Vídeo: José Manuel Fernandes: Ainda existe medo da SIDA passados 40 anos da sua descoberta?

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ontem domingo celebrou-se mais um dia mundial de luta contra a Cida pelo que queremos Recordar hoje no contracorrente que o problema não desapareceu e que não é tempo ainda de tolerarmos cer certos comportamentos de risco eh isto quer dizer José Manuel que achas que ainda é necessário Recordar que continua a haver comportamentos de risco e a SIDA ainda deve impor algum medo eh quer dizer eu não sou adepto do medo como como como solução para para este tipo de problemas mais do do do Cuidado da do comportamentos responsáveis e mas convém Recordar um pouco como é que isto tudo de alguma forma como é que isto tudo se envolveu porque este começou há um pouco mais de de 40 anos eh começou sem se perceber o que é que era portanto isto foi um dos um dos grandes problemas a primeira notícia que é Enfim no jornal de grande circulação que saiu e foi no New York Times 3 de julho de 1981 portanto vão lá 43 anos quase 40 sim um bocadinho mais de 43 anos e o e o título era cancro raro e diagnosticado em 4 41 homossexuais portanto repara logo Sim tudo tudo tudo que estava aí implícito não é tudo o que está aqui implícito portanto não temos ideia nenhuma do que é que é portant estamos a chamar isto cancro não é isto não é um cancro de forma alguma depois eh o diagnóstico na altura era praticamente só homosexuais e portanto há eh e há uma e há uma surpresa porque basicamente é o aparecimento de eh digamos alguns sinos até superficiais na pele por exemplo Quem viu o filme Filadélfia sim eh tem uma ideia do que é um filme passado portanto e década de 80 portanto eh passando em Filadélfia um advogado homossexual portanto e como as coisas a doença se vai manifestando era um bocadinho o que se passava na altura levou algum tempo a perceber-se eh várias coisas primeiro que era um vírus logo à partida logo à partida não não foi logo eh e que as formas de transmissão eh portanto Isto foi identificado nos primeiros artigos nomeadamente na Nature como podendo estar associado a digamos a relações sexuais só que na altura uma grande incidência eh entre homossexuais ainda hoje se mantém porque de facto o tipo de relações dos homossexuais homens Estamos portanto a homossexualidade S falcia masculina e feminina mas dos homossexuais homens implica mais risco do que as outras relações sexuais eh e eh ainda hoje é assim portanto não isso não mudou quer dizer estamos a falar de relações sexuais desprotegidas como é óbvio portanto eh E durante muito tempo isto eh até porque a doença digamos lá o que é que é a doença a doença é um vírus portanto [Música] eh chamado vírus da imunodeficiência humana v i h vírus da imunodeficiência hum portanto que pode estar presente hoje em dia o vírus está presente em estima-se bocadinho menos de 40 milhões de pessoas à escala do Global eh mas é um vírus que nós Hoje sabemos Controlar na altura não havia nenhuma ideia de como é que se controlava eh e e e e a sua forma de atuar é que ele destrói o nosso sistema imunitário portanto nosso o nosso sistema imunitário sobretudo neste caso concreto é por se instalar eh nos enfim num tipo de glóbulos brancos portanto que no nosso sangue e E são essas as células nós falamos muito de digamos de proteção quando fal quando quando estivemos aqui durante todos aqueles período da e do covid e como é que era como é que se estimulavam eh digamos as defesas imunitárias do nosso organismo para prevenir a instalação eh do covid e na altura falamos não sei se te recordas dos linfócitos t ou células T precisamente eh uma um tipo de glóbulos brancos eh muito importantes no funcionamento do sistema imunitário eh o nós podemos ter no nosso organismo eh vih portanto portanto este vírus hoje eh se ele estiver controlado mas Evidente isso só se faz com hum dedicação permanente portanto não é uma coisa que se erradique eh facilmente portanto eh O problema é quando o nível quer dizer os vírus como é que atuam Portanto o vírus não é bem um organismo vivo foi uma coisa falamos imenso no tempo tempo da covid o vírus é um organismo oportunista digamos é é basicamente um bocadinho material genético e um envol de proteínas que por acaso neste VH também tem assim aquela fórmula também tem aquelas esp que nós nos todos nos recordamos das imagens do H vos conformas muito diferentes e panto o que isto faz é instalar-se nas células e e apropriar-se Delas quer dizer alimentar-se delas e multiplicar-se quando o nível é tão grande que na prática destrói e as os stos linfocitos C as células fitos T perdão particularmente umas umas conhecidas por CD P4 que são muito importantes no sistema imunológico o que acontece é que nós ficamos sem defesas então aparecem e por isso aparecem muito quer dizer era muito frequente por exemplo morreste de pneumonia sim portanto que é uma doença que hoje em dia enfim nós sabemos que quando as pessoas são mais idosas é preciso ter muito cuidado porque é um tipo que também acontecia com com com o covid porque quando isto acontece eh Elas têm precisamente menos defesas as pessoas mais idosas e portanto há morrem mais vezes de pneumonia mas no pessoas mais jovens isso não é tão frequente E o que e ele o lado de surpresa o lado que era mais anormal é que estava a acontecer em sobretudo naquela altura em homens jovens portanto estavam a aparecer doenças designadamente doenças por exemplo de pele aquelas manchas eh que e nós estávamos habituados a ver estava habituado a verem pessoas com eh sim mais de 60 anos mais de 70 anos e de repente pessoas de 20 30 anos estavam com esses sintomas não se percebia porquê bem houve e o vírus foi foi foi identificado há inclusivamente portugueses uma portuguesa que teve papel papel nessa nesse trabalho mas eh levou muito tempo até se perceber como é que ele era como é que ele se combatia e houve ao mesmo tempo algo que eh durante muito tempo também foi complexo é que o vírus eh acabou por se associar a preconceitos portanto e e porque não sabia ao Princípio não sabia bem como é que ele se transmitia nós Hoje sabemos que ele basicamente transmite-se através do sangue e portanto E aí temos é por isso que na na quer dizer sobretudo através do sangue portanto as aquilo que é perigoso são relações sexuais desprotegidas com pessoas que nós não sabemos se podem ou não estar infetadas atenção hoje em dia não há pode não haver sinais exteriores nenhuns porque a doença está controlada eh ou então o uso eh de seringas ou de sangue portanto contactos com sangue portanto sangue com sangue eh o que em Portugal se tornou muito complicado numa época em que nós tivemos uma aquilo que hoje em dia nós consideramos ser uma epidemia de heroína e heroína é uma droga injetável e portanto e a reutilização de seringas para a injeção de heroína foi um dos uma das questões que foi mais difícil de controlar portanto estás a ver nós tínhamos aqui portanto Além disso pode-se transmitir dem mém para filho pronto no mas aí é durante m para filho no no no no no processo de gestação não é portanto não é uma coisa eh bem para filhos Se tiverem as duas em casa é uma coisa os dois em casa é diferente portanto temos aqui uma um um um quadro que hoje conhecemos bem e que portanto podemos controlar eh controlar bem se controlarmos eh por um lado a forma Como usamos seringas e e a forma como portanto lembras-te que hou alguns casos em que e ainda era muito mal conhecida a a doença não se sabia bem Como é que aquilo acontecia e houve casos trans fão de sangue com sangue infetado o caso dos hemofílicos foi assim que ficou o caso dos hemofílicos portanto porque também começou a aparecer em hemofílicos porque os hemofílicos precisam de transmissões de sangue e aconteceu em muitos países quer dizer em Portugal tivemos um uma situação dessas houve em França houve muitos países que tiveram este este problema portamos numa fase de uma fase onde o o grau de conhecimento sobre a doença ainda era pequeno e muitos procedimentos médicos mudaram nessa altura com com as ringas descartáveis do dentista temp sou do tempo eu lembro-me quando era miúdo e quando tinha que tomar injeções nenhuma nenhuma criança gosta de tomar injeções mas às vezes tinha que ir havia um um digamos até o senhor da farmácia farmácia p da minha casa que ia dar ações a casa quando eu estava quando nós tinha vários irmãos quase todos a mesma idade todos es quirinos portanto quando algum estava doente eu levava digamos tudo aquilo dentro de uma aquelas de uma caixinha metálica uma caixinha metálica que depois reutilizavel chingas e os agulhas eram novamente fervidas e nós Hoje sabemos que nada disso acontece nós hoje temos tudo tudo tudo descartável portanto qualquer coisa que nos façam vai fora não é Ora bem eh com o tempo quer dizer houve muita investigação e sobre sobre sobre a Cida e portanto foi possível a numa determinada altura eh passar a controlar a doença que é o estado em que estamos hoje Portanto Basicamente aquilo que fazem eh os medicamentos é eh permitir ou melhor permitir viver com o vírus sem que os vírus se multiplicam ao ponto de destruir o nosso sistema imunitário é isso que está em causa Mas isso não é da acessa universal por exemplo só para dar um exemplo porque é tem muito a ver connosco tem em Portugal há há um bocadinho menos de 1000 casos novos por ano de infecção quer dizer que nem toda a gente se continua a haver gente não se não se comporta com o cuidado que deve eh mas num país como Angola por exemplo há um número total de de de de infetados muito significativos cerca de 300.000 e e em 2023 digamos o número que eu tenho é entre 13.000 e 14.000 mortes por causa de Sida portanto eh isto não é igual em todo lado e não é o pior país da África digamos em termos de relação entre n infetados e a população alguns países à volta a Namíbia E H zimbábue tem problemas por ventura ainda mais graves portanto hum Ora bem eh isto eh porque é que eu digo que que que nós também temos que ter cuidado porque hoje em dia há os medicamentos que permitem controlar sim eh eh eh digamos o vírus é disso que falamos não é controlar a Cida que a Cid já quando a quando a doença se manifestou permitem controlar o vírus mas há outro tipo de medicamentos que no limite podem criar ilusão que não temos que ter cuidado