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José Manuel Bom dia mais uma vez aprendeste alguma coisa com esta carta Municipal de habitação de Lisboa B Olha acho que vale a pena é primeiro que tudo é um documento longo com muita informação difícil de para mim para pessoalmente difícil de apreender tudo o que lá está relativamente a projetos para Lisboa mas aquilo que me que eu diria eu diria que não me surpreendeu muito mas Confirmou com dados por mais eloquentes algumas ideias que eu tinha e mas que são um bocadinho ou nalguns casos contra intuitivas ou noutros casos contra o discurso mais frequente Lisboa quando falamos de problemas de habitação é uma tem uma um um quadro que em muitos aspectos é diferente de boa parte do resto do país e em particular e mesmo do resto das áreas metropolitanas primeiro aspecto que é muito portanto que acontece praticamente só em Lisboa e Porto que é ao contrário do que sucede no país onde a habitação pública tem um peso de 2% em Lisboa tem um peso superior em número de pessoas que lá vivem não em número de construções mas em número de pessoas que lá vivem de 11% portanto já estamos num valor eh que eu diria que é mais ou menos europeu por assim dizer de habitação pública um dos Um dos problemas no entanto é que e é muito interessante ver isso e é uma das coisas que é bem recapitulada no no nos primeiros Capítulos da deste documento longo que é a história como Isto foi acontecendo portanto Porque isto começa h a praticamente há 100 anos com a construção Os primeiros bairros ainda são os primeiros bairros da Habitação social como se dizia ainda são programados pela primeira república mas aquilo depois enfim a primeira república era muito ineficiente além de outras coisas não leva lá de nenhum portanto são bairros que ainda hoje existem alguns deles até muito procurados hoje pelo menos um deles muito procurados porque as casas são boas não é estamos a falar do ba do arco do cego ali que é um bairro de enfim casas individuais o outro é menos conhecido fica na ajuda mas também é um bairro muito muito interessante portanto não está a falar das vilas aquelas Vilas operárias não não estou falar de uma Vilas não as Vilas operárias é um bocado diferente eram as Vilas operárias que existem muitas em Lisboa ainda e e nós ainda encontramos algumas Eu gosto muito de faz de vez em quando lá e vê-las eram eh promoção de empresários às vezes iniciativa privada inicitiva privada muitas vezes para os operários de uma fábrica ou de uma industria ou de uma de um setor por exemplo Panificação que teria desse género há algumas que estão hoje em dia tiveram vários destinos algumas foram recuperadas e transformadas em habitação de luxo por exemplo H uma pé das Amoreiras aconteceu isso Há outras eu não poria tentei entrar numa que eu é das mais bonitas mas até nem me deixaram entrar uma fotografia dentro que é uma que fica na graça mas na graça há várias na Graças H na zona da Graça há bastantes Mas é uma coisa diferente digamos assim aqui não aqui estamos a falar de promoção pública e essa promoção pública foi T de várias fases porque depois a seguir e esses bairros acabam ser construídos já eh no estado novo portanto eh por essa altura e depois há o outros bairros Começam a surgir e a prime o primeiro modelo de habitação dita económica que era assim que se chamava é o modelo de eu diria chamava-lhe o modelo de pequenas aldeias dentro de Lisboa e que as pessoas pelos nomes conhecem algumas é o bairro da Encarnação é o bairro da Madre de Deus é o bairro de caselas é o bairro do caramão da Ajuda há vários não é portanto que tinham um modelo que aliás é um modelo muito típico em regimes com o nosso na Europa no século nos anos 30 portanto de casas individuais às vezes muito pequeninas por exemplo e nem todas eram do mesmo tamanho eu já vivi num destes bairros portanto que hoje em dia um bairro que está super valorizado porque são Porque tem uma certa privacidade porque tem um ar de Aldeia porque é tranquilo porque asas podem andar na rua portanto é um v super valorizado e eu agora já não demo em Lisboa portanto como sabes eh mas e isto este modelo não tinha volume nem para poder responder a todas as necessidades Isto vai começando a mudar e começam a aparecer mais construção em com características diferentes uma das primeiras mais interessantes deste período é aqui malv lado e na parte digamos curiosamente ao contrário do que é habitual em que as casas este bairro é um bairro é um caso de de urbanização absolutamente extraordinário é o único em Lisboa portanto em termos do desenho do que aqui do que aqui foi feito é é um é exemplar em muitos aspectos e que enquanto em Lisboa e em muitas cidades a parte Porto por exemplo acontece o mesmo a parte mais pobre fica a Oriente e a parte e mais rica ao ocidente e tem a ver com os ventos a exposição solar aqui em avade é ao contrário a parte social começa perto do na parte ocidental onde há uma uma casada que já são eh habitações com três quatro andares uhum eh ainda hoje é muito curioso para andar por lá e ver o que é que foi feito nessa nessa nesse nesse nesse tempo e depois há um há um há programas que continuam eh com o enfim sobretudo anos 60 com promoção pública que não era um instituto Central havia muitas coisas que eram eh estavam ligadas a caixas da Previdência que eram umas coisas que existiam na altura portanto e promovidos E é assim que nasce por exemplo boa parte do bairro dos olivais com alguns exemplos que ainda hoje são muito interessantes com o 25 de Abril há eh Há digamos essas políticas levam uma grande volta e há várias fases portanto fases eh uma fase que é muito mítica entre um certo tipo de arquitetos uma coisa chamada saal portanto e eh e que tinha alguns aspectos que eram interessantes não sei até que ponto reproduzíveis porque procuravam levar que fossem as pessoas dos Portanto vamos a falar de um tempo em que havia em Lisboa as pessoas hoje não têm noção disso mas não era só na periferia de Lisboa que havia barracas dentro de Lisboa havia muitos bairros de barracas eu eu andei por eles lembro-me muito bem deles portanto eh e eram coisas e inacreditáveis quer dizer queem vouver há fotografias um bocado no registro neorrealista desse tempo tiradas por alguns fotógrafos famosos Eduardo gajeiro por exemplo Augusto cabarita que mostram muito bem essas realidades e são realidades duras muito duras portanto há um período em que se constrói para estas eh para sobretudo para este realojamento faz cometem erros horríveis em termos do tipo de construção que se faz e eu eh H há edifícios de arquitetos famosos que são construídos de forma muito arbitrária digamos muitos com muito arbitrária muito mais com base na teoria do que na prática e depois funciona muito mal Eu lembro-me por exemplo de ter feito há muito já P aí há eu direi sear H quase 40 anos uma reportagem sobre um destes uma destas destes realojamento que é um um edifício muito conhecido na zona de chela chamada panteira cor-de-rosa porque era um edifício cor-de-rosa e que tinha sido uma catástrofe em termos da forma como Aquilo tinha funcionado o tipo de problemas falamos aqui a semana passada não é depois há outros programas não sei quê há o per o per é muito importante para o per é muito rápido Portanto o o problema do per é muito rápido o per começa na câmara de Lisboa ainda com Jorge sampai portanto é uma coisa aliás houve muita colaboração entre Jorge sampai presidente da Câmara de Lisboa e cavac ca primeiro-ministro no desenho e lançamento deste deste deste programa e Lisboa Aproveita muito bem Este programa isto não por exemplo o per não é tão bem aproveitado por câmaras dirigidas pelo PCP o PCP tinha uma preconceito contra aquele programa de realojamento e por isso que nós temos problemas como por exemplo no Seixal aquelas eh quando houve há alguns bairros inacabados e que t a ver com a má relação que as câmaras comunistas tinham com e com os governos que foram porque os governos foram mudando e há muito tempo para cá que passaram a ser quase sempre socialistas o Mas esta habitação este crescimento da Habitação social que em Lisboa é único só tem comparação no porto onde também há muito muitos bairros Assim muitos muitos muitos bairros a história do Porto é muito diferente porque a forma de habitação de de pobre no porto é tinha características bem diferentes de Lisboa em vez de termos os bairros de barracas e as tinhamos uma coisa chamada Ilhas as Ilhas eram os interiores dos quarteirões com as condições horríveis portanto uns corredores com umas casas minúsculas uma coisa completamente diferente Porto é um pouco difícil explicar isto mas o porto tem nos anos 30 é preciso que se entenda que o salazarismo não é um uma coisa única e havia uma ala que o Salazar vai legalizar que é aquilo que que é o rolão preto não é aquilo que corresponde verdadeiramente ao fascismo e no porto este movimento chamado movimento Nacional Sindicalista tinha muito muito peso muito e havia algumas famílias muito destacadas no porto até na área industrial e Comercial que eram mais ou menos simpatizantes do rolão preto e portanto quando são cooptadas para o salazarismo o que acontece é que eles vão pressionar muito para a construção de habitação social no porto e destacam-se muito até porque mobilizam meios muito muito fortes para a construção da Habitação que lhes surge de facto quer dizer porque aquilo nas ilhas todas as intervenções que tinha havido no fim da monarquia no princípio da República de saúde pública confrontavam sempre com aquilo que era a habitação ou aquilo que se chamava habitação no porto e portanto o porto Teve sempre uma maior preponderância de habitação muito por ligação a esta questão política que foi muito importante e também a gente a há indústria não é pessoas com dinheiro e que portanto achavam ao que deviam construir para para os seus Operários ou que deviam mobilizar meios e e ainda em Lisboa não se tinha começado propriamente a falar tinham-se acabado os tais bairros da República mas que era uma coisa muito diminuta e já no porto nós vamos por exemplo encontrar famílias com declarações muito importantes sobre a questão da Habitação como os piros de Lima por exemplo pois portanto temos aqui uma situação histórias que são diferentes e portanto às vezes quando nós olhamos para isto h h no discurso público a tendência para uniformizar tudo viram conseguir falar sem docir podiam ter dito B é estava a olhar para mim com o ar tão ansioso uma voz muito mais seg são hist são histórias muito diferentes e e por exemplo quando quando nós olhamos para o que para para para Lisboa e para o que tem sido a evolução da população de Lisboa nas últimas décadas e sobretudo nas últimas duas décadas há uma coisa que é na minha perspectiva muito impressionante que é por um lado há um quer dizer não há a o Lisboa já foi teve muito mais gente a viver cá 800.000 habitantes hoje tem cerca de 550.000 H volta disso um bocadinho mais talvez Eh agora não sei porque agora tem Imigrantes Novos Mas pronto último senso dá a volta de 550.000 eh quer dizer que perdeu 250.000 pessoas e às vezes mas quer dizer como é que perdeu tanta gente se apesar de tudo Lisboa tá mais construída mais ocupada do que estava eh Olha quando eu era miúdo não é portanto nasci em Lisboa e os meus pais nasceram em Lisboa portanto sou mesmo a facinha porque é que acontece o que é que aconteceu para e construímos bairros novos em tantos sítios tanta habitação social em tantos sítios e morora menos gente demora menos uma das razões porque isso acontece é porque e o número de pessoas que mora por habitação diminuiu brutalmente e diminuiu brutalmente ao ponto dois termos um bocadinho mais de 1 terço das habitações em em Lisboa são são ocupadas apenas por um por uma pessoa e o outro o terço seguinte por famílias por duas pessoas em princípio casais mas não tem que ser casais não é pode ser uma apenas duas pessoas a maior parte das dos casos são casais mas pode ser uma mãe com um filho uma coisa assim do géo e isto acontece sobretudo nos casos de apenas uma pessoa em eh eh em pessoas envelhecidas portanto pessoas com idade o que cria um problema que tá identificado há muito tempo mas que um Estas pessoas não têm muita visibilidade na comunicação social e de que se fala pouco eu lembro que a primeira vez que ouvi falar deste problema como deste O isolamento dos dos idosos às vezes no quarto quinto andar de edifícios sem elevador primeira vez que ouvi alguém dizer que ISO era um problema de um problema de políticas públicas importantes foi a VAT Maria José nir pinto quando foi presidente quando teve foi provedora da Santa Casa da Misericórdia que criou eh serviços na Santa Casa precisamente para não tratar apenas quem estava em instituições que é aquilo que nós vemos com mais facilidade Mas quem fica a viver quem não quer sair de casa quem fica lá a viver pronto e e e e e isso quer dizer e enfim eu vejo até Pela Minha experiência na casa em que eu nasci e onde já tinha nascido a minha mãe chegaram a viver 10 pessoas nós éramos bastantes irmãos havia não sei quê havia a avó que lá tava também 10 pessoas eh hoje beo uma enfim aquilo vai mudar porque entretanto viveram duas até há pouco tempo mas agora vive só uma e vai mudar mas isto dá uma ideia naquele prédio naquele prédio viviam 10 nós éramos cinco filhos naquele no andar em que eu vivia no andar de baixo eram sete portanto e e e essas coisas mudaram completamente já não é assim pronto já não é assim e e nós temos portanto as coisas começam em parte por um problema que muitas poucas vezes é abordado que é o problema de porque é que se fica a morar em casa às vezes em habitações muito grandes eh que até S um problema para quem lá habita porque depois resultam em habitações muitas vezes mal aquecidas ou mal arrefecidas for no verão em despesas que não são necessárias mas não se muda dessas habitações isso tem muito a ver com o que aconteceu ao mercado de ar rendimento portanto esse mercado de ar rendimento mexeu um bocado com a lei com a famosa lei cristas e portanto houve muita mexida e depois muita muito mas percebeu-se que na altura houve uma vontade de colocar uma vontade percebeu-se porque há estatísticas combre isso uma vontade de de colocar prant as pessoas me quem tinha estas casas muitas vezes que isto foi repar muitas destas situações aconteceram as pessoas foram se tornando proprietárias não era a regra em Lisboa me parte das casas em Lisboa eram casas de arrendamento ainda hoje tem uma porcentagem de casas de arrendamento maior muito maior que a média Nacional mas o número de proprietários é muito grande e portanto uma das questões que se coloca é como é que nós permitimos ter Qual é uma das vantagens que a casa de arrendamento tem em relação à que nós somos proprietários a vantagem que tem é que quando nós sentimos que a casa já pronto os nossos filhos já saíram de casa Aquila é muito grande começamos a ter umas casas que não sabemos umas divisões não sabemos o que amos fazer delas que estão fechadas mudamos para uma casa mais pequena portanto e e isso quando a casa é Nossa torna-se muitíssimo mais difícil de fazer de concretizar porque é preciso vender é preciso comprar no meio disto tudo é imensos impostos é b não esquecer quer há imensos impostos de todo o tipo mais valias portanto imensos impostos portanto as pessoas ficam quase que presas às casas onde estavam e às vezes só quando eh pronto quando fica estamos a falar de uma população muitas vezes envelhecida que vai morrendo só às vezes nessa altura é que aquilo é resolvido de alguma é resolvido de alguma forma e que tem variado até com muita recuperação portanto dito isto isto é do tipo de coisas que o penso que uma autarquia como Isto são temas que não falamos muito falamos muito ai não se cons as rendas estão muito caras bem as rendas em Lisboa se for hoje à procura de uma casa para arrendar indiscutivelmente Tá elevadíssimo indiscutivelmente mas há uma coisa que é extraordinário que é tá muito elevado Mas a forma nós continuamos a ter aqui algumas coisas que são surpreendentes a média da da da da da não é a média das rendas é em 2020 um Portanto sensos o sensos é muito bom para isto porque o sensos não é sondagem o sensos foi casa a casa pergunta a pergunta levantamento Total tem 3 anos e tem 3 anos eu sei as rendas já subiram já não h de estar igual a este retrato mas nessa altura das Eh 100 e tal mil rendas que que havia em Lisboa portanto estamos a falar tudo uma percentagem pequena das habitações A Pequena quer dizer não é o a maioria portanto é uma minoria das habitações tínhamos 31.000 que pagavam menos de 200 € Eu Admito que grande parte disto sejam habitações municipais portanto Porque isto aqui não consigo ver que tipo de habitações são estas depois o grosso 41.000 entre 200€ e 650 € portanto aqui já devemos estar a falar sobretudo de de de digamos do Senhor intermédio grandes pequenos alguns que às vezes só TM uma casa e mas com rendas relativamente antigas e depois 29.000 acima de 650 € não é acima de 1000 ou de 1500 € é acima de 650 € portanto Isto é um mercado totalmente distorcido porque depois quando chegamos aqui eu admito que rapidamente cheguemos aos 4 5000 € porque H casos desses nós sabemos pelo menos nos anúncios há não depois nunca fui lá negociar rendas dessas para saber qual é o o valor portanto temos aqui uma situação que é que é que é complexa porque percebe-se que por um lado e há várias coisas que não funcionaram muito bem por um lado parou a construção da Habitação pública mas parou radicalmente Danto ela funcionou mais ou menos até ao final até ao final do per que se prolongou ali até 2007 2008 2010 V lá e depois a partir daí aquilo que era uma média anual que já vinha dos anos 60 atenção que já vinha dos anos 60 já vinha do estado novo de mais de 1000 1000 casas por ano no mercado de de de digamos de promoção pública passamos umas dezenas portanto houve uma paragem brutal durante é preciso Diz chamar os dois pelos nomes durante os mandatos de António Costa presidente da Câmara porque é que isso aconteceu porque é que enfim há várias explicações depois eh houve operações que foram muito críticas muito criticadas que nós hoje olhamos e dizemos Olha foi das coisas que funcionou por exemplo a operação Expo a operação Expo era uma zona de Lisboa onde eh não vivia praticamente ninguém não é e hoje a freguesia do Parque das Nações que é a freguesia da Expo estamos a falar aqui de habitação de classe média ou média alta Mas nem é média alta também classe média aquilo lá muita coisa variada no Parque das Nações estamos a falar já nesta altura eh de uma das de uma das e maiores de uma Freguesia que tem já 22.000 habitantes o que já é significativo não na na na na na cidade de Lisboa portanto e isto foi uma política de pegar em terreno quer dizer foi derivou da Expo terrenos que acabaram por ser públicos eh uns eram outros não eram uma operação de urbanização determinada pela equipa da Parque Expo e colocação daquilo no mercado e e depois operadores privados a construírem as casas basicamente foi isso que aconteceu aí temos outro out outro exemplo muito muito interessante que foi o a Lumiar o aut Lumiar é interessante porque quando ele foi iniciado ainda pel pelo presidente Cruz bocais e Na altura foi super criticado porquê Porque era uma um um um programa onde o portanto na altura não havia dinheiro nenhum estávamos nos anos 80 não havia dinheiro nenhum a câmara era completamente pintra hoje é uma câmara rica na altura era não tinha dinheiro para para mandar cantar um C como costuma a dizer não é e então ele e inventou uma coisa que era e portanto Há muitos terrenos públicos em Lisboa devido Há muitos Lisboa a câmara de Lisboa tem muitos terrenos em boa parte por causa de um senhor chamado Duarte Pacheco isto vem nos anos 30 e 40 portanto que que expropriou às vezes enfim aquilo era uma ditadura e eles por liter roubou podemos dizer quase que ele roubou os proprietários de Lisboa Nessa altura n alguns casos roubou mesmo não é portanto em termos daquilo que era o valor justo do do que estava a fazer mas deixou uma uma bolsa de terrenos públicos gigantesca e no alto de Lisboa a ideia do dois era vamos construir casas para casas para a classe média média alta e e bairros para de realojamento e eu lembro-me de ler artigos dizer isto não vai funcionar porque as Se as pessoas virem os pobres aqui perto não vêm os ricos ora hoje nós vamos lá e temos ruas em que começamos em casas que são classe claramente classe média alta e acabam num bairro social portanto e não são ruas assim não são ruas de 1 km são Avenidas com alguma extensão mas nada do outro mundo portanto aquilo aquilo funcionou e aquilo que me que eu acho que me parece que tado funcionado muito mal nos últimos anos é o aproveitamento dos das bolsas de terrenos públicos que existem em Lisboa e continuam a existir a e que ainda existem por exemplo naquela a semana passada a semana passada não já há um boquinho mais de tempo tivemos a debater e aquela crime e é um crime não met polícias eh de de dos três assassinatos que aconteceram a panha de França ora há ali uma avenida que sobe do do se da Polónia para o para o cemitério do Alto São João João essa avenida era para ter construções do dois lados só tem do lado onde aconteceu esse crime todo outro lado que é chamado Val de Santo António que já foi ocupado por barracas aquil foi Limpo mas não foi lá construído nada uma das grandes operações que está agora em curso vamos ver se corre bem porque isso depois mete hoje em dia nós complicamos tudo complicamos tudo é imenso Tem que haver imensas autorizações nos concursos públicos imensas autorizações nas imensos institutos dos estado que tem que dar aparecer para isto e para aquilo e para aquilo outro eu creio que o chamado programa de vol Santo António vai eh rearranque ainda é um número de habitação bastante significativo portanto eh são muitos blocos de habitação portanto não classe portanto alguns social outra outra classe mais média Tem uma parte será uma parte pública ou uma parte privada e e parece-me daquilo enfim que o que a câmara está a tentar fazer agora a câmara prometeu 900 milhões de euros de investimento nos próximos anos mas não são não é tudo investimento P quer dizer não é assim não é não é só para fazer camas de casas pagas por esses 900 milhões de euros uma parte disso é para fazer em parceria com operador com investidores privados o que eu qu quer dizer provavelmente para construir certo tipo de habitação tem tem que ser 100% público para outro tipo de habitação a rendas por exemplo para dinamizar o mercado de rendimento pode ser feito nesta base porque a câmara de Lisboa tem um instrumento que é muito poderoso que é posse dos terrenos portanto como o solo é das coisas que vale mais dinheiro isto dá-lhe um um instrumento que muitas outras câmaras do país não têm eh de ter uma política proativa na área na área na área da Habitação mas não pode ter e é é preconceitos demasiados preconceitos eo sobre isso houve também aqui alguns dados eu já me estou estender um bocadinho mas mas que me surpreenderam um pouco nós há a ideia de que por causa do alojamento local o centro da cidade ficou deserto já não mora lá ninguém Ora bem quais são as duas principais freguesias da zona histórica é Santa Maria maior portanto apanha a baixa e Alfama e misericórdia que é o bairro alto e aquela zona de de de de bica pronto eh É verdade perderam habitação portanto nestes entre 2011 não havia ainda alojamento local e 2021 ambas estas freguesias perderam cerca de e 3.000 habitantes cada uma mas há outras freguesias onde não há habitação local como por exemplo a freguesia e de marvila perdeu 2500 habitantes marvila é uma das freguesias mais pobres de Lisboa onde fica o chelas hoje em dia chama-se o bairro de chelas hoje em dia chama-se marvila para não chelas tem um tem mau nome não é eh e há outros exemplos não vou estar aqui a dar exemplos de Freguesia à Freguesia portanto a per a perda o mesmo penso mesmo que a por exemplo a freguesia de campo de orque ficou igual mas a de campolide eh de campolide onde não estou a ver de campo liido é uma Freguesia não há nenhuma razão especial para ali a ver alojamento local também perdeu habitantes portanto há às vezes algumas ideias feitas que nos levam a determinar ah e uma Freguesia onde há muito alojamento local ou pelo menos havia muito alojamento local Mas ganhou habitantes e Arroios portanto uma fria que temos falado imenso porque hoje em dia eu até Admito que se fosse lá hoje haveria ainda muito mais habitantes por ver com a ver com a imigração ver com a imigração neste caso portanto há aqui realidades que são às vezes muito micro e pá e eu chamo a atenção para isso porque Um dos problemas Muitas vezes o nosso debate público é que nós tentamos resumir tudo a meia dú ideias simples que é uma tentação da política a política fazse ideias simples não é mas se não tivermos noção que as políticas públicas não são simples são complicadas e que exigem um um trabalho muito mais delicado eh temos depois dificuldade em emem em resolver realmente os problemas eu não não consegui não tenho uma avaliação Para Para ser sincero sobre a questão de de de se este se este plano que foi que implicou alguma negociação repara isto não é o plano inicial de Carlos moedas Isto é o plano Inicial mais uma série de introdução de outros elementos is teve em consulta pública teve em consulta pública um ano eh Há incorporação de elemento o PS que antes votaria contra agora absteve-se portanto Houve aqui uma evolução uhum eh enfim na retórica pública o pç continua a dizer que isto é um programa um plano horrível mas eh eh mas absteve-se seja lá como for deixa passar quer dizer deixou até agora vamos ver o que acontece na Assembleia Municipal que Ass Municipal é o mundo às vezes um boquinho diferente portanto eu não sei dizer exatamente se estão aqui as boas soluções mas parece-me que continuar continuar a simplificar os problemas e achar que o problema é porque toda a gente não tem direito não conseguimos à direita toda a gente que quer morar no Saldanha morar no Saldanha Como famosamente disse uma anterior ministra habitação da da da Habitação sanha ao centro de Lisboa digamos assim para quem não é de Lisboa eh ou chiado portanto a se resumimos às vezes isto a slogans não conseguimos e temos que ir aprendendo não é temos que aprender que não é dizer que um edifício cerve para construir lá eh seja uma residência estudantil seja habitação quando ele claramente não serve e só descobrimos que ele não serve ao fim de vários anos ainda hoje de manhã falamos disso no vencedor a propósito do edifício do Ministério da Educação da sim anterior Ministério Educação examente de Outubro a gente basta olhar para aquele Edifício ter lá estado dentro Como já estive muitas vezes para perceber que aquilo não é bem o sítio ideal para aquilo é um edifício que ao contrário de muitos outros queer edifícios de habitação adaptados a escritórios aquilo é um edifício de escritórios de raiz portanto e depois há outra coisa que também me faz Muita confusão porque é que porque é Que Há certos edifícios que por in simplesmente não se deitam abaixo não são monumentos não têm coisa nenhuma deitam-se abaixo e constrói-se novo é mais barato é mais barato do que a recuperação e é um e é um tema é outro tema Tabu tá bo em Portugal então qualquer coisa que deita baixo tem sempre lá uma quer dizer tem sempre lá a memória de alguém não é como é óbvio mas e nós vemos isso acontecer noutras cidades europeias não estou a falar nos Estados Unidos onde é mato estou a falar em cidades menos história ainda assim não é e ass mas não estou a falar quer dizer o e do Ministério da Educação não é um prêmio de arquitetura não é um quer dizer não é nada ali que a gente para ali V lá visitar porque há um painel de um artista qualquer lá dentro no Não é nada disso é uma coisa completamente banal e no entanto eu não sei agora qual a solução que vai ser adotada Mas provavelmente é da rede continuar a fazer ali obras que depois que saem caríssimas e depois vamos e depois acabam por Enfim nem nem nem nem nem me prolongo mais sobre essa sobre essa matéria portanto Isto são os problemas de Lisboa são são problemas são na maior parte deles são às vezes micro problemas e tentar porque há muito mais coisas interessantes no no no relatório coisas que têm a ver por exemplo com com neste no ritório não na carta coisas que têm a ver com e a dimensão média o problema o número de casas que já foram adaptadas a questões energéticas que é baixíssimo baixíssimo até que ponto é que desse ponto e que é natural que seja baixíssimo porque nós temos e só para acabar nós temos uma legislação absurda relativamente aos certificados energéticos portanto porque é que eu digo que é absurda essa legislação penaliza as as habitações antigas porque as habitações antigas forem construídas a chamada alvenaria de pedra não tê caixa de ar se não tiverem caixa de ar são penalizadas na na classificação Mas tem uma inércia térmica muitas vezes superior às às habitações novas e o único e o verdadeiro problema que tem chama-se janelas e que se resolve que se resolve com com um investimento muito mais baixo mas nós temos mas construímos umas leis complicadíssimas que depois servem para muito pouco pois depois ninguém contar comprar a casa liga aquilo nenhuma não é mas tu não Consegues nem comprar nem alugar nem fazer nada sem pagar dinheiro a um engenheiro que vai lá fazer a certificação energética ficas com cção energética e depois aquilo adianta o quê maior parte das vezes praticamente nada e e e e e e isto isto é uma das razões Porque nós deixamos de construir o número de casas que construíamos tu repara na alta de Lisboa ou no Parque das Nações houve imensas casas construídas n nestas décadas a paragem é mais recente que é é é mais recente e agora nos últimos anos pela complicação que é todo o processo de licenciamento de repente os investidores dizem e pá eu eu eu gastei tanto dinheiro neste terreno só posso construir casas para ricos aqui e quando falo para ricos é uma parte das vezes é estrangeiros estrangeiros ricos não é os est mais ricos que nós digamos assim