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[Música] Boa tarde bem-vindos a mais uma edição do programa porque S não é resposta com o psicólogo Eduardo saia eu sou o Bruno Viera Amaral hoje falamos sobre o mail de um ouvinte que nos diz e até tem alguma dificuldade em formular bem a questão mas ela queria entender porque é que se sente eh observada ou a ser seguida na Rua Eduardo Boa tarde e isto é É o quê É é mania Da perseguição a insegurança Olá Bruno Boa tarde Ora bem eu tenho medo que seja um bocadinho mais do que insegurança não é porque quando nós estamos inseguros vasa o exemplo típico dos Adolescentes quando tem uma borbulha num sítio qualquer do eu ia falar dos Adolescentes precisamente porque é uma preocupação muito comum na adolescência esta ideia de de que tá está toda a gente a olhar para nós Claro porque uma pessoa se sente tão tão afastada às vezes daquilo que deseja para si próprio ainda por cima quando tem a ajudinha de uma borbulha a estragar tudo que de repente a a forma como imagina que todos e o o observam acaba por ser diretamente proporcional a insegurança que acaba por ter e portanto nessas circunstâncias é de facto muito difícil mas há uma diferença entre uma pessoa sentir num dado dia porque tudo correu mal porque acordou à pressa porque experimentou dois ou três topes e n acaba por conjugar com nada e portanto há uma diferença entre uma pessoa estar num dia não e ficar com a ideia que é rebo do dia não todos chocam de frente consigo e portanto todos observam de uma diferença de uma de uma sensação de que de facto não só observam como perseguem quando as pessoas têm essa sensação evidentemente que acabam por sofrer muito não é por acaso que às vezes no metro nos transportes públicos há algumas pessoas que vão com os headphones com uma música em Altos berros que é só para que tudo aquilo que elas se imaginam que se passa à volta delas ou que imaginam que se diz a propósito delas acaba por não se ouvir e portanto nessas circunstâncias evidentemente que há qualquer coisa Dent dentro delas que que as atormenta uma ideia que no final de contas as persegue e em consequência disso naturalmente acabam por projetar sobre terceiros que não conhecem de lado nenhum toda essa angústia e ficam com a sensação difícil muito difícil de gerir que todos reparam em tudo aquilo que esta pessoa adoraria que não se reparasse e portanto eh nessas circunstâncias limite exageradas muito mais raras evidentemente acabam por ter um bocadinho a mania Da perseguição sim esta sensação põe Estas pessoas sob uma tensão permanente eh já lá vamos à questão de de como isso pode interferir na nas relações com os outros H mas o próprio bem-estar da da pessoa fica em causa quando tem esta sensação porque não consegue des essa ideia essa impressão de estar a ser observada julgada é É um sofrimento exorbitante é um sofrimento muito muito grande tão grande que não é por acaso que estas pessoas depois descrevem esse sofrimento que parece ficar fora de controle como uma coisa mais ou menos sísmica que no limite as pode de facto eloquecer é um sofrimento tão grande tão grande tão grande tão grande é um ído tão ensurdecedor na cabeça que de facto e estão sempre num a beira de um precipício num Limiar de não conseguirem aguentar mais e por isso de uma forma enfática t a noção que a cabeça repent e que a qualquer momento podem irreparavelmente elouquecer e ser levadas a fazer coisas de que h e mais tarde possam vir a arrepender-se muito aliás e na e na relação com os outros como é que como é que isto interfere com conhecidos e desconhecidos na interação quotidiana com outras pessoas Ah nota-se muito esta tensão Claro que sim estas pessoas tentam ser tão e transparentes como o homem invisível se não repararem em mim eu agradeço imenso eh às vezes parecem absolutamente metidas consigo sorumbática nem sequer conseguem ser antipáticas que eles tentam de ser de alguma forma enfim esculturas que se movimentam e mais nada do que isso às vezes parecem quando estão mais desorganizadas mais descompensadas parecem o Lucky look ou seja antes que qualquer pessoa diga alguma coisa já estão elas a disparar mais depressa do que a própria sombra hum eh o o que é que poderá estar na origem desta desta perturbação chamemos-lhe assim eh desta sensação que causa sofrimento pode ser uma uma questão da da educação da exigência não não não não não não Estas pessoas não adoecem de uma forma aleatória Estas pessoas têm um cadastro de imenso sofrimento de um sofrimento violento às vezes por exposição a situações de uma violência absolutamente fora do lugar de uma violência relacional Sem dúvida protagonizada por um dos pais é o que é mais frequente às vezes de uma forma muito traumática e portanto é justamente em relação a Estas pessoas que faz sentido que falemos de traumatismo porque elas de facto experimentam de tal maneira que isso fica como uma espécie de nódoa difícil que mais que elas deem voltas e voltas por mais que elas vão para a Gronelândia ouou ou para os confins da África são nodas difíceis que vão atrás delas que as perseguem por dentro que basicamente as atormentam mas que nunca surgiram de forma aleatória muitas vezes são nodas difíceis que são protagonizadas pelas pessoas que mais as deviam fazer sentir-se seguras e portanto nessas circunstâncias claro como se compreende se até as pessoas familiares e supostamente seguras as atormentam e e as violentam é é compreensível que no limite quem elas não conhecem mereçam uma desconfiança ainda mais acrescida porque quem quem foi tão familiar e que podia ser tão secor isante foi quem mais as tentou destruir e como é que se apagam mesmo que não definitivamente essas nódoas não apagam com o trabalho com trabalho muito bem feito eh eh podem-se des baterem fica lá uma cicatriz Claro Admito que estas pessoas passem por períodos de grande descompensação quando estão num sofrimento que acaba por ser uma espécie de hemorragia aberta e portanto nessas circunstâncias Admito que precisem de algum suporte medicamentoso para que aquela hemorragia não vá por ali adiante e as levo completamente a ficarem em destros e depois do um de um trabalho Clínico muitíssimo bem feito que poucas pessoas são capazes de fazer e no sentido de tudo aquilo que é uma ferida aberta fechar cicatrizar e por mais que lá fica a cicatriz que elas passem a ter um distanciamento e uma leitura crítica em relação a esta cicatriz e portanto possam viver diante dela com outra desenvoltura que quando estão assim num sofrimento não conseguem de todos ter para quem está à volta as pessoas mais próximas de quem está neste sofrimento é fácil perceber H é fácil perceber os sinais de que a pessoa está em sofrimento ou São pessoas que conseguem vá gerir e e disfarçar consoante a situação não se esqueça que às vezes algumas ou alguma da pessoa que está à volta deu uma ajudinha para que tudo tivesse acontecia pois mas não não há como iludirem uma questão destas não há de todo até Porque como se compreende Estas pessoas tentam fazer um esforço verdadeiramente sobrehumano quando se trata de viverem fora do seu ambiente familiar Mas claro que depois quando chegam a um contexto de maior segurança acabam por manifestar toda a sua dor da forma mais grosseira mais desorganizada e mais feia que se possa imaginar é muito difícil viver com estas pessoas porque como se compreende isto depois acaba por ser um efeito de dominó eh que se dá sobre toda a família e sobre todas as relações e portanto as pessoas ficam muito condicionadas por isto e portanto as próprias famílias vão enlouquecendo as bocadinhos com tudo isto porque volto a dizer é um sofrimento absolutamente insuportável e assim Eduardo chegamos ao fim de mais um Porque sim não é resposta estamos sempre em Podcast nas plataformas habituais no site observador.pt e pode sempre enviar-nos a questões dúvidas partilhas através do e-mail Eduard @ observador.pt Eduardo Muito obrigado um grande abraço e até amanhã até amanhã BR um abraço para si também [Música]