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Jé Manuel vamos afinal de contas perceber e se Montenegro é socialista como acusam os liberais ou se é liberal como acusa toda a esquerda bem eh Liberal ele já disse que não era e socialista também não é portanto basicamente ele é aquilo que o PSD de alguma forma foi sempre eh ou ou que foram enfim a líderes com algumas características diferentes alguns que seriam mais liberais outros que seriam em porventura mais socialistas mas eu eu penso que Montenegro tem procurado colocar o o PSD naquele naquele lugar que é um um centro de direita que tem um onde podem estar alguns liberais Mas onde podem também estar alguns eh chamemos assim sociais Democratas de mais direitistas portanto se bem que soci Quando falamos em socialdemocracia e em termos europeus por regra falamos daquilo que em Portugal nós chamamos socialistas não é eh também creio que eles procurado tornar o partido eh menos ideológico para beneficiar do facto de termos neste momento partidos em Portugal que são um bocadinho mais ideológicos ele tem à sua direita eh o o o chega que não sendo um partido propriamente ideológico no sentido tradicional do termo é um partido que tem uma um tipo de afirmação muito forte em termos de presença pública e de inv indicações se não são muitos temas mas tem estas características e é muito anti esquerda e é muito quer dizer é muito anti esquerda nalgumas coisas noutras vezes noutras nem nem por isso não no discurso é no discurso é no discurso é eh Depois temos o o um partido que na Europa até habitualmente se situa à esquerda dos partidos equivalentes ao PSD que é iniciativa Liberal iniciativa Liberal eh Aliás ela queria sentar-se no Parlamento entre o entre o PS e o PS e o PSD nunca nunca conseguiu a é um partido que está numa família política que na Europa se senta de facto entre sociais Democratas e cristãos Democratas sendo que a família dos cristãos Democratas na Europa que é onde está o PSD tem aquilo que é a velha democracia Cristã que em Portugal o melhor representante foi o CDs e em termos formais mas depois que engloba conservadores moderados engloba e liberais não muito também moderados engloba muitas orientações parecidas não Obrigatoriamente tão doutrinárias como teriam sido há 30 ou 40 anos onde essas coisas tinham mais peso do que T do que tem hoje até a própria afiliação dos eleitores e dos era mais forte do que é hoje noutros noutros países onde estas coisas tinham havia um debate mais ideológico ora Enquanto isto acontece digamos no espaço que é o espaço tradicional do PSD portanto onde também está o cheg e O Liberal hoje e a inicitiva Liberal hoje à esquerda temos um partido socialista que se tornou de alguma forma menos pragmático do que nos anos de e de António Costa porque o partido socialista de António Costa não era um partido aliás Como o próprio António Costa diria eu não era um partido muito ideológico no sentido tradicional do termo e isso nota-se pelo facto por exemplo do próprio dos governos terem por mais do que uma vez alterado algumas políticas de forma bastante radical política de saúde por exemplo ora no sentido mais estatista ora no sentido mais liberal com o mesmo primeiro-ministro Pronto agora eu diria que o partido socialista até pelo pelos dirigentes que tê e pelas pessoas que rodeiam o seu o seu secretário-geral Pedro nundo Santos é um partido socialista que se situa claramente num campo mais ideológico o que tem sido afirmado pelos próprios não estou a fazer nenhuma acusação estou a fazer uma constatação de de de de facto e quem leu e quem foi lendo eh o o que Pedro Nuno Santos escreveu ao longo da vida em vários momentos e em vários congressos trações que fezem congressos do partido socialista moções que apresentou tem uma noção Clara disso e que não tiver que lar uma pequena biografia foi publicada aqui há uns tempos sobre ele portanto eh e e dito isto dito isto eu acho que se pode dizer sobre este governo duas coisas que a primeira vista são um bocadinho contraditórias então ou parecem contraditórias que é nos grandes números quando estamos a falar por exemplo de evolução da despesa pública evolução da do Déficit ou do ou do ou ou da margem orçamental como preferi chamar ou da dívida nos grandes números ou mesmo quando olhamos para e a própria evolução dos dos impostos e a não serem aspectos mais marginais e este orçamento poderia ser de Fernando Medina não depende n Santos mas poderia ser de Fernando Medina como alguns dos últimos orçamentos de Fernando Medina ou de Mário Centeno porventura agora este o o nem tudo o que são políticas públicas está definido num orçamento portanto E aí o governo n algumas áreas tem feito mais diferença e noutras tem feito menos diferença diria eu há áreas onde se percebe que há uma vontade de fazer e mudanças eh Há mudanças eh enfim não algumas não são bem Claras são apenas mudanças técnicas ou eh de de de de de políticas públicas como por exemplo as da área da saúde ou mesmo as da área da Educação Se bem que haja sinais muito claros que pelo menos não existe a preocupação ideológica que existiu em momentos de da governação de António Costa em áreas como a segurança há um discurso claramente diferente em áreas como habitação Aí sim já houve mudanças muito substantivas relativamente à política anterior mas que era uma política que era consubstanciada pela aa mais à esquerda do partido socialista portanto eh Pedro nundo Santos e enfim uma pessoa agora tá a sempre ao lado dele Marina Gonçalves não é que não se percebe como é que chegou à aquele lugar Aliás nem se percebe ouvindo das suas intervenções como é que pode ter tanto destaque no no no Parlamento neste neste momento mas enfim que os partidos fazem as opções que que entendem e portanto eh nós temos e E para isso não é precisa tanta política orçamental assim não é é evidente que HS coisas que passam pelo orçamento questões temm a ver com insenções fiscais por exemplo na área da Habitação eh eh mas a política eh ao que V lá aqui a CAV lá col lá mas aquilo que tem a ver com verbas e com despesa eh não se nota tanto e portanto eu creio e isso vai ser não daria prova do algodão Mas vai ser uma coisa que vai ser relevante nos próximos porventura 2 anos é perceber se no caso de eh este orçamento não havia nenhum sobressalto durante a especialidade que acabe por torped al-o eu eu eu creio que não vai haver quer dizer há riscos há possibilidade dele ficar ainda mais comprometido do que já está o risco maior na minha perspectiva na área da Segurança Social por causa da convergência entre a possível convergência entre o chega e o partido socialista para para aumentos estruturais da das pensões não é para aumentos estruturais das pensões que são aumentos para sempre pronto e não apenas uma um aquilo que fez o que fez Fernando Medina aqui há dois anos atrás e que e que este ano fez eh merenda Sarmento que a dar numa altura especial um cheque digamos assim a uma ajuda para as pensões havendo folga orçamental portanto nós temos eh aqui um risco pode haver riscos pontuais noutras noutros domínios sobretudo coisas que tenham a ver com aumento a despesa mas nesse nessa digamos nessa área a margem do governo acaba por ser muito grande porquê Porque como nós verificamos mais do que verificamos eh tri verificamos durante ou quadri ou ó que tipo verificamos durante os anos de de de António Costa Uma coisa é a despesa que se aprova outra coisa é a despesa que se executa e isto não se faz apenas por via das cativações famosas ações Faz também por muitas outras pequenas opções portanto podem ficar aprovadas muitas despesas que depois não acontecem ou acontecem de forma diferente portanto há uma margem que os governos têm que vai para além dos números e do orçamento há regras não o o Parlamento por exemplo não pode discricionariamente aumentar a despesa chegar aqui a dizer assim eh vai gastar mais dinheiro com isto ou com aquilo havendo um orçamento aprovado não faz parte digamos das competências do do do orçamento e por isso tivemos a alturas em que o tribunal constitucional chumbou medidas aprovadas no orçamento mesmo nos tempos de António Costa portanto mas seja lá como for há risco e o a linha vermelha que de alguma forma o Governo está tentar colocar é a boa linha vermelha é dizer nós queremos chegar ao final ao final do ano com exedente para poder diminuir a dívida é uma linha vermelha com que pelo menos formalmente Pedro nun Santos já se comprometeu porque disse que não queria comprometer os grandes números mas agora o diabo às vezes como cuma dizer o diabo tá nos detalhes e vamos ver o que é que acontece mas mesmo assim eu creio que eh o governo Não comerá cometerá o Ato suicida de se demitir se ficar de repente três ou quatro coisas ou cinco coisas ou 10 coisas que lhes façam muita comissão eh no orçamento não creio que o ambiente político esteja para aí virado e até o ambiente das discussões que hou até agora no Parlamento não pré indicam que isso vai acontecer sendo assim nós temos um primeiro-ministro com boas sondagens e dois anos pela frente como economia que até que está a correr melhor do que decorria a um governo PSD ou da Ad eh desde portanto deixa-me fazer as contas há 40 anos uhum portanto desde Cavaco Silva ah portanto entre 85 e 93 em que chega ao poder com com uma com condições económicas financeiras e e em chega em chega em que chega ao poder Senor primeiro ministro dizer que tá estamos de tanga foi o que aconteceu com o Barroso ou que chega ao poder com a troica que enfim é um pesadelo autêntico e absoluto eh portanto mesmo C vac Silva quando chegou estávamos a sair de uma entr sim mas já está já tínhamos saído uma Inter o o grosso do trabalho estava feito Portanto o grosso do trabalho é foi um bocadinho parecido com que aconteceu António Costa o grosso do trabalho estava feito sim a maioria absoluta em 87 já estava melhor mas 85 estav 85 mas há uma diferença aqui muito grande isso que eu queria sublinhar é mas também tem a ver com conjunturas parlamentares que são substancialmente diferentes Claro em 85 eh Cavaco Silva que penso que conversa com alguma regularidade com com Luís Montenegro em 85 eh ele vinha com um ímpeto de mudança enorme em tudo em tudo portanto e eh vinha com ímpeto de mudança mudou completamente a estrutura do governo H portanto criando Ministérios novos acabando com Ministérios mudou um bocado daquilo tudo abriu muitas áreas de política que não que não existiam tinha uma agenda muito determinada por exemplo na área da da da lei da lei do trabalho por exemplo n das leas laborais e eh um governo que tinha arrancado na altura com o Beneplácito digamos assim de um partido que também era populista também cresceu por razões populistas que era o prd portanto ligado ao General Eanes mas que se situa que se sentava ao meio não se sentava num dos extremos portanto era era uma Car e depois implodir dia muito rapidamente agora eh não vamos recontar essa história e seava uma margem de manobra completamente diferente do que aquela que tem hoje eh Luís Montenegro mas o que é facto é que ele esticou essa margem manobra até até até à crise uma crise que não foi provocada diretamente pelo pelo governo foi provocada olha precisamente pelo prd que foi uma crise suicida todas as pessoas recordarão mas havia ali muita coisa estava a acontecer que mostrava uma vontade de mudar Aliás o o PSD e que vinha de um governo de bloco Central eh tinha só passava tinha passado esse governo de bloco Central todo a dizer que estava lá que não ia sair que ajudava Mário Soares era o Mota pinto o líder ajudava Mário Soares e o PS a utrapassar o FMI mas que era preciso de reformas que era preciso de reformas que era preciso de reformas nunca falava de outra coisa bem esse não foi o discurso Eleitoral de Montenegro portanto não podemos dizer que ele tem esse mandato eleitoral não tem não não não fez um discurso com mesma com a mesma vência digamos assim e agora não sei até que ponto é que numa altura em que ele tem dois anos pela frente em que não em que não pode ser derrubado a não ser A não ser que haja uma Olha uma Moção de censura votada simultaneamente pelo PS pelo que chega porque é uma um cenário Improvável eu diria se ele não vai arriscar um pouco Pou mais nas medidas que toma e nas políticas que toma e eu isso vai diria que vai ser um poquinho a prova de algodão para saber se um orçamento que nos seus grandes números podia ser um orçamento do partido socialista não todo mas pelo menos uma parte dele pode ser um orçamento que dê origem que sustente políticas que já dão sinais de poderem ser um boquinho diferentes mas porventura menos diferentes do que e expectativa de muitos eleitores