Vídeo: França. Governo está condenado a cair?

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Está no Ar os explicadores esta Terça faa sobre França que está a entrar numa nova crise política com a esquerda e a Extrema direita a admitirem avançar para uma Moção de censura ao governo esta manhã são nossos convidados Vítor Gabriel Oliveira secretário geral da sedes Europa e João Diogo Barbosa especialista em assuntos europeus muito bom dia temos nós de a França na encruzilhada o partido de esquerda França em submissa apresentou uma Moção de censura ao governo francês de Michel barger a união Nacional o partido de extrema direita de Marine lepen já anunciou que vai votar a favor João Diogo Barbosa Bom dia bem-vindo a explicador começando por si Será que este Governo está mesmo condenado a cair Bom dia eu acho que este Governo está condenado a ca se não for amanhã algun nos próximos meses e isso explica-se facilmente com com a génese com o nascimento deste governo H Há uns meses depois das eleições europeias em que o presidente macron foi derrotado h a ideia que nasceu dentro do do do Eliseu foi de que era preciso acelerar a história convocar eleições legislativas e conter o crescimento quer do bloco da esquerda quer do bloco da direita mais à direita e depois desse aceleramento e a verdade é que o resultado eh das eleições não foi aquele que macron e o bloco presidencial desejavam e ao mesmo tempo depois da história ser acelerada eh decidiu-se ignorar os resultados e portanto a nomeação de barnier H assenta na ideia de um governo que era impopular à partida que tinha de adotar medidas difíceis e que não tinha apoio parlamentar h e o que nós estamos a ver agora depois desse longo processo de nomeação é que chegado a altura de apresentar um orçamento um orçamento que tem de eh lidar com problemas orçamentais muito difíceis o o objetivo para 2025 é ter o déficit a 5% que não é propriamente brilhante e reverter o h da dívida que atingiu o máximos históricos este ano eh quando se tem um governo que tem de implementar estes objetivos difíceis aquilo que nós diríamos antigamente de austeridade e ao mesmo tempo não há um apoio parlamentar há na verdade eh uma ampla Coligação negativa contra o governo a verdade é que se não for amanhã este Governo está condenado a cair não tem base de apoio e a verdade é que a responsabilidade cai muito sobre o presidente macron mas esse foi então o o o problema original o pecado original eh de Emmanuel macron foi ter nomeado um um governo que não tinha eh sustentabilidade no no no Parlamento não seguramente e até podemos ir se se quisemos pegar no pecado original podemos ir ao início do do macron ismo a verdade é que aquela ideia de eh dinamitar o sistema político dizer deixa de ver esquerda e direita temos agora uma uma proposta mais moderna mais Progressista de um centro iluminado que pode eh fazer diferente e fazer melhor parece que não funcionou eh ainda há dois anos no mais ou menos no no mandato presidencial e as coisas podem mudar mas seria muito imprevisível que isso acontecesse eh e a verdade é que todo o projeto do do macanismo parece agora estar a chegar às suas eh últimas consequências e essas consequências não são muito positivas Aliás não é estranho que a partir de agora com toda esta comoção orçamental se começa a discutir não não só a queda do governo mas eventualmente até a admissão do próprio Presidente Macon porque França está num impasse e esse impasse nasce não só deste governo que não tem apoio parlamentar como também da própria ideia de macron de vir substituir os partidos e e de não ter um substituto ou um modelo que pudesse ser alternativa e uma alternativa estável e portanto se calhar o Pado original ainda vai eh mais longe à origem do do do macrismo vor Gabriel Oliveira bom diaem bem-vindo também a este este explicador no fundo estes acontecimentos dos últimos dias das últimas horas reforçam aquela ideia que foi muito discutida na altura em que macron convocou eleições para julho na altura disse que foi um erro político estamos precisamente agora a confirmar isso mesmo antes mais bom dia obrigado à rádio observador pel convite eh Essa foi a decisão da de macron macron é soberano o erro só o poderemos eh só o poderemos avaliar nas próximas eleições presidenciais eh que são aquelas que vão ditar se macron eh e vão ditar o balance do do mandato de de Emmanuel macron Emmanuel macron tem feito tudo o que lhe é possível para eh aguentar a Extrema direita e Isto são avanços e recuros que num país como a França eh têm sido necessários para que a Extrema direita possa ser possa ter possa ter uma um abrandamento a como como como teve já n alguns casos Recordar só que em 2026 por exemplo haverá eleições municipais que são bastante importantes para para a atração da para a tração Eleitoral da da da Extrema direita dizer também que e Michel barnia tentou por tudo fazer várias cedências nas últimas semanas H ao partido Marin lupen e nomeadamente cedendo em várias em várias matérias desta desta em várias matérias técnicas desta questão da da forma da da Segurança Social eh mas não não lhe foi possível porque na realidade os partidos como o partido de Marine lupen e portanto outros outros partidos na Europa H querem sempre liderar a agenda e Marin lupen não iria permitir que que Michel baria lhe liderasse a sua própria agenda neste momento e e se podemos utilizar uma expressão portuguesa tenta tirar-lhe o tapete neste momento para para descredibilizar também e para afetar eh Emmanuel macron claro que a esquerda também não está não está contente com isso porque porque foi o foi a Coligação de esquerda que teve teve o maior número de votos aí de Deputados na nas últimas eleições legislativas eh e estão a fazer muita pressão para que Emmanuel macron eh no meio um novo primeiro-ministro e que o novo primeiro-ministro seja e um primeiro-ministro de centro esquerda aquilo que Emmanuel macron também pelo que se sabe não quererá fazer e quererá insistir novamente num primeiro-ministro de de centro ou ou o centro ou centro direita já se falando n alguns nomes eh nomeadamente o Bruno Ratatui que portanto que faz parte do governo e também do do tanto de François berru também do modem que podem ser pessoas que que macron tem na lista para para substituir mas fazer da da travagem da Extrema direita do bloqueio da Extrema direita o principal objetivo político não acaba também por reforçar o poder da Extrema direita Sim claro que sim o a Extrema direita sai reforçada quando tem visibilidade não é mas é não é se fosse se fosse se fosse fácil todos os países o tinham conseguido fazer de uma maneira simples e não não é simples num país como a França que tem uma tradição já de de de um partido como Roma Nacional de ter h de ter já décadas de de implantação aliás de implantação até como eu dizia há pouco eh autárquica e a nível de tração de bases o que complica muito a h este este tipo de estratégia e claro isto é uma estratégia que em si depois Economica amente e em termos orçamentais a França como se sabe a França e a Alemanha eh atravessam uma grave crise estão a começar agora ou ou se calhar já começaram não é essa crise H nomeado em várias em várias indústrias eh e não é não é o melhor pressáo ter ter um governo eh que não tem estabilidade a governar um país não é como se sabe que é muito já por si só é muito difícil de governar H E ainda por cima refém da da Extrema direita não é já vamos olhar para as consequências económicas desta crise em França João Diogo Barbosa eh olhando para as consequências previsíveis consequências políticas para a Europa o que é que podemos esperar desta dos efeitos desta crise eh francesa na na Europa e sim eu acho que este é um momento fundamental Não só para França mas também para a Europa porque o o risco verdadeiramente é que o bloco europeu fique parado até mais ou menos meio de 2025 e por eh Há agora uma nova a comissão europeia As instituições europeias os titulares estão estão a a tomar posse Mas nós vamos ter eleições na Alemanha nós vamos ter um bloqueio em França de uma ou de outra forma quer este governo eh caia e não havendo possibilidade de convocar novas eleições até julho de 2025 quer este governo se mantenha eh numa forma mais mitigada parece-me que arriscamos a que haja um bloqueio do motor europeu Isto é eh de que a França e de que a Alemanha estejam durante n meses eh paradas bloqueadas enredadas em problemas internos Isso vai ser ainda mais preocupante quando a partir de Janeiro Eh vamos ter uma nova administração dos Estados Unidos quando se discute cada vez mais o que fazer em relação ao sar fogo um armistício na Ucrânia e se eh de um momento para o outro há todas estas movimentações todas estas mudanças quer nas instituições europeias quer nos Aliados europeus ao mesmo tempo que os governos nacionais mais fortes eh não se conseguem entender não conseguem ter h no fundo condições básicas de funcionamento eh a verdade é que a Europa entra aqui numa situação muito complicado em que no momento em que era preciso mais decisão eh mais capacidade de representar os interesses europeus o que acontece é que os governos nacionais falham e Nós entramos então numa situação em que provavelmente eh outros estados membros outros governos nacionais vão ter de assumir esse papel ou então e isto é muito provável em que passa a ser Bruxelas um bocadinho a funcionarem em piloto ático a a decidir aquilo que pode ser decidido h e a esperar que a situação quer na Alemanha quer na França se resolva essa situação neste momento Neste contexto muito particular e parece-me que é muito difícil para a Europa é mesmo eh no momento mais importante não não está ninguém a guardar a porta e isso pode ser pode ter consequências muito muito negativas para para toda a união europeia Hum e e e Neste contexto Vitor Gabriel Oliveira o que nós não temos muito nem em França nem na Europa é tempo até porque a pressão dos mercados a dívida francesa está aí como já referiu há pouco é um país que grande uma uma economia grande com uma dívida eh acima dos 11% do PIB que não não é fácil de resgatar Como foram outros países nadamente Portugal H tudo isto é um barril de pólvora vitóri Gabriel Oliveira que vai ter que ter um desfo rápido na política francesa sobre pena da da da situação financeira se podia descontrolar de alguma maneira eh eu eu acho que sim eu eu não quero ser não quero ser demasiado pessimista relativamente a essa questão mas nós já já estamos a sofrer e em vários países da União Europeia e soubemos esta semana que passou de algumas situações que já estão a acontecer em Portugal porquê Porque as cadeias as cadeias industriais estão bastante Integradas Ou seja a união europeia integrou nos últimos anos muitas cadeias industriais e económicas O que leva a que haja um contágio eh muito rápido portanto nomeadamente na indústria automóvel e noutro e noutras Indústrias eh que depois estão por si só também encadeadas em termos económicos e empresariais nas regiões onde estão onde estão estabelecidas portanto isso é o primeiro ponto que eu gostava de referir é que a crise pode-se alastrar muito rapidamente a outros países da União Europeia o segundo ponto é que a União Europeia depois de de ter os seus os seus órgãos todos eh e as suas Áreas todas eleitas H tem que tomar uma reação muito rápida de relance de de de relance da da da economia e de relance da das áreas empresariais nós neste momento estamos a sofrer em várias áreas no no centro da Europa eh e como dizíamos há pouco em França e na Alemanha eh principalmente a questão da dos custos da energia portanto os custos da energia em França e na Alemanha aumentaram muito h o custo das matérias primas aumentou portanto para a indústria eh O que leva eh indiretamente a que a inflação eh também aumente eh portanto eu eu diria arriscando aqui um pouco nesta expressão que vou utilizar eh diria que eh O isolamento que nós a que nós nós União Europeia nós bloco ocidental estaríamos a tentar fazer à Rússia e que foi conseguido como é óbvio a Rússia está a sofrer muito economicamente neste momento numa numa administração como a administração trump arriscamo-nos de uma forma diferente eh se calhar mais polida mais diplomática eh a ser a ser a união europeia a ser o bloco que sairá isolado economicamente eh e o bloco que mais sofrerá eh com a questão com a questão da guerra e com a questão da da inflação eh que está que está em níveis eh brutais no centro da no centro da União Europeia uhum João Diogo Barbosa podemos ter uma situação de de contágio eh que se Espalhe por toda a Europa com o epicentro em França claramente novamente a ideia do motor europeu do do do ex Franco alemão a Alemanha está cheia de problemas quer na economia quer na política e até do ponto de vista cultural hh instalou-se mesmo a ideia de que eh a Alemanha e agora o país doente da União Europeia mas a verdade é que a França tem todos os problemas orçamentais que nós já referimos o défice a dívida e tem também um crescimento bastante anêmico se e a Europa entra numa circunstância que há um bloqueio político na França e na Alemanha e ao mesmo tempo há uma ameaça de recessão em França uma recessão na Alemanha é muito difícil que não haja um contágio e a partir desse momento em que h a Europa está numa recessão a Europa Está encravada e não consegue tomar decisão estratégicas por exemplo quanto ao leste e aí entramos sim em território um bocadinho sem precedentes e torna-se muito mais difícil perceber o que é que vai acontecer mas podemos ter a certeza que a partir daí os acontecimentos vão suceder-se rapidamente e de formas que nós não conseguimos quer imaginado Vitor Gabriela Oliveira para terminar Será que é possível que nos próximos tempos venhamos a ter as instituições europeias a assumirem um papel de liderança perante estes impasses internos eh nomeado agora em França é é isso é isso Que é isso que esperamos é isso esperamos como como europeus e eu como federalista Europeu é isso que espera que há todas as condições neste momento de estabilidade eh na na comissão europeia e com uma nova com uma nova equipa de Comissários Renovada mas agora H impõe-se que sejam tomadas políticas de de de de relançamento da economia H E isso parece-me que terá muito a ver da forma como a Europa H irá a irá ver a indústria e irá ver a a questão a questão Empresarial só só dar esta última nota percebermos o porquê que a porque é que Carlos Tavares se demite o porque é que ael antis está a passar a crise que está a passar porque é que a indústria automóvel está a passar a crise que está a está a passar portanto isto Carlos tavar já dizia há há três 4 anos que que isto iria acontecer porque as regras que a União Europeia estava a tentar impor e que depois conseguiu impor a nível ambiental eh e outros e outro tipo de de de regras jurídicas não se aplicavam nos outros países que depois eh eh que depois a união europeia na na na realidade importava esses produtos produzidos n outros países eh com condições completamente diferentes dar mais uma nota para o acordo do Mercosul que que que foi alvo de muitas manifestações em França nas últimas semanas também eh e está em standby H eh o est vanderlina era para ter falado de forma pomposa até no G20 no Brasil e não isso não aconteceu portanto a Europa terá que repensar o seu papel de querer estar sempre na Vanguarda de tudo claro que a questão ambiental é importante claro que estar na Vanguarda é importante na Vanguarda que até na Vanguarda regulatória mais do que regulatória exatamente na vu estar na Vanguarda regulatória Mas temos que pensar que hoje vivemos num mundo globalizado e que h e que não podemos estar sozinhos portanto é isso que a Europa trá que ter este equilíbrio e este e este Tato para conseguir Ok estar na Vanguarda mas perceber que estamos num mundo globalizado e que e que os outros provavelmente não vão fazer nós olhamos agora para a administração trump Eh que que foi buscar um secretário eh de estado de de para área ambiental eh que vem da da indústria do petróleo como é que a Europa vai conseguir eh estar na Vanguarda com os Estados Unidos do lado contrário a nem sequer dar importância eh pelo menos eh de perceção pública a esta questão não é portono isto são são questões que a Europa e a nova comissão europeia terá que refletir bem e pensar como é que pode programar e planear este espo neste próximo mandato e vamos ver como é que evolui esta situação em França e saber também se a crise política francesa contagia os restantes países europeus Vítor Gabriel Oliveira João Diogo Barbosa agradeço a vossa participação neste explicador um bom dia obrigado obrigado k