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[Música] Adalberto Campos Fernandes ex-ministro da Saúde bem-vindo ao direto ao assunto na rádio observador já esta tarde Pedro Nuno Santos convocou os jornalistas para o Largo do rato para deixar críticas e à ministra da Saúde mas para extrapolar a situação para o primeiro-ministro dizendo que já não é só a ministra que é responsável há aqui uma questão relacionada com Ana Paula Martins ou o problema é mais profundo do que Quem é o responsável da pasta não Boa tarde há aqui infelizmente a recorrência habitual de que na saúde não há condições objetivas para se governar porque facilmente ao primeiro incidente e à primeira dificuldade enfim Nós lembramos da da figura do suspeito do costume e o suspeito do costume é o titular da pasta e portanto como se os problemas do inemo começassem tivessem começado ontem eh como se de facto as profissões de saúde queem formam e fazem o inem não estivessem obrigados a deveres éticos e de consciência que não tivessem levado ao que aconteceu na segunda-feira e sobre essa matéria eu entendo que não deve ser só a igas intervir que deve ser o Ministério Público a tentar perceber e esclarecer Quem fez o quê E como na passada segunda-feira porque repar os poderes políticos e sejam eles de direita ou de Esquerda do PS ou do PSD não podem estar refém de outros poderes que tendo a sua legitimidade representativa não se podem esquecer que o socorro e a emergência médica não é algo que possa ser instrumentalizado para fazer pressão Tutelar por mais justas e razoáveis que sejam as pretensões de quem as faz e portanto esta matéria falar disto com no combate político tantas vezes eu tenho dito isto não fica bem nem à oposição nem ao governo Isto é um assunto demasiado sério a das humanas que estão em causa e portanto eu deixaria este esta despesa digamos da da retórica política para um segundo plano e focar Mia naquilo que é o essencial o inem tem falta de recursos há muitos anos tem tido dificuldades de investimento há muitos anos e devia estar mais reforçado e dotado por profissões da área da saúde que têm essa sim uma grande informação ética Como são os médicos e os enfermeiros e eu creio que é isso que importa fazer pal esclarecer o que aqu o que aconteceu na segunda-feira que tem que ser do meu ponto de vista digamos amplamente eh esclarecido mas e portanto eh Apesar desse enquadramento que fez e já agora aproveito também para dizer que de facto o Ministério Público já abriu eh seis inquéritos penso eu eh em relação a estes factos que aconteceram na passada segunda-feira mas aquilo que lhe pergunto é eh tendo eh concluído que os problemas do inem vêm muito lá de trás se considera ou não até tendo em conta a aquilo que o secretário Geral do partido socialista disse sobre eh os os serviços mínimos que podem ser requeridos para a questão das Horas extraordinárias se não acha que mesmo assim independentemente de não ser não considerar que seja a a Total responsabilidade da ministra da Saúde se houve ou não negligência se acha que ela eh tendo conhecimento deste préavis de greve iia ou deveria ter tomado outro tipo de cautelas Com certeza que sim mas resta saber o que é que a direção do inem fez se avisou atempadamente se os agentes e os atores envolvidos todos cumpriram a sua parte se a definição de serviços mínimos para um serviço de Socorro e emergência é mais adequada se houve ou não violação grosseira dos critérios dos serviços mínimos a passada segunda-feira tudo isso tem que ser esclarecido porque nesse aspecto eu dou razão ao primeiro isto quer dizer se um governo anda a reboque de pré-avisos e de processos digamos de negociação eh ou de pressão sindical que são sendo legítimas podem por vezes ser imorais não há governo que resista naquilo que é o desenvolvimento normal da ação política e da Defesa do interesse público Porque repar se os senhores jornalistas todos mas não pode representar uma amorização do da importância desta carreira em particular não não não Não não é isso que está em causa eu não estou a discutir a a meniz zação a eu estou acho importante a qualificação acho importante a formação e eles têm razão quando dizem que estão abaixo do número exigível Enfim pelo que eu tenho ouvido há 5 anos ou 6 anos não sei que que esse número está deficitário essa essa razão assiste aos profissionais e e ninguém lhe retira essa mesma razão outro sim é saber se quando eu estou perante uma atividade do Socorro médico ou do Socorro pres gente se por exemplo os serviços míos devem ser mais adequados devem ser melhor ajustados e e as minhas reivindicações não podem ser feitas à custa de riscos e supervenientes que põem em causa o interesse Vital dos cidadãos é essa simplesmente a questão agora eu ia lhe dizer que valia a pena fazer um exercício que é enfim nos últimos 10 anos até para apanhar uma amplitude grande de ministros e de governos e ver qual tem sido o histórico destas situações do inem e das crises no inemo o inemo precisa de uma profunda refundação que não vai lá apenas eh com mais recursos Com certeza que sim com mais ambulâncias e com mais equipamentos mas precisa de um modelo de governação já não está adequada à realidade dos dias de hoje é isso não está o inem É talvez o Instituto ao serviço público de maior relevância que existe no sistema de saúde em Portugal e nos outros países e portanto tem que ser gerido em conformidade se de facto o governo podia ter ido mais longe ou mais rápido com certeza que sim não conheço os detalhes ouvia a declarações do presidente do inem há pouco isso tem que ser apurado do ponto de vista político e e na política Isso deve ser feito agora sobre o inem também deixe que me lhe diga eu não fico confortável com a utilização do inem como arma de arremesso digamos de baixo preço eh fácil porque é o próprio est sei por isso e Sei e sei que de facto que é muito fácil através de um episódio extremo que envolve o o o as situações que nós temos eh visto a fazer disto logo uma um exercício de combate político muito muito fácil muito muito muito muito digamos pouco sofisticado e portanto sim apegar responsabilidades políticas que se dividem pant ó Campos Fernandes deixe-me só eh fazer-lhe aqui uma pergunta para tentar clarificar se Estou a entender bem o que o que está o que enfim Qual é o o seu ponto de vista eh do seu ponto de vista não é justificável que e uma greve eh possa provocar os incidentes que aconteceram na segunda-feira é isso eu enquanto cidadão gostaria de saber o que se passou exatamente nos seus devidos detalhes durante o dia de segunda-feira qual foi o grau de cumprimento dos serviços mínimos em que medida os serviços mínimos Se mostraram suficientes ou não para o para a resposta ao socorro e em que medida essa falha pôs ou não em causa a vida de pessoas isso é digamos uma exigência cívica podemos chegar à conclusão de que foi uma circunstância excecional com o número de chamadas muito elevado e que que os serviços mínimos estavam a ser suficientes e que ninguém faltou ao cumprimento dos serviços mínimos repar isso eu diria que é um esclarecimento que que tem implicações políticas mas também é um direito do que os cidadãos têm de conhecer afinal o que falhou Quanto ao resto claro que rapidamente repor os o8 centros profissionais que ao que ao que me estão ao que ao que eu ouvi estão em falta estão em falta não é não é de ontem não é da semana passada estou em falta há 5 se anos e repor o efetivo repor os equipamentos mas insisto repensar o modelo de governance o modelo de governação porque o inem como eu L dizia há pouco se se houver um trabalho J de reconstrução daquilo que é a relação do inem com episódios noticiosos e opinião pública nós temos um livre com centenas de páginas não É deixa-me só perguntar aqui até no no contexto mais mais abstrato que é se ministra Ana Paula Martins também pelas dificuldades nos serviços de urgência não só no inem tem as condições políticas necessárias para desempenhar a função Porque neste momento está só já a responder problemas e entraves que que têm existido Mas quem tem que referir se a ministra tem condições políticas ou não é o primeiro-ministro e eu sinceramente enquanto cidadão acho que a resolução dos problemas não passa pela trituração de ministros porque a professora Ana Paula Martins do meu ponto de vista tem as qualificações técnicas e profissionais e até políticas para desempenhar o lugar terá que ser o primeiro-ministro a julgar se entende que não que ela tem ou não condições para continuar Mas há aqui um risco que é um risco digamos de de natureza mais geral que é o risco que do sistema estar organizado a partir de bolsas e digamos e de grupos de pressão e e de interesses que sendo legítimas não deixam de ser grupos de interesses que desde a primeira hora em que o ministro Toma Posse e o O que procura naturalmente é criar instabilidade política e evitar que as medidas se concluam se se se concretizem e que o julgamento político seja feito no final de uma legislatura eu pergunto-lhe desde praticamente a a fundação da democracia eu diria que apenas três ministros da Saúde cumpriram o mandato inteiro Isto significa que e todos os outros eram incapazes incompetentes que que que não não não estavam habilitados foram digamos não estavam habilitados a responder às necessidades do país não que de facto é um setor muito difícil onde é muito fácil muitas vezes com a exploração mediática pouco fundamentada e e muitas vezes pouco estudada eh depois por em causa e de criar instabilidade política eu como lhe digo nem eu nem Nenhum de Nós faz apreciação desse tipo é o primeiro ministro que entenderá se tem não tem condições e ela própria mas não parece que efetivamente que sobretudo à beira do inverno à Bia assim ser e isso e assim est ministra e este governo tem uma prova de fogo verdadeiro porque no verão poder-se ir dizer bem o governo chou há pouco tempo ainda estava e as veridas consequências da do governo anterior ou as medidas poder-se a dizer isso agora temos o inverno pela frente acho que é absolutamente irrazoável estar a fazer uma alteração política nesta altura mas enfim como digo isso é uma opção de quem quem é dar ao governo que é o primeiro-ministro e penso que a Nenhum de Nós cabe e a fazer apreciações sobre essa matéria eh Há há aqui um um risco de alarme social causado por esta situação porque temos lá está não só a falta de capacidade de resposta do inem associado também aos constrangimentos e dificuldades que ouvimos semanalmente com os serviços de urgências claramente claramente que existe eh e e de facto e são expressões pontuais que têm associada a expressão e a palavra urgência e e e que fazem que com que a população printa que naquilo que é o socorro imediato e a prontidão do sistema há dificuldades evident que sim e evidentemente que muitas vezes amplificado de uma forma até me parece inadequada excessiva mas a Evidente não vale a pena meter a cabeça debaixo da areia e ignorar que esta esta situação gera ansiedade sobretudo em populações mais envelhecidas mais vulneráveis que olham para o SNS e para a assistência do SNS como de facto a sua salvaguarda portanto isso é evidente que não é positivo e e que deveria ser minorado tanto quanto possível and Alberto cambos Fernandes Muito obrigado pela sua disponibilidade para se juntar a nós neste direto ao assunto aqui na rádio observador tá obrigado boa tarde [Música]