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Esta é a história do dia da Rádio observador a poderosa Dana que semeou a morte em [Música] Valência de minutos visto no visto er imposible acc nalle rodillo fue el ag desde las que empz a desbordar Accer poco a perando L aquí Maria Sanchez vive perto de albal valência em Espanha é uma das zonas mais afetadas por um fenómeno meteorológico extremo chamado Dana ou gota fria durante horas a fio uma chuva diluviana alagou bairros estradas casas há dezenas de mortos e desaparecidos est poderá ser a pior tempestade desde os anos 80 do século passado em Espanha a água subiu de forma tão rápida e intensa que milhares Ficaram presos e os carros foram arrastados como se fossem barcos de papel os alertas falharam que fenómeno é este e será que pode chegar cá é sobre isto que vou conversar com o climatologista Carlos da câmara professor da faculdade de ciências da Universidade de Lisboa eu sou o Ricardo Conceição e esta é a história do dia de quinta-feira 31 de [Música] outubro bem-vindo Professor Carlos da câmara é com todo o gosto que mais uma vez estou a falar aqui para a rádio observador é isso professor é sempre bom recebê-lo aqui na na história do dia mas quase sempre as nossas conversas são motivadas por desgraças H fica aqui já é já é essa nota eh estas nossas conversas sobre estas catástrofes estas desgraças estão cada vez mais frequentes não estão é verdade eh de facto eh os meios de comunicação e por razões não é que se prendem não é pel com os interesses da da da população em geral só se lembram de que há metrologia quando há desgraças porque quando está bom tempo as pessoas acham que é eh normal e toda a gente se esquece não é porque existem que existe meteorologia ora o que acontece é que as alterações climáticas Como já o disse e repise aqui muitas vezes eh levam a que haja mais fenómenos extremos portanto em quantidade mais intensos e mais eh eh extensos em território portanto é natural que as chamadas para um climatologista aumentem não é com uma certa regular ao longo dos anos e professor afinal de contas o que é isto de um ou uma Dana eu nem sei se é masculino se é feminino ou uma gota fria é sobre estes fenómenos que vamos conversar hoje Ora bem a primeira coisa e antes de explicar o que é é importante dizer que eh as danas sempre existiram eh e sempre continuarão a existir e portanto não é eh nada de extraordinário eh felizmente acontecem de forma passada onde as alterações climáticas intervém é que a sua frequência poderá vir a aumentar portanto é importante perceber que é um fenómeno que é conhecido eh Há muitos anos chamava-se gota fria já vou explicar porquê e eh Dana é um acrónimo espanhol é feminino que vem de depressão é on na depression aislada em nível A alto ou seja uma depressão isolada num nível alto da atmosfera parece um palavrão complicado mas não é portanto a ideia é esta nos altos níveis da atmosfera eh Há eh aquilo que se chama ondas portanto no fundo tal como há ondas do mar não é portanto há ondas na atmosfera eh o o o problema de explicar ondas da atmosfera a humanos é tão complicado como explicar o que são ondas do mar a peixe não é como nós vivemos dentro do fluido não é é difícil explicar o que é uma onda não as vemos mas sentimo não é e sentimos sobretudo os seus efeitos e o que acontece é que às vezes essas ondas portanto agora tá a imaginar mesmo desenhar num papel umas ondas não é como sendo eh eh uma série de cristas e de Vales muitas vezes acontece que um desses Vales portanto onde onde a onda vem para baixo acaba por se afastar digamos da da da da onda e acaba por fazer uma espécie de um remoinho eh separado e por isso é que nós chamamos uma gota Mas é uma gota com milhares de quilómetros não é portanto é uma gota no sentido de quando um meteorologista olha para o mapa vê que há uma região mais ou menos circular eu até lhe digo o tamanho mais ou menos o tamanho da Península Ibérica tá a ver que está isolado do resto mais frio do que o resto e eh também é um palavrão que nós utilizamos em Meteorologia que se diz que se chama barotropic barot trópico quer dizer que tem uma estrutura vertical e está parado no mesmo lugar e portanto o que acontece é que não sai dali e tudo o que não sai de um determinado sítio eh leva a que haja extremos portanto é sempre o que acontece não é portanto no fim de contas os ainda h H há uns dias quando se estava a falar dos furacões que assolavam os Estados Unidos Um dos problemas que havia é que o se um furacão fica parado os os destroços os os prejuízos são muitíssimo maiores porque ele tá sempre aqui é exatamente o mesmo portanto E e esse e esse foi um problema neste caso de que vamos falar de de Valência ou seja foi foi o facto da da Tempestade ficar quase no mesmo sítio durante longuíssima horas exatamente Ora bem É também bem curiosamente não é eh eh estas este estes estes bicharocos não é portanto no fundo é porque é que eles ficam sempre no mesmo sítio por razões que têm a ver com a própria dinâmica da atmosfera que é um bocadinho complicado de explicar aqui mas são aquilo que nós chamamos estruturas robustas que é aguentam as perturbações portanto no fundo é imaginar tem uma espécie de um remoinho e depois a seguir vai lá com a mão e eh tenta não é portanto Perturbar um bocadinho e ele perturba-se mas depois volta outra vez ao mesmo sítio portanto e são as chamadas estruturas robustas tem uma razão dinâmica muito interessante que por acaso teve a ver com o tema do meu doutoramento não é Portanto o meu doutoramento H em 91 há muitos anos foi sobre aquilo que se cham fenómenos de bloqueio e o fenómeno de bloqueio também não não vou ser Ultra rigoroso mas a ideia não está muito longe da Verdade tem uma gota fria a sul e uma gota quente a Norte a gota e e fica parado no mesmo sítio durante muito tempo e é normalmente responsável por por secas é responsável por onas de calor e portanto no fundo ele vai fazer extremos a norte e extremos a sul estas estas danas acaba por ser a a parte digamos Sul desses bloqueios mas sem a parte norte mas também são estruturas robustas eh também curiosamente porque às vezes estas coisas acontecem eh a a tradição dos bloqueios eh eu trouxe a dos Estados Unidos para aqui um dos meus colegas que foi um O Meu Primeiro Aluno Ricardo trigo fez o doutoramento em bloqueios e um aluno dele fez um doutoramento em bloqueios e sobretudo também ou não não é sobretudo Mas também se debou sobre gotas Frias e ainda há bocadinho estava a olhar para os resultados da tese dele e é muito interessante porque onde é que se formam sobretudo gotas frias na Europa no Sueste de Espanha portanto afetar toda a parte desde Valência até Granada tal e qual como se veio a verificar portanto no fundo a a Aí temos de falar da temperatura do mar mediterrâneo ou não exatamente portanto no fim de contas a a a gota fria portanto a tal ura circular fria é em altitude a quilómetros de altitude mas por baixo tem ar quente se reparar o que acontece ar quente é mais leve ar frio é mais pesado ões voam não é or exatamente Ora bem o que é que acontece se tiver ar quente por baixo de ar frio é igual a ter azeite por baixo da água o que é que vai acontecer se tem azeite por baixo e água por cima imediatamente não é o azeite vai para cima criando-se movimentos verticais muitíssimos violentos esses movimentos verticais vão provocar chuvas muito muito intensas e quando eu digo muito intensas eu estava a olhar agora para os mapas houve regiões em Espanha perto de Valência onde choveram 480 MM e qualquer coisa deste gên 480 MM são 480 l de água em cada met qu tá a imaginar o que é um quadradinho com 1 m por 1 m e a despejar lá eh 480 portanto 500 l seriam 100 garrafões de água não é 480 São 90 não é portanto não são 90 90 e são mais 998 para aí portanto ve o que é isso durante isso durante muito tempo ou não muito muito foi foi durante 24 horas mas mas mas o problema é que continua lá não é e para amanhã continua-se a prever que vai exatamente é a resiliência destes sistemas não é portanto eles vão continuar e num movimento lento de de de giratório não é sem sair muito sem sair muito o sítio Onde estão e e é por isso e é por isso que assistimos ao grau de de de destruição e e também de morte nós estamos a gravar esta conversa ao final da tarde de quarta-feira H E o número de mortos já era superior a 70 no momento em que estamos a gravar esta conversa é possível que quando os nossos ouvintes estiverem a escutar a conversa com o professor Carlos da câmara este número infelizmente Possa possa ter aumentado Hum e e e isto tudo isto somado com a incapacidade de escoar toda esta água leva-nos às imagens terríveis que que assistimos Exatamente porque no fundo também o que acontece é a rapidez com que se dá com que vem a água não é que é uma coisa que eu lembro-me há muitos anos qu eu digo há muitos anos para aí há 30 anos que eu fui à almaria por causa de um de um de um projeto e eh tal como em Valência eu olhei para as pontes em almaria Havia uns canais brutalmente largos não é mas com dezenas de metros de largura e um fiozinho de água e eh no fundo eu disse que Que estranho porque é que é isto não é e depois por acaso nesse congresso vi umas imagens de um eh das das cheias tenho ideia que foi de 1957 foi julo que foi esse o ano em que eh os canais estavam completamente cheios não é porque na realidade a quantidade de água acumulada é brutal e depois ainda se vai agravar que ao fim de 24 horas ou 48 Horas eh eh a terra fica completamente saturada e portanto já não absorve mais água e portanto vem com isso vem eh eh vem eh deslocamentos de terra vem eh eh eh eh eh vagas portanto massas de água brutais com os resultados não é que que que se está a ver não é já regressamos à conversa com Carlos a câmara professor Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em Espanha Será que falharam os alarmes estamos de regresso à conversa com o professor Carlos da câmara climatologista professor já nos explicou e o fenómeno que está a semear não outra forma de dizer morte e Destruição em Espanha sobretudo na zona de Valência Barcelona ora Qual o conhecimento que hoje temos e já falou aí eh de ciência já produzida nesta nesta área com a tecnologia que dispomos isto não era possível eh prever que ia acontecer Ora bem e e ainda ainda é cedo para separ não é rigorosamente os factos mas daquilo que eu eh pude saber eh de facto o o o o amet Portanto o equivalente ao nosso ipma em Espanha eh difundiu um alerta vermelho eh eh e portanto Alerta mais elevado para a situação meteorológica em toda a parte Sueste de Espanha Não é portanto desde Valência até até até Granada eh já li algures que esse eh eh Alerta terá pecado ligeiramente por ter DIU no sentido que já se teria iniciado a precipitação mas aqui intervém um um problema muito complicado que qualquer pessoa que esteja ligada à previsão meteorológica eh operacional tem que é eu não posso estar a dar alertas não é portanto vermelhos com muita frequência porque é a história do Pedro e o Lobo não é portanto não depis ninguém portanto há sempre sempre uma um um digamos uma uma uma certa exitação mas atenção eh o alerta foi dado agora o que eu acho que a sociedade ainda tem muito a fazer é em olear toda a cadeia de transmissão porque uma coisa é o metrologista dar o alerta e depois é eh eh no fundo toda essa informação e ir em Cascata ir acionar todos os os mecanismos de prevenção e todos os mecanismos de mitigação isso acaba sempre por e eh demorar Eh agora eu acho eh eh que eh também estou a falar um bocadinho acima da hora mas eh eh o número de mortos se formos comparar dada a gravidade porque olhando para os mapas a a área afetada é ainda e a área afetada com valores da ordem de 400 MM de chuva os tais 400 L met qu é muito extensa portanto no fundo o que eu quero dizer é Se isto fosse num país do terceiro mundo provavelmente as consequências seriam tremendas mas há atenção há aqui lições a aprender como há sempre deste deste tipo de de acontecimentos e temos que perceber até que ponto é que as vítimas não estão em em em locais que estariam em leites de que estariam Qual é o tipo de de de habitação que havia Qual é que era o tipo de de de estruturas etc portanto há muito muito a aprender com este tipo de de extremos e é importante sublinhar que este extremo é tanto quanto me é dá de saber o maior de sempre em termos de depressões e isoladas em em níveis altos Exatamente estamos a falar pelo menos desde os anos 80 do século passado será este o pior ou Será mesmo o pior de todos eh exatamente portanto eh eh Ou seja é muito difícil que fenómenos destes não tenham impactos infelizmente com perdas de vidas e de bens o que eh eh levanta o problema habitual que as pessoas perceberem que a a pergunta a fazer não é eh esta Dana eh eh eh eh ocorreu por causa das alterações climáticas é eh eh é asneira dizer isto da mesma maneira que é dizer o acidente ocorreu porque a curva estava mal desenhada não a pergunta a fazer é será que quando com curvas mal desenhadas a probabilidade de ser acidentes é maiores e portanto a pergunta a fazer é será que com as alterações climáticas este géo de fenómenos é propiciado e a resposta é sim o Óbvio sim exato ó Professor eu eu vou vou pegar deixou aí Várias Pontas nas quais eu queria pegar vou aqui tentar organizar-se também nas perguntas Eh vamos vamos pegar nessa eh eh nós já falamos aliás começamos a conversa com falar sobre as alterações climáticas e o professor até já explicou aqui noutros episódios da história do dia que a realidade que estamos a viver até está a ultrapassar as previsões que dos modelos meteorológicos de há 20 ou ou ou 30 anos eh Temos esta realidade portanto e não há que enganar temos maior ocorrência de fenómenos extremos isto obviamente Como profor estava a explicar obriga a preparação a a prevenção nem sequer vamos falar dos sismos até porque estamos na véspera do do aniversário do terremoto de 1755 estamos ou não estamos e aqui uma pergunta mais H centrada em Portugal preparados para o para o que aí vem Ora bem eh temos que separar digamos os sismos das alterações climáticas no no no sentido que os sismos esses não são previsíveis não é portanto e sabemos não é que irão ocorrer certamente e temos que ter não é portanto a e as estruturas Preparadas para um evento desses ex no caso no caso da da das alterações climáticas é é um bocadinho diferente Ou ou digamos é diferente do ponto de vista quantitativo no sentido de que eu sou-lhe capaz de dar probabilidades Ou seja no fim de contas é o mesmo que quando nós eh eh jogamos póquer sabemos qual é a probabilidade eh eh eh eh de sair de saírem Ases ou ou outro tipo de combinações portanto nós sabemos que a probabilidade termos eventos extremos em determinadas regiões eh duplicou ou triplicou portanto eram probabilidades Muito pequenas mas se ela duplicou triplicou que é que quer dizer que vão ocorrer duas duas vezes ou três vezes com maior frequência e portanto nós temos que perceber que como são exatamente este esse tipo de de de de de extremos que levam a a perdas de vidas e de bens temos que a a a fazer as contas não é porque estas coisas implicam nós nós já fizemos essas contas já foi feita alguma coisa por cá de relevo nesta nesta área ou não eu Eh vamos lá ver eu acho que de uma forma geral eh eh houve eh melhorias significativas não é e e e se reparar os impactos e e eu não falo s em relação a Portugal por exemplo eh eh eh as e toda toda a a a forma como se está neste momento a encarar as cheias em Lisboa e o o paradigma mudou não é portanto as pessoas perceberam que era preciso fazer mudanças estruturais que implicam investimentos não é portanto Av voltados não é porquê Porque se porque se sabe que a os períodos de retorno de Cheias em Lisboa estão a aumentar e portanto a probabilidade eu ter uma cheia eh em concorrente a uma maré cheia no tejo não é eh eh eh aumenta e portanto a probabilidade de eu ter eh prejuízos decorrentes de uma cheia é muito grave não é portanto é muitíssimo maior e portanto eh começa as pessoas a equacionar que de facto vale a pena fazer mudanças estruturais relativamente por exemplo a seca no sul de Portugal começam começa a a ouvir-se eh eh vozes não é portanto e mesmo ações no sentido de mitigar os impactos ou seja já ninguém Duvida Não é que e eh a seca vai ser um problema portanto eu acho que começa a haver eh eh a nível português a nível europeu certamente não é portanto as pessoas começaram a perceber que as as cheas que que que que afetaram a Europa há 3 anos que levaram a a a a baixas dos níveis dos rios do Reno e do Danúbio com impactos tremendos ao nível da navegabilidade e com impactos na subida de preços foi muito grande e portanto isto começam as pessoas a perceber e a acreditar suficientemente na na na nos modelos dos climatologistas e utilizar esses números não é para poder fazer eh cálculos de risco e portanto no fundo de eh de prejuízos portanto e de investimento para evitar esse prejuízo Professor vamos voltar aqui à questão do do alarme o professor estava a falar na na hipótese de eh com muitos alarmes depois as pessoas se calhar ignoram o os avisos eh deixa-me aqui fazer uma pergunta que se calhar é é um pouco tonta o professor me dirá mas nós temos tido resultados bons quando ensinamos os Miúdos mais pequeninos nas escolas prevenção rodoviária isso depois produz resultados mais tarde está demonstrado Devíamos pensar seriamente em ter uma educação para o clima para começarmos a perceber melhor estes fenómenos o o o que temos à nossa volta certamente isso começa também e eh já a a a ser feito eh não sei se se lembra eh da daquela história quando foi o aquele tsunami muito grande na Indonésia que houve e eh um miúdo que quando viu a água a recuar alertou os pais que tinha aprendido na escola que um reculo súbito de de de de de de de mar e e e antecedia um tsunami e que com isso alertou bastantes pessoas portanto eh essa história tanto quanto sei foi verdadeira eh mas em Portugal nós temos que eh de facto começar a ensinar e já se essa mas eh a ir a escolas eh eu ainda hoje eh eh fui desafiado a ir comentar a uma escola um programa eh de televisão relacionado com incêndios florestais o que mostra que de facto há essa preocupação agora Não há dúvida que eh eh a única ou melhor a forma mais efetiva de nós podermos lidar eh com este tipo de problemas é preparar as pessoas ou preparar a a população desde os bancos de escola eh recordo aquela frase do Einstein não é que eu acho que é muito verdadeira que diz que tudo o que aprendemos antes dos 18 anos são evidências e depois os 18 anos são especulações não é portanto eh eh é bom não é que se ensine desde Pequenino de facto eh eh Temos que estar preparados para fenómenos extremos temos que ter atitudes de eh eh eh eh eh de de prevenção eh a por forma a evitar evitar desastres nomeadamente por exemplo faz-me impressão quando há tempestades continua a ver pessoas que vão para a borda da água tirar selfis não é eu digo assim como é que é possível não é que ainda se continuo a fazer coisas destas se calhar se ensinar isto Pequenino não tanto as pessoas têm o mesmo o mesmo comportamento com o cinto de segurança Exatamente é essa é uma uma ótima imagem do cinto de segurança professor e podemos ser assolados por cá por este tipo de fenómeno ou fenómeno semelhante àquele que que está a afetar a região de Valência ou podemos apanhar com perdou uma imagem com os restos daquela tempestade bom apanhar com os restos isso é sabido não é portanto tanto quanto eu sei o ipma já fez um alerta laranja não é para para amanhã ou para do que é para amanhã ou seja vamos apanhar um bocadinho para sim sim para esta quinta-feira que a e que acaba por ser no fundo apanharmos com e os os restos não é portanto dessa dessa dessa estrutura Eh agora é preciso não esquecer que Portugal é assolado por cheias com alguma regularidade não é portanto eh e normalmente são sempre em outubro novembro não é portanto é é é é altura e quase sempre são não é sempre por exemplo 67 foi com uma um sistema depression esse que que que que que passou não é sobre o território mas as de outubro se eu não estou em erro as de outubro dá dois o tempo passa não é portanto as e e portanto já não sei aou certo há quantos anos foi mas essas cheias foi também foi uma uma uma depressão que se instalou e que esteve e e e ali a debitar água portanto durante eh eh muito tempo e portanto grandes quantidades de água que portanto foram caindo sempre no mesmo sítio portanto a a localização da Península Ibérica é típica para este género de e eh de fenómenos mais ainda se eu tiver um oceano quente e isso aí as alterações climáticas têm um papel no sentido que favorecem que os oceanos estejam quentes com muitíssimo mais frequência e muito mais anos mais favorece que este tipo de fenómenos possa eh eh possa eh ocorrer porque no fundo é essa essa temperatura dos oceanos que acaba por ser a energia que alimenta todos estes sistemas Muito obrigado Professor Carlos da câmara foi um gosto Carlos da câmara é professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e já por diversas vezes participou aqui na história do dia o testemunho que ouvimos no início foi registado pela agência F esta foi a história do dia a sonoplastia é da Mariana Sousa Aguiar a música do genérico do João Ribeiro eu sou Ricardo Conceição e porque esta sexta-feira feriado regressamos segunda-feira mo finman [Música]