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seja muito bem-vindo ao programa que todas as semana esclarece dúvidas pertinentes da língua portuguesa algumas não são muito muito pertinentes são sim andr algumas há com cada dúvida que recebemos vme Deus André Maia estás demasiado descul mas Atenção atenção podem podem e devem continuar a mandar estão pensar será que será que a minha dúvida está na será exato É para deixar o p não sejas este espírito mau bem Bom dia português suave na rádio observador sempre com Marco Neves linguista e especialista de serviço em língua portuguesa e Estrela do tiktok muito bem André Maia sempre aqui com a nossa deixa perfeita Marco como é que estás Tudo bem estou eu estamos a falar da da língua portuguesa olha hoje eu trouxe-vos guerra infelizmente mas também uma um verbo que nós dizemos de uma certa maneira que os brasileiros não gostam muito vamos vamos falar disso e e pronto vamos ver do que é que vamos ter mais por aí mitos e mais dúvidas Portanto vamos As perguntas são quase todas pertinentes Ok pronto Mas neste quase às vezes cab muita coisa sim exato cabe lá muita coisa muito bem vamos a isto vamos começar com a primeira rubrica a língua nas notícias Marco começamos então língua nas notícias e que Palavra ou expressão é que nos trazes neste Episódio pronto é uma uma palavra que eu já tinha até referido em vários episódios anteriores que poderia ser uma palavra para esta secção eh que é a palavra guerra e como esta semana parece que as coisas estão a aquecer e gostamos de não falar dela ex mas pronto vamos vamos Eh vamos falar dela mas vamos falar da própria palavra não vamos falar da Guerra em si a palavra e para falar da Guerra isso há muito temos muitas outras ocasiões infelizmente eh e aqui o que eu gostava de de de dizer é que falar da Guerra permite-nos responder a uma pergunta que eu recebo muitas vezes dos sítios que é Por que razão é que Guilherme e William são o mesmo nome Ah equival porque porque porque razão é que eh um um William em inglês já chegou a ser traduzido como Guilherme no século XIX exatamente sim mas mas mesmo por exemplo um rei inglês que se chama William em portug em português em geral é referido como Guilherme e o Por que razão e isto está associado à guerra porque a guerra e War em inglês na verdade tem a mesma tem a mesma origem e e Começando aqui por guerra a a palavra começou por ser o erra em sim com W no latim mediaval que importou esta esta palavra do das das línguas germânicas que tem uma tendência para nos dar palavras muito carreiras é é é aquele estereótipo nós temos dos antigos germanicos Mas é mesmo assim há o bocadinho estamos a falar sobre isso ah é que German exato Ah sim e e e e esta palavra O que começa com aquele ditongo com com que nós que nós eh representamos com um w quando estamos a a transcrever um um w um e o erra eh o que acontece é que a certa altura as pessoas começaram a a chegar a língua mais para o céu da boca e começaram a dizer guerra e se nós pensar se nós virmos bem isto não é um Gu e um U em separado é o mesmo som só que com a língua um bocado mais encostada ao céu ao céu da boca e portanto começamos a dizer guerra e até que no final acabamos por deixar cair aquele o que na verdade o que significa é que deixamos de arredondar os lábios em vez dizer que o erra dissemos o erra e o dissemos guerra aliás e o o os lábios deixaram de estar sublinhados e por isso passamos a ter guerra nas línguas latinas e enquanto que o inglês Manteve aquele velho e aquele velho som que vinha já das línguas germânicas que emp estaram ao latim pronto isto parece um bocadinho eh complicado mas a verdade é que os falantes vão mudando as as palavras devagarinho ao longo dos das Gerações e nós depois andamos a tentar reconstruir o que é que aconteceu na na na na realidade com o Guilherme e com o William foi mesma coisa o o o Guilherme começa por uma um nome germânico também parecido com William em inglês parecido não éa igual não é e depois eh começou nas línguas que importaram este este nome começaram a dizer William Gui uma marca de chocolates que é willam exato mas depois deixamos cair o u e ficou e Guilherme enquanto que no inglês se Manteve com com com William uhum o o em alemão eh houve uma transformação diferente em que o aquele aquele aquele u semivocal e transformou-se no V mas isso aconteceu em muitas línguas aliás nós temos o v porque eh o som Latino que que existia que era muito parecido com esse o i este som transformou-se no V também em certas zonas da da da da Europa pronto é o que e a diferença Então não é só no no início não a diferença não é só no início o William e Guilherme parece diferente Parece quase tudo diferente nós vamos para mas nós não temos tempo para ir ag aos outros sons mas houve aqui uma série de e as pessoas os os os nomes próprios são curiosos porque os nomes próprios mudam muito Há muitas variações Há muitas h as gerações vão mudando os nomes próprios o mesmo nome pode ter várias várias formas dentro da mesma língua na mesma época Matilde e Mafalda são variação do mesmo nome por exemplo Rui e Rodrigo também são variação do mesmo nome original e panto um é Rui outro é Rodrigo Temos que falar disso um dia sim temos falar do que é que acontece as pessoas mastigam muitas palavras mas então os nomes próprios mastigam noos demais mastig demais exatamente sim ex vamos avançar e vamos então até ao mapa da língua viajamos mais uma vez mapa da língua e Marco onde é que vamos hoje neste mapa onde é que nos levas nós temos T já andamos pelas sapatilhas e pelos ténis desse país fora né muita polémica muita polémica Como sempre muita discussão nas redes sociais o nunca vamos resolver esse problema não CL eu fiquei triste eu tenho de confessar eu fiquei muito triste porque usar o que quiseres eu vou continuar a achar que tenho razão Isto vai ter devido alguém de fora dizer olha partir de agora ninguém usa nem ténis nem sapatilha mesm do nosso primeiro-ministro Lu mon decet decreto sapatilha decreto lei número exatamente bem mas hoje não vamos para o território português ou melhor vamos ficar em território português mas o mapa na verdade é do Oceano inteiro porque vamos falar um pouco do de umas de construções ou de palavras que nós usamos cá em Portugal mas o os brasileiros acham que que que estão incorretas digamos assim e e o contrário também existe existe muito como nós sabemos às vezes os brasileiros dizem planejamento por exemplo e nós achamos que isso é um grande prto mas mas el está mas há mão Há muitos nós sabemos disso mas nós até notamos mais aquilo que eles dizem que nós achamos cam caminhão caminhão caminhão dizem bilhão em vez de bilhão e na verdade registro que já foi uma forma portuguesa verdade já essa já mas bilhão eh por exemplo bilhão não tem exatamente o mesmo valor que bilião Mas isso também é para out pisado aí mas eh nós nós notamos aquilo que os brasileiros dizem e nós achamos estranho mas eu hoje queria falar de duas coisas que nós dizemos e os brasileiros acham estranho e até muitos deles acham que queet vais dar dois dois exemp dois exemplos sim um deles um bocadinho mais prolongado e outro só para chamar para dizer que depois mais tarde devemos falar dele e então quando nós O primeiro exemplo é quando nós dizemos Gostava de ir à praia muitos brasileiros e como é que eu dizer arranca os cabelos arranca os cabelos porque é uma frase tão banal tão básica pois mas para eles eh aqu ele gostava é no passado como eles dizem muitas vezes quando me Estão às vezes a dizer não pode ser é gostaria seria para eles gostaria não é h e e já tive grandes discussões com brasileiros e também com alguns portugueses que dizem que Ah sim nós dizemos mas se calhar deveríamos mudar eh em que me dizem que deveria ser sempre condicional porque o imperfeito protter perfeito indicativo repete a ao passado mas no entanto e a verdade é que é tradicional na nossa língua é parte da gramática da nossa língua usado o verbo o o tempo verbal pretérito imperfeito indicativo com sentido Tecnicamente com desj quase sim ou seja é um é um um uso modal do verbo Ou seja é um desejo um pedido e e e E isto é muito muito mais comum do que Nós pensamos estava bem era na praia uhum não sei se concordam ou não estava tá no pé perfeito o era estava no pé perfeito o cria um café o famoso cria café famoso cria já não quer que Aliás não sei se não sei se sabem faz-me lembrar um livro muito famoso de um autor nós conhecemos acho que acabou de sair há pouco tempo que anda por aí pelo país a apresentarem se calhar eu aproveitava só para vos dizer que hoje mesmo ao final da tarde eu vou estar no porto portanto tenho saqu correr e correr pelo país for ali pel pela estrada fora e às 5 da tarde na Unicep no porto vou estar a falar sobre esse sobre esse quia já não quer mas se algum brasileiro estiver por lá e quiserem rgar comigo eu digo eh que gostava muito de ter as pessoas por lá eh eu depois também explico que nós dizemos estava bem na praia Gostava de ir passear era um bolo queri um café e curiosamente os brasileiros também fazem isto Só não fazem com o verbo gostar e portanto eles eles dizem queriam um café também os brasileiros o era também usam comis sentido agora com o verbo gostar é que eles acabaram por eh não sei porquê perderam o o uso do imperfeito neste sentido em particular às vezes André nós temos achamos e ficamos incomodados com coisas que eles dizem eles também ficam coisas ficam nãoé e tu e Tu disseste H bocado que tinha os dois exemplos Qual é que é o segund esta segunda e apesar de estar nas gramáticas brasileiras mais tradicionais irrita muito alguns brasileiros quando nós dizemos mais pequeno Sé sim dizem que porque para eles se nós não podemos dizer mais grande também não podos dizer mais pequeno e teria de ser menor ah mas nós di nem sequer pensamos não não não e não somos só nós desde ces que se diz mais pequeno desde an não é não é um problema mas é efetivamente estranho nunca pensei nisso mas o que eu o que eu responder é não há nenhuma regra da língua que diga que os antónimos T têm funcionar da mesma maneira e faz-nos uma confusão mas é uma confusão só quando começamos a pensar nisso porque na prática O mais pequeno é mais do que natural o estranho aqui na verdade é porque é que nós não dizemos mais grande mais o mais grande é que é o estranho essa proibição nós podemos di mais Grand volamos mais uma vez àquela questão de sua parece que sua porque nós também fomos sim porque nós também fomos educados para não dizer mais grande tal como os brasileiros também foram educados para não dizer mais alguns Porque alguns também dizem que que não não não se importam portanto eh aqui já agora nós dizemos mais grande n algumas situações por exemplo aquele aquele estádio é mais grande que bonito aí nós podemos dizer em que estamos a comparar duas Eh agora nunca dizemos ou ou melhor dizemos mas somos logo corrigidos não É se for uma criança a dizer que este é o meu irmão mais grande pronto aí claro que log corrigido mas é curioso como Isto é sim e cons sorte ainda leva um caldu para bem tudão mais grande sim mais grande há muito conteúdo para explorar ainda aqui mas falamos sobre isso no outro dia vamos até aos mitos da língua ora Marco que mito é que nos vais trazer hoje olha hoje nós temos algumas dúvidas para responder e e temos que ter um episódio só sobre dúvidas em breve mas hoje eu queria responder muito rapidamente a um mito que eu vi ainda há pouco há pouc há poucas horas nas redes sociais eh em que alguém me dizia em resposta já não sei o quê que é isto do mirandês eh é eh isso exatamente devia o mirandês devia ser isso não devia existir mas não devia existir porquê infelizmente está está caminho de não existir de facto e é pena espero que isso não aconteça mas a pessoa dizia-me que que não que não deveria existir e e Ah porque isso na verdade isso é só uma pravice isso é português mal falado eh O que é uma é uma impressão que muitas pessoas têm quando não conhecem bem as origens das línguas e da quando vem algumas variedades que não são propriamente muito não têm aquele prestígio temido línguas oficiais durante muito tempo mas o mirandês não é de facto português mal falado porque nem sequer é português não não tem a mesma origem que o quer dizer tem origem Latina do latim mas não é E do mesmo tronco digamos do português e do Galego e O galego e o português têm uma origem comum aqui no Noroeste da península o mirandês está relacionado com o lionês e com o estoriano que são outra que é a língua do velho Reino de leão e não e não é de facto português e e não é mal falado é uma língua diferente simplesmente pronto Esse foi o mito sobre mito esta semana olha e trazemos duas dúvidas de um dos nossos ouvintes o Mário Almeida ainda trazemos uma curiosidade que o André também já vai tentar aqui explicar mas começamos com as dúvidas como se deve pronunciar e escrever inclusive ou Inclusive inclusive o que eu também tenho esta dú eu posso dizer é que não sim não não se escreve com o acento agudo no final isso é que não se escreve nunca porque eh eh na verdade aquilo o acento agudo implica que a última sílaba seria se tivesse la sent Guda a sílaba tónica e nós não dizemos inclusive é certo nós dizemos inclusive é pronto Ou seja aquele é de facto é muito mais é um é aberto e o que não é normal em português que nós costumamos usar os os éos bastante mais fechados para usar uma terminologia mais e do dia a dia eh mas de facto se formos aos dicionários aparece lá aquele é como sendo aberto portanto inclusive é eh porque é que acontece isto porque há uma importação muito tardia do latim e sendo uma importação muito tardia nós Digamos limitamos um pouco aquilo que imaginamos ser a pronúncia do latim Eh agora a tendência da língua é reduzir as vogais todas em certas certos pontos e por isso as pessoas têm tendência para dizer inclusive H Mas o que está ainda nas transcrições fonéticas em muitos dicionários é que ele é muito aberto Portanto o que eu posso dizer é que não há problema nenhum em dizer inclusive é é o que está nos dicionários muito bem vamos então a outra dúvida aliás eu e o André meia também já falamos sobre isto usar o até lá como frase de despedida faz sentido Não costumo usar at eu digo Até logo até até Eu por acaso o uso muitas vezes até mais em registro de rádio até sim em registro de rádio às vezes e mas é um até lá quando é uma referência um ou seja Voltamos para a semana lá até lá o lá tem esta aliás eu não sei se nós não acostumamos acabar assim o programa este programa hoje vamos acabar tem que ser não é tem que ser pronto exato mas o o o lá aqui refere-se o lá nós nós usamos para muita coisa daquelas as palavras muito pequeninas portuguesas são muito interesantes uma vez fiz uma lista lista das Palavras só com duas só com duas letras e todas elas são muito interesantes eh algumas não existem Eh sei lá bá bá existe mas é só como sílaba não não quer dizer nada mas eh o lá existe quer dizer muita coisa Às vezes até quer dizer não H lá agora ou Ah então ele lá nós dizemos lá com aquele sentido de não o que é curioso nãoé eh portanto é uma palavra muito digamos flexível e muito pensado mais em mais uma expressão que em que nós usássemos o lá como não vai lá ele ou lá ou seja tem uma conotação pode ter uma conotação negativa Em certas frases e pode ter uma conotação mais habitual de naquele ponto do tempo ou do espaço por isso nós dizemos até até nesse até esse momento e por isso faz sentido porque o lá tem sentido sim sim aqui não tem nada portanto hoje vamos terminar com até lá não nos podemos esquecer podemos esque Olha também não nos vamos esquecer aqui trazemos mais como curiosidade H recebemos outro e-mail de Maria Luisa cabra Azevedo que nos enviou este mail de Figueira de Castel Rodrigo por nós às vezes trazemos aqui regionalismos e tu tens de tentar explicar eu gostava de dizer que essa eu gosto muito do nome desta terra não sei por Figueira de cristal R visual É verdade e E então acho que ainda vais gostar mais deste regionalismo que a Maria Luísa nos traz que é exclamar e que significa diz-nos esta ouvinte estragar e destruir já Diamar não exclamar Ou exclam ocar exclamar acho Dev seramar acho que pronto fica eu aqui um entendido estamos estamos nós a pedir aos nossos ouvintes que façam o nosso trabalho sim no fundo isado is o mapa da língua mas eu gostava muito de receber mais não vamos clocar este Episódio Não não vamos clocar e portanto e vamos nos despedirá até lá era isso era isso vão à apresentação do livro do Marco Neves hoje no porto domingo às 5 da tarde e até lá até à próxima semana é isso até lá até lá até próxima semana até lá