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está no ar o explicador da Rádio observadores esta quarta-feira falamos sobre os hospitais que caso não façam cirurgias em atraso vão ter Dias pagar no privado para isso convidamos para estarem connosco nas manhãs 360 Xavier Barreto Presidente da Associação Portuguesa de administradores hospitalares e Miguel Guimarães deputado do PSD e ex bastonário da ordem dos médicos a moderação é feita pelo Paulo ferreir e pel Bruno vi amar e é mais uma Medida no âmbito do plano de emergência e transformação da Saúde até ao final do ano os hospitais têm de fazer levantamento das cirurgias em atraso que conseguirão realizar até agosto de 2025 as cirurgias que passarem o tempo limite terão de ser pagas no privado pelos próprios estabelecimentos Bom dia Xavier Barreto começo por si em primeiro lugar os hospitais têm capacidade para fazer este levant pedido pelo Ministério da Saúde muito bom dia muito obrigado pelo convite deixe-me antes disse cumprimentar o Dr Miguel Guimarães é sempre um gosto partilhar estar nestes debates com B um grande abraço bom dia os hospitais têm naturalmente capacidade para fazer essa esse diagnóstico os hospitais têm essas listas são listas informatizadas e portanto nós sabemos exatamente Quais são os doentes que já ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido portanto essa é uma informação que existe em qualquer momento sempre existiu deixem-me dizer-lhe também que que esta questão da responsabilização financeira não é nova já existia no passado Portanto o que é que acontece o que é que acontecia até agora antes desta alteração que o governo pretende introduzir um doente quando ultrapassa o tempo máximo de resposta garantido recebe um Val um vale de cirurgia e com esse Vale pode dirigir-se a um hospital privado e marcar a sua cirurgia com esse vale no fundo pagar essa cirurgia com esse Val durante este processo o hospital público pode ainda assim resgatar este doente e dizer-lhe regressa aqui ao hospital nós podemos ainda assim fazer a sua cirurgia em produção adicional no fundo com as suas equipas a trabalhar fora de horas com pagamentos adicionais fazer a cirurgia a este duente mesmo já tendo ultrapassado o tempo máximo resposto a garantido se o doente for intervencionado no hospital privado já era o hospital público que pagava portanto aí não há nenhuma mudança O que é uma mudança de facto é isso que está a ser proposto é uma alteração no processo no calendário com uma maior antecipação de quais são os doentes que vão ser de facto intervencionados no privado e aqueles que se mantém no sistema público portanto falta-nos saber ainda alguns detalhes mas tanto quanto sabemos os doentes depois de ultrapassar o tipo máximo resposta garantido são colocados numa lista é esta a proposta que está a ser feita os hospitais privados podem escolher desta lista Quais são os doentes que estão disponíveis para operar E durante esse processo o hospital público deixa de ter a capacidade de resgatar este doente e fazer já não poderá já não poderá ser o hospital ao público a fazer essa essa cirurgia como é que prevê eh ou qual é que prevê que será o impacto desta medida ajudará de facto a resolver o problema das listas de espera bom o problema existe temos dezenas de milhares de doentes que estão para lá do tempo clinicamente adequado e portanto é verdade que temos que encontrar uma solução para ele e importa mesmo discutir esta situação eh o nosso receio eh é que alguns hospitais que porventura perderam capacidade que perderam recursos humanos até hospitais que estão subdimensionados que não têm salas de bloco em número suficiente para fazer Face a lipera que T que possam sair mais penalizados disse dar deixa-me dar-lhe um exemplo mais concreto para que isto fique mais claro para quem nos está a ouvir o hospital amadora Cintra muito recentemente como todos sabem perdeu uma parte importante da sua equipa de cirurgia geral por razões várias eh que não importa agora discutir perdeu cerca de metade do serviço o o Conselho de administração fez tudo o que estava a seo alcance para recuperar este serviço mas de facto não pode Contrariar A Lei e portanto não consegue opor-se à saída destes médicos este Hospital como imagina que tem uma lía de espera muito grande obviamente que vai ter aqui um problema deixa de ter a capacidade de rejeitar os doentes que sejam colocados nesta lista por estarem para lá do tempo clinicamente adequado e vai ter provavelmente se se não houver aquilo eu diria se não tivermos em conta a circunstância específicas deste Hospital terá que pagar naturalmente alguns milhões de euros ao setor privado por conta dos doentes que vão sair obviamente que isto não pode deixar nos preocupar temos que acautelar estas situações sem naturalmente prejudicarmos as soluções que eventualmente precisamos ter para estes doentes que também são muito importantes eu diria é o mais importante é resolver o problema destes duentes Miguel Guimarães muito bom dia bem-vindo também a este explicador Esta é uma medida de responsabilização da das unidades locais de saúde dos hospitais mas eh T os hospitais as condições de autonomia para serem responsabilizados ou não corremos o risco como adiantava agora Xavier Barreto de penalizar hospitais que já têm grandes dificuldades para dar resposta às necessidades dos utentes bom eh antes de mais muito obrigado pelo convite e é óbvio que em primeiro lugar estão estão os nossos doentes não é e portanto quando nós temos a percepção e a percepção real a acontecer de que um determinado doente que tem uma determinada patologia ultrapassa aquilo que é o chamado designado habitualmente tempo máximo de resposta Garantido e e portanto começa a entrar enfim numa área em que Já devia ter sido operado e não foi operado e às vezes ficam meses muitos meses à espera da cirurgia isto não faz qualquer sentido e portanto eh ter aqui o apoio do setor privado e social no sentido de que estes tempos sejam cumpridos rapidamente eh eu penso que é importante aliás eh Como disse há há pouco o Dr Xavier Barreto nem sequer é completamente novo porque isto já existia os moles é que vão ser diferentes relativamente à questão que me coloca concretamente é evidente que as as unidades locais de saú saúde tem que ter o financiamento do Estado adequado para dar resposta àquilo que são as necessidades dos seus cidadãos E é verdade que esta questão das unidades locais de saúde e ainda tem aqui uma uma área específica por resolver que é a questão dos grandes hospitais os hospitais universitários até porque os hospitais universitários têm Enfim uma uma um conjunto de doentes mais complexos e e portanto não não não são unidades locais de saúde na verdade a seção da palavra não é São unidades regionais até nacionais de saúde e porque recebem doentes de vários hospitais mas independentemente disso é óbvio que tem que haver aqui o financiamento adequado que eu penso que o Estado está a assegurar isso Miguel guim está a ser assegurado isso já para o orçamento 2025 eu julgo eu julgo sim porque e a previsibilidade que é feita dentro daquilo que é o financiamento que é atribuído a uma determinada unidade local de saúde tem a ver com o número de doentes que aquela unidade local de saúde e vai tratar ou tem na sua área de influência aliás as unidades locais saúde tem mesmo área de influência incluindo portanto os hospitais e os centros de saúde e portanto eu julo que isso estará acautelado como como é óbvio Porque caso contrário eh seria também ma para as unidades locais de saúde começarem a entrar em saldos negativos Claro outra questão Miguel Guimarães ainda é se os privados têm capacidade eles próprios também para no fundo executar estas cirurgias que que o que o público não conseguiu de alguma maneira pelo menos a tempo eh sim eu eu eu eu Julgo que que os privados existem privados que têm essa capacidade existem privados que provavelmente não terão essa capacidade e portanto compete também ao governo avaliar e qual qual a capacidade disponível que o setor privado tem eh e nós temos um setor privado que é cada vez mais forte em Portugal e até o próprio setor social o setor social faz muitas destas destas cirurgias também sobretudo aquelas cirurgias mais pequenas e médias eh para perceber se tem aqui a resposta também adequada porque clar pode acontecer aquilo que já aconteceu no passado que é um doente eh chega ao tempo máximo de resposta garantido é orientado para um determinado a Hospital privado e depois fica mais três ou quatro ou cinco meses à espera as coisas não podem funcionar assim tem que haver aqui e regras um pouco mais apertadas porque senão o Dent estar à espera no SNS pode estar à espera fora do SNS e portanto eu penso que isso também está Será tiho de conta deves ficar nesse nesse tema da no fundo da capacidade financeira e orçament Xavier Barreto e nós vemos Muitas vezes os administradores hospitalares no fundo a exporem a a falta de orçamento muitas vezes para aquilo que que é necessário fazer em cada unidade isto tá assegurado de facto o acréscimo orçamental que que este modelo pode implicado eu não estou certo que seja assegurado quando olhamos para para as contas de orçamento do Estado portanto a conta geralmente tem nos Aparecido com um aumento de de cerca de 9% do financiamento para para a saúde mas essa preparação ou esse cálculo é feito com e portanto com com com execução sendo que nós temos tido sempre muitos problemas ao nível da da execução de investimento tivemos notícias recentes de que o défice mesmo com esteo de investimento prevê-se um défice para o setor da saúde e esse déficit representa naturalmente resultados negativos dos hospitais portanto tinhamos esta consciência de que os hospitais continuam a ter contas deficitárias continuam a acumular resultados negativos Isso é um problema portanto naturalmente que tudo aquilo que possa agravar O que significa que as transferências do orçamento de estado para cada unidade não são suficientes para cobrir os custos não t sido suficientes não tem sido suficientes isso é absolutamente Claro basta consultar os relatórios e Contas dos hospitais portanto continuamos a ter resultados operacionais negativos eu diria Praticamente em todos os hospitais e olhando para o orçamento de estado deste ano e para a verba que está prevista para a saúde e para o défice que está previsto para a saúde em concreto é possível que isso volte a acontecer deixe-me também dizer-lhe não referi a há bocado que eh apesar de termos uma lista de a lista de espera está mais ou menos estável em relação a comparado com o ano passado apesar de de de atividade cirúrgica de hospitais do estado do serviço Nacional de saúde ter aumentado cerca de oit 89% no ano passado passado para este ano e mesmo este ano em meio do ano Portanto o núcleo semestre tínhamos um aumento de cerca de 8.5% comparado com o ano passado portanto a atividade cirúrgica dos hospitais do estado do serviço Nacional de saúde continua a aumentar muito significativamente todos os anos o que temos é um aumento da procura por razões várias a população está mais envelhecida tem mais carga de doença procura mais cuidados de saúde e de facto a resposta ainda que aumentando muito não tem sido suficiente deixe-me também dizer-lhe que os hospitais privados podem dar ser ser de facto uma resposta complementar dar aqui uma ajuda mas há uma parte importante dos doentes os doentes mais complexos mais difíceis para os quais o o o setor privado Continuará a não ter resposta portanto Admito que patologias mais simples digamos assim deixo-me utilizar esta esta terminologia não é se calhar a mais correta mas e cirurgia hérnias Cataratas cirurgias de grande volume provavelmente poderão dar uma ajuda cirurgias mais complexas que requerem por exemplo cuidados intensivos ou tratamentos mais diferenciados o setor público Continuará a ser a resposta e que para para estes exentos e portanto deixa-me também dizer-lhe que no passado no cgic e nos ves de cirurgia é aquilo que falei há bocado os doentes muitas vezes recusavam ir para o hospital privado porquê Porque reparam um doente está há muitos anos a ser acompanhado pela sua equipa no hospital público tem um percurso muito longo tem confiança na equipa do Hospital público é difícil tomar esta decisão de em determinado momento sair do hospital público para fazer a sua cirurgia no hospital privado é uma questão difícil porque uma questão ter de confiança na própria equipa e portanto eu não estou absolutamente certo da a medida não deixa de fazer sentido nós temos que procurar encontrar respostas para estes doentes eu não estou absolutamente certo de que esta seja eh panto Não há aqui balas de prata portanto poderá ajudar mas não vai resolver a situação M dizia eu desculpa Bruno resolve-se de facto investindo mais nos hospitais públicos garantindo que temos melhores condições de cotação para termos mais médicos investindo mais no setor público é forma no médio e longo prazo de resolver esta situação Miguel Guimarães a solução passa por aumentar o investimento nos hospitais públicos ou por antecipar o o recurso aos privados e não só quando o público não consegue dar resposta eu penso passa pelas duas coisas eu estava eu estava a ouvir com atenção e o Dr Xavier Barreto e por acaso nós eu agora enfim tem funções expensas mas trabalhamos no mesmo hospital e o hospital de São João que é dos hospitais que tem melhores indicadores no país tem a sua capacidade já toda aproveitada até oo máximo imaginemos que nós queríamos aumentar agora mais cinco salas de bloco operatório teríamos que aumentar tambémm a capacidade de internamento eh teríamos que aumentar a capacidade na consulta externa teríamos que aumentar a capacidade nos meios complementares de diagnóstica e terapêutica não há espaço físico para isto e o Dr Xavier baro pode tar isto que está desse lado então a resposta está est nos privados os privados têm essa capacidade não não não está só nos privados eu acho que são as duas coisas nós podemos apar mais par que que o faz parte do programa do governo requalificar e e e e e e e entenda-se por qualificado modernizar e aumentar a capacidade de resposta de alguns hospitais hospitais que podem crescer que têm margem para crescer eh e que podem ajudar a dar a aumentar a capacidade de resposta nomeadamente em determinadas regiões e esses hospitais estão definidos no no no orçamento de estado que que que irá ser esta esta semana aprovado e portanto apostar no setor público sempre sim eh mas aquilo que nós de todo em todo não conseguimos fazer dizer eh temos que dar uma resposta aos doentes esta que é a questão Fundamental e como é que se ultrapassa a relutância de alguns doentes em em depois serem atendidos essa não se ultrapassa e o Dr Xavier Barrero tem toda a razão aliás en quando fui para estal e falei várias vezes nisso porque eh repar imaginemos que é é é nosso doente não é e e habitua-se a estar com o médico A e B com com aquela equipa com o Enfermeiro etc e na altura de ser operado e diz assim bom Eu Prefiro esperar mais 3S meses ou quatro meses mas ser operado aqui por esta equipa isso acontece muitas vezes isso é verdade e portanto mas aqui é a opção do próprio doente não é eh e portanto estas questões podem ser sempre colocadas há doentes que querem ser operados por aquela equipa naquele Hospital eh Isso é isso é verdade e isto não é contornável claro que quando nós estamos a falar de doentes que podem apesar de tudo esperar para ali no tempo máximo suposto a garantido não estamos a falar de situações emergentes as situações de emergentes os doentes são operados rapidamente e ponto final não é aliás muitos recorrem ao serviço de urgência outros não correm ao serviço de urgência mas T situações clínicas nomeadamente for oncológico são são muito graves e têm que rapidamente ter uma solução terapêutica são questões diferentes depois há aqueles doentes Como disse há pouco o Dr Chev Barreiro tem a hérnia que ultrapassam o tempo máximo de resposta garantido que já é grande porque é uma situação benigna de todo não é mas que mesmo assim preferem esperar mais quatro ou cinco meses e seriam operados naquele hospital o hospital de referência não sar a sua equipa isso é inteiramente verdade hum Xavier barret e quase quase a chegar ao fim deste deste explicador eh tudo pesado e e e olhando ao facto de não haver balas de prata como há pouco disse portanto não há uma medida que resolva Isto é de esperar que esta medida estando em vigor de facto contribua para reduzir os tempos de espera por cirurgias diria que é de esperar que sim que contribua mas não que resolva o problema portanto Aliás não há nenhuma há medidas milagrosas nós temos que ter várias medidas todas que concorram para o mesmo objetivo que é de facto encar os tempos de espera resolver os problemas dos doentes e Como disse o Dr Miguel eu acompanho nisso claramente passará por uma colaboração diferente com o setor privado mas também por maior investimento do setor público e portanto é isso que eu espero que que o governo o faça e portanto poderá contribuir mas não resolver mas naturalmente teremos que acompanhar também a implementação para saber até que ponto é que é efetivo ou não muito bem vamos ver até quando é que a medida entra em vigor Xavier Barreto Miguel Guimarães obrigado a ambos pela presença neste explicador nesta manhã Bom dia muito obrigado obrigado obrigado