho dizias que eu também concordo que é esta verdadeira capacidade que os portugueses têm de bem-estar de bem receber e e tu te sentires bem e Eu já viajei por muitos países e e não é fácil encontrar isto n outros países Tu vês muitas vezes serviço que foi treinado mas não vês esta capacidade Portuguesa de bem receber que muitas vezes não tem treino não tem formação é é é quase natural ou seja que as pessoas sentem-se acolhidas porque verdadeiramente a maior parte dos portugueses gosta de acolher bem o o outro diferente eu tenho esperança nisso É assim nós temos que ter esperança temos que ser positivos temos que ter esperança portanto tenho mesmo esperança tenho pena da nossa geração acho que a nossa geração fez muito mal ou Nossa todo todos nós eu tu todos os que por muito que não fomos capazes uns porque não puderam outros porque não foram capazes outros porque não souberam outros que não quiseram cada um à sua maneira Mas acho que fizemos perdemos muito fizemos algumas conquistas importantes mas acho que perdemos muito e podemos ser um país muitíssimo melhor do que a que somos com aquilo que temos e pá mas tenho esperança que que não que isto isto venha a melhorar com esta mistura entre os a nova geração e outros que vêm do do resto do mundo para aqui também e e e portanto Ó Daniel o tens aqui um minutinho para terminar porque isto eu eu tenho acompanhado a tua carreira e e e as diferentes fases e Portanto acho que aquilo que tu tens tentado fazer hh irreverente de uma forma irreverente e sempre inconformada pelos sitos onde passaste eh também deve ser sublinhada e pá desejo o maior sucesso para para o teu projeto para essa nova fase da tua vida H estamos no porto estamos em Portugal e portanto olha Eh vamos tentar vamos nessa Daniel Muito obrigado um grande abraço [Música]
4 comentários
Oh boy oh boy oh boy… no contexto da UE, na era da digitalização, continuar a achar que o problema de Portugal é a escala é inacreditável. É não ver para além do seu quintal. E é papar aquilo que os incumbentes estão interessados que passe.
Com políticas diferentes podemos ter resultados diferentes.
E não precisamos só de reformas responsáveis, precisamos de cortar com as clientelas e é isso que continua a atrasar o país.
A receita dos incumbentes é esta, criar dificuldades e dar esmolas (em troca de lealdade) para apoiar os coitadinhos dos pequeninos num interminável ciclo de estagnação.
Desburocratização, simplificação fiscal, estabilidade fiscal, impostos menos penalizadores do sucesso e uma justiça celere (em que a desburocratização tem o seu papel, assim como o Estado abdicar de querer meter-se e controlar tudo e mais alguma coisa, claro, pois só assim pode taxar).
Os nossos solos são no geral muito pobres. Não vou dizer que os eucaliptos ocupam actualmente apenas os terrenos mais pobres, mas a verdade é que há locais onde plantar eucaliptos é a única coisa que consegue tirar algum rendimento.
Em muitos locais, a alternativa a ter eucaliptos é ter matos abandonados.
Quando está limpo e bem gerido (e os eucaliptais geridos pelas grandes empresas costumam estar limpos) não tem mato para arder.
Um incêndio não começa num tronco.
O problema é a acumulação de combustível ao nível do solo. Claro que quando um eucaliptal leva com um incêndio já com grande intensidade e que já subiu para as copas, também arde, e sim, sendo resinosa, arde mais, mas o incêndio vem de fora, dos matos abandonados.
Há inúmeras razões para termos matos abandonados, desde os cadastros florestais, à falta de produtividade dos terrenos, sobretudo quando se dilui em múltiplos herdeiros em que tradicionalmente um deles tem o trabalho… e as críticas, pelas migalhas distribuídas a todos e ao fim de algumas gerações já ninguém se presta a isso.
Depois há os excessos burocráticos e os labirintos legislativos que até técnicos das associações florestais têm dificuldade de navegar, e que levam a tremendos custos de contexto.
Junte-se impostos. Taram!
Terrenos abandonados com matos a crescer.
E não a solução não é pensar que o Estado saberá ou terá capacidade de fazer a gestão desses terrenos (para quem esteja a cair na tentação de achar que expropriar é a solução) porque o Estado não é o melhor exemplo na gestão dos terrenos florestais que já detém.
De forma geral, quase todos os problemas se tornam menos graves quando as pessoas têm mais dinheiro no bolso e capacidade (e estímulo) para investir ou cuidar daquilo que é seu. É só preciso deixá-las.
É precido também termos jornalistas mais isentos e informados que abandonem a veia doutrinária e abracem a verdadeira informação.
BS. A desigualdade em si não é nada se houver oportunidades e elevador social a funcionar, e claro, se o nível mais baixo de miséria não for desumano. Mas caramba, se os mais pobres não vivessem mal e pudessem melhorar a sua vida a desigualdade deixava de poder ser usada politicamente. O problema é a falta de oportunidades e continuarmos a empobrecer o país com políticas socialistas que dão migalhas mas não resolvem o problema (nem querem, dizia o Lula), e não devolvem esperança a ninguém, mas que são muito bem sucedidas a alargar a base eleitoral de dependentes e ignorantes. O ciclo vicioso da +pobreza -> +socialismo -> +pobreza é desesperante e é uma das razões para as pessoas estarem zangadas. Uma outra creio ser a sensação que não devemos dizer o que pensamos independentemente de quão disconexa a realidade se está a tornar, e nos sentirmos impotentes perante a constatação que caminhamos para uma versão moderna de escravatura, desta vez a escala mundial sem saber se haverá algum lugar para onde escapar.
Caí aqui por mero acaso… Que belíssimo trabalho este! 👍👍👍❤❤