🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
[Música] [Aplausos] [Música] muito bem-vindos a mais uma conversa sobre os ensaios ou Retratos da fundação Francisco Manuel dos Santos aqui na sala de âmbito cultural do elc inglês Hoje vamos falar sobre dependência digital de Pedro Prost da Fonseca que está aqui ao meu lado com bbar Miranda arquiteta com formação em estudos de piano no Hot Clube de Portugal e em Yoga em 2016 fundou um movimento offline Portugal cujo objetivo principal é a promoção do detox digital já vamos falar sobre isto e também com Pedro Aires Fernandes psicólogo eh especialista em psicologia da educação e em psicologia Comunitária com experiência no desenvolvimento de projetos em contexto autárquico no âmbito da prevenção de comportamentos aditivos e dependências dizer antes de mais que os portugueses passam uma média de 10 horas por dia ligados à internet ou seja mais tempo do que a dormir é obviamente um flagelo vamos conversar sobre dependência digital e por isso eu começava por perguntar a cada um dos convidados de hoje se em algum momento ou Em que momento é que sentiram que estavam a ficar dependentes digitalmente ou seja de alguma forma digital se isso aconteceu em cont vou começar por si Bárbara bom antes mais obrigada pelo convite e estou muito feliz de estar aqui a participar Hum eu já tive na altura em que o Facebook apareceu tive bastante ligada H às redes sociais Nessa altura ainda não havia Instagram h e quando estamos a falar dependência eh vira uma dependência quando nós o hábito eh nos de alguma maneira influencia a nossa saúde fí condiciona o cotidiano não é portanto prejudica o que é o nosso funcionamento habitual e eu comecei a notar que começava a dormir pior hum e hoje em dia creio que a minha maior dependência é Netflix e está a começar o chat GPT hum ah mas pronto assim de uma forma muito resumida acho acho que é isso a sua experiência está narrada num livro e Pelos vistos está desatualizada porque no livro diz que já só tinha o Instagram profissional já altura na altura sim 2010 por aí sim quando apareceu o Facebook sim estava constantemente os os inimigos são a Netflix e disse que er já tá a começar o chat GPT já tá já tá a tomar bastante tempo Pedro no seu caso Olá boa noite também eh eu gostava também de agradecer o convite para estar aqui é um gosto e e a responder se de duas formas em primeiro lugar uma ideia de que com o mundo tão tão tecnológico como temos hoje eu acho que para mim e para todos nós todos os dias temos o desafio de conseguir gerir adequadamente o tempo que estamos online quer seja por trabalho entretenimento por necessidade ou por lazer são muitas as solicitações são muitas as coisas boas que as tecnologias nos trazem e que são apelativas e que nos dão prazer e que fazem libertação de dopamina e portanto eu acho que de alguma forma todos os dias isto parece-me importante dizer todos nós todos os dias Temos esta tarefa de tentar regular e ter um equilíbrio entre o online e o offline eh do ponto de vista mais pessoal se é que me permito partilhar acho que tenho uma questão eu sou um utilizador de videojogos Eu gosto muito de videojogos vídeojogos videojogos de consola e da Playstation Nintendo algum temáticos e sim gosto históricos Gosto muito daquele gosto muito daqueles jogos que em que e os jogos hoje em dia não sei se tem essa ideia são cada vez mais evoluídos do ponto de vista daquilo que é narrativa não é então são jogos que permitem uma imersão uma identificação com personagens aliás nos jogos atuais e eu tenho esta vantagem também de ser pai ter um filho de 15 anos e um de 11 que me vão trazendo as novidades são os culpados são eles não é eles é que vão trazer dividades lá para casa e eu depois tenho que experimentar para fazer uma boa supervisão parental eu tenho que experimentar não é aliás passar mais tempo do que ele online para ver quais são os Esse é ess esse é um Desafio que eu que eu consigo ir fazendo que é o não passar de maneira nenhuma tanto tempo quanto eles e também ajudá-los a que não passem tanto tempo como eventualmente a vontade deles quereria Ok então ISO só para dizer que com este tipo de jogos que são muito imersivos em que metade do tempo passamos a assistir Uma narrativa como se fosse um filme são jogos que hoje em dia tê um caráter aditivo cada vez maior e que faz que às vezes dentro de mim Eh dar aquela sensação que agora apme ficar aqui mais uma ou duas horas ali entre as 11 e a meia-noite e vou tentando não o fazer às vezes consigo na maior parte das vezes uma ou outra vez em que a agenda do dia seguin não é tão pesada permite-me estar mas claramente hoje sinto até porque é uma área trabalho o que seria seria incongruente da minha da da minha parte conseguir fazendo esse equilíbrio e e e verdadeiramente não não não senti nenhum da minha vida que tenha entrado num desequilíbrio que pudesse chegar perto de uma dependência uma coisa uma utilização mais excessiva que eventualmente fazemos todos um bocadinho outra coisa é falarmos da dependência digital que é um estadio diferente e muito mais muito mais preocupante e que são coisas diferentes e é preciso fazer essa distinção também antes de passarmos às dependências do próprio autor e eu vou pegar no que diz para lhe fazer ainda outra pergunta que é também é referido no no livro Essa falou desses jogos imersivos alguns deles permitem termos um outro eu eh e eu gostava que falasse já disso ou seja eh Aqui estamos a falar destas experiências de adição ou de eh que que tem a ver também com isso a passagem para um lado que é uma que é uma zona de alienação e de alternativa não é ao que é o cotidiano queria que falasse um bocadinho sobre isso eu eu eu eu há uma palavra que que naquilo que é a minha atividade clínica que trabalho com adolescentes e jovens adultos e adultos com estas temáticas há uma palavra que aparece sempre muito que é evasão esta ideia do do fugir dos problemas fugir do sofrimento e lembra-me sempre um bocadinho as questões do álcool não é a ideia do bebê para esquecer aqui é um bocadinho o jogar para para me evadir não é H então eu eu eu acho que estes jogos T tê esta capacidade de nos dar oportunidade de entrarmos num outro mundo no mundo em que não somos necessariamente nós é uma segunda vida como a second life não é uma espécie de sim uma segunda vida embora sejam dimensões nossas e isso é preciso ter cuidado eh e temos sermos precisos nisto quando nós estamos a jogar mesmo que seja num outro papel num outro personagem num outro contexto não deixamos de ser nós o que acontece é que são outras dimensões de nós que estão mais ativas mesmo que seja um assassino mesmo que seja um assassino não é os jogos eu já tenho pode servir para expandir ou para para expressar um lado certeza pode por exemplo até a ideia de de dar um boc bocadinho espaço à nossa agressividade não é o ser humano tem uma agressividade natural que não temos que negar que eu acho muito mais interessante que seja canalizada através de um videojogo durante uma hora ou a dar uns socos num saco de box do que fazer outras coisas que possam não ser boas para os outros pomos mu muitas vezes a questão da agressividade dos jogos e aí sim a questão da idade da faixa etária é uma questão importante e os videojogos têm uma ainda assim do ponto de vista preventivo tem uma classificação a classificação pegy que diz a partir de que idade é que estes jogos são adequados e esse é o papel depois dos pais se que vamos falar sobre isso que é fazer uma boa supervisão para que crianças e jovens de matada idade não tenham acesso a conteúdos e determinados jogos que não sejam para a sua idade esse é o nosso papel do ponto de vista do adulto à partida os jogos ficam no mais 18 não há jogos para mais de 30 ou para mais de 40 e portanto a partir dos 18 anos pressupõe-se que as pessoas têm já um conjunto de competências de autorregulação de gestão das suas emoções que lhes permite retirar do jogo Os Ofir do prazer sendo capazes de prevenir uma tuação excessiva ou mesmo dependente também já vamos ver que há determinados quadros psicológicos e clínicos que podem favorecer ou seja há pessoas que não tem que ultrapassam esse limite Sim claro claro Pedro no seu caso primeiro enfim porque é que escolheu este tema e e contar-nos a sua experiência de dependência e boa noite e muito obrigado a todos por terem por terem vindo hum eu escolhi este tema por causa de um filho meu Eh Ou seja foi a experiência que eu vivenciei com o meu filho que me fez Desculpa tem 22 que me fez refletir sobre as dependências destas coisas e conversando com ele e ele contando também a experiência que teve que de de amigos de ainda piores do que del porque dele também já não não foi propriamente fácil h eu entrei em choque basicamente Entrei em choque pensei isto eu não sabia que isto existia este ponto e com certeza que iremos ter oportunidade para falar sobre isso mas pode dizer o que é isto não o que é isto é é quer dizer eu acho que aqui h eu acho que aqui devemos dividir duas coisas por princípio logo que é a questão dos videojogos e a questão das redes sociais são coisas bastante diferentes e que eu acho que devemos e e tem em comum o facto de promoverem dependências digitais mas e os processos são diferentes e eu por exemplo teste de jogos online portanto nunca tive nunca poderia ser suscetível a ser E no entanto já usei muito o Facebook já usei muito não acho que tenha sido dependente eh mas já eu já vou ao meu filho mas já agora para responder aquela primeira pergunta mas dei por mim a certa altura e foi que eu comecei a ficar um bocadinho mais preocupado em ir por exemplo caminhando caminhar e tal ter pensamentos ter um Med gira ter uma frase comp piada e dizer Facebook bom vou pôr no vou brilhar no Facebook depois sim e depois deixar lá ver e tal Ok e pá isto e pá isto tive meso graça e tal Ok e à espera não só pôr no Facebook mas à espera de recompensa essa questão é muito importante e quando eu começo a perceber que eu em vez de estar a falar com as pessoas estou a falar para um uma plateia que confesso das 4000 e tal pessoas estavam lá para aí 300 pessoas que eu conheço e porque eu como escrevo e pinto e etc tenho interesse a usar o Facebook como momento de de de de divulgação e portanto eu venh venham a mim e e e aquilo tá Não só está tenho muita gente como eu próprio promovo o Facebook para que as pessoas vão e depois bloqueio Maisa gente porque masis irritam não é Ou porque por razões políticas por raz mundo estou aberto ao mundo e estou é muito rápido eu já cheguei a a aceitar uma pessoa e uma segundo depois bloquear O que é também Bárbaro também podemos falar sobre isso não não é Bárbaro a forma a forma como no mundo mas já vamos para aí há muita coisa para falar sobre o mundo digital não a forma como se aparece e desaparece não é como mas enfim mas enfim não nesse caso repar também não eu fiz isso porque eu não não posso admitir posso admitir quer dizer não posso bem o termo mas não vou numa no meu Facebook a a sujeitar-me a ver certo tipo publicações que me que me colidem uhum com as suas posi de uma forma extremamente intensa é eu não vou estar agora a dar exemplos mas há muitos não é já voltamos a esse assunto portanto sentiu que relativamente ao Facebook estava a ficar um bocadinho dependente que sim depois eh no tinder no tinder o Tinder que é uma coisa que as pessoas em Portugal não têm muita vergonha a dizer que estão mas to a gente to a gente está não mas muita gente está Eu também tive uma fase complicada aí e aliás fala-se nisso no livro não é também Fas e que e que é muito complicado isso sim eh não sei se dependência mas temos cá alguém que que sabe melhor do que eu mas é algo que nos afeta mexe connosco Ok h e e afeta porque eu fui para o Tinder pensando que as pessoas que havia pessoas do outro lado e de facto encontram-se às vezes encontram-se pessoas que estão do outro lado out À vezes encontram-se dedos soltos no vagos vagos não é e que estão navegantes Não e que estão no fundo a quer dizer basicamente estão a entreter-se ou estão por exemplo a pessoa faz uma pergunta e respondem uma semana depois ou por exemplo nesse dia até temos interação uma interação interessante mas depois de repente por uma razão qualquer que me escapa e e a pessoa desaparece mas depois volta a aparecer e depois começa a perceber que AF final é aquil até comecei a perceber que aquilo até era quase uma forma de estar nãoé e comecei a perder bastante a paciência para para os tinders e tudo isso junto talvez Facebook tinders etc começou começou a comecei a pensar em fazer uma coisa que é que é simples é mexer pouco no telemóvel Pronto Muito pouco sair dos tinders e tal Facebook mantenho eh mas desde há uns tempos esta parte o que eu faço muitas vezes é tenho o o Facebook no silêncio a menos que eu esteja à espera de uma chamada importante eu vou passear o cão Nem pensar levar Face telemóvel já não passei ao Facebook passei ao cão exato exato que se chama Facebook Obrigado mas cujo o nome do meio é tind podia sair ISO o meu o meu cão chama-se wi-fi Facebook tinder o meu o meu cão chama-se o meu cão chama-se wi-fi é porque mascote mas mas ela ela feit B estou brincar muito bem mas mas eu acho Pedro podemos pegar no exemplo do tinder porque é um exemplo muito interessante eu acho que está na fronteira do digital e do humano porque de facto tem a ver com a vontade de ter uma experiência que é absolutamente humana não é de de contacto com o outro e de procura de afeto e de amor e de um contrato até não é procura de sexo ou procura de um contrato maior parte deles estão procura de amigos não é is que não faço ideia cada um vai ao que vai não é Ou bumble ou não mas esse é que é o problema M vez não mas por exemplo eu ia dizer isso e altinda que no início apareceu Sem Regras sucedeu por exemplo o bumble onde já há categorizações onde daqui a bocado a pessoa diz tudo tudo tudo ao que vai não é portanto diz qual é a crença religiosa Qual é especifica tudo A aura pode mentir PED deix acabar Sim sim pode mentir mas supostamente já se apresenta com todas as características para fazer um match eh o mais eh filtrado possível e diz ao que vai não é portanto eu quero um relacionamento sério eu só quero sexo eu só quero outra coisa eh eu queria perguntar-lhe isto porque porque aí estamos mesmo de facto numa Fronteira de uma coisa e outra não é é a fantasia de se procurar essa alternativa à realidade mas que depois se concretiza com alguém que nos aparece à frente S como é que eu acho que é interessante falarmos sobre isso essa pergunta é interessante eu acho que isso é algo que é um bocadinho transversal a tudo aquilo que é tecnologia não é e e e eu acho que há aqui um primeiro princípio a realidade objetiva presencial e a realidade digital hoje em dia até em termos de socialização nós hoje falamos muito de socialização mista nomeadamente dos mais jovens cada vez com uma sociação mais Digital ao mesmo tempo que mantém alguma sociação eh presencial eh o o cno da questão está no no equilíbrio entre estas duas coisas não é e eh o Tinder qualquer tipo de aplicação os jogos as redes sociais em si não são um problema e é importante dizermos isto e o pode tornar-se um problema na forma como nós mexemos com este tipo de estruturas interagimos com este tipo de de tecnologias e Aim tud também com muito com aspecto expectativas e com as capacidades que nós temos de nos regular emocionalmente o Pedro dava um exemplo que é um exemplo mais simples que nós temos em termos de prevenção que é desligar notificações mexer menos no telefone Isto são tudo coisas que aparentemente simples podem ser muito difíceis para muitas pessoas mas Pedro por exemplo se alguém imagina que vai encontrar o seu par amoroso certo alguém a pessoa da minha vida naquela aplicação é muito difícil controlar as expectativas obviamente é muito alto Não claro claro mas é um jogo de Sorte e Azar também é como quem joga o dinheiro todo num online acho eu acho que a vida é todo é sempre um bocadinho um jogo de sorte e osar mesmo no contexto presencial Quando conhecemos as pessoas claro que Quando conhecemos as pessoas e privamos com elas no presencial há todo um conjunto de informações até da comunicação não verbal Eh que que nos permite ir aferindo se aquilo que a pessoa diz ser é exatamente aquilo que é alguma eh capacidade de ver a verdade do da situação e outro talvez ver a a a verdade da realidade daquela pessoa não é essa é a vantagem do contacto presencial e por isso é que quando falamos em socialização e no trabalho com os mais jovens tentamos sempre que essa socialização presencial ela nunca deixe de existir agora a socialização digital e através eu eu tenho vários clientes ao longo da vida que tive no consultório que tiveram experiências de grande sucesso através de aplicações como oer Ok então Claro que pode correr bem pode correr menos bem interessa muito é como é que eu lido com isso e como é que eu vou lidando Como como o Pedro falava com esta ideia que eu tenho que ir verificando se aquilo que a pessoa diz se é congruente se é coerente e até onde é que eu quero acompanhar as Tais ausências que o Pedro falava aquele desaparecer que muitas vezes também acontece nas redes sociais não é só na questão do tinder em si então eu eu acho que é muito interessante trabalharmos muito a a nossa ligação com a tecnologia a capacidade que nós temos de nos regul Mas também de regul o impacto que a tecnologia tem naquilo que que é a pessoa que está dentro de nós Eu acho que esta é uma questão central e é uma questão que tem um chapéu maior que é a saúde mental não é nós sabemos que existem eh quadros clínicos que favorecem eh utilização da tecnologia de uma forma mais problemática ou mesmo dependente como por exemplo os casos da ansiedade ansiedade social por exemplo se eu sou alguém que sinto dificuldade em interagir com os outros e que me refugiu e que sou mais isolado naturalmente que a tecnologia as redes sociais e o Tinder vai ser um canal que vai ser um sítio onde não vou sentir muito mais confor a est por trás de um de um teclado do que estar desconfortável ou desconfortável Ok ou desconfortável ou desconfortável porque o há O Lado Negro do tinder né o o lado da projeção e muitas vezes do tal falso eu como uma pessoa projeta a história do T er uma coisa uma coisa que quase dá uma tese porque dá paraos os dois lados não é é o lado da pessoa que quer ser verdadeira quer ser quer jogar o Jogo Limpo né e o outro lado da pessoa que projeta uma imagem do que gostava de ser mas não daquilo que é essa pessoa que está a fazer isso quando vai fazer o encontro pessoal está sujeita a ter grandes problemasum não é portanto e isso era uma é uma coisa que antes deantes quando as pessoas se encontravam orora num bar or num sítio qualquer ou através de amigos não acontecia a pessoa vai com expectativas até já falou muito do tinder Já se passou para o WhatsApp e tá tudo é tudo maravilhoso e depois de repente ou a s essa mesa para jantar e uma vez eh tenho essa experiência com uma pessoa já há uns anos em que eu sentei-me para jantar com a pessoa não eu não me ia embora não queria embora não tem nada a ver com isso mas de facto tinha deixado o telemóvel no carro e estava preocupado com medo que o telemóvel tivesse muito exposto e quando eu lhe disse peço desculpa V liga ao carro buscar o telemóvel ela disse não me deixa aqui só não me deixa aqui só seir embora diga uhum P fiquei assim essa é outra questão é tal questão do do que se chama hoje em dia o ghosting não é certo e que não não existe só nas aplicações de existe também no jogo eh existe no xadrez até num jogo mais simples mas queria dependência sim sim sim sim mas ao nível das crianças por exemplo é é é muito difícil a criança que está a jogar online com alguém que de repente desaparece não é que ela está a jogar é qualquer tipo de jogo ou um jogo amoroso ou o jogo mais simples que é h a questão do compromisso online sim até que ponto é que o uso do digital implica um compromisso isso permite-nos falar da legislação da forma como Isto é controlável ou não gostava de vos ouvir sobre isso se calhar a Bárbara primeiro eu acho que ainda em relação a ao que estávamos a falar essa Essa gestão emocional eh eu acho que a maior parte das pessoas não não a consegue ter porque se nós vimos bem Como é que estas aplicações e como o próprio os smartphones são feitos são exatamente feitos para uma pessoa ficar dependente e e e usá-la como um hábito hoje em dia já ninguém sai de casa sem sem sem o telemóvel e obviamente esses estes softwares das das apps têm essa e a capacidade também de libertar e a dopamina que que faz com que nós queiramos ver mais e criar essas expectativas inconscientemente não é portanto eh Essa gestão emocional requer muita disciplina que é uma coisa muito difícil de fazer se já é difícil nós nos comprometermos a ir ao ginásio ou aou comer bem quanto mais não é uma coisa que tá sempre connosco não é eh portanto eu acho que isso é um bocado difícil de nós conseguirmos regular e e e particularmente a no meu no meu caso por isso é que o meu telefone é velho tá quase todo partido não tenho aplicações nenhumas lá a não ser o whatspp portant o telemóvel que não tenha pretensões não é não tenho pretensões aliás achou eu nunca comprei um eu nunca comprei um Smartphone novo sempre tive o o os restos da minha família e e assim fico porque se eu tiver ali ali tudo pronto eu eu eu passo horas a ver vídeos de cães e coisas que não interessam nada e acho que em relação às aplicações do do do do tinder eh essa expectativa eu acho que nós vamos todos ao mesmo quando vamos para uma para uma aplicação dessas Acho que todos os seres humanos têm essa necessidade de conexão e daí também ter aparecido o meu projeto que que visava essa essa essa conexão porque nós todos eu eu acho que o ser humano eu acho que é 70% não sei não sou psicóloga mas à volta de 70% e da nossa saúde mental vem das nossas relações sociais não é e e nomeadamente uma relação mais íntima com o parceiro isso é bastante importante não é H não desfazendo acho que é tudo importante mas pronto as relações sociais englobam várias coisas e e obviamente quando uma pessoa vai para uma uma aplicação e se já vira um hábito ou uma normalidade na sociedade não é já não existe como eu saía quando era nova e e nós fazíamos contacto com nos olhos nos olhos eh com um outro ser humano que é uma coisa super bonita mesmo que não seja para uma coisa e de cariz mais sexual ou ou ou íntimo H meter conversa com o vizinho não é com com isso já eu eu eu eu faço isso ainda há pouco tempo fui à Suécia e deu um imenso gosto falar com os suecos que s e mas eu acho que é importante essa Nossa essa conexão que que com as redes com com as redes como com o Tinder H se perde essa essa beleza da conexão humana sim no no seu só dizer daqui Bárbara Bárbara criou uma Guest House em em algur não é também com o objetivo de se sair destas experiências ou não Barbara para alertar no no fundo eu eu como senti tanto isto aconteceu mais quando eu fui para lond isto em 2010 e que notei já uma grande discrepância entre a Lisboa ou ou o a vida em Lisboa H ou a maneira como nos relacionamos e numa grande cidade como era Londres hoje em dia Lisboa Tá bastante diferente não é Ah mas e um e um dos um uma um dos triggers da da dessa do que aconteceu foram exatamente essas redes Hum como o Tinder ou o bumble ou o appen Ah eu achava que as pessoas já não falavam eu sempre que olhava para alguém essa pessoa olhava para o chão e aqui já em Lisboa já tá a acontecer isso mas 14 anos depois e nessa altura e eu fiquei com vontade de de de de criar um espaço que também como sou arquiteta gosto de criar espaço e ambientes sempre sempre gostei disso a criar um espaço onde as pessoas pudessem conectar mas sem ser virtualmente é porque sim já já em Londres tinha que marcar com mê de antecedência para ver alguém hoje em dia já é assim também e isso fazia meso essa confusão há 14 anos atrás eu eu eu ir para um sítio onde tinha que combinar com o amigo e com o mes de antecedência ou ou ou se quiser ter um um um flor com alguém tem que tem que ir tem que marcar pelo tinder não não fazia sentido nenhum para mim e então que queria criar um espaço onde as pessoas pudessem ser normais no fundo e conectar-se na na vida real era era muito simples era era só isso ah e hoje em dia acho que é muito difícil eh eh Aliás hoje em dia este projeto foi em 2016 e acabou na pandemia infelizmente Hum e as regras eram não não se entra regras sim não não não tínhamos uns cacifos para pôr os telemóveis e os computadores e o que é facto é que nas primeiras 24 horas até 48 Horas depend se se é mais tímido ou não as pessoas não sabem o que acão de fazer ficam em ressaca digital é um bocadinho difícil quando falamos de pronto de de drogas mesmo álcool ou ou outro tipo de dup facientes ou ou ou mas acaba por por mexer aqui também com os com os nossos eh com os sistema nervoso e e as pessoas não sabem o que que fazer à mão às mãos não sabem o que dizer e então eu servia ali como um como uma espécie de El sempre fui boa assim fazer a h a quebrar a quebrar gelo e e e no fundo é dar-lhes coisas para para para as pessoas fazerem para experimentarem tocar desde tocar música e fazerem jogos de taboleiro falar uns com os outros com com alguns jogos de de hã sociais vá eh e obviamente pessoas que que estão habituado que eu tinha na casa que estão mais habituadas a estar h no mundo mais offline sentar agarrados aos ecrãs e depois aos poucos as as pessoas começam aar re habilitam-se reabilitam nun nunca tivemos um um um um objetivo Clínico ou terapêutico vá eu queria só criar um espaço que fosse que quebrasse um bocadinho com com o que se vivia nas grandes cidades estes espaços eram era era em alur portanto no sítio bastante no campo acho que o p já tem muita coisa para dizer não se imensa imensa eu teria muito a dizer est mas eu acho mas acho Interessante este ponto não é Acho interessante um ponto em que e e algo que as tecnologias trouxeram foi nós estamos muito mais em contacto do que estávamos antes é verdade ok a questão é que uma coisa é contacto outra coisa é relação pois e nós somos hoje uma sociedade cada vez mais de contacto e muito menos de relação eu há bocadinho quando falava das questões de alguém em sociedade social sentir-se mais confortável eu não estou a dizer que isto é um quadro bom para esta pessoa não é nós não nós não prescrevemos entre aspas uma pessoa que tem cedade social ou que tem dificuldade no estabelecimento de comunicação ou relação a refugiar-se atrás de um telemóvel exatamente o contrário mas é preciso perceber que há um determinado conjunto de pessoas que têm maiores dificuldades do ponto de vista relacional e que são trabalhadas em psicoterapia quer ao nível das suas competências sociais quer ao nível daquilo que é é a sua própria estrutura de personalidade mais introvertida ou até por exemplo pessoas de um grupo Clínico que é muito pouco falado em termos de investigação nestas áreas que tem a ver com as pessoas que estão no espetro do autismo que tem uma dificuldade natural inerente de se relacionar de de daquilo que é avaliar o toda a comunicação não verbal do outro e portanto que senta maior facilidade do ponto de vista das tecnologias agora sendo uma sociedade e vejam quando fazemos anos eu costumo dar esse exemplo não é cada ano que passa eu também só tenho uma conta de uma rede social profissional portanto não tenho nenhum motivo de partilha pessoal sinto que cada vez vou recebendo mais mensagens e cada vez menos telefonemas Ah no sentido em que nós cada vez mais escrevemos nos Morais uns dos outros para não termos que ligar ou até e ter com essa pessoa então aquilo que me parece interessante é estamos em em em com maior contacto em termos de frequência e contactamos com muito mais pessoas por exemplo hoje de manhã dei uma formação com pessoas de todo o país e tive em contacto com essas pessoas mas isso não substitui aquilo que é a relação que é aquilo que a Barb está a trazer compromisso não o compromisso o compromisso que é o o estar relacional traz-nos coisas que o contacto digital à distância não traz desculpa de interromper é quando nós estamos a jantar com alguém não podemos fazer que assim olha eu voume embora agora claro H uma coisa mais simples não é que é fil mas eu não fiz is eu não fiz se calhar H outra coisa que é estão duas pessoas a jantar e há uma um terceiro prato com um telemóvel ali colocar mesma coisa não é então como o Pedro também dizia pequenos exemplos de Eu agora vou privilegiar desligar-me a deixar o telefone ali enquando vou passear o cão em quando vou jantar enquant vou brincar com os meus filhos ou simplesmente quando vou estar comigo próprio isso é uma coisa também muito interessante não é nós temos cada vez mais estamos no mundo e numa sociedade onde cada vez mais esta ideia de estarmos connosco próprios a não fazer nada e quando não fazer nada pensar a escrever so sobre nós próprios a refletirmos sentirmos a nossa respiração vejam como não é à toa que movimentos como a meditação mindfulness estão a vir estão vindo a ganhar cada vez mais peso na lógica de que o momento presente cada vez é menos vivido mas é muito curioso porque o o a internet está cheia de vídeos de mindfulness não é curiosíssimo as pessoas vão para a internet e aprender a fazer maiso mas veja isso é isso Isso é uma das qualidades que a internet tem sim pode ser o pro Yoga o podem fazer gás sem sair de casa não claro que sim é muito melhor fazer isso do que estar a fazer um scroll durante uma ou duas horas a ver coisas em que se calhar 90% das coisas não tem interesse nenhum e eu tenho muitos relatos desses de de de de pacientes meus em consulta que chegam ao final do dia e teriam ali de facto uma hora 1 hora e meia para fazer aquilo que lhes dê prazer que lhes apeteça e Os relatos deles não é não é o meu julgamento porque não é uma questão de desizo de valor porque não os faço o relato é muito olho pá Pedro tive ali 1 hora e meia e cheguei ao fim super irritado ansi oso deprimido porque percebi que que não fiz nada de valor com o meu tempo e esta é uma outra ideia que eu já agora que eu nós também estamos numa fase em que parece que temos que estar sempre a fazer qualquer coisa as 24 horas não chegam para nada eu asso isto imensas vezes e eu gosto imenso de devolver às pessoas faça com que essas 24 horas tenham algum tempo que seja útil para si Com certeza que temos que trabalhar com certeza que temos que ir apanhar algum trânsito para as pessoas em que isso acontece temos os filhos para cuidar mas temos há sempre tempo nem que seja o tal passeio que o Pedro estava a falar com o cão é que pode ser um momento para mim na relação com o meu animal doméstico e não pode ser pode ser também um tempo inútil pode nós hoje temos pavor do do Tédio e do pavor de não fazer nada e temos uma coisa muito interessante enquanto adultos temos essa escolha mas nós estamos a passar isso muito às crianças quando as inscrevemos em cinco seis atividades ex curriculares porque ele tem que estar sempre ocupado a fazer qualquer coisa porque tem que começar o inglês quando tem 5 anos porque o inglês vai ser muito importante quando ele for quando ele tiver 20 Com certeza que o inglês é importante o desporto é fundamental as atividades culturais mas também é muito importante ter tempo em que não fazemos nada em que estamos simplesmente conversar a estar a olhar a contemplar que é uma coisa que nós fazemos pouco contemplar o que está à nossa volta mas também também contemplar o que está dentro de nós é uma coisa que fazemos pouco Pedro Queria lhe pedir assim eh muito resumido H ou o que possa resumir quando possa resumir H conselhos para quem quer diminuir a sua dependência digital e estamos a falar evidentemente de casos que não sejam casos graves de Patologia de dependência digital ok conselhos quatro conselhos duas ou três ideias a primeira coisa que eu que eu que eu acho sempre importante é a pessoa pensar sobre isso antes de começar a fazer alguma coisa é o pensar não pensar no que é que eu vou fazer mas pensar o que é que eu quero com esta redução é porque eu devo reduzir porque estive ali no elcor inglês e ouvi dizer que se deve reduzir o tempo de tecnologia ou é porque eu sinto como a bocadinha o Pedro falou e a Bárbara também eu sinto como eu sinto também com aqueles videojogos interessantes que às vezes que fazem com que eu possa estar um bocadinho mais tempo e e e a pensar de uma forma mais Global o que é que eu quero da minha vida o que é que eu quero sentir o que é que eu quero usufruir da minha vida não tanto o fazer ou construir e de que modo é que isso pode levar a uma a uma motivação intrínseca minha para reduzir a tecnologia Hum porque sem uma motivação intrínseca se for apenas alguém dizer-nos não é como temos os pais para para os filhos não pode estar tanto não pode estar tanto tempo no telemóvel ou jogar porque isso não te faz bem e isso num cérebro de Miúdo de 11 12 e 13 anos nem sequer entra é igual a publicidade não é é igual a publicidade não é porquê Porque do ponto de vista cerebral não está ainda preparado para perceber e ter esta capacidade de dizer Ok vou jogar durante uma hora e depois vou chutar duas horas de matemática isto não acontece só os mos que têm Muita ansiedade Face aos às avaliações eles são capazes de fazer mas são casos que não são portanto esse seria o primeiro ponto a refletir momento em que se reflete tentar pensar consigo fazer isto sozinho o que é que eu preciso para fazer isto e se eu preciso de alguém para fazer isto e posso precisar de alguém que seja um companheiro ou companheira pode ser um amigo pode ser um colega de trabalho posso ser eu próprio comigo próprio mas também pode ser uma ajuda profissional no sentido em que eu não tenho que estar sozinho nesta tarefa e depois em terceiro lugar é algo também fazendo acanhado delinear um plano começando pelas coisas simples e mais pequeninas às vezes aquilo que eu sinto é que as pessoas tentam chegar sabem quando tem aqueles cronogramas de um dia todo eles estruturado quando querem ir ao ginásio e querem ter as 24 Horas totalmente preenchidas não é então eu costumo dizer é preciso ter espaços espaços para as vezes não sermos tão tão perfeitos como Queremos ser e começar pelas coisas mais simples como retirar notificações em que me permite eu ir ver quando eu acho que dev ver e repare uma nota quando isso é possível há situações laborais em que isso possa não ser possível olha um um médico que está de urgência que está e que está onc que de repente Ah eu só vou ver se me chamaram de 15 em 15 minutos Isso não pode acontecer mas calar na maior parte das nossas vidas isso pode acontecer à noite quando por exemplo estou a deitar e entre pegar na televisão e ver qualquer coisa e se calhar pegar num livro ou fazer uma meditação guiada em que eu até posso pôr no telefone Mas deixo o telefone ali ao fundo não é começar pelas coisas pequenas quando eu começo a reduzir pelas coisinhas mais pequenas eu começo a dizer a mim próprio ao meu cérebro que eu sou capaz de o fazer e começo a permitirme última coisa que é a experienciar prazer nessa redução quando acompanhada de outras coisas que me dão prazer e este é um aspecto essencial nós não podemos tirar só as coisas porque as tecnologias dão prazer libertam dopamina e depois deixarmos as pessoas sem nada as pessoas têm que construir em terapia faço muito isto construir alternativas po pode passar até com esta ideia do do do viajar do sair ir para outro sítio ou apenas ir aqui perto para a glb que vou esperar hora almoço e pode ser uma alternativa digital pode ser por exemplo vou aprender línguas online pode pode pode ser um um uso mais saudável do Claro que sim porque Rep se não corremos o risco de dizer as tecnologias criam dependência e portanto a diabolização das tecnologias é um caminho que não é eficaz Porque nós não vamos viver sem tecnologia Vamos sim regular regular a tecnologia encontrar atividades que nos dão prazer e satisfação que não impliquem necessariamente tanta tecnologia ou mesmo nenhuma sinteticamente é que eu posso dizer vamos temos 10 minutos aa paraci enfim vamos como eu diga diga eu vendo aqui algumas não o Pedro fala distingo logo no início do livro relativamente aos videojogos o facto de H ser classificado como uma patologia pela Organização Mundial de de saúde e fala nas Fala Que Há caminhos diferentes já o disse há pouco não é caminhos diferentes que levam ao vício e nas redes sociais naquele do Síndrome f o m o Fear of Missing out o medo de estar fora fora do que acontece ou o medo de a nomofobia que é o medo de perder perder o aparelho perder o aparelho não é como se fosse uma extensão do corpo é como se eu perdesse um bem já não é bem um dedo não é como se perdesse do do do corpo gostava que falasse um bocadinho nisto e também que nos Contasse e um bocadinho da experiência que há bocado referiu com o seu filho e que o levou a h a investigar a fazer esta investigação e a escrever este livro é bocado tava aqui eu vou responder sou jornalista também também sou jornalista tramado mas eu tava aqui a ouvir o o Pedro eh sobre a questão de nós não temos tempo para nada e e aquilo que eu constato com a minha filha por exemplo é que eu tinha lido isso uma vez e achei graça e depois pus em prática e e ela adora estar no iPad e mergulha e aquilo desaparece Ela desaparece lá dentro 11 anos Ela desaparece basicamente quando se disz desaparece desaparece pessoa fala com ela já pois e vai buscar 500.000 coisas algumas coisas com piada coisas úteis outras coisas e tal eu vou controlando a situação e tal mas esta ideia de que uma criança e começa e aliás e Eh toda esta problemática começa normalmente n no nos primeiros anos é muito engraçado ver um bebé passar um ecrã Ok Esse bebé aos 3 anos já domina completamente o iPad e aos CCO e aos seis já tá por aí fora não é o meu filho com 10 anos tel viciado em V jogos eh tudo muito rápido e e a questão do do do não ter nada que fazer não é esta questão que há bocado o o Pedro falava de de de que uma pessoa como é que é o tédio o tédio o tédio faz crescer as crianças eu eu eu experienciei isso com com com minha filha sono não é ajuda a organizar não é assim o cado eh el ela é raiz da criatividade não é é Ino nós não conseguimos criar porque temos que fazer qualquer coisa ex e e eu e eu lembro-me que desculpa interromper mas não offline era era muito recorrente das pessoas começarem a criar do nada fazerem coisas eh com pedras com com pintam porque nós tínhamos várias coisas lá para as pessoas se entreterem eh e aprendiam acordes numa guitarra aprendiam a não tinham mais nada a fazer e acaba e criavam músicas e uma das coisas que que eu em relação a isso do do tempo também que estavam a falar Eh o um dos maiores feedbacks da da da da da casa era que as positivos era que as pessoas eh diziam que tinham ganho imenso tempo e é uma coisa que nós estamos acabava nãoé O tempo nunca mais acabava dia era parecia uma semana e que hoje em dia só queria deixar aqui esta reflexão final eh antes do Pedro acabar que hoje em dia nós queixamos est que não temos tempo para nada eh mas se desligarmos ou se tivemos essa disciplina para controlar conseguimos ler um livro havíamos essas pessoas que nunca que já em esses anos não Liam um livro e f e Liam tipo um livro ou dois livros durante este dia mas ele existe temos qu minutos P ex quro minutos [Música] H este intervalo foi bom mas relativamente à questão da minha filha eu lembro-me de ela tem tem graça também sou sou suspeito não é mas ela quando quando eu lhe tiro o iPad agora agora não tanto mas aqui há 2 TR anos e achava que ela estava demasiado tempo no iPad eu tava lá a fazer qual coisa e ela sozinho com ela em casa e ela de repente vinha ter comigo e dizia pá Estou entediada o que era fantas m com 8 anos estou entediada entada mas fazia calar de de de tristeza Estou entediado e eu dizia não dizer estou mfin por ex não não isso não vai lá vá lá vá lá eu eu ir eu pensava estou a falhar qualquer coisa mas o que é que eu fazia Eu tentava não dá muita importância a essa queixa mas antes dizer Ok falta uma hora para jantar e faz qualquer coisa entretanto e mas o quê faz qualquer coisa faz qualquer coisa Não não não nãoa importância e e e e foi justamente nesses momentos que eu comecei a perce ver que ela eh desenvolvia escrita ou ou ou ou ou escrevia carta para Cartas Para para amigos ou para a tia que tá no que tá no na Holanda ou ou fazia Isto ou fazia aquilo ou não sei quê E ela depois deu-me um feedback uma vez nesse sentido ou seja há muita coisa que ela que ela que ela estimulou a criatividade dela justamente porque as crianças não conseguem estar paradas uhum não é não são como nós consegue entrar a meditar olhar para olhar para o ou ver natureza durante muito tempo não consegue e e depois também há outra questão que também que o Pedro falava eu acho que às vezes nós não temos tempo porque também mas isso seria outra outro outro outra outra conversa porque nós também às vezes colocamos em cima de nós uma série de de af fazeres justamente para não desencontrarmos connosco próprios não é e ter roubamos o tempo a nós próprios porque depois não sabemos o que é que havemos de fazer com ele portanto O que é que tá à mão é o telemóvel é gratuito é uma chateza bem O que está também à mão é dependência digital o ensaio do Pedro proses da Fonseca para entender eh e refletir sobre a sua da existência ou não de uma dependência digital no seu caso muito obrigada Aos três por esta conversa muito obrigada [Aplausos] J [Música]