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[Música] e começa agora mais uma comissão de inquérito das manhãs 360 hoje é nosso convidado o antigo Ministro das Finanças Eduardo catroga bem-vindo bom dia bom dia bom dia muito obrigada por ter aceitado o convite prazer Isto é mais fácil do que fazer orçamentos são cinco perguntas porque cada resposta certa recebe cinco pontos se tiver a nossa ajuda e acertar só recebe dois e se é raro não tem direito a nada vamos a isto vamos a isso vamos lá este fim de semana luí Montenegro surpreendeu com a escolha de Leonor belesa para primeira vice-presidente do PSD Leonor belesa que é também conselheira de estado a pergunta é foi substituir outra mulher [Risadas] quem é é pensar pode pedir ajuda mas é pensar nas mulheres conselheiras de estado também não foram assim tantas conselheiras de estado eh e da mesma área política sim na mesma área política se quiser ajuda eu tenho aqui três opções diga diga Lídia Jorge Assunção Esteves ou Manuela Ferreira Leite a Lídia Jorge foi conselheira de estado hum mas se calar não era assim mas não era não era da da área política a Lídia Jorge Manuel Ferreira Leite Assunção Esteves tem impressão que foi Manel Ferreira Leite muito bem e ssimo sís dois pontos concorda com a escolha de Leonor Bela para número dois do do PSD eu eu eu preferia alguém que que já que ainda não tivesse estado na vida política eh porque o regresso é sempre um de já viu e portanto eu preferia E concordo com a escolha de do no sexo do sexo feminino porque há realmente muitas pessoas vocacionadas para a política e com substância eh com substância e preferia alguma candidata mais jovem exemplo tem assim algum nome em mente alguma candidata mais jovem eh e portanto eu Normalmente quando faço escolhas analiso alternativas e e e escolho em função de determinados critérios e por exemplo eh eu estou a ver a cara dela tresa Morais por exemplo que é uma pessoa com traquejo político com boa formação técnica e e portanto e com um espírito um espírito construtivo portanto Talvez preferisse uma jovem mais jovem do que uma pessoa que já tivesse passado pela política acha que Leonor beleza não vai trazer nada de novo repar as pessoas com a idade sempre trazem algo trazem a experiência acumulada e portanto pode ser pode pode ser um contributo positivo não não digo que não e realmente é uma figura que foi injustiçada na nossa sociedade e que em função disso com em que foi desenvolvida em tempo uma teoria da conspiração que levou ao fim da sua carreira política Mas as coisas na vida são como são as circunstâncias são o que são e portanto ela agora é ressuscitada para a política merece essa ressurreição mas em termos de dinâmica nova preferia que o PSD tivesse escolhido uma pessoa mais mais jovem Mas qual terá sido a intenção de de Luís Montenegro ao escolher Leonor beleza acha que foi essa ideia eh de reparação por assim dizer dessa injustiça sofrida pela anterior min não acho que olhou eu eu devo fazer aqui uma declaração de interesses Hã Eu não sou do PSD sim não é eu Muita honra Muita honra ter participado em no governo de Cavaco Silva mas sou um independente portanto eu não raciocínio em termos partidários raciocínio em termos da minha visão estratégica para o país portanto eu não sei qual quais são os raciocínios puramente partidários que que muitas vezes presidem este tipo de decisões e e há há quem diga que é para lançar linor belesa à presidência da república Ah mas como o as candidaturas são uma decisão individual e ela não costuma dizer hoje uma coisa e amanhã outra e Como já disse que não era candidata excluo essa essa esse essa hipótese muito bem Vamos acordar vamos vamos em frente do dois pontos Eh vamos agora para Vamos agora falar um pouco de Finanças Finanças Públicas o edard catroga foi Ministro das Finanças desde final de 90 de 95 a quant estava a taxa máxima do Iva Quando deixou de ser Ministro Olhe eh quando deixei de ser Ministro eu fiz o orçamento de estado 1995 e criei o Iva social Isto é aumentei a taxa do Iva 16 para 17% consignando a receita do Iva à à Segurança Social no sentido e tua a resposta é e é 17% 17% tá certíssimo entretanto foi criada uma taxa intermédia e a taxa máxima está nos 23% é inevitável nós pagarmos cada vez mais carga fiscal como tem acontecido nas últimas décadas repare é inevitável se a gente olhar para o aumento explosivo da despesa pública corrente e sobretudo a despesa pública corrente primária Eu recordo quando fui Ministro das Finanças a despesa pública estava na casa doos 30 e tal mil milhões de euros quando eu negociei com a do governo José sóc o orçamento 2011 Nessa altura do orçamento 2011 a despesa pública estava na casa dos 70.000 milhões de euros e hoje vai na casa dos 130.000 milhões de euros portanto repare H uma a despesa pública corrente não tem sido a despesa de investimento porque a despesa de investimento público tem caído sobretudo no período da geringonça a despesa P corrente tem um crescimento explosivo E como tem crescimento explosivo tem que ser financiada ou por carga fiscal ou por dívida e como a dívida está no nível excessivo portanto não podemos ter uma carga fiscal moderada sem uma despesa pública moderada hav algum sinal de moderação da despesa neste orçamento de estado que em princípio vai ser aprovado para 2025 repare o o o o orçamento de estado para 2025 faz aumentar a despesa a pública nominal Isto É em termos reais mais a taxa de inflação ao ritmo do crescimento previsível para o PIB nominal Isto é para a riqueza nominal à volta de 4 4,1 42% portanto não vej esse sinal portanto nós precisaríamos num consenso político alargado entre os dois principais partidos da da arquitetura do regime político português eh no sentido de conseguir estabilizar estabilizar a carga fiscal sobre as famílias e sobre as empresas e vê isso possível esse entendimento entre com Os Atuais Líder não vej possível não vej possível porque vêz muita ideologia vez pouca preocupação relativa com a competitividade relativa do país vez discutir assuntos menores em vez de se discutir os assuntos que podem levar o país a atrair mais poupança a atrair mais investimento nacional e estrangeiro no sentimos de aumentarmos a capacidade produtiva do país aumentarmos a riqueza do país e logo em consequência podemos criar empregos mais qualificados um desses caminhos seria a redução mais acentuada do do irc repar a competitividade relativa Depende de um de um complexo conjunto de fatores eh desde a qualidade do do sistema político e das instituições no sentido de criar condições de estabilidade governativa e maiorias estáveis e coerentes primeiro fator o segundo fator da qualidade de todas as políticas públicas e o terceiro fator da qualidade das políticas empresariais Portanto o que o que os estudos evidenciam e a evidência empírica também o mostra é que o a competitividade fiscal é uma variável num complexo conjunto de variáveis portanto nós Se quisermos um programa para a melhoria da produtividade e da competitividade da economia portuguesa temos que atuar so o Pilar político ou institucional temos que atuar sobre o Pilar económico e financeiro todas as variáveis eh da qualidade da despesa pública da qualidade do investimento da qualidade das políticas empresariais da necessidade de atrair investimento e e depois para no âmbito de uma economia de mercado que seja socialmente inclusiva conseguirmos o equilíbrio entre medidas estruturais no Pilar político institucional no Pilar económico e financeiro no Pilar social portanto a comp ade fiscal é uma das variáveis é uma variável importante muito bem em frente vamos vamos passar à Terceira pergunta sete pontos que até está um pouco relacionada com aquilo que estávamos a falar no programa Eleitoral da Ad qual era a previsão de crescimento do PIB para 2025 Olha eu confesso que que fhe o programa não estudei em poronor mas é mas era acima de 2% na medida em que AD apontava tem apontado que o objetivo mínimo deve-se caminhar para 3% em condições externas normais então quero arriscar um um número posso talvez 2.5 por aí Tá certo tá certo muita intuição muita intuição a AD AD foi demasiado otimista nesta previsão para o crescimento do PIB apresentado na campanha eleitoral repar eh o que eu digo é o seguinte quer dizer as previsões económicas não é por acaso que as instituições financeiras internacionais fazem previsões de três em três meses as previsões económicas de curto prazo depende da evolução da conjuntura externa não depende dos governos da depende da da evolução da conjuntura externa eh se que se existe um um ambiente externo que gera mais confiança ou menos confiança mais incerteza ou menos incerteza portanto eu não atribuo grande validade a a a à análise dos desvios porque acredito que no momento em que foram feitas essas previsões e era possível um apontar para um crescimento de 2,5% e às vezes e ao fim de três ou quatro meses eh os pressupostos desse dessa dessa previsão terão teriam que ser alterados seguramente eu compreendo porque estamos num ambiente um ambiente externo com maiores riscos e com maior probabilidade de degradação mas o PS era era mais comedido na nas previsões de de crescimento e essa cautela era mais justificada para analisarmos analisarmos tínhamos que analisar séries longas Isto é as previsões do PS quando era oposição as previsões do PS quando era governo e as previsões do do as previsões do PSD portanto a comparar que é que a comparar os desvios entre entre as previsões No momento um no momento dois de cada um dos partidos como também podemos fazer essa comparação para o banco de Portugal ou para o FMI ou para a comissão europeia portanto essas e esse eh digamos essa essas comparações são sempre difíceis agora que eu acredito é que os analistas eh São sérios e fazem o melhor que é possível mas a economia não é uma ciência certa e as e na na economia só se acerta nas previsões quando acontece a realidade já depois de ter acontecido muito bem seguimos em frente 12 pontos né 12 pontos Eduardo catroga quem foi qual foi o governo eleito a nas urnas mais curto da Democracia eh eleito eleito mais curto da democracia e ou foi foi foi foi digamos não chegou a ser empossado para a assembleia da República eh eu acho que caiu precisamente nesse momento nesse momento foi o governo de nra da Costa não não eh esse nem foi eleito nas urnas Ah tá a falar eleito nas urnas o mar de pitacil também não vamos aqui dar três hipóteses eh o segundo governo do Jé Sócrates aquele de 2009 a 2011 que com quem o Eduardo catroga negociou o orçamento 2011 o primeiro de pinto balsemão ou o segundo governo de Pedro passos coelho agora em 2015 Ah o segundo governo de Pedro passos Coelho certíssimo foi muito curto esse durou 27 dias esse lá está caiu no momento da da aprovação do do progama de governo do progama do programa de governo durou 27 dias ali entre outubro e novembro e passando agora para a atualidade acha que este governo atual da de Luís Montenegro tem condições para fazer toda a legislatura repar esta não rejeição do orçamento de estado para 2025 isto bem a viabilização através da abstenção digamos em função das restrições constitucionais d de acordo com os analistas dá Digamos um Horizonte temporal à volta de 2 anos para este governo portanto no fundo e depois disso temos crise repar Depois desses do anos nós nós enquanto não encontrarmos um sistema que permita que permita estabilidade governativa vamos ter sempre crises e portanto E isto é nós se queremos que o país avance temos que ter políticas estruturais de médio e longo prazo não podemos andar a pensar no curto prazo na Espuma dos Dias e portanto isso também passa pela passa para criação de condições para a estabilidade governativa e essas condições naturalmente não existem no nosso nas nossas regras constitucionais ou no nosso sistema eleitoral portanto enquanto enquanto os políticos não interiorizar por exemplo historicamente se a gente recuar há uns uma vintena de anos atrás os políticos falavam emoções de censura construtivas Isto é para uma um governo uma vez não rejeitado na Assembleia da República só poderia cair se houvesse uma alternativa de uma Mação susura construtiva isto bem eu tenho aqui uma A solução alternativa estável e estável já não digo coerente mas estável portanto essas condições não existem isto aliás é um dos problemas eh das das democracias liberais em muitos países não é só um problema português mas por exemplo não é um problema do Reino Unido que existem eleições por círculos eleitorais em duas voltas e portanto o partido que ganha tem condições de de de de pensar no médio e longo prazo mas não tem impedido por exemplo instabilidade também no Reino Unido sim porque faz parte da a instabilidade é sempre relativa a instabilidade acontece depois no interior de cada partido eh quando se pensa que em função das sondagens O líder está a perder vapor tá a perder força e portanto são lutas intestinas dentro dos partidos mas não são e que podem criar condições podem criar condições de quando em quando para eleições Gerais antecipadas mas um um governo quando está no poder tem condições para desenvolver políticas e este governo tem condições para desenvolver essas políticas reformistas nestes dois anos que ganhou agora não tem porque não tem maioria no Parlamento portanto não tem não portanto este governo vai procurar é aquilo que está a fazer e não é difícil Face a inação é na ação do do do dos governos dos últimos 8 anos demonstrar que é um governo que tem gente competente gente que não depende da política para a sua sobrevivência gente que tem experiência em vários Campos da atividade da na sociedade Portuguesa e portanto vai demonstrar que é um governo fazedor dentro das restrições e dentro das limitações e se não faz mais é porque não tem condições objetivas para fazer mais Portanto vamos a viver numa situação de transição em que é de esperar um governo virado para ação com plano de ação tipo a tipo B Tipo C tipo D para para fazer coisas vamos a ver se são coisas no bom sentido estratégico como espero se mas para criar a imagem na opinião pública e a perceção que é gente capaz e que gente merece confiança e junto os investidores Isto é muito importante para outros depois para outras eleições Não é vamos à última pergun Eduard catroga nos nos 50 anos da Democracia portuguesa quantos primeiros ministros foram também eleitos presidentes da república quantos quantos estou estou-me a lembrar do do Mário Soares Sim foi primeiro-ministro anível cavac Silva a a anível cab Silva E e dois foram dois foram dois às vezes parece que há aqui um corredor de direto no caso de Cavaco Silva nem foi nem foi direto o ex-primeiro-ministro Passos coalho daria também um bom presidente da república o que é que acha olhe e eu acho que Pedro PES coelho é essencialmente o Executivo Hum mas também tem uma grande capacidade de adaptação e tem um grande sentido de estado portanto é a função que faz criar a imagem eu portanto se eu tenho dentro de mim a imagem que Pedro passos Coelho era essencialmente um executivo também tenho tenho a sensação que em função do seu Grande sentido de estado e da sua capacidade de adaptação e ser um homem voltado para a análise para o estudo que se adaptaria bem nessa função e gostaria mais de o ver nessa função do que gostou de ver por exemplo na na na liderança do governo ou gostaria de o ver na liderança de outro governo são duas coisas diferentes Pedro pass Coelho o país deve-lhe muito foi ele que tirou o país da prealência que os os governos José socre levaram ao país não se podemos esquecer que em junho de 2011 o estado estava sem caixa para pagar salários e pensões Portanto o Pedro passos Coelho fez uma Teve teve uma missão uma missão de Alto sacrifício pessoal de tomar medidas duras e fim de e repar o país começou a recuperar a partir de 2013 recuperou os déficit que era a causa do cancro e e e 2015 o o crescimento Já foi de 1.8 e quem beneficiou da dieta imposta pela troika foi o governo da geringonça a que em que o país cresceu com a inação estrutural Total Hum e portanto Pedro passo Coelho Pedro passo coelho é é um é um um uma figura política e humana com Grande sentido de estado e acha que se ele sentir que a direita precisa de um nome mais consensual avançará repare eu para presidente da república e aliás mesmo no aspecto político essa classificação direita e esquerda Eu costumo dizer a meigos amigos de esquerda vocês são de direita entendido como não não são virados para o progresso não o progresso exige a interiorização do que é uma economia social de mercado portanto quer dizer eu eu Para já rejeito essa diia esquerda a direita que é um uma dos bloqueios psicológicos e do atual líder do PS ainda que tá a racionar no século passado Portanto o p Passos coelho não tem qualquer sinal aliás converso com ele aí uma vez por ano e portanto não tem qualquer sinal nesse sentido mas tenho a certeza se ele avançar não é por esse critério é o critério nem é esquerda nem é direita o critério dizer assim em função de todos os candidatos eu poderei fazer melhor muito bem vamos ter que aguardar aí Eduardo catroga muito obrigada por ter vindo à rádio observadora à comissão de iquito sai daqui com 19 pontos pontos obrig obrigado obrigado obrigado [Música]