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[Música] era uma possibilidade foi hoje confirmada pelos chefes de diplomacia da União Europeia João Gomes crevin vai ser o novo representante especial da União para o sael assume funções no próximo mês vai ter com missão contribuir para a paz segurança e desenvolvimento da região que inclui o burquina fasso o chado Malia mauritânia e o niger João comecinho bem-vindo e obrigado pela disponibilidade para estar connosco nesta tarde política que desafios lhe pesam em cima dos ombros não efetivamente é Um Desafio eh grande é um desafio para a união europeia eh no sentido de que é se trata de uma região que são os vizinhos dos nossos vizinhos os países imediatamente a sul de Marrocos e Argélia e Eh que que é uma zona de grande instabilidade é uma zona estamos a falar de qualquer coisa como 3 milhões de qum qu para efeitos de comparação a união europeia tem quatro portanto 3/4 da do tamanho da União Europeia em que a presença do estado é quase inexistente em em boa parte do território e em função disso temos naturalmente um conjunto de eh grupos de crime organizado movimentos terroristas eh e eh as consequências dessa região de profunda instabilidade eh para a Europa são consequências que que serão inevitáveis e aliás que já se sentem em termos de fluxos migratórios e em termos de eh tráfegos de de drogas de de armas etc e portanto para a união europeia Isto é um Desafio geopolítico muito significativo e minha função vai ser por um lado eh abrir uma plataforma de diálogo com aqueles países no sentido de ver como é que a União Europeia pode trabalhar com eles para oferecer eh estabilidade estabilidade política social económica e securitária e eh também eh colocar todos os países da União Europeia os estados membros da União Europeia no mesmo plano eh trabalhando em conjunto porque existem enfim visões diversas e um dos Desafios é é precisamente o de ter uma uma abordagem comum Por parte dos 27 e da própria União parte para Esta etapa com metas definidas bom quer dizer a nossa a meta é eh reverter um ciclo extremamente negativo no relacionamento entre a união europeia e a região eh e criar dinâmicas positivas para substituir as as negativas dinâmicas positivas na região e dinâmicas eh que possam combater também a tendência para o alastramento da instabilidade para outros países vizinhos estou aqui a pensar nos países do Golfo da Guiné H Ghana Togo benim Costa Marfim que já já têm no seu território algumas consequências da instabilidade e em países do burquina fao portanto estamos aqui a falar de uma região que é a grande é uma região com ligações históricas muito importantes a à Europa algumas com ligações históricas importantes a Portugal e eh que é relevante também eh no do ponto de vista do tráfico marítimo se o as instabilidade do sael chegar eh à costa o tráfico marítimo onde passa uma grande percentagem do Comércio externo eh europeu português e de outros países europeus e também pode ser afetados através da pirataria por aí fora Portanto o os objetivos não são facilmente quantificáveis Mas eu creio que e será fácil verificar daqui a a 6 8 12 meses se foi possível instituir uma uma dinâmica diferente daquela que existe hoje e uma que seja positiva Lula da Silva anunciou no arranque da simeira do G20 uma aliança Global contra a fome e a pobreza que preponderância é que este anúncio pode ter nesta região em particular é um dos grandes problemas e da do saia o sael e no sael há uma percentagem muito elevada da população que não sabe onde vê as suas próximas refeições ou as refeições da da semana seguinte portanto a segurança alimentar e creio que o presidente loua identifica muitíssimo bem esse problema segurança alimentar tem de ser uma prioridade quando não há segurança alimentar não pode haver estabilidade em nenhuma outra faceta da vida e h movimentos giadas movimentos terroristas eh crescem muito melhor num quadro em que há insegurança alimentar portanto eu Julgo que é uma aposta absolutamente Certeira da parte do presidente do Brasil eh Portugal é sempre tiddo como um interlocutor especial na relação com os países africanos não sei da União Europeia Esta é uma vantagem que tem sido pouco capitalizada é uma vantagem eh que Portugal el tem e enfim enquanto antigo ministro da defesa e dos negócios estrangeiros posso dizer que eh à fta da mesa da União Europeia quando os ministros falam de África H aquilo que Portugal diz é é atentamente ouvido eh portanto espera-se de Portugal algum protagonismo eh no neste quadro e no que diz respeito ao sael temos e uma alguma vantagem na medida em que H Portugal é é um país que é considerado eh próximo até geograficamente mais próximo do que outras partes da da Europa eh mas não tem não tem interesses próprios não tem interesses eh específicos que queira defender o interesse que Portugal tem é é a promoção da estabilidade de segurança da Paz na na região e nesse sentido eh nós Eh estamos mais bem posicionados do que países para Norte e para leste da Europa e também mais bem posicionados do que alguns países do sul da Europa que eh que também se interessam muito pela região mas que tê alguns países anticorpos que Portugal não tem eh é conhecida a influência de regimes como o de Vladimir Putin n alguns países desta região tendo em conta o conflito que Europa vive com a Rússia Esta é uma preocupação particular na sua atuação sim eh Sem dúvida eh nós nós temos visto nos últimos anos um um crescimento grande da influência russa influência Russa tem a ver com com vários fatores e tem a ver com o interesse na extração de de matérias primas e de minerais valiosos de de países eh da da região do sael mas tem também a ver com uma vontade russa de provocar a instabilidade no entorno da da Europa portanto falo também eh rúsia tem feito isso também nos balcãs e eh e assim um dos objetivos dos russos é precisamente contrário a ao nosso que é de promover estabilidade e os russos estão a minar essa estabilidade e a agir de forma a criar aqui uma vulnerabilidade para a Europa na região do sael e isso é mais facilitado essa tentativa de criar instabilidade por causa de uma de um aspecto que já referiu que é a falta de instituições do Estado fortes nessa região sim e e também pela promoção por parte da Rússia vários anos eh de eh notícias de desinformação Notícias falsas que tem feito a Rússia tem tem desenvolvido esta técnica eh de maneira enfim muito sistemática e com com grande ênfase ao longo dos últimos anos é uma técnica relativamente barata eh e é uma técnica que eh distingue as autocracias das das democracias uma democracia não promove desinformação e nesse sentido eh de algum modo é uma luta desigual porque é muito mais difícil estar sempre a procurar desmentir aquilo que são as notícias falsas propagadas pela Rússia Mas é uma das técnicas que têm utilizado uhum a autorização dada este fim de semana por Joe biden à Ucrânia para que possa utilizar missis de longo alcance contra a Rússia já motivou novas ameaças de Vladimir Putin sobre o alargamento do conflito e a possibilidade de uma terceira guerra mundial está preocupado com os desenvolvimentos deste conflito na Ucrânia nos próximos dias eu estou sobretudo preocupado com aquilo que acontece desde eh 22 de 24 de fevereiro de 2022 eh foi Putin que tomou a decisão de invadir a Ucrânia Putin que tem sistematicamente eh cometido crimes de guerra na Ucrânia foi putino que foi convidar a Coreia do Norte a juntar-se eh às Forças Russas no combate contra a Ucrânia e portanto ele que é o grande responsável por eh pela pela pela o tremendo perigo que esta esta guerra constitui Uhum mas independentemente dessa dessa responsabilidade acha que de facto a partir desta decisão podemos assistir a uma escalada e um alargamento do conflito eh com o envolvimento por exemplo dos países que estão na zona de fronteira com a Rússia a Finlândia por exemplo eu creio que não eu Julgo que eh seria um erro toal da parte de do presidente russo querer agora alastrar o convite quer dizer ele tem eh tem tem ameaçado ao longo dos dois anos Sempre que há Qualquer notícia sobre o apoio ocidental à Ucrânia ele ameaça porque é evidente que lhe torna a vida mais difícil na sua na sua guerra contra a Ucrânia Mas é uma é um é um uma ação de defesa absolutamente legítima temos o artigo 51 da carta das Nações Unidas que dá o direito de autodefesa E aqui estamos é disso que estamos a falar não estamos a falar de mais nada não não se trata de uma manobra ofensiva por parte da Ucrânia não se trata de um ataque contra civis Russos trata-se da defesa da do território e da população ucraniana e nesse sentido é completamente legítimo a ameaça nuclear é para ser encarada de forma séria ou é para já mais do domínio da retórica eu creio que essa eh temática deve ser evitada por qualquer pessoa com o mínimo sentido de responsabilidade já temos visto ao longo destes anos mais recentes penso especialmente desde a invasão eh políticos Russos a falarem de armas nucleares creio que seria catastrófico para todos naturalmente a começar pela própria Rússia que fossem utilizadas armas nucleares e e portanto Julgo que é grande irresponsabilidade invocar esse esse esse tema uhum conhecedor que é dos meandros diplomáticos H acha possível que esta decisão tenha sido tomada por Joe biden sem que tenha havido uma conversa prévia com o presidente eleito Donald trump ainda h não esteja em funções bom nós sabemos que eles conversaram Há dias agora o conteúdo dessa conversa naturalmente que que desconheço mas Joe biden é presidente com inteira legitimidade até o dia 20 de janeiro quando toma passo o novo presidente portanto as decisões da da administração biden têm toda a legitimidade e aqui há dias vimos o secretário de estado o blinken Tony blinken em Bruxelas visitando da Nato visitando da União Europeia e dizendo que a administração blinken irá apoiar perdão a administração biden irá apoiar a Ucrânia até até o final do do mandato portanto Julgo que há toda a legitimidade para estas ações não tem desistido conversas não fica esta decisão pouco legitimada quando já existe outro presidente eleito eu penso que não cabe a Joe biden desenvolver a política potencial política de Donald trump eh portanto não é Joe biden que detém muitíssimo mais informação do que trump nesta fase eh toma esta decisão que é uma decisão que tem vindo a ser pedida por muitos ao longo de muitos meses e portanto toma esta decisão sabendo que talvez no futuro H uma futura administração eh poderá tomar ir por outros caminhos mas não não competa a a biden antecipar esses eventuais outros caminhos que Donald trump poderá querer desenvolver e nessa perspectiva considera que volodimir zelenski tem interesse em fazer uso desta autorização que recebeu o quanto antes eu penso que sim eu penso que veremos desenvolvimentos militares nos próximos dias em função desta decisão e e se a decisão tivesse chegado à à três meses já já tínhamos visto esses desenvolvimentos as autoridades da Suécia Finlândia e Noruega começaram a distribuir panfletos para a população com conselhos sobre o que fazer em caso de emergência retoma um bocadinho a pergunta é que há pouco lhe fiz mas a ameaça para estes países é real devem encarar com preocupação os tempos que vivemos eu penso são países mais geograficamente próximos da da Rússia do que nós mas eu penso que é muito importante sublinhar aqui uma coisa estamos estamos todos ameaçados pela e a precariedade eh da da da situação de Segurança Internacional criada por Vladimir Putin nós em Portugal aqui na ponta ocidental da Europa talvez não não tinhamos tanta consciência disso mas eh a estabilidade das nossas alianças seja no quadro da Nato seja no quadro da União Europeia eh representam um um alvo para putino e putino fará tudo para subverter essa estabilidade e essa base de segurança que é fundamental para para nós e para para outros europeus logo eh eu compreendo que antecipando-se a esta a esta realidade com a qual estamos a viver aqueles países que estão mais geograficamente próximos da da Rússia queiram eh que a sua população esteja inteiramente consciente eh daquilo que pode e deve fazer no caso que se espera que não não se venha a concretizar no caso de um agravamento da situação de segurança na na Europa do leste e do Norte eh e acredita que há alguma capacidade de alguma possibilidade de existir uma saída diplomática para este conflito e por exemplo que Donald trump consegue resolver este conflito em 24 horas Como já prometeu Não claro que não conseguirá 24 horas mas eh a questão da saída Ática vai depender sempre da da da força relativa de cada uma das partes logo se se perspectiva uma negociação diplomática e ao fim de vai fazer daqui a 3 meses 3 anos de guerra já se percebeu que nenhuma das partes consegue derrotar eh inteiramente a outra logo eh terá de haver uma uma uma paz negociada mas eh é fundamental que a Ucrânia entre para quaisquer negociações futuras numa posição de força porque senão ficará e numa situação em que o resultado final vai encorajar Putin eh na sua ideia de que pela pelo uso da força que ele consegue os seus objetivos e isso é mau para a Ucrânia e é pésimo também para a Europa e é com essa ideia que fechamos este direto ao assunto Dr jun gamos esquinho muito obrigado por ter vino a antena do Observador à tarde política da Rádio observador e já agora boa sorte para a missão que vai assumir no próximo mês muito obrigado [Música]