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[Música] bem-vindos aos 10 anos de observador nascemos a 10 e a rádio A5 assinalamos esta década com uma série de entrevistas especiais em que procuramos os bastidores dos momentos mais marcantes de cada ano eu sou o jo um perfiro editor de fotografia eu sou Patrícia Reis escritora e curadora da exposição 10 anos observador e para este Episódio convidamos António Gaspar fisioterapeuta da seleção Portuguesa de futebol desde 2000 e fundador da Clínica António Gaspar fisiotherapy and performance a cada conversa associamos uma fotografia O que é que o António Gaspar vê nesta fotografia pode descrever noos um pouco Olá antes mais nada comprimentar a toda a gente e a vocês e agradecer também o convite que estou por ter vindo aqui e assim aproveitei e vejo melhor a fotografia realmente isso é uma fotografia é que que obviamente me faz reviver esse momento único que que eu tive até hoje e acho que todo o Portugal teve que é o quando fomos campeões europeus é uma é uma fotografia que nos que me traz muita emoção uma alegria imensa e eu diria única nesta perspectiva desportiva e de realmente conquistar algo que nos que nós perseguimos há tanto tempo mas mais do que tudo também essa fotografia transmite-se a a ligação que se tem realmente ao país que é ver as pessoas todas eu lembro perfeitamente nesse dia em que chegamos na hora em que chegamos foi realmente uma loucura indescritível de tanta gente a querer noos receber a querer receber a equipa mas com enfim com com uma alegria que eu diria que é quase é difícil transmitir isso e basicamente é o que eu vejo mais ir para além da alegria de ser campeão é as pessoas que a gente vê na rua a quererem partilhar precisamente esse momento Gaspar estava nesse nesse dentro desse carro porque fez questão de dizer há pouco eu faço parte da equipa obviamente que faz parte da equipa estamos em 2016 Hum e esta é uma das fotografias que estará na exposição da sociedade de Belas Artes em Lisboa entre 7 de novembro e 7 de dezembro 2016 ficou marcado pela conquista do título de campeões europeus e António Gaspar acompanhou esta faceta da seleção Nacional aliás acompanha a seleção há 24 anos H recorda-se bem desse dia houve muito choro muita alegria muito abraço eu acho que houve houve tudo um pouco houve choro de alegria Eh e houve muitos abraços com portanto realmente indescritíveis e de contentamento acho que foi ali uma partilha única o sentimento era comum e eu diria que são foram momentos realmente verdadeira exess de de companheirismo de de equipa eh e obviamente com uma felicidade imensa eu diria eu digo que que é são s momentos únicos que só quem vive e quem está lá dentro e partilha realmente desse desses valores é que consegue é que consegue realmente sentir isso e realmente foi foi do momentos mais mas foi um jogo difícil foi um jogo difícil mas por ser difícil é que ainda mais mais sentido e mais valor tem o facto de ser em França contra a França e fim Todas aquelas do facto de não ter sido logo nos primeiros 90 minutos termos ido ainda a prolongamento isso tudo dá valor e o facto de termos tirado o campeão o o capitão de de jogo não é verdade também exatamente do do nosso Cristiano infelizmente não ter estado pronto também muito como vente não ter não ter continuado dentro do campo continuava cá fora a apoiar na mesma e com a sua energia e força que também é importante tudo isso acaba por ainda dar mais mérito à equipa mas por isso é que estes momentos são vitórias da equipa e não são vitórias de ninguém portanto e isso é mais uma prova disso que foi um momento de de uma equipa que ganhou e que ganhou desta forma brilhante e e única recorda-se daqueles aos 25 minutos quando o Crisan Ronaldo sai e lesionado no joelho esquerdo lembra-se O que é que pensou nesses segundos depois de de de de do do nosso Capitão ter ter abandonado o jogo numa final europeia eh que depois acabou bem mas podia ter podíamos não ter ganho o que é que pensou nesses segundos Olhe realmente pensei que que era que era enfim catastrófico o facto dele sair nesse sentido assim uma palavra mais forte Talvez mas ao mesmo tempo também pensei que porque a gente conhece a equipa conhece os jogadores que seria um momento de deles irem buscar ainda mais força e mais energia de os motivar mais a ganhar e foi mesmo isso que eu pensei pensei que até penso que na altura Me virei para o Dr Paulo becer dis vai ser uma oportunidade ainda de termos mais energia e de de lutarmos mais ainda para vencer no fundo acaba por ter um momento positivo transformar um boquinho esta energia negativa em algo mais positivo eu acho que foi isso que que aconteceu Por um lado mas foi isso mesmo que eu pensei também na altura apesar obviamente ser terrível estes momentos tem depois o joelho do Cristiano Ronaldo já agora porque ninguém ninguém se pergunta sobre isto Pois é alegria é aquele lado de estas Então e o joelho o joelho felizmente ele depois também foi um período de férias com algeria quetinha Descansou e recuperou normalmente bem infelizmente não foi nenhuma lesão e grave e e recuperou tranquilamente o António estava no relevado estava no rel portanto também foi uma decisão sua eh Acredito eu que o selecionador e acredito que o médico equipa médica o restante da equipa médica tirarem o Cristiano Ronald do Camp CL houve ali dois momentos Houve um momento em que ele se lesiona ele vem eh vem nós nós até o ligamos F se fosses virem nas nas imagens que ele tem tem uma ligadura eu fiz essa ligadura porque ele mesmo nós percebemos que difícilmente ele poderia continuar ele regressa ele insistiu ele regressa com a ligadura e obviamente ao final de de alguns instantes ele próprio pediu para substituir que não dava portanto apesar de tudo ele tentou fez o seu melhor como sempre faz eh mas acabou por infelizmente ter que sair em palavras de fisioterapeuta e médico que lesão é que ele tinha ele fez uma lesão do ligamento lateral interno portanto é um dos ligamentos que estabiliza internamente o joelho e pronto e a partir do momento que houve aquela aquela entrada que que todos nós nos lembramos houve no fundo houve ali uma rotura parcial desse ligamento E é claro que as dores também panto a continuação no jogo de um jogador comão não não se torna possível não se torna viável e ele ele bem tentou ligamos no sentido de era uma final e ele também ele queria tanto fazia questão e insistiu mas fizemos o melhor que podia ser feito Mas infelizmente não não deu para continuar Quais são as grandes preocupações que um fisioterapeuta que monta o nigas Park tem uma carreira tão longa São 30 anos não é e há 24 na seleção teve 13 no Benfica embora eu acho uma imensa graça quase como vento o António agora diz eu não sou benfiquista eu sou da seleção eu acho que el continua a ser benfiquista citando o nosso primeiro ministro não é não tem Clube é da é da seleção nacional é como o António hum Quais são as preocupações eh prévias a um jogo qual é o trabalho que se faz o que é que o que é que importa mais olha acima de tudo é é prévios a um jogo portanto há ali vários momentos for mesmo nas horas antes de um jogo é É nós prepararmos os jogadores que têm algo por um lado Se tiverem alguma preocupação algum desconforto alguma pequena dor de forma a tentarmos prepará-los no sentido de eles irem eh mais confiantes e sem estar sequer a pensar em nada que os perturbe so ponto de vista físico Issa é a nossa maior preocupação e obviamente se houver algum problema também nós podermos ter a certeza que o atleta vai bem para lá para dentro tá bem preparado termos o cuidado de que o que fazemos é em segurança a pensar no jogador nada de riscos Temos que estar todos confiantes em que eh Há uma sintonia perfeita entre o jogador e as nossas decisões isso é fundamental para que possa acontecer os atletas geralmente arriscam muito não arriscam na sua e não eu não diria que arriscou muito eu eu diria que hoje também de de acordo com os as boas práticas os bons procedimentos que se fazem eu diria que não se arrisca muito a saúde do jogador porque eles também têm T realmente formas de trabalhar no sentido de melhorar a sua performance é verdade isso é uma é um trabalho diferente mas eh eu costumo dizer que nós não devemos arriscar a sua segurança agora claro e tentamos e otimizar tudo o que podemos fazer para que eles também entrem o melhor possível o mais cedo possível Sem dúvida mas dentro de acordo com determinado tipo de valores agora há sempre momentos e há bocado falamos de de da final com o Cristiano ele era uma final ele queria muito entrar tentou entrar Claro tentou como se V dizer arriscou mas também não deixou no minuto seguiro a uns uns instantes depois ter consciência que não dava e saiu tranquilamente não pôs em riscar sua lesão porque não faz sentido de facto fazê-lo eh voltando atrás um bocadinho à final ao dia da final eh Imagino que não mas há algum tipo de preparação diferente a nível físico dos jogadores para uma final visto que já estamos a a falar de uma final de um campeonato europeu já passaram pela fase de grupos portanto tiveram muitos jogos a qualificação fora obviamente todo o seu o trabalho nas suas equipas que cada jogador tem eh para uma final Existe alguma preparação eh especial ou de facto é um jogo a nível físico como os outros a nível psicológico é que é bastante diferente Claro que a nível físico é é portanto há toda uma preparação que é feita inicialmente pela equipa técnica e obviamente e quando há determinado tipo de de problemas Nós entramos muito numa perspectiva de prevenção e de otimização também do seu desempenho mas eu diria que é mais um jogo nesta perspectiva física não se vai em três ou quatro dias preparar fisicamente um jogo portanto Isto é tudo fruto de um há um trabalho contínuo que eh se chega a uma final agora claro E aí sim Acho que toda a equipa e obviamente a equipa técnica Há uma grande preocupação sim des se o ponto de vista psicológico Tentar tentar prepará-los e dar-lhes a confiança necessária para ganharem e para estarem ao seu melhor no dia da final e é nesse sentido que que vai muito preparação Quando Chega a uma final também eu imagino que o o o António já tenha que ter dito a atletas futebolistas e e outros atletas de alta competição que não é possível competirem deve ser um momento eh difícil como é que que se gera esta comunicação e se motiva um atleta a a não a não enfim ceder à frustração de não poder competir Olhe são é claro que sim que isso já aconteceu em atletas que a gente transmitiu que não podia não podia competir sobretudo em determinado tipo de provas até muito importantes e que por vezes eram o sonho deles estarem nessa prova eh são são realmente momentos por vezes terríveis onde onde nós temos que comunicar isso mas e eu eu diria que até hoje apesar da frustração de muitos atletas no fundo é eu acho que não há uma Fórmula Mágica tem muito a ver também com cada atleta cada pessoa todas as pessoas têm feitios diferentes tem formas de encarar a vida e os momentos menos bons eh de uma forma diferente e às vezes não há nada melhor do que transmitir-lhes as coisas de uma forma muito simples explicar-lhes e também mostrarmos a nossa disponibilidade para os continuarmos a ajudar na fase a seguir que é a sua recuperação tá aí um bocadinho de Psicologia nãoé Claro que sim há um bocadinho de Psicologia tem que ser sempre também até por vezes perceber Qual é o seu meio envolvente desde desde a própria família também às vezes perceber comunicar até o que é que lhes vamos dizer para que também a própria família ou mundo social ouou familiar sobretudo que estão envolvidos também os possam apoiar e e e estar com eles e no fundo é um bocadinho esta jalidade de uma forma simples direta mas também mostrar que há uma preocupação de continuarmos a caminhar com eles apesar de ser um momento menos bom ou mais mais complicado mas acho que a fórmula não é não é complicada nesse sentido tem que ser o mais simples possível e acima de tudo nós mostrarmos esta disponibilidade também estarmos com eles e dos acompanhar mas este exemplo que a Patrícia e dava era de um atleta que está lesionado e naquele específico naquelas prova específica não pode competir já teve que dar e a infeliz notícia a algum atleta seja futebolista atleta de atletismo ou seja algum atleta de alta competição que nunca mais vai poder competir em alta competição Porque tem uma lesão gravíssima sim eh eu entendo assim é realmente é diferente nunca tive um momento em que houve uma lesão E essa pessoa nunca mais pode eh continuar em termos de des esportivos desportivos Ou pelo menos em termos de competição já tive outros atletas que de facto continuaram tinham lesões e de uma forma ou de outra acabaram por ter que abandonar a sua carreira porque essa lesão já era tão recidiva que era a melhor opção era não continuar isso de facto já aconteceu mas no fundo acaba por ser um pouco o que eu transmitia e encarar as coisas uma forma muito simples muito frontal coro tem limites não porque o corpo tem limites exatamente e há uma altura que que não dá mesmo E nós temos Isto é por vezes estas questões têm que ser o mais simples e diretos possíveis não vale a pena andar com com muitas enfim por vezes se calhar com muitos rendilhados à volta de uma conversa que no fundo é é tão tem ser muito clara e muito direta acho que há uma maior reação e uma melhor reação desde que as pessoas também percebam que depois ha exatamente no fundo haverá depois um caminho também que se pode fazer para Men lhorar tudo isso e ajudamos também nesse processo pós pós V lá pós não continuação V António uma coisa é um atleta com 18 anos 19 anos 20 anos e a outra coisa completamente diferente é um atleta com 40 nestes últimos jogos olímpicos nós vimos em muitas modalidades distintas atletas com uma grande long vidade com carreiras muito longas eh e há sempre esta questão de até onde é que o corpo pode ir até onde é que nós conseguimos maximizar todo o potencial que o organismo tem eu sei que é uma das suas preocupações até porque o António tem esta ideia que eu acho muito divertida de encarar todas as pessoas como um atleta de alta competição quer falar-nos um pouco sobre isto exato eh não no fundo é o que eu costumo dizer realmente hoje nos dias de hoje as pessoas falam muito e quando alguém fala comigo de atletas dos atletas O que é que fazem o que é que não fazem e de facto também nós temos uma preocupação quando é um atleta de alta competição tentarmos criar condições para que eles prolonguem no fundo a sua a sua longevidade tenham tenh uma melhor performance durante muito tempo mais tempo o último exemplo pronto para além de do do do que vimos nos Jogos Olímpicos temos o o exemplo mais recente do PEP porque aos 40 anos e terminou a sua carreira e e no nível de e o PEP é um atleta que o António acompanhou não é acompanhei acompanhei muito de perto e durante muito tempo também portanto e e ele conseguiu dar este nível de facto de performance tão grande até ao fim portanto isso é fantástico mas eh no fundo ao dizer portanto ISO Nós criamos criam condições para que isso seja possível e quando eu digo que nós devemos olhar para qualquer pessoa Nossa como atleta de alta competição no fundo é o transmitir que hoje há condições e nós damos condições também às pessoas poderem ser encarados no sentido de melhorar todos os seus níveis a para que possam recuperar por um lado portanto no fundo é é atingirem também uma boa performance melhorarem por um lado a sua recuperação ou eventualmente tentarem manter eh bons níveis em termos de saúde em termos de prevenção de lesões em termos de longevidade desde alimentação ou exercício físico enfim outras áreas em termos de bem-estar para que eles também sejam de facto eh possamos considerá-los um atleta de alta competição porque nós temos começar a olhar cada vez mais para nós pessoas não atletas ou não atletas de alta composição no sentido de como se fôssemos atletas de alta composição porque o que a gente quer prolongar no fundo é também a nossa o nosso bem-estar a nossa atividade manteremos saudáveis só precisa possível não até aos 40 como atletas da al comissão mas até aos 100 como pessoas normais e com o prazer e a qualidade que se deve exigir na nossa vida a dia na nossa vida do dia a dia como seres normais e e humanos comuns e acho que isso é que é importante também olharmos para todos desta forma e não só para os atletas E qual é o maior desafio enquanto fisioterapeuta de grandes atletas grandes Ídolos para muita gente pessoas Que enchem estádios para os ver como é que é eh qual é o como é que é e qual é o maior desafio e quase de eh gerir a forma física daqueles daqueles atletas Qual é o maior desafio sobretudo eh no seu trabalho Olha eu acima de tudo a eu diria que hoje e pronto como também já tenho alguns anos e já nesta vida a de alta competição olhar para atletas de alta competição há bastantes anos há 35 anos que ando olhar vá assim de uma forma mais e acompanhar atletas de alta Competição eu diria que aquilo que é é uma questão também de educação e formação e tem-se visto E aí estou à vontade para o dizer há 35 anos quando entrei realmente comecei a tratar atletas desta deste nível eh nós sentimos que eles sentiam viam-se de uma forma diferente hoje olhamos para os últimos atletas mais jovens e e eles olham-se portanto e é completamente diferente eu penso que tem a ver tem a ver muito com a educação a formação que tiveram uma escola que tem tido tem tido uma evolução enorme dentro do desporto e do futebol em particular na formação Hoje os atletas não nenum atleta que não olhe para eu diria que 9 e tal por dos atletas olham para eles com o cuidado de se cuidarem portanto desde a alimentação S desde o descanso desde o sono desde eventualmente as horas como treino os exercícios aquilo que tem que fazer para prevenir lesões portanto estão mais sensibilizados e obviamente a estrutura das equipas também estão mais evoluídas estão muito mais Preparadas para os ajudar de facto e eu penso que eles também têm uma maior aceitação e conseguem e isto já parece que já é quase o ADN deles hoje um atleta de al comição quando chega a profissional já tem isto tudo no seu ADN ADN quase diria na brinca Ira comparativamente com os atletas de antigamente também As equipas estão mais bem Preparadas de facto houve uma evolução muito grande em termos de Estudos em termos de evolução das próprias equipas não só dos profissionais que estão envolvidos Mas também de toda de toda a estrutura dirigente que hoje foca-se de facto em tentarem otimizar toda a sua estrutura isto bem desde que eles hoje começam a ir para a escola AOS 7 8 9 10 anos e e nota-se de facto essa essa revolução de ment idade na maior parte dos atletas é uma eu diria que é quase do dia para a noite sabemos que a recuperação de uma lesão muitas vezes é um processo muito lento ingrato por vezes até como é que se motiva um atleta para acordar todos os dias de manhã sabendo que não vai jogar e naquele jogo tão importante seja el qual for mas que tem que continuar a fazer um trabalho e de treino meticuloso e e e específico para aquela para aquela lesão como é que se motiva Além disso tem que sobreviver ao dedo do António Gaspar o António Gaspar tem a fama de ter um pulgar dramaticamente terrível que encosta à pele das pessoas e fura vai para ali AD dentro Isso é só quando não gosto de alguém ah mas tem essa fama ou não tem Tem essa fama quando não gosto não gosto muita gente não estou a brincar e é realmente é uma é uma questão sempre difícil já me fizeram diversas vezes essa pergunta eh eu não não consigo responder bem a isso mas às vezes pensa um bocadinho neste processo todo e tem eh eu procuro nestes momentos tentar por um lado a tentar transmitir confiança no que vai acontecer a seguir vai correr bem sem também estarmos a alimentar às vezes falsas esperanças mas transmitir que é que é possível com com trabalho com Rigor com disciplina e manter conseguimos ele daí a três quat 6 meses ou for preciso vai voltar e até acostumamos depois pôr aqui alguma dose de humor ainda vai recuperar ainda melhor ainda vai ficar melhor ao nível de antes e Pois tanto transmitir-lhe também que agora é que ele vai ser bom jogador um grande jogador Porque só os grandes jogadores é que tem que ter uma grande lesão portanto S não senão ele acabar por NC atingir o seu melhor nível pronto é tentar dar-lhes confiança é muito importante a confiança eles também terem confiança no nosso trabalho e obviamente porque no fundo depois vai ser uma relação a dois durante algum tempo lembra-se de alguma conversa que tenha tido com algum jogador exatamente eh aquilo que nos contava agora mas algum alguma história específica de algum jogador em particular que tenha que ter tinha que tenha tido esta conversa eh e que houve aqui algum humor até envolvido Olha eu eu recordo-me pronto vou para não ir muito longe porque realmente há tantos jogadores que já já tivemos essa essa essa pronto Enfim este estes episódios mas recordo há pouco tempo o próprio no menes que o ano passado teve uma lesão gravíssima e que acabou por vir recuperar comigo cá eh e era o que eu lhe dizia agora porque ele também não um um jovem tem tem 20 e Poucos Anos eu diz agora é que tu vais ser um bom jogador porque até agora eras apenas mais um e vai vais dar o salto mas pronto são processos que que a gente vai brincando também de acordo com a personalidade que temos do lado de lá portanto e os jogadores são também são tão diferentes e nós temos que ter esta capacidade de nos adaptarmos sem nunca dando sempre uma esperança sem dar também falsas esperanças obviamente mas mantendo-os sempre ali motivados nesse sentido tal como o médico um fisioterapeuta h também certamente ouvirá muitas e lamúrias neste sentido que obviamente que também tem que se lidar com uma uma parte psicológica grande portanto Aqui estamos a falar da parte física de recuperar uma lesão mas sabemos que uma lesão não é só física não é só o joelho não é só a coxa não é só a canela também é é é muito mais do que isso é a perceção de que vamos demorar muito tempo a recuperar e podemos nunca mais voltar a jogar lugar portanto aqui a parte psicológica também é bastante importante para a parte física recuperar em condições Claro que sim porque nós no fundo nesta relação que temos com as pessoas com os atletas neste caso concreto mais que tudo temos que criar um ambiente saudável de descontração de onde eles também se sintam bem e quando vão para a recuperação sentirem-se eh bem dispostos e nós também temos ir transmitindo isso e criar estas condições no sentido também de que isto seja um processo agradável não seja um processo penoso mas já que aconteceu então Vamos tornar isto um processo até divertido e criar aqui até às vezes outro tipo de momentos de convívio até às vezes de outra forma no sentido de que eles acabem por ter estes momentos e vão Recordar que até foram bons momentos que passaram e é que arranjar aqui formas de criar este tipo de interações que para ter esse rede de apoio exatamente e ao criar isso acho que acaba por ser muito positivo e hoje porque também já passaram alguns anos eh que ando aqui nesta vida a acabamos por ter relações Extra futebol porque essas pessoas acabaram por nos passar pelas pelas mãos e e foram momentos até divertidos divertimo-nos conhecemos todos melhor hoje continuamos a ter relações saudáveis e fantásticas Porque isso aconteceu se não tivesse acontecido se calhar não as tínhamos portanto são há que sempre ver coisas positivas em coisas menos menos e menos menos boas neste caso o António H tem no currículo sete campeonatos europeus e seis mundiais imagin já falamos sobre isto As histórias são muitas os episódios são muitos neste momento há uma dimensão Internacional e o António é chamado a trabalhar com clubes lá fora quer noos falar um pouco dessa dessa experiência porque São muitos os clubes que o chamam não é e não são clubes pequeninos sim eu de facto nos últimos anos portanto Desde há uns anos esta parte tenho tido a felicidade de trabalhar diretamente com muitos clubes de muita nomeada pronto por um lado também há que dizê-lo eh portanto às vezes há lá atletas que nos conhecem e que tiveram lesões e que vê para cá recuperar comigo concretamente ou com a minha equipa e a gente acab por estabelecer uma relação muito muito Direta com esses clubes que acabamos por criar relações por vezes se prolongam no tempo é claro que eu lembro-me desde o Manchester United desde o o Paris saint-germain recentemente com o Nuno Mendes Como disse H pouco desde o próprio Real Madrid o Barcelona o Real Madrid quando lá teve o PEP já com o Milão Pronto ah realmente muitos muitos clubes Chelsea também quando porque tava acaba por haver os jogadores que tiveram lesões lá queram recuperar cá e nós acabamos por manter relações estreitas e é uma boa ligação com esses clubes é uma boa por vezes não é simples quando um atleta vem para cá recuperar desses clubes porque eles realmente também tem grandes estruturas e estruturas igualmente fantásticas e de grande nível mas por vezes tem a ver com a a confiança com os jogadores têm também connosco e os e os próprios clubes muitos deles também têm a dimensão de de perceber isso e acho que isso é é fantástico e no fundo todos ganham portanto é o atleta em primeiro lugar o clube e obviamente todos acabam por por ficar satisfeitos a pertir do momento também que os clubes nos conhecem e conseguimos estabelecer relações de boas relações eu diria profissionais e também onde todos os pormenores são são discutidos eh de uma forma em conjunto eu diria que nestas questões Quando acontecem e quando nos pedem opinião é sempre um trabalho de equipa não é um trabalho nem meu nem da minha equipa nem do do clube é um trabalho de equipa e esse fruto esse resultado de equipa é que eu acho que dá os frutos que que nós queremos e eu acho que se otimiza um bocadinho todo esse trabalho há pouco falávamos da da da diferença entre um futebolista e um atleta de alta competição noutra modalidade e neste caso o atletismo Nelson Évora também é tratado com com o António também passou pelo Dedo do António exato Qual é a grande diferença na sua opinião entre um futebolista que tem treinar uma parte substancial do corpo diferente acredito eu de um atleta de atletismo neste caso específico do tripo salto Que cuidados e que diferenças é que que há olha os cuidados e as diferenças sobretudo nos processos de recuperação claro que há aqui processos comuns como é óbvio tem a ver com a lesão em si e eu diria que é como a qualquer pessoa a qualquer atleta e mas depois quando passa-se por uma certa uma determinado tipo de fase onde nós temos que melhorar o gesto desportivo ou o gesto específico de cada modalidade então aí há todo um trabalho muito mais criterioso de acordo com a função de cada de cada de cada atleta portanto mesmo hoje no futebol já se trabalha de acordo com a sua função específica defesa ao atacante quando é de um de um caso específico Como como o Elsa Évora que é que obviamente que é o seu triplo salto todo o trabalho que se vai fazer porque ele teve algum tempo parado é muito mais específico a pensar no trabalho que que ele a seguir vai fazer que é a sua função no fundo são temos que pensar e equacionar um boquinho Qual é o trabalho e a partir daí seros muito mais focarmos de acordo com essa modalidade e e fazemos esse trabalho muito mais diferenciado e específico de acordo com a sua função eh antes queria voltar desculpem eu eu agora é a minha curiosidade queria mesmo voltar a 2016 só para finalizar e estamos perto já Já já do fim estamos a entrevistar António Gaspar fisioterapeuta da seleção Nacional desde 2020 António queria que fosse os os os os meus olhos e os olhos da Patrícia e já agora também os ouvidos de como é que foi o dia a noite anterior à final 2016 e como é que foi o dia depois do jogo da final de 2016 como é que a noite o que que o que é que os jogadores fizeram o que é que olha no dia anterior acho que foi eu diria poderá haver sempre um bocadinho mais nervosismo de um ou de outro porque é uma final de facto mas eu diria que foi uma noite normal tranquila portanto criam-se as condições porque portanto os jogadores vão-se deitar cedo vão-se deitar como se deitam nas outras vezes portanto não se alteram ali rotinas lá por ser uma final é um jogo que é fundamental mas como há pouco tempo portanto a equipa técnica a preocupação deles é também trabalhar com eles estarem bem estarem tranquilos a parte psicológica Sem sembra dúvida mas não não é por isso que vamos comer umas coisas diferentes não é prec ISO não é por isso que vamos fazer coisas diferentes da atividade não se alteram os hábitos no fundo é criar as condições para que o dia seguinte seja encarado com o mesmo profissionalismo a mesma conção é manter uma normalidade eu diria agora enfim uma normalidade o mais normal possível para também não estar a criar aqui no fundo ecos interiores de forma a perturbar as pessoas e e os jogadores eu penso que aí nada a dizer apenas Foi uma noite normal acredito que no dia da final tenha sido a antítese da noite anterior porque agora agora sim no dia noite portanto do dia a seguir e foi a antítese de facto eu penso que nós nessa noite não dormimos ou se calhar dormimos uma ou duas horas porque regressamos ao nosso centro de estágio realmente com a com enfim com todo com toda aquela enfim alegria e felicidade realmente incrível onde fomos recebidos também pelos Emigrantes lá que ainda deram mais ênfase a isso tudo e realmente pessoas maravilhosas que nos apoiaram e que ficaram lá eu diria toda a noite À Volta do centro estágio eh e Claro e depois é todo todos os momentos portanto efusivos que nós vivemos eu diria depois é preparar as coisas porque no dia seg víamos para Portugal para as nossas famílias que era o que também queríamos estar eu diria quase ninguém dormiu nessa noite até regressarmos novamente a Portugal o António é um dos protagonistas de facto dos bastidores de Portugal ter ganho o europeu 2016 lembra-se a primeira vez eh que tocou na taça lembro lembro Claro que sim foi ainda no relvado foi no relvado ainda foi naqueles momentos em que foi portanto os jogadores trouxeram para relvado e todos nós acabamos por tocar é é um momento todos nós queremos tocar e erguê-la e obviamente tenho momentos também onde onde é ergui no relevado nesses momentos Mas isso é e depois ter o cuidado também que é importante dizê-lo de queremos tirar uma fotografia catá que as pessoas da equipa da equipa não não só jogadores Mas também da equipa que que portanto onde tivemos todos juntos de partilhar essa esse momento com eles e sentimos que a taça também é de todos nós um bocadinho mas não nós individualmente mas nós como equipa por tudo o que nós faz os lá é em equipa não há não há ali um valor individual porque se houvesse acho que nós não tínhamos tido o éxito de exato não tínhamos tido o exito que obviamente todos tivemos podemos assumir que Portugal ter ganho o europeu 2016 foi o foi o o culminar de Todas As equipas a técnica e a futebolística a médica e a médica Todas As equipas sim terem feito um trabalho de excelência eu acho Sem dúvida eu eu acho que foi o realmente o termos todos conseguido trabalhar em equipa numa Harmonia eu diria perfeita e o resultado é esse esse mesmo Portanto acho que aqui não há trabalhos individuais há um trabalho de equipa que felizmente culminou com uma vitória e única até hoje Que esperemos que não seja única não vai acontecer outra vez para finalizar porque estamos mesmo na reta final algum atleta com o qual o António gostasse de trabalhar é que depois do Cristiano Ronaldo do do Quaresma do Figo do Costinha eu sei lá a lista nunca mais Acaba algum nacional ou internacional que o António jogar e pensa assim ah eu gostava tanto de pôr aí o Há algum Olhe eu eu vou vou dizer uma coisa de facto e eu também tenho tido a felicidade de trabalhar com mais do que os atletas eu tenho tido a felicidade de tratar de tratar pessoas e jovens obviamente com muito talento e que que se destacam obviamente no mundo do desporto e do futebol em particular e tenho tido a felicidade de trabalhar com os melhores da nível Naci e Mundial que eu nunca tive a veleidade de trabalhar com a aboc para mim eu tenho sido tão feliz e tão e tão enfim e tão realizado com enfim com as solicitações que tenho tido que não encaro um desejo de trabalhar com a aboc é o que é Pou é o que é o que acontecer e uma ilustração do Eusébio gostaria de ter sido fisioterapeuta do Eusébio bem é que eu tenho eu tenhoo Eu Eu Tá lá uma ilustração porque não é por acaso porque eu também trabalhei com o Zé já não era jogador Mas eu tive a felicidade de realmente trabalhar com as as figuras mais important real de facto eu trabalhei com o Eusébio portanto quando estava no meu início do Benfica ele tinha ele n nem sequer tinha 50 anos na altura e ele treinava ainda com a equipa do Benfica entrava na ele fazia parte da equipa técnica e nessa altura que foi uma uma surpresa já agora é uma curiosidade minha ele tinha 49 50 anos eu não tinha 50 porque sei que no ano a seguir por aos 50 anos dele Ah e ele treinava na mesma aos inícios de treino ele estava sempre com os atletas treinava com eles e andava ali a correr e a treinar com eles naquela fase portanto isto só para dizer foi o primeiro grande atleta que eu conheci naquele caso já is atleta mas fazia parte da equipa e eu nessa altura tratei muitas vezes que ele facto tinha muitos problemas sobretudo dos joelhos e várias vezes me pediu ajuda e acabei por por também o ter tratado tive também essa felicidade se assim se quiser chamar mas foi um Meo caso agora o ser alguém especial não não tenho ninguém mesmo especial a quem precisar seja um atleta ou ou uma pessoa mais simples que possa ser eu estou disponível sempre E o António gosta mesmo é de ajudar as pessoas não é sim de fact eu sim de facto eu tenho eh gosto mesmo é de ajudar as pessoas é assim que eu me sinto bem é assim que eu me sinto realizado e obviamente tentar dar o meu melhor em cada em cada ato que eu faço e quando pedem ajuda no sentido de também poder fazer a diferença na vida das pessoas António histórias muitas acabou de de nos dizer lá fora umas podem-se contar outras não quer contar alguma em especial eh posso contar uma que acho que é interessante e é sobre o ano 2016 que é o que é o ano que vocês estão a falar para não para não para não misturar anos que foi de facto eh durante o Euro 2016 e como vocês devem calcular o portanto nós temos momentos também do Staff de estarmos 24 horas juntos durante 50 e tal dias também não é fácil para para nós para todos não é seja Staff seja jogadores então nós temos o hábito às vezes também de algum alguns elementos do Staff quem pode e quem uns podem mais outros não de nos reunirmos nos encontrarmos e às vezes até de andar um bocadinho a pé após as refeições e vamos sempre brincando e falando e desde o início que estávamos no nosso centro estágio havia lá um galo que era uma imagem de um galo grande que estava sempre virado para um certo lado e alguém na brincadeira se se lembrou a partir do do primeiro jogo na vespa nós viramos o Gal para o sítio onde íamos jogar para a cidade íamos ver no mapa e lá púnhamos e aquilo foi sempre funcionando e e depois pamos sempre lá uma bandeira de Portugal no dia seguinte quando chegávamos da da Vitória ou pelo menos da da continuação o galo alguém lá do do centro estágio recoloca o galo na mesma na posição original Isto foi andando até ao dia da final na vespa da final obviamente cumprimos o protocolo na mesma coisa virar a crista do Gal para Paris neste caso para Paris eh e verificamos no dia seguinte um bocadinho antes do Autocarro partir que alguém tinha apercebido disso de e tinha reposicionado o galo mas antes do Autocarro partir foi lá novamente reposicionamos novamente o galo eh no sentido de virado para Paris que sempre com autocolante de Portugal e o que é certo é que resultou hisa Gir é uma história gira porque nó e depois nós Claro ISO servia mais do que tudo uma brincadeira para todos a gente estava sempre a brincar tin o galo já tá arranjado p no fundo era Claro que isto tem tem um valor de mais de brincadeira e Que Nós aproveitamos todos os momentos que a mensagem que eu queria transmitir é um bocadinho isso é também eh para além dos jogadores e tudo existe também uma equipa que também tem que estar motivada e mais do que tudo eram momentos também de descontração que vivíamos e que no fundo é através também do humor da brincadeira que se ajuda H se ajudam precisamente neste caso mais os jogadores porque também temos que estar descontraídos e serenos no controle das nossas emoções António Gaspar é o nosso convidado deste episódio do podcast 10 anos de observador hum no próximo episódio João prefiro falaremos sobre outro acontecimento que marcou o país sim no do ano de 2017 certamente vamos já sabemos de quecimento vamos vamos falar H eu sou o João perfiro eou fotografia do Observador eu sou a Patrícia Reis e este é o 10 anos do Observador António Gaspar mais uma vez muito obrigada por ter aceitado o nosso convite Muito obrigado obrigado eu e parabéns [Música]