🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
bem-vindos de regresso a mais um clube dos 52 o nosso convidado de hoje é Ricardo Pires é CEO da cmap a cmap é uma holding que tem talvez como empresas mais conhecidas em Portugal a Navigator sempre na na crista da onde e eh cécil uma empresa enfim de cimentos o texto que nos nós publicamos também hoje eh chama-se assumir o desafio da competitividade e o não resistia A começar por aqui porque nós no momento em que gravamos esta entrevista saiu há poucas poucos dias o relatório dragi que coloca precisamente o centro da sua preocupação na competitividade e na competividade e da Europa e nós sabemos que eh no caso concreto enfim esse é um problema europeu como ele de resto eh diagnostica muito bem esse problema de competividade tem muito a ver com outro outro outro palavrão muito habitual ias que é produtividade e e a nossa perda de produtividade competitiva designadamente com os Estados Unidos mas também com a China ahum e por isso pergunto-lhe e e até que ponto é que para um país como Portugal onde precisamente os problemas de deportividad têm sido tão dramáticos nas últimas décadas podemos infelizmente já falar Em décadas Isto pode pode dar a volta antes mais bom dia Obrigado pelo convite e de facto o relatório dragi aponta para um conjunto de situações e que a Europa enfrenta e eu diria a Europa e Muitas delas quase que podemos tirar papel químico para Portugal ou mesmo Portugal em dobro às vezes ou mesmo em Portugal em dobro é alguma éem alguma das situações digamos assim Hum eu sou um otimista no sentido em que H acho que a ambição e quando lançaram este desafio eh sobre Portugal daqui a 10 anos h eu gostava de ver um Portugal daqui a 10 anos de facto com com ambição com uma maior ambição com um tema que também comento e no artigo relacionado com a questão do investimento e que ou seja termos um crescimento sustentado em investimento inovador porque eu acredito que isso vai criar uma momentum de desenvolvimento para o país e em que devemos Celebrar e devemos Celebrar digamos assim esse sucesso a a questão da produtividade e da competitividade passa também por esta questão do investimento que já podemos falar mais daqui um pouco mas também eh Há aqui um tema que tem muito a ver com a burocratização eh e acho que a produtividade Especialmente quando olhamos para temas como o investimento e onde tempo é dinheiro eh quando tomamos eh o próprio relatório da ragi refere que para ter uma nova peça eh de legislação demora 19 meses a Ser aprovada no contexto europeu e depois Ainda temos todo o processo de passar passar para para o contexto regulatório Nacional de cada um dos países eu identifico a burocracia e temos um número de reguladores absolutamente Alucinante correto e que muitas vezes não só reguladores Mas mesmo entidades públicas em que sentimos que há pouca comunicação entre essas entidades e acho que isso é é um esforço eu acredito que pequenos passos fazem-nos e atingir e grandes feitos e acho que às vezes temos que começar em pequenos Fatos e feitos digamos assim e pequenos Fatos e e e aqui e quando como refere bem muitas entidades regulatórias muitas entidades que e quer a nível de investimento queer a nível de licenciamento eh opinam e têm uma palavra a dizer e quando não comunicam entre elas isto aumenta muita dificuldade de de ter o reforço competividade que deve ser um desígnio europeu e Nacional Mas ele também fala em porventura excesso deação excesso de normas eh concorda com isso concordo com isso concordo com isso acho que eh quando se olha para a Europa eh e quando se pega eh todo o contexto relatório que tem compara-se com os Estados Unidos eh com a China inclusive com o Japão e quando se toca num tema que é essencial nos dias de hoje que é inovação eh a Inovação demora muito mais tempo a ser e a Ser aprovada digamos assim num contexto europeu num contexto em Portugal do que quando comparamos com outras outras geografias se quiser eu comento um pequeno exemplo e até que que que é bastante interessante e e e eu digo muitas vezes que eh a burocracia está digamos assim presa nas pessoas com carimbo e tem um exemplo no grupo que que retrata retrata bem isso e que tá muito relacionado com a Inovação uma das empresas do grupo é etsa que desenvolveu em 2016 um conjunto de e toda a nossa equipa de investigação e desenvolvimento desenvolveu um produto inovador h para alimentação animal alimentação dos nossos animais de estimação que temos em casa e que ajuda à desabilidade dos animais é um produto muito mais Bio portanto digamos assim dentro de toda esta onda da sustentabilidade que é importante ter e este produto por ser inovador E H nós começamos a desenvolver os nossos paros em termos de licenciamento em 2000 Isto foi em 2016 que e inventamos este produto em 2018 2019 tínhamos o produto H já pronto e já com alguma validação de mercado de 2019 em que começamos a a a licenciar este produto Até hoje ainda não temos a fábrica concluída e pode colocar do anos V lá 2 anos 2 anos e meio que é mais do que tempo suficiente para para realizar o investimento e para ver crescer esta fábrica mas tem aqui 3 anos e meio 4 anos só relacionado com licenciamento com br ização eh enfim eu até conheço uma história contata de um dos vossos últimos grandes investimentos bastante absurda mas não vamos recordá-la agora H Esta empresa tem e eu referi a Navigator e a cécil uhum olhando para o transformação que está a acontecer nós eu diria que note aqui duas coisas primeiro a Navigator julo eu e fez um dos grandes investimentos industriais no país das últimos 20 30 anos estou a falar da Fá da fábrica de de de Setúbal Setúbal acess Ele trabalha numa área que é o cimento onde os desafios relativamente à transição energética são quer dizer não tem solução ainda pelo menos que eu conheço não tem solução ainda a própria indústria não tem solução ainda própr industria a nível Global nível Mundial não sabe o que há de fazer Global eh como é que um grupo e em Portugal muitas vezes nós queixamos Portugal na Europa queixamos que a indústria se está a ir embora temos só serviços que temos só turismo que temos só essas coisas que T uma menor produtividade enfim há turismos eh serviços de grande produtividade mas o que nós temos é de baixa produtividade como é que nós damos a volta na indústria quer dizer a Navigator já sabemos temos cada vez que põe a cabecinha de Fora temos metade da opinião pública ou pel menos uma parte significativa a dizer mal eh na no caso do do do dos cimentos somos capazes de ter outra metade aciar o futuro de uma Indústria que não tem solução para transição energética neste momento sim como é que um grupo olha para o futuro tendo Este grupo olha para o futuro com muita ambição com muita ambição h eu eu acho que o grupo acaba por est neste momento em condições um pouco até como o país está ou seja nós viemos de uma fase de desalavancagem muito grande da nossa economia não é portanto queer a nível da dívida pública que quer dizer estava acima de 100% do PIB e hoje estamos bem abaixo reduzimos quase 30 pontos ou mais de 30 pontos da dívida pública Isto foi algo que foi feito a nível das empresas a nível das famílias a nível privado e a nível do estado e acho que agora nós temos que viver um novo momentum digamos assim sim desalavancado atrair capital e Isso está muito relacionado com o tema que falamos há pouco também de desburocratizar o estado e criar as condições para eu não acredito em planeamento centrais acho que o que se tem que fazer nem uma estratégia para o país de dois ou três ou quatro setores acho que tem o estado tem a criar a infraestrutura entre aspas que permita o nascimento de novos negócios e permita que grupos como o nosso e como muitos outros eh porque temos Até recentemente eh casos de grupos nós começamos a internacionalizar mais no caso da Navigator que fomos para Espanha fomos para o Reino Unido neste ano mas temos outros grupos nacionais que também estão melhor do ponto de vista financeiro como o grupo mel como o grupo sonai que também estão a investir fora e internacionalizar portanto que eu acho que é importante é de facto eh continuamos a ter essa ambição e do lado da desburocratização desburocratizar mais h e e eu julo que o grupo calhou se calhar foi aqui uma eh efeito do destino tá numa fase muito Idêntica ao país eh nós temos capital e temos essa ambição de investir ou seja nestes últimos 2 anos e meio investimos 1000 milhões de euros em em Novos Produtos em descarbonizar eh em em novas geografias também em Novos Produtos a novos serviços agora hoje a indústria na Europa muitas vezes não não tem o reconhecimento que devia ter a indústria e Grandes Empresas eu acho que Devíamos Celebrar indústria e as grandes empresas eh acho que o Celebrar o sucesso é uma coisa que faz falta nesta sociedade não parece ser o discurso público dos dias que correm não mas temos que ter a ambição de mudar e acho que Pouco a Pouco temos que ter essa ambição de mudar mostrando os bons exemplos e que papel podem as grandes empresas desempenhar nessa ambição eh às vezes não são um bocadinho tímidas na defesa da da na defesa do lucro no fundo na defesa da rentabilidade o lucro é a rentabilidade não é o lucro é rentabilidade mas mais agora do que nunca com toda a velocidade que temos a nível dos negócios a nível da sociedade não é nós olhamos para os eventos que existiram nos últimos do anos e é impressionante a quantidade de eventos que nos entra quer social quer político quer económico que nos entra pela porta dentro e portanto os grupos nacionais têm que ter esta adaptabilidade e essa adaptabilidade Na minha opinião também tem que vir associada a alguma ambição ou seja fazer aquilo que fazemos sempre da mesma forma não é uma fórmula mágica para o sucesso e para o futuro h e eu há bocado dei-lhe os exemplos não só do do grupo semapa da Navigator e e e todas as nossas empresas lançamos Novos Produtos nos últimos anos mas temos outros grupos nacionais que tão tão a ter essa ambição e essa é uma ambição que que que na minha opinião e é é o mais difícil é tomar risco é não ter o lucro sempre garantido mas muitas vezes esse lucro garantido em pouco tempo vai desaparecer e portanto eu acho que que é muito importante os empresários nacionais que de forma natural sear querem manter só o negócio têm que gerar aqui uma ambição Extra sobre os negócios que T gerar novos projetos porque isso depois tem toca também num tema que é essencial que é o tema do talento que se fala muito da Atração retenção de talento H eh continuar a reter talento português aqui em Portugal novos projetos difícil tem CONSEG temos conseguido fazer isso e Qual é o segredo é pagar mais é dar melhor dar dar projetos que sejam interessantes para as pessoas se sentirem profissionalmente compensadas não é a pessoa digamos o o ordenado ao fim de meso é muito importante mas não é tudo não é tudo eh sim temos conseguido as grandes empresas muitas vezes não se sabe isto mas as grandes empresas são as aquelas que pagam os melhores salários às pessoas quer dizer fal fala-se disso e e há estatísticas sobre isso mas quem quem houve uma parte do discurso político não percebe isso acho que grandes empresas não não percebe isso mas essa é realidade existem números sobre isso e essa é a realidade quer dizer são as grandes empresas contribuem mais de 2/3 para o valor acrescentado bruto nacional e são as grandes empresas que pagam os melhores salários que isso depois vê-se numa num num número muito simples que é olhar para o número de quem é que paga mais Segurança Social no país e 1% das empresas pagam eh cerca de 60% da Segurança Social do país e está diretamente relacionado com salários eh sim salários eu acho que é uma base que é essencial ter eh mas salários não chega só porque toda a toda a componente de competividade fiscal Mas na minha opinião e o que tem acontecido em particular no grupo semap e nas diferentes subsidiárias é uma questão de projeto mas também não pode ficar por aí ou seja nós enquantoos Líder quanto líderes temos que ser líderes responsáveis e quando eu chamo a a responsabilidade e a responsabilidade de líder é uma responsabilidade que eu tenho e que tenho que vivê-la todos os dias tá muito diretamente relacionado com a questão dos projetos mas também na capacidade de delegar na capacidade de criar as condições para que estes projetos sejam entregues por novo talento que temos nas empresas e que este nosso próprio novo talento ele próprio gera novos projetos e que desafia estão e e e a ambição do grupo é é em crescer vocês têm alguns negócios novos menos conhecidos em áreas eh que para quem está habituado a olhar para para a atividade tradicional são um bocadinho surpreendentes eh tem projetos na área das novas tecnologias da energia designo do hidrogénio de que que é um tema que desapareceu do do debate público em Portugal praticamente eh e também enfim é uma coisa tão ainda mais porventura ainda mais surpreendente e fabricar quadros de de bicicletas elétricas porque é que ficam desta forma o que realizamos em essas novas tecnologias a bocado falou de alimentação para animais que é uma coisa também bastante diferente de de de de digamos pasta de papel correto Por trás disto o investimento tem que ser bom ou seja há pouco quando falávamos de investimento e ter condições para investimento a primeira responsabilidade de um líder é ir à procura de bons investimentos que criem valor não só para os acionistas mas para os colaboradores para o ecossistema global e todos os exemplos que deu eh podiam ter sido muito mais se tivéssemos investido em todos os projetos que nos apareceram pela frente mas nós temos essa responsabilidade de fazer bons investimentos porque isso é que permite No fundo aqui uma renovação continuada desta ambição se os projetos não geram valor não conseguimos investir em novos projetos quando realizamos estes investimentos Fazemos uma análise muito cuidada de que forma é que h a c mapa e todo o noau todas as competências que tem e que vai muito para além de produzir pasta papel cimento eh nós somos uma empresa empresa que e consome mais energia em Portugal portanto temos muito no al relacionado com energia e daí a nossa ambição é entrar nesses segmentos de energia E no caso das bicicletas elétricas o que nos deparamos foi com uma tecnologia única quando há bocadinho falava de celebração e isso falo de forma desapegada porque não foi e o grupo semapa foram os anteriores eh eh fundadores desta desta empresa portugueses que criaram a fábrica mais automatizada a nível mundial de produção de quadros para bicicletas elétricas e o que eles precisavam era a empresa i a ficar de certa forma estabilizada eh mas viam ali que outro grupo viram essa responsabilidade de que outro grupo se pudesse comprar podia expandir a capacidade desta desta indústria e fazê-la crescer e foi isso que vimos o que vimos foi é indústria indústria é algo que nós conhecemos e o risco geográfico não existe no sentido porque é uma empresa portuguesa Tem uma forte componente de exportação que nós lidamos vivemos bem com isso e e e portanto quando juntamos estes argumentos todos analisamos o negócio e se achamos que vale a pena dar este passo que pode parecer ousado e que se calhar é D e E quando decidem realizar um investimento não em Portugal mas às vezes do outro lado da Fronteira mas não muito longe o que é que determina acharem que vale a pena ir para o outro lado da Fronteira enfim há investimentos mais longinos há investimentos por exemplo no Líbano que é uma zona complicada na altura em que nós estamos a a gravar há investimentos no Brasil Creio que ainda há investimentos em Moçambique mas sim correto quando decidem por exemplo ir para Espanha e o que é que os leva a fazer a dar esse passo o que é que há diferente que vha a pena ficar do lado lá da fronteira o que vale a pena ficar do lado lá da fronteira novamente é muito claro e joga com o que acabei de dizer que é nós iniciamos um caminho a nível desta indústria que chama-se indústria do tío que estamos a falar no fundo de guardanapos de papel toalhas de papel todos os produtos relacionados com a utilização de papel para fins domésticos eh nós começamos esta jornada digamos assim já há uns bons anos atrás há cerca de 10 anos em comprar amos uma primeira empresa em território nacional depois o que nós fizemos foi um exercício muito simples foi somos competitivos somos bons a fazer aquilo que que fazemos ou não e analisamos isso desde o ponto de vista operacional ao ponto de vista das vendas e e de facto os números digamos assim em termos de rentabilidade mostram que somos competitivos com aquilo que fazemos fazemos bem e portanto a ambição foi não só fazer isto em Portugal onde já temos uma posição competitiva que eh H que que está bem digamos assim e temos uma ambição de replicar este nosso este modelo que temos este nosso noow repetir replicar isto em novas geografias e daí temos dado o passo no ano passado eh e e compramos uma empresa em Espanha na zona de saragoça e tornamos o segundo maior Player ibérico neste neste mercado e assim demos depois de assimilar esta aquisição correu bem criou valor para o acionista Então vamos para um novo passo e demos um novo entrando no mercado do Reino Unido pela aquisição também de uma empresa local com cinco unidades produtivas lá portant temos esta ambição isto novamente é saber aquilo que fazemos bem se somos competitivos replicar e é um pouco isso que estamos a fazer neste caso em concreto naiz estamos mes a finalizar o tempo que temos para a entrevista Só uma pergunta o que é que seria possível fazer em Portugal para nós termos mais indústria eu tenho vido muita gente dizer que gostaria ter convo mais ilustri em Portugal investidores e políticos mas ela tem andado apesar de tudo mais devagar do que gostaríamos para a pergunta final teríamos aqui muito tempo para falar e porque podíamos tocar em temas como justiça como e vários de educação deixa-me focar num pouco num ponto que referi há pouco de desburocratização e que há pouco referi e que tá preso nas pessoas com com carimbo digamos assim dá-lhe aquele exemplo da Edson e o exemplo da etsa só para lhe dar aqui um pouco mais informação porque acho com exemplos é que se cartia bem as situações o exemplo da etsa em que estamos há cerca de três qu anos à espera de licenciamento tivemos uma situação em que quando quisemos aprovar o espaço o sítio onde íamos implantar a fábrica num espaço nosso Ou seja é um temos uma área muito grande ali em corua onde podíamos implantar a primeira reação das entidades competentes foi não é aqui e é noutro espaço dentro do nosso espaço físico mudamos Quando mudamos fazem uma no análise a mesma entidade e diz que eh não podia ser ali porque tinha um risco elevado de incêndio com base em mapas do século passado pediu-se uma atualização dos mapas e os novos mapas dizem não tem passa de um risco elevado de incêndio para um risco nulo de incêndio passaram 2 anos passaram 2 anos e portanto é isto que tem que se mexer e eu há pouco dizia pá obviamente que isto está preso nas pessoas que têm carim mas as pessoas não t a culpa as pessoas não têm a culpa é o sistema o sistema de incentivos que tá por trás dessa situação que faz com que as coisas não aconteçam e os investimentos precisam de tempo os negócios precisam de tempo e o país também precisa de tempo e não tem muito tempo e portanto estas coisas têm que ser alteradas e do lado do lado privado e do lado Empresarial há toda uma vontade em em Melhorar isto porque isto é um fator que só pode melhorar a competitividade do nosso país muito obrigado o tempo voou estávamos a entrar num tema apaixonante onde haveria muitas mais muito mais coisas a falar muito obrigado de novo p m obgado