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[Música] vamos todos morrer com Hugo vard e Tiago Ribeiro eles próprios Bom dia bandalos bandalos como é que estão como é que vocês estão os meus pequenos bandalos adoramos estes nossos bandalos clar bandes É verdade são os bandalos muito especiais Claro do nosso coração é verdade e já que fomos conhecendo ao longo destes alguns bandalos mais de meia década vários destes bandalos uau H olha hoje vamos trazer uma pessoa tão especial e tão importante para a história de Portugal apesar de ser vou dizer desconhecida bem com alguma injustiça desconhecida e que já falamos cá dele a propósito Se quiserem ir ouvir ou recuperar como diz o nosso colega e amigo Luiz Oliveira Episódio sobre a linda de Susa dá-nos por favor dá-nos por favor trag tiveste por segundos pensar é agora é hoje hoje favor ATR só para ti ATR só para mim hoje temos uma música francesa porque vamos de facto viajar até Paris mas os nossos protagonistas não são franceses Como já veremos deixa a senhora começar a cantar faz eu adoro esta mulher para gente P Só isto já era fim já era um bom Episódio É verdade ela tá vivíssima neste dia estávamos em 2018 ontem foi ontem não não foi hoje foi hoje 21 de outubro e morri em Paris aos 91 anos bem velhinho bem velhinho é verdade falamos do Fotógrafo haitiano Geraldo boncour o Geraldo nasceu em 1926 no hai que é um também há para um dos Ah nem se Taiti do é do teu tempo Taiti as Taiti também as Tai exatamente e está tu [Música] tempo a mãe era Francesa A mãe do Gerald era Frances e o pai era de Guadalupe que é uma província francesa um depart como eles dividem a França fica nas Caraíbas não vamos chamar aqui colónia porque é mas sim a França tem essas coisas muito particulares nós percebemos o departamento tá al e qual ainda nos anos 40 ele nacha em 26 não é ele foi muito ativo como pintor era pintor e e gravador também que é uma coisa que se faz é metal não é tinha boa memória ele gravava tudo estava sempre a gravar começou comí já está a gravar a mãe dizia a mãe entrava no quarto e perguntava sempre já está a gravar já está a gravar olhando para à procura da carrinha branca dos apanhados h e também foi muito ativo politicamente lembramos o ha vivia numa ditadura e a sua ele era muito vocal bem estudante e essas coisas todas e vai-lhe valer mesmo ser expulso de do Do It e vai se mudar para Paris onde ele vai se vai tornar fotojornalista era jornalista de fotografias que vai ser a sua grande paixão a fotografia e sempre com um enorme compromisso social até pela sua própria experiência de repressão e de vida lembramos já uma pessoa que tinha sido expulsa do seu do seu do seu país e essa missão de fotografar os excluídos e os injustiçados do mundo vai levá-lo logo nos anos 50 e 60 mas logo a abrir os anos Logo no início dos anos 50 ou Metade dos anos 50 ao miserável bairro de lata de champin nos arredores de Paris Ah aqui cruzar cruzar caminhos estas cruzar caminhos mesmo Isto é o que este bairro era nesta altura nos anos 50 60 e até um bocadinho aos 70 era um mar de barracas verdadeiramente construído à volta de um estaleiro de obras portanto temos ali umas coisas do obras de construção civil não é inicialmente não tinha sequer água nem luz nem jotes nem nada dessas coisas e a que os franceses chamavam com grande desprezo bidon vi não era o único estas bairros de barracas à volta de Paris chamavam-lhe bidon VII este em particular champin era casa de milhar de imigrantes Ilegais fugidos à ditadura à guerra e à fome imigrantes que tinham chegado lá a champin assalto vindos de muitos lugares de Portugal eu diria quase todos os lugares de de Portugal falamos aqui e tão bém n arraste isso nesse sim a linda de sua viveu em em shopping e precisamente esse assalto essa essa ideia de bazar de um país com cabeça prémio sim é um complemento ouvir o episódio da da Linda de Sus onde contamos esta história mais ao Grand compl o contacto inicial do Gerald quando lá chega não foi foem fácil e os os portugueses que eram milhares ali já se tinham guardavam o seu mundo não é com desconfiança em relação a quem vinha de fora e até acharam que ele era um polícia e já havia mesmo quase o chefe do do grupo não é e o que é que você tá aqui a fazer bem Sim aquilo ia dando para o torto só que ele lá Contou lá explicou eles perceberam Quem era aquele homem não é e e e pronto e logo faz grandes amigos eles convidam lá para as jantaradas todas h e e faz ali amigos entre os portugueses uma realidade que basicamente se resumia a isto os hom chiam muito cedo para ir trabalhar nas obras era o que faziam e as mulheres por ali ficavam a cuidar das das suas crianças ele tirou centenas de milhares de fotografias É verdade e que são o mais completo e honesto e verdadeiro retrato verdadeiramente do que foram estas primeiras décadas de imigração Portuguesa em França e que hoje parece quase uma memória esquecida porque depois claro E à medida que o tempo foi passando as pessoas foram tendo uma vida um bocadinho melhor o contexto das Porteiras de Paris já é outra realidade posterior a esta dos anos 50 e do anos 60 Estas pessoas viviam em barraca barracas Com tudo o que possas imaginar lama o teto de zinco a estaba porta velha a fazer de parede exatamente assim e descreveu ele na altura uma forma de escravatura moderna eh ali no meio da da lama e do do frio agora a curiosidade sobre o que teria acontecido é muito é muito engraçado bem interessante ele pensava assim ele ele conhecia este povo os portugueses dos livros de história e desta grandiosidade do povo que tinha descoberto ou chegado a a meio mundo e elum ele perguntava o que é que aconteceu Estas pessoas acce aqui sim para ter este resultado sim porque est eram os portugueses e viaja com a proximidade Portugal França não é com uma proximidade física o espaço europeu tudo mais o que é que aconteceu aqui ele vem a Portugal vem em 1966 pela primeira vez e vai começar a a fotografar também tem muitas fotografias aqui em Portugal nos anos 60 e Vai conhecer outros resistentes à ditadura tal como ele tinha sido no seu no seu país ele chegou a a ser preso pela pid que and ver quem é que é este homem que anda aqui a tirar fotografias e ele consegue salvar os seus rolos de fotografias dentro de umas meias que ele depois colou às costas e provavelmente os agentes da Pit também não não eram muito espertos naquele dia e não o apanharam ele vai voltar com grande entusiasmo a Portugal em abril de 1974 corajoso genial Isso é mesmo incrível é mesmo homem quase que as duas frentes não é agarrar quem são estas pessoas vou ao país à origem Vou ver sim e as fotografias mostram um mundo talvez não tão miserável Urbano porque de barracas mas mostra um mundo Rural que podia ter sido tiradas houver houvera já fotografias p Idade Média mais ou menos não é H E esta visita em abril de 74 vemo-lo é um autorretrato com sorriso enorme e com um cravo na na orelha este homem que documentou como ninguém esta página da história de Portugal que é isso que é não é Fez muitas Exposições destas suas fotografias eu penso que são mais de 200.000 fotografias que ele tirou só que curiosamente e Apesar deste esforço era um desejo que ele tinha ele até fez um projeto para isso nunca conseguiu reencontrar nenhuma das pessoas que que ele tinha fotografado em champin ou nunca nunca se reconheceram elas próprias ou nunca contactaram ou nunca viram os trabalhos dele ele fez mesmo tinha assim uma coisa na net que se conhece esta pessoa sim e não encontrou nenhuma com uma exceção curiosamente da sua fotografia preferida e que era até a capa talvez por isso ela ela tenha encontrado era até a capa de uma das suas Exposições que aconteceu no museu ex Berardo agora de outra coisa Qualquer que agora do nome Centro Cultural b h e há uma fotografia incrível de uma menina de 6 anos procurem que tem uma boneca na mão tem um ar feliz como as crianças têm no meio de um cenário de miséria de lama barracas e tudo mais eles encontraram-se muitos anos depois em 2010 quando essa menina que se chama Maria da Conceição se via ser próprio na internet os amigos ligam-se ainda pergunta à mãe isto sou eu e a mãe diz é est tu não há uma dúvida eh ela tinha voltado a Portugal entretanto tirou uma licenciatura e agora era eh era é professora escusado será dizer que houve um encontro muito emocionante entre entre entre os dois o nosso fotógrafo continua a correr o mundo e acabou por receber as mais altas con decorações francesas e portuguesas até que morreu como nós já sabemos que acontece sempre na sua casa de Paris a poucos quilómetros do Bairro agora de classe média de champin E hoje como nos programas da manhã temos um recadinhos lá para casa outra bancada Pois é eu adorava encontrar mesmo à procura disto e talvez dedicar algum tempo a estudar a fundo Como é que os franceses e sobretudo a imprensa Francesa e tudo mais tratavam ou se referiam aos Imigrantes portugueses naqueles anos dos anos 50 60 e 70 eu não encontrei muito muita coisa mas a gente imagina um bocadinho mas Encontrei uma interessante carta aberta de várias personalidades Luso francesas de segunda geração sociólogos historiadores até um cizor portanto empregada formada qualificada com outro tipo de classificações sim e que escrevem uma carta muito interessante a denunciar e a não se reconhecerem no uso falacioso que fazem da imigração Portuguesa em França alguns quadrantes políticos franceses para criar uma narrativa logo desde a altura do que é um imigrante bom leia-se branco e de um imigrante mau leia-se sobretudo do Norte de de de África portanto os portugueses eram o o o bom e os maus eram pessoas que têm outra cor da da pele sim e estes próprios luz ou descendentes dizem isto não é verdade que não houvesse violência que não que não houvesse discriminação portanto isto é uma narrativa que se criou com uma base altamente xenófoba a que os portugueses ainda assim passavam entre entre os intervalos e uma releitura tambémm não é uma releitura CL Claro e muitas pessoas que caem nesta nesta nesta falácia Claro hoje passaram-se poucas décadas É verdade foi ontem os anos 50 e 60 e 70 mas Basta dar um passeio por Portugal hoje para perceber a dimensão que foi este fenómeno para quem não tem noção não é de como a imigração foi e é um traço continua a ser um traço indissociável da história de Portugal no século XX nós vemos o quê as casas que construíram os imigrantes e vemos ainda tantos deles que ainda voltam gente mais velha que voltam todos os agostos Um clássico português não é eh e nós Devíamos Celebrar E é verdade que se merece ser celebrado que no século XX Portugal tenha crescido em democracia que não existia não é em prosperidade económica que também não existia e que faz com que muitos portugueses que sem que que emigrar deixaram de ter que emigrar naqueles números gigantescos e os que o fazem Isto é estatístico estão feitas e estudadas fazem por motivações muito diferentes do que fizeram os seus pais e os seus avós procuram empregos ou ordenados melhores mas já não procuram o pão básico que lhes faltava na na na sua terra natal e Celebrar que Portugal tenha crescido de tal maneira que hoje é um lugar onde tantos imigrantes de com i de Fora procurem o tal pão que lhes continua a faltar ou as guerras que têm nos seus países porém em vez de acolhermos da maneira como seguramente os portugueses gostariam ter sido acolhidos em França e noutros SOS e não foram e não foram e nós vemos Estas pessoas serem desumanizadas e instrumentalizadas politicamente seja qual for a narrativa que se use queos pirnos Imigrantes i é em cima da nossa própria história nós terminamos com umapressão inglesa que até já foi usada por uma miúda escandinava que eu acho que diz tudo com a simplicidade típica das exões inglesas o morreu faz hoje se anos [Música] c’est toi
8 comentários
Mais uma vez uma mensagem excelente.
qual é a banda sonora de hoje?
Bravo… Bravo👏👏👏
❤
Mais uma vez terminei com lágrimas nos olhos🥺 Bravo!!
Um programa singular pela sua modernidade, humanismo e erudição.
Único e imprescindível, sendo a voz do verdadeiro serviço público.
Excelente mensagem 👏👏
How dare you, indeed. Mais um excelente episódio. Muito obrigada