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sejam bem-vindos a esmagadora maioria dos Viajantes viaja para ver o melhor do mundo O Viajante desta semana hum mais ou menos é médico de emergência e nos últimos anos tem socorrido seres humanos em muitos locais do mundo Indonésia Timor Leste cambodja Ucrânia Honduras Congo Sudão Palestina irão Iraque Líbano Afeganistão Bangladesh yemen ui todo um continente e hoje aqui está Nelson olim bem-vindo às conversas do fim do mundo olá muito bom dia Nelson como é que começou o teu percurso como médico de emergência eh Isto foi uma e eu eu eu foram pequenos acasos do destino que que me foram empurrando para para para esta coisa eu obviamente durante a faculdade era uma coisa que eu já gostava depois fui para cirurgia geral h e comecei a trabalharas interessava interessava ainda não tinhas metido a mão na massa nãoa ainda não tinha ainda não tinha mas fui metendo a mão na massa durante durante o internato enquanto Aprendi a ser cirurgião e E aí claramente percebi que a a parte da cirurgia de emergência era uma coisa que me dava mais gozo do ponto de vista profissional do que do do que o resto eh comecei a trabalhar no inem mais ou menos na mesma altura e depois pronto foram 10 anos de inem foram 6 anos de especialidade h e e quando terminei n especialidade claramente percebi que queria est ligado à cirurgia de urgência é uma coisa que em Portugal não existe enquanto não não existe enquanto especialidade hã e um dia tenho uma tenho uma uma amiga enfermeira que que me desafiou e pá tu gostas tanto disso porque é que não vais trabalhar com o comité Internacional da Cruz Vermelha pois e eu na altura não sabia muito sobre eles que que idade é que tinhas Nessa altura tinha 34 h e e e pronto e aqui portanto já não era só uma aventura já com 34 anos uma pessoa já está mais ou menos lançada na vida não e eu e eu e eu achei que aquilo fazia aquilo fazia todo o sentido fui-me informar percebi que o comité só trabalhava em zonas de guerra é este o mandato aliás do comité Internacional da Cruz Vermelha H na altura os médicos sem fronteiras que hoje em dia toda a gente já ouvi falar Médicos Sem Fronteiras etc estavam muito mais limitados a situações de Emergências humanitárias mas que não tivessem ligado a conflito Ah tinha um monopo deudo que era intervenção em área de conflito h e eu pronto escrevi para eles era preciso fazer um curso de cirurgia de guerra era é um tipo de cirurgia ligeiramente diferente eu não tinha essa competência H Eles aceitaram e as vagas tinham acabado quando eu na altura que eu contactei as vagas já tinham acabado era só para o ano que vem tive que esperar um ano e ao fim do ano fui e pronto e assim arrancamos e foste para onde fui colocaram-me em Geneve eh o o mas em Geneve não há conflitos é provavelmente a cidade mais segura do mundo porquê porque porque Eles aceitaram me como h no fundo adjunto do cirurgião chefe da Cruz Vermelha eh era era na altura Eu eu achei que aquilo era quase impossível porque eh eu sempre sempre tinha dito que isso eram é um lugar para dinossauros era preciso 100 anos de experiência para para estar naquele lugar eles acharam que eu já tinha bastante experiência e que conseguia ocupar o lugar fiquei baseado em G Neve e 50% do meu tempo passava no terreno eh portanto no terreno e começaste por onde o terreno comecei no Sudão do Sul eh uma uma uma uma uma aventura no meio do mato literalmente acampados no meio do mato a 200 a 200 km do da da civilização mais próxima eh a trabalhar com tribos locais que estavam em conflito entre elas H acampados literalmente acampados eh e foi foi uma aventura isto durou foram os meus primeiros dois meses de Missão eh e e como é que se trabalha nessas circunstâncias P nós temos assim nós temos por exemplo eletricidade não deve haver temos geradores nós portanto nós temos temos coisasa material eh material material temos esterilizadores temos esterilizadores básicos autoclaves que que colocamos na fogueira e aquilo vai vai vai vai esterilizando H portanto e temos o equipamento básico quer dizer não dá para grandes aventuras mas mas o tipo de cirurgia que nós fazemos ali quer dizer nós Não andamos a fazer cirurgia Não andamos a fazer ressecar tumores nem nada do género não é aquilo é cirurgia de goodon é gente que foi baleada basicamente ou catanada porque ali havia as duas opções Ok h e é cirurgia por um lado lembras da tua primeira cirurgia a minha primeira no Sudão a minha primeira no Sudão foi um tiro na perna foi um tiro na perna e que eu eh cruzei quer dizer assim que comecei a cirurgia encontrei a bala logo ali alojada no osso o osso estavas todo estilhaçado h e foi engraçado foi provavelmente das poucas vezes que eu encontrei uma bala ao contrário do que aquilo que que se fala nos filmes que se vê nos filmes não é tá lá a bala lá dentro não aliás até o o próprio superh herói que tira a sua própria bala iseta não isso completamente treta e aliás nem nem nem a gente as encontra assim e tão que é porque elas TM ou ou porque quando entram no corpo humano sim porque é assim quando quando quando quando atravessam os membros Das duas uma se se baterem num osso muitas vezes ficam logo por ali porque perdem muita energia quando batem no osso e ficam logo ali Ok se passar numa zona de tecidos moles onde não há osso ela provavelmente entra de um lado sai do outro quando entra numa cavidade como por exemplo no tórax ou no abdómen elas podemse elas perdem-se lá dentro muitas vezes portanto podem entrar ou sair mas às vezes perdem-se portanto é a bala e o trajeto depois de entrar é completamente aleatórias não não sabe e portanto muitas vezes não as encontramos isto não e mas portanto essa no São sim foi foi foi a primeira foi uma aventura porque aquilo era literalmente no meio do mato longe de tudo longe de todos sozinho do ponto de vista técnico Não havia mais nenhum cirurgião e e ponto eu acho que esse foi o primeiro Grande Desafio e eu o ter que tomar a decisão sozinho sem e como é que comunicava como é que o médico comunica com com com pessoas de países tão enfim nós tínhamos nós tínhamos Sudão sim portanto eu tinha uma enfermeira e portanto nós nós éramos uma equipa de quatro era eu era uma anestesista que era italiana era uma enfermeira eh do Canadá e era outra e a outra enfermeira era do Kênia e falava suahili e o suahili naquela zona era mais ou menos uma língua que os locais percebiam e falavam e portanto Estamos numa zona onde havia uma havia uma série de tribos no Sudão que eraa os dinka os nuar e os murley quase todos eles falavam suahili portanto ela fazia no fundo de intérprete e e e íamos comunicando Pronto Muito bem eh houve assim algum momento de incomunicabilidade não não não não não não não Regra geral não ali naquela zona não naquela zona não aliás aquela zona eles eles praticamente nem andavam armados ali portanto aquilo aquilo aquilo era um sítio onde h o World o World food program Portanto o wfp tinha montado um centro de distribuição de comida e o que acontecia que havia uma série populações que tá em fuga das zonas de conflito iam parar foram parar àquela zona e portanto nós eh prestávamos cuidado à população que ali estava mais aos feridos que iam chegando mas na verdade não era uma zona de conflito ativo quer dizer era a zona Para onde as pessoas estavam a fugir de foi muito bem portanto dois meses e no Sudão dois meses no Sudão depois depois foi para o yemen Eh aí foi mais complicado guerra yemen um país está em guerra civil não é sim sim porque nessa altura Quando eu fui para o yemen os utis ainda só com controlavam o norte do yemen Uhum E eu fui enviado exatamente para a zona dos utis para negociar com os utis a evacuação de de uma série de doentes que estavam numa numa pequena zona em território úti e e que não eram úteis e que precisavam de ser evacuados h e eu fui para lá para negociar e foi um choque e aí sim foi um choque não é não é uma tarefa médica não é e mas eh é que nós estávamos a negociar com contrapartidas médicas portanto Ou seja eu eu ajudava-o no hospital deles mas eles facilitavam a evacuação do dos doentes o o problema Ali era não só obviamente a diferença cultural é é é é enorme eh o facto de todos aqueles com quem eu comunicava nomeadamente aqueles que eram as autoridades úteis locais eh todos eles mascavam Cat que é uma é um é um é uma uma folha que tem que é uma anfetamina na verdade e portanto tem efeitos deixa-os de certa forma eufóricos e e e e e portanto nós negociável à tarde começavam a mascar o cat e eu ao final do dia ao final do dia perguntava Então mas amanhã tá confirmado amanhã não mas nós não falamos nada para amanhã loucura então foram foram semanas foram semanas de de desespero a tentar e e finalmente sim finalmente conseguimos a evacuação eh e depois foi foi uma série de peripécias porque depois os doentes foram evacuados para para saná para para a capital do yemen Uhum E quando chegaram ao hospital foram raptados eh e os ventos desapareceram parece um filme trágico é é um filme e depois Afinal estavam tinham sido levados para uma mesquita h e eu depois Acabei por perceber onde é que era essa Mesquita fomos lá para ver os doentes a Mesquita aquilo Parecia um antro de terrorista parecia uma cena de um filme era só gente armada de Kalashnikov mas desde os Miúdos com 12 13 anos até aquele aquele adulto com barba e e com ar claramente não amigável eh H tudo armado e a subir e deer escadas e E no meio daquilo uma enfermaria improvisada onde estavam 40 50 doentes h e eu hou há um há um episódio que eu aliás conto conto no livro e que a certa altura fiquei ali sozinho eh com uma série de gente a acusar o próprio comité de ser responsável por uma série de coisas portanto há ali umas houve ali umas peripécias e mas pronto felizmente correu tudo bem eu nunca tive nunca tive PR Então mas conta conta essas peripécias que estão no teu livro chamado um dia de cada vez e e o título é muito autoexplicativo é e essa não essa essa no yemen foi foi foi foi porque simplesmente lá está eu eu dou para mim no meio de uma enfermaria que tenho 450 doentes e todos feridos H que era uma coisa clandestina gerido por uma fação e por uma por uma fação Religiosa e e com gente armada em todo o lado e a certa altura o médico que lá estava que era era o único médico que lá estava vira-se para mim e diz Isto é tudo culpa vossa o comité não fez nada para impedir isto Vocês deviam ter impedido este massacre deviam ter falado deviam ter não sei que mais E à medida que ele vai falar aquilo começam começam me rodear uma série de indivíduos com um ar pouco amigável h e e e eu e eu percebi eu e eu percebi que aquilo eu podia desaparecer ali que ninguém ninguém dava por nada ajuda nessas alturas ter por exemplo o treino militar porque tu foste militar sim eh o estiveste quantos anos na Marinha eu tive seis anos na Marinha e adorei aquilo eh e aliás recomendo recomendo vivamente a toda a gente que sequer candidatar à Marinha passa passa publicidade eh foi uma grande escola eh não me ajudou nada ali porque não porque porque porque porque não era era uma questão quer dizer aquilo de militar não tinha nada isto era uma era uma situação de sobrevivência já eu pensei eu tenho que tenho que arranjar a escapatória não mas pod podia podia ter podia podia suavisar o facto de estares ali presentees faç muitas armas pors temos nós temos treino por exemplo eu tive treino com o comité eh e depois e depois mais tarde com com a OMS também tive tive outro treino nós nós somos treinados h o que é que acontece por exemplo se formos raptados e portanto há simulações de Rapto de de de de quase pseudo tortura de eh Há uma há uma série de de cenários que nos fazem passar ao longo de uma semana e tal para irmos percebendo o que é que temos que fazer e como é que temos que lidar com determinadas situações eh e portanto havia ali uma série de coisas que eu já tinha na minha cabeça que eu sei bem se me reputarem eles têm que eles eu tenho que imediatamente pedir para eles fazerem o telefonema eles têm que ligar tê que ligar aos meus chefes porque a capacidade de negocial não está do meu lado vai estar do outro lado e eles precisam saber que eu fui raptado portanto há há uma série de de de pequenas coisinhas Mas a questão é que a gente nem sequer chegou a esse ponto eles começaram se a aproximar começaram se a encostar e eu de repente reparo eh por cima de alguns ombros vejo que há um armário de de de de medicamentos e de de de ligaduras e de coisas que eles estavam a usar que estava quase vazio e eu pensei e pá eu vou negociar é Man vou equipo quer dizer consumíveis coisas que eles precisem ligaduras e eu de repente ponho a mão na ponho a mão no Ombro do do do do colega que estava à minha frente e que me estava acosar nós seros responsáveis e eu digo assim olha eu cheguei há três dias H aqui a saná Não faço ideia o que é que aconteceu antes e portanto esta acusação eventualmente pode ser para Comet não é para mim mas eu reparei que tu tens ali um armário vazio eu amanhã posso trazer medicamentos Posso trazer ah podes trazer amanhã inteligente ele disse podes trazer amanhã eu disse não manhã disse aqui fazemos já aqui um acordo diz-me faz-me uma lista do que é que precisas e comecei a tentar puxá-lo para a ideia do vá vai lá escrever a lista vai lá porque assim desviamos aqui as atenções alivia um bocadinho e e ele rapidamente e eu disse-lhe assim então mas vamos vamos ali ver o que é que tá ali no armário e tal e portanto e saí desta saí desta com assim com de uma forma um bocado Airosa mas foi provavelmente das situações mais mais mais complicadas de resto pronto de resto bombardeamento e coisas desse género tive vários em Gaza em Gaza em Gaza tive várias vezes em Gaza enquanto estava a ser bombardeada e é é assustador depois do 7 de outubro agora já nesta fase não em 2018 2019 uhum e e é assustador de facto é é é é é assustador a gente ouvir ouvir ouvir aqueles momentos finais do do Mel aquele e depois e depois um um estrondo Cabana Cabana o prédio inteiro h é é é e e depois o barulho do dos drones sempre em cima constante há portanto Há Há ali um terror psicológico só só pelo só pelo áudio quer dizer mesmo sem ou seja p a pessoa vive Literalmente com uma espada de D queem cima examente não é preciso ver sequer não é portanto a pessoa tá num quarto tá fechada mas houve houve houve os sons do terror h e isso é é verdadeiramente traumatizante eu queria falar eu queria falar de Gaza na segunda parte mas já já não não não mas vamos aproveitar já que já que trouxeste para aqui para a para a primeira parte a questão de casa deixa-me perguntar-te há uma grande discussão sobre se há ou não aproveitamento enfim de ambas as partes mais da parte palestiniana dos hospitais há ou não o o que eu posso o poss tu tu que estiveste lá e que viste o o que eu posso o nos podes dizer aquilo que eu posso começar por dizer é que eu quando discuto aliás seja gasa seja qualquer outro conflito uhum eh eu discuto no plano humanitário e no plano humanitário não há bons nem maus não há quem tá certo nem quem tá errado há vidas humanas Ok e no plano humanitário há também tanto incorporas a 100% o espírito isenção da Cruz Vermelha completamente não e e não há outra maneira e não há outra maneira porque porque de outra forma eu eu tive situações em em eh sei lá em nagorno karabach por exemplo entre a Armênia e o Azerbaijão onde eu um dia estava do lado arménio dois dias depois estou do lado do Azerbaijão eh eh nós ou ou Conseguimos ver as coisas num plano humanitário portanto não é Não Há certos não há errados Aliás a maior parte D uma pessoa é uma pessoa uma pessoa é uma pessoa e a vida qu uma vida conta Tanto à esquerda como à direita O que é que isto acontece eh em Gaza em Gaza em Gaza h o direito o há direito internacional humanitário ou seja os hospitais não são nunca um alvo não podem ser um al não podem isto isto é isto é deitar por terra eh o os princípios mais fundamentais do do humanismo e portanto com base nisso eu diria ainda que ainda que mesmo que e e eu na verdade nunca vi e tive lá muito tempo mas ainda assim não é não é não é aceitável muito bem vamos ter muito para falar na segunda parte Nelson olim mas para já abrimos o álbum de viagem Nelson guarda contigo Algum objeto Tenhas trazido enfim das tuas múltiplas missões eh médicas pelo mundo eu eu trag eu eu eu habitualmente eu trago eu eu tento trazer pequenas coisas porque é assim eu viajo leve portanto não tenho malas grandes não tenho eu tenho eu tenho colega Tenho uma colega minha que viaja sempre com duas malas grandes uma dela é só de comida portuguesa a sério é impressionante mas eu eu não eu eu eu viajo viajo muito leve portanto nunca tenho muito espaço para trazer portanto tenho tenho coisas pequeninas tenho tenho obviamente recordações de de quase todos os sítios tenho cois lindas do Irão tem coisas lindas de de de de do Sudão do Sul tem coisas lindas ten ten umas ânforas sim sim sim ten ten tenho duas ânforas do período otomano que eu trouxe de gasa que tem para 500 anos cada uma que são que são de facto duas peças lindíssimas foram foram foram compradas localmente H um preço perfeitamente irrisório 10 € cada uma portanto sim são essas duas ânforas não é muito bem estamos à conversa com o médico Nelson Olin fazemos aqui uma curta pausa nas conversas do fim do mundo desta semana começamos já a seguir estamos de regresso para a segunda parte das conversas do fim do mundo esta semana com o médico Cião especialista em medicina humanitária e de catástrofe Nelson Olin que queria estudar genética E isto é a ponte perfeita para a pergunta que eu tenho aqui preparada para ti Nelson tu já viste tanta coisa o ser humano é geneticamente bom ou mau eu essa essa essa é o eu diria que é o Million doar eu eu eh eu digo uma coisa em todas as situações onde eu tive em todas as situações de conflito onde eu tive eh quando eu me relacionei com as pessoas com o povo com aqueles que não têm absolutamente nada a ver eles são intrinsecamente bons e portanto eu diria que há uma esmagadora maioria da humanidade que é boa eh e depois há os que têm o poder há os políticos há os que têm a decisão de fazer a guerra e e acho que é aí que que a coisa era há muito ódio não é mas quando nós mas quando nós vamos à base Quando nós vamos à base todos querem a mesma coisa querem paz querem querem poder criar a sua família eh querem querem querem ter o seu espaço querem querem que os seus filhos cresçam h e e acho que em todo o lado em todo o lado onde eu tive eu vi isso e portanto eu acho que intrinsecamente somos bons mas há umas quantas ovelhas negras sim hum ui muitas não muitas sim infelizmente olha acabaste acabamos a primeira parte a falar da neutralidade que caracteriza eh um um uma pessoa que eh como tu eh ao serviço da Cruz Vermelha que trabalha no terreno em missões humanitárias eh Em algum momento eh te confront ase com a necessidade ou a possibilidade de decidir eh Vou salvar esta pessoa ou vou salvar aquela eh sendo de fações rivais por exemplo não de fações fações lá ver fações rivais eh porque entre porque decidir entre um e outro isso é deve ter sido deve ter acontecido M sim sim o decidir entre um e outro é é é o dia a dia não é na verdade chegam alés tenho uma situação no Congo Que Chegou pai filho pai mãe e filho eh os três ao mesmo tempo os três baleados no abdomen eh e e e claramente tive tive escolher ali uma ordem que depois na verdade não correu bem porque eh eh no no dia seguinte todos tinham falecido H isto porque quer dizer eu não tinha sangue no hospital não tinha não tinha não tinha grandes recursos e e e e até hoje pergunto-me se se a ordem que eu escolhi se tivesse sido outra se pelo menos um deles teria Portanto o escolher entre entre vários é habitual escolher entre fações diferentes H nunca acho que a única situação que eu tive mais perto disso mas então mas a decisão nem sequer nem sequer era minha foi foi em Israel na altura em que eu estava a fazer a minha formação em Israel onde durante a segunda intifada Isto foi em 2002 H em que estou num Hospital Central em Israel no Norte em aifa e e e há um atentado terrorista e chega e juntamente com uma das vítimas chega o o o atacante Portanto o indivíduo que fez o o ataque e eles chegam lá de lado chegam lá de lado em duas ambulâncias e entram os dois na sala de emergência e os dois precisavam de ir para o bloco operatório era era preciso tomar uma decisão quem é que ia quem é que ia primeiro eh a decisão não é a decisão lá está a decisão não foi minha eu não estava em condições de decidir mas clinicamente o atacante era o que precisava de ir primeiro e foi e na verdade foi essa decisão foi ele que foi primeiro h e eu e eu e eu acho muito interessante porque e e tu tu sabias que ele era atacante eh e nós sabíamos toda a gente sabia e eh mas do ponto de vista ético eh Há aqui uma decisão muito interessante e e há muitos colegas que falam sobre isto sobre o facto de nós enquantoos médicos não somos juízes não nos cabe a nós claramente mesmo sabendo que aconteceu isto o nosso papel não é julgar o nosso papel é clinicamente quem é que precisa quem é que vai beneficiar mais neste momento quem é que vai primeiro obviamente que isto depois é difícil de explicar à população em determinadas circunstâncias por exemplo em Israel claramente eraa um sítio onde era difícil de explicar uhum portanto já tiveste já estiveste em imensos países Indonésia cambodja Ucrânia Honduras enfim eh Afeganistão banglades Yen hum qual foi o país onde sentiste maior frustração chegar ao final da missão e dizer bolas passei aqui umas semanas da minha vida e não acrescentei nada a ninguém foi foi foi foi foi no Sudão eh eu no Sudão do Sul Aliás foi onde eu tive a minha primeira crise crise humanitária pessoal foi que foi de facto no fim da missão houve há aconteceu houve um evento extraordinário nesta minha missão do Sudão não foi a primeira foi para aí a minha terceira missão no Sudão uhum eh que estamos estamos a trabalhar num hospital já agora deixa-me abrir aqui um presos eh quanto tempo dura uma missão em média depende depende muito eu as missões que fazia com a Cruz Vermelha Regra geral duravam entre duas semanas e dois meses e dependendo do tipo de Missão dependendo qual era o objetivo às vezes ia só para substituir alguém durante um uns dias às vezes ia para fazer a missão inteira portanto elas variam dedu que haja esse cuidado por parte do cité de preservar também um pouco as pessoas ou seja não as manter no local muitos meses porque aquilo e dá volta à nossa cabeça dá e eu e eu e eu tive eu tive duas fases na minha vida onde tive dois claramente duas crises identitárias uma foi após uma missão no Sudão onde onde onde houve um dia que nós recebemos 200 doentes 200 baleados no mesmo dia eh eu era único cirurgião H conseguia operar três ou quatro dos 200 e e a cela altura chega ao final do dia pôr do sol e eles dizem vocês agora têm que ir para casa a equipa médica porque por questões de segurança não podem ficar no hospital e nós sabíamos que o sair dali significava a morte de uma série daqueles daqueles indivíduos e saímos e fomos morte por falta de acompanhamento médico Mor por falta de acompanhamento médico e saímos a equipa saiu a chorar nós fomos literalmente íamos no jip a sair do hospital todo que todos com lágrima no olho a dizer como é que é possível deixarmos esta gente para trás mas nós sabíamos que se não os deixássemos era o fim da nossa missão eh e e eu e eu no fim dessa missão eu pensei isto ninguém se interessa por esta gente eu pensei pá ninguém se interessa é aquilo que eu estou aqui a fazer salvar mais um salvar menos um salvar mais 100 ou menos 100 Ninguém se interessa o mundo não quer saber e tive uma verdadeira crise de identitária e depois Acabei por falar com o mentor uns meses mais tarde em Geneve um indivíduo um famosíssimo na na área da cirurgia de guerra a quem eu lhe pus esta questão e eu dizia-lhe pá mas isto isto O que é que estamos aqui a fazer não é isto é um é uma gota num oceano e ele e ele e ele virou virou uma conversa ao contrário e ele disse não isto não é uma gota no oceano tu és uma luz tu és uma vela num quarto muito escuro Hum e e esta analogia e esta analogia de repente uma vela que ilumina o quarto exatamente ou ou pelo menos um bocadinho mas quer dizer mas e e e eu eu achei essa achei deixi isso delicioso e de certa forma fez-me novamente voltar voltar para o terreno até que depois uns anos mais tarde tive uma missão no Congo durante um mês Onde eu onde eu fui levado à exaustão e e e ao fim dessa missão eu decidi que que ia ia fazer uma pausa na na parte da cirurgia de guerra disse eu não aguento mais eu preciso de parar eu operei em um mês operei 210 baleados Catan ados etc eu fiz todas as as técnicas cirúrgicas que eu conhecia de urgência fiz operei operei operei cabeça tronco membros coração fiz fiz fiz cesarianas fiz tudo e e estava tão tão tão cansado do ponto de vista psicológico que decidi que que era preciso parar Achei que ia parar por um ano eh E durante esse ano comecei a trabalhar com a OMS a verdade é que já passaram 6 anos com a OMS e e pronto não sei onde é que isto vai parar mas pronto olha diz-me uma coisa é possível rir no meio dessas tragédias todas é é possível sim é possível é possível e devemos eu acho eu acho que a saúde a saúde mental é é é é tão importante nestas coisas e e mas H mas H disposição para isso é porque ser fundamental é não é isso é dos livros agora a pessoa tem essa disposição nós vivemos eu tive eu tive uma crise parecida eh ao fim ao fim de muitos anos de inem eu tive uma crise parecida com eu a certa altura perguntava será que é normal alguém escolher por profissão todos os dias conviver com gente que está a sofrer ou a morrer ou já morto isto isto não é quer dizer e escolher isto voluntariamente não é sim H ninguém Isso é quase fazer de Deus não é não é é eu diria Isto é quase Isto é quase patológico mas a única maneira de nós temos de lidar com isso é de facto conseguir eh encontrar também o espaço para a beleza para felicidade para para para outras coisas e que nos façam rir também porque porque senão é uma vida desgraçada não é di e e e e Consegues rir deduce que entre a equipa e haja ris e gargalhadas não é mas com com com e as pessoas que ali estão eu acho que nós todos temos temos essa necessidade de ao final do dia quando quando quando saímos do hospital ou quando saímos quando desligar um bocado e e e e fazer outras coisas lá está eu tenho tenho essa essa essa minha colega que vai Ia para a cozinha e cozinhava e fazia fazia pratos e coisas diferentes e e e há que encontrar um escape claramente porque porque porque senão nós porque senão nós somos levados isto é uma avalanche não estas tragédias eh sejam elas por conflito sejam elas por terremoto portanto sejam elas conflitos sejam elas situações humanitárias quais forem H ela isto isto é quase uma avalanche de de miséria isto é uma avalanche de miséria e nós ou somos levados por esta avalan de miséria e acabamos Nós também Miseráveis eh ou tentamos ficar à tona eh eh porque também se não tivermos à tona não conseguimos ajudar ninguém hum portanto sim eu acho que vamos V vamos encontrando estratégias a pouco e pouco e qual é a tua estratégia Qual é o teu escape não me disse tudo eu eu o meu scap não cozinho cozinho cozin eu cozinho eu cozinho eu pinto h eu escrevi o livro sim como um pouco como forma de Catarse tal um dia de cada vez eu eu eu gosto gosto gosto est na natureza gosto gosto aliás voltei este fim de semana da Ilha do pico e vim foste lá a cima não não fui lá a cima mas mas fiquei ali Maravilhado e só com com com a energia do do lugar e da paisagem e da portanto eu os meus escapes São são é este tipo de coisas e é bom olha dá dá dá para Não direi aproveitar mas dá para h sair das Missões e conhecer um pouco os países ou não não não há muita margem nós eu eu vou lá ver por exemplo eu eu Visitei a cidade a cidade velha de saná no yemen que que é uma das cidades mais antigas do mundo h a civilização está lá há mais de 5000 anos naquela cidade é uma cidade Lindíssima feita em com prédios de de três quatro andares mas feitos em argila e decorados com pedrinhas pronto é é uma coisa quem quem quem no estiver ao vi Vá ao Google e escreva Sana yemen a cidade é linda linda linda linda hum e e lá está eu pensei bem Isto é um sítio giríssimo para visitar não consigo eh tive algumas reuniões lá dentro e portanto quando entrava na cidade via maravilhava abria os olhos e tal de cá vir mas e na maior parte dos sítios é muito difícil h no por exemplo no no emem em nagorno karabach e eh lá está entre entre a Arménia e o Azerbaijão H há um mosteiro no alto de uma montanha eh onde nós conseguimos ouvir o silêncio hh e as paredes são tão espessas e e o sítio é tão isolado que se nós tivermos sentados dentro do mosteiro eu consigo ouvir o sangue a passar nos meus ouvidos uau É uma sensação é uma coisa Divinal aquela pulsação que nós sentimos quando quando dormimos em cima do braço ex mas nós exatamente Mas conseguimos estar ali o silêncio é de tal forma profundo que sea a ser desconcertante não é h e passaste por essa experiência lá está exatamente ou seja entre Ah vamos aqui visitar este campo de deslocados e não sei quê mas olha Há ali um mosteiro em cima se quiseres podemos fazer um desvio disse Bora e portanto eu vou vou fui vendo as coisas assim uns bocadinhos não é claramente não é como um turista eh mas consegui ver muita coisa assim uhum olha qual foi a tua missão mais difícil até hoje e El elas elas todas elas têm o seu grau de complicação eu eu acho que a aquela que teve mais peripécias e que hoje olhando para trás a gente até dá vontade de rir foi foi a minha primeira missão de todas que foi na sequência do Tsunami na Indonésia em 2004 H em que foi uma aventura o o chegar lá portanto nós saímos daqui de Portugal com uma equipa de nove pessoas 50 toneladas de de de entre hospital de campanha e e e e e mantimento e coisas que levávamos para para para para dar eh a aventura em si de vamos a meio do voo e pá acontece-me tanta coisa e o voo era daqui para karachi no Paquistão e depois de karachi para para a Indonésia eu quando cheguei a kachi e e tivemos rede o avião parou só para reabastecer um avião avião civil é um avião civil fretado é que pá é cair aos bocados aquilo aquilo visto por dentro parecia estava todo descascado a gente via os fios todos a passar Era assim uma coisa horrível e os bancos não tinham havi nem havia não havia bancos para toda a gentea é vá era uma coisa era uma coisa indescritível Hum e e depois de kach para a Indonésia íamos em pleno voo e fomos informados que uma vaca houve um avião que chocou com uma vaca na pista onde nós íamos aterrar e que Partiu o trem de aterragem ou não e que portanto tínhamos que ser desviados 500 km mais para Sul Fomos parar 500 km mais a sul quando chegamos lá eles disseram agora vocês têm que descarregar o avião porque a gente o avião estava ferado por um X número de tempo de horas Portanto descarregamos o avião o avião foi-se embora e nós ficamos a 500 km do sítio para onde íamos com 50 toneladas de equip de coisas na pista sem saber o que fazer e pá foram foram tantas as peripécias de dessa viagem que nós praticamente conseguimos montar o hospital tal P aí ao sexto diaum H mas eu eu diria e depois foi uma missão que correu correu lindamente mas mas eh eu diria que do ponto de vista de peripécias é daquelas mais mais pá revela muito amadorismo também atenção eh revela muito amadorismo da da da da da nossa parte porque temos pouca experiência Hoje em Dia Menos Hoje em dia as coisas estão muito mais profissionalizada tu já falaste em indonésio ess essa missão foi indonésio em 2004 e durante oim enfim que arrasou muitas ilhas da Indonésia também da Tailândia h o o que eu te pergunto é eh já tiveste Oportunidade de ir lá depois da reconstrução não não por acaso tenho muita curiosidade eh e mesmo porque eu fiz eu fiz muitas fotografias na altura eh Nessa altura Nessa altura a fotografia era uma coisa que me interessava muito também ainda hoje mas eh fiz muitas fotografias e E por acaso tenho muita curiosidade de perceber o que é que o que é que terá acontecido agora 20 anos depois não é eh O que é que como é que serão como é que serão aquelas pessoas aquelas crianças que eu vi na altura tenho muita curiosidade em saber princialmente porque nós estivemos numa numa aldeiazinha e em Sumatra chamada pangora e e e eu eu pergunto-me hoje de facto o que é que será feito dessa gente será que eles cresceram bem será que que reconstruíram a sua vida tenho muita curiosidade mas e pá é muito longe não não é um sítio que a gente vá assim facilmente não é muito bem estamos à conversa com o médico Nelson Olin Nelson estamos já na reta final do nosso programa vamos fazer checkout vamos lá então vou pedir-te para completar as habituais frases na minha mala vai sempre que não falha na minha mala vai sempre uma lanterna um transformador daqueles de adaptador de corrente para para as tomadas diferentes dos vários países vai lá sempre e vai o meu computador muito bem e é a viagem com mais peripécias que realizei até hoje ah não esta da Indonésia claramente sim sim sim com quanto tempo na Indonésia depois nós tivemos um mês e meio praticamente um mês e meio tivemos um mês e meio as pessoas perguntam Mas porque é que eles só tiveram 1 mês e meio tem a ver com o estatuto do médico de emergência não é não não não tivemos um mês e meio porque entretanto fomos rendidos depois para uma outra equipa Portuguesa que foi que ficou mais outro mês e pouco o carimo de passaporte ou o visto mais difícil de obter até hoje e pá O mais difícil eu tenho eu tenho eu tenho dois não é um são dois Eu tenho dois em páginas Opostas do mesmo da mesma página do passaporte que ninguém acredita que elas estão lá uma é disrael e outro é do mesma folha na mesma folha na mesma folha e eh e eu portanto e e alguém alguém não fez bem o seu trabalho hab não Car exatamente Não nunca se carimba assim e estas estas estão lá e portanto tem a prova sim aliás acho que até hito o hábito de carimbar umas folhas à frente não não Aliás não Aliás nem nem nem é possível porque eu com eu com carimbo do Irão eu nunca teria um carimo de Israelita no mesmo eles nunca nem sequer me colocariam mas alguém colocou uhum e portanto é um é uma Peça é uma peça de Museu esse carimbo posto Porque foste para o país na qualidade de médico ou turista médico portant tem trabalho a recordação de viagem mais cara eh ela eu eu não tenho eu não tenho recordações caras exatamente por essa por essa questão do ponto de vista de objetos porque lá está eu viajo leve não tenho espaço para levar coisas pá eu vi L ver eu vi tapetes no irão que eu se pudesse trazia trazia trazia todos não é e vi peças de artesanato e e de de coisas que eles têm pintadas à mão no Afeganistão que eu Ah pá se pudesse trazia tudo portanto eu eu eu não não tenho não tenho peças caras só tenho tenho tenho recordações zinhas assim refeição mais estranha que comeste qual foi CL eh estranho não no não no sentido do conteúdo Mas da forma e no no no Iraque eh no Iraque que há a tradição de de de comer eles tem um prato que é uma espécie de um arroz de frango assim OK mas o frango vem inteiro basicamente vem assado Mas vem inteiro em cima do arroz e come-se com a mão come-se com as mãos e e Távamos um grupo de pessoas à volta Távamos dois ou três europeus e o resto eram Tod iraquianos Ah pá e eu e tranquilamente com um bocadinho de pão e apanhando assim uns bocadinhos do frango para pá para tentar não mexer no no no frango todo não época que estava assim a tentar desfazê-lo aos bocadinhos e há um senhor que chega professor da coisa mãos mãos nuas e descasca ali o desmembra o frango ali assim coisa aos bocadinhos E diz agora coma e a gente fica assim olhar e pá isso não é muito higiénico estan e tu pensaste então eu aqui cheio de etiqueta e este tipo não Exatamente é mesmo assim vá agora metem a mão e pá estranho estranho e há há uma série de t Sim há uma série de sitas onde se come com mão por exemplo na Etiópia come-se com mão h e e e e é estranho para nós ocidentais porque é verdade aquilo não não faz muito sentido mas sim pronto muito bem eh gostava de viajar com Olha eu eu eu eu eu gostava de viajar é isso isso é isso é uma pergunta muito gira porque eu eu gosto muito obviamente gosto muito de viajar com a minha mulher gosto muito de viajar com as com as minhas filhas gosto muito viajar com mas essencialmente eu eu gosto de viajar com pessoas que com quem eu possa partilhar aquilo que eu tou a ver e é uma das coisas mais frustrantes que eu tenho nas minhas histórias é que eu dei muitas vezes por mim a viajar sozinho em trabalho obviamente a ver a ver coisas lindíssimas h e não ter ninguém ao lado para partilhar é como é como se a experiência se esvaziasse ali não é Ou seja aquilo não tem sei lá eu tive tive há há uma mesquita Lindíssima em Omã H pá que que é uma coisa do outro mundo e há sei lá há o e porcia de ter ali alguém para partilhar isso há sítios há há há sítios lindíssimos e e e e coisas que de facto que são completamente diferentes da nossa cultura e que nós não estamos imputados emcima em sítios de acesso muito difícil não é quando onde não se vai lá não se vai lá facilmente e eu penso assim e pá era tão giro poder partilhar isto com alguém mas o facto de estarmos sozinhos é como se é como se a experiência morresse ali connosco porque mais ninguém viu não é eh portanto sim eu gostava de levar pessoas que pudessem partilhar sim muito bem Nelson chegamos ao fim muit OB Qual foi a música que escolheste para fechar a conversa do fim do mundo esta semana música a música é a música de um é um artista Israelita o a faidan e que é é uma mistura eu diria que é uma mistura de Leonardo Cohen e com o tison o tison exatamente portanto isto é uma mistura de an tison com Leonardo Cohen e sai uma coisa Lindíssima acho que acho que tem muito a ver com com que eu acho com este trabalho de de facto se gosta muito B foi um gosto muito obgado a fechar a conversa do fim do mundo desta semana com Love já sabem estamos de regresso 8 dias sejam bons e boas viagens long is a when to say but te By Your L Wind when as look for the L the sk CR when PR R up sle Love All Love L al l a Liv G Oh My Oh I think I’m r i before w My Mind Slow when reach for the light but the Dark on Slow is the B of the that when finally can s the love love love arriv love Liv L Liv G livve oh oh I think Run out som R out Lang l m Lu Luna se gostar deste podcast pode seguir dar cinco estrelas e comentar o episódio na Apple podcasts ou no Spotify pode também subscrever e gostar no YouTube Assim recebe uma notificação sempre que houver um novo Episódio