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[Música] entre a política local e a política internacional de alpiarça a França uma longa viagem nos espera hoje no semáforo político que pode acompanhar na rádio em FM e online e também em formato vídeo nas redes sociais do Observador Eh vamos começar Luís aqui pelo nosso cantinho Sim já vamos até lá fora mas judita a notícia eh na imprensa local seu há alguns dias hoje chegou aos jornais nacionais através do jornal público a presidente da Câmara de alpiarça Sónia sanfona quer restringir apoios escolares a crianças com familiares que exibem sinais exteriores de riqueza como carros e telemóveis caros uhum há vários problemas eh aqui eh O primeiro é ser a câmara a definir o que são sinais exteriores de riqueza e depois decidir se a família há ou a família B apresenta esses sinais se há fugo fisco ou seja se as declarações de rendimento não são compatíveis com aquilo que as pessoas têm Então esse é um problema do fisco claro que é um problema de todos nós sabemos porque significa que quem ganha para pagar impostos não o faz E ainda por cima usa os benefícios estatais que estão a dispor de quem não tem é evidente que isto é um problema mas é um problema a montante que não pode ser resolvido localmente numa numa autarquia são os funcionários da câmara que vão ver se aquela família merece ou não pedir o escalão a perante uma declaração de rendimentos e documentos da Segurança Social que é assim que se pede apoio social vão negar esse apoio e com que meios jurídicos eh o o o que é que nos o que como é que nos como é que sabemos que uma decisão destas alacart não pode ser uma decisão injusta H já tínhamos ouvido no caso de Ricardo Leão em Loures que quem pudesse pagar as refeições escolares e não o estivesse a fazer eh que teria o seu apoio eh cortado mais uma vez e apesar de o presidente eh da câmara a ter razão que se houver abuso é a autarquia que está no fundo a pagar esse abuso a questão é como é que vai fazer essa triagem como é que vai decidir em Loures um concelho do tamanho de Loures e e a autarca de alpiarça deu como exemplo como falavas de de carros e de telemóveis uma família que circule num carro de alta cilindrada e que tenha um iPhone se essa família a aparecer a pé já tem direito ao apoio eh Independente de ter uma riqueza acumulada ap que não que não ostente que possa estar em em património imobiliário por exemplo h ó que decida ir assim para a escola sem o carro e seu telemóvel exatamente e como é que se decide se aquele carro é de um carro de alta cilindrada mas comprado comprado em terceira mão quer dizer há aqui uma série de ou o Iphone ter sido oferecido por um tio há uma série de variáveis aqui que e eh que são difíceis de controlar e é difícil que é evidente que que é muito difícil apanhar quem prevarica mas o Estado tem tem formas de fazer essa fiscalização e estamos a falar da autoridade tributária H A questão é há suspeitas faça-se queixa à autoridade tributária faça-se queixas à Segurança Social acionem os meios de Quem fiscaliza Eh agora não se exer só poder localmente porque ele pode ser pode incorrer em injustiças bom e depois eu encontro aqui outro problema mas esse é no PS Porque como o caso de Ricardo Leão teve o impacto que teve e este de alpiarça também tem E terá há socialistas preocupados que este discurso se aproxime dos discurso do chega e por isso querem fazer uma espécie de guia orientador para as autárquicas para já a conversa destes autarcas não se aproxima nem se deixa aproximar do discurso do chega há muitos anos que se fala da questão dos sinais exteriores de riqueza não havia sequer chega eh portanto isto é uma preocupação legítima de cada vez que alguém recebe do estado e não merece é menos dinheiro que o Estado tem para dar a quem verdadeiramente precisa portanto Isto é mais ou menos Evidente estabelecer uma linha orientadora é que é estranho porque é uma espécie de lei da rolha para os autarcas há uma série de temas de que não podem falar Eu imagino que ao lado deste esteja o tema da segurança que também não podem falar porque senão também parecem securitários como chega hum o o o os eleitores votam em pessoas e se essas pessoas devem ou não ser penalizadas pelas posições que têm isso cabe aos eleitores não deve ser o partido a escrever ser um guião sobre aquilo que podem ou não podem dizer e a cor Acredite e eu eu vou dar um vermelho para esta e tentativa do partido socialista de controlar o discurso e dos seus autarcas hum é convidamos também para este semaf político o historiador Bruno Cardoso Reis para apanhar boleia da judit França e sinalizar temas e protagonistas da atualidade sendo que vamos agora de alpiarça até França ainda alguns quilómetros daqui Bruno Boa tarde bem-vindo e pouco é seu o lugar e o governo francês deve hoje ver aprovada uma Moção de censura sim Olá boa tarde a todos bem eh no fundo também estamos a falar de muitos portugueses porque enfim Paris é talvez a segunda cidade em termos de população Portuguesa no total não é portanto temos muitos portugueses envolvidos eh mas portugueses que vivem em França mas realmente sim ou seja não é propriamente uma uma grande surpresa mas como resultado das eleições francesas como eh como nós eh na altura comentamos basicamente emergiram três grandes blocos no no Parlamento francês com com enfim com um número de Deputados bastante equilibrado o o bloco digamos do presidente macron que tem à volta de 164 deputados depois o o bloco maior mas que não tem mas que é mais ou menos também 1/3 192 deputados que é o bloco da esquerda que junta ainda por cima à extrema esquerda e a França em submissa eh de melan chon e e depois socialistas mais moderados e depois o Bloco Eh digamos da do da nova frente Popular Nova frente nacional que agora se chama raçã Nacional da da senhora lupen que tem à volta de 140 deputados e portanto o problema aqui é que o o Michel barni realmente tem o apoio deste bloco mais de centro e de centro direita os republicanos que têm 47 deputados e depois este bloco Grand de liberais centristas de 164 deputados mas isso realmente não faz uma maioria e o problema maior ainda é que ele não tem grande margem manobra ou seja eh a questão do orçamento era aqui um teste sempre muito difícil porque a França está com um défice que já vai já ultrapassa os 6% É mais do dobro daquilo que a União Europeia supostamente permite Aos aos países membros como nós sabemos não é eh e portanto a França enfim por causa da sua dimensão do seu peso consegue ter aqui um tratamento bastante diferente daquele que teria um país como Portugal se tivesse nas mesmas circunstâncias mas apesar de tudo enfim eh o dinheiro não é não é inesgotável a pressão europeia vai aumentando e portanto barn achou que tinha de fazer uma série de cortes O problema é que é impossível no fundo foi impossível negociar esses cortes com seja com a com a esquerda e sobretudo com a Extrema esquerda que pelo contrário queria aumentos e seja com mesmo o movimento de Marine le pen que era aqui no fundo um pouco a incógnita seria possível algum tipo de acordo barnia fez algumas cedências em relação a aspetos que tinham sido sinalizados por Marine le pen como especialmente importantes mas mesmo essas assistências não for foram aparentemente suficientes e portanto eh aquilo que temos de declarações nomeadamente da da senhora lupen é que realmente o governo é para cair e portanto a expectativa é que juntando-se aqui este Bloco Eh de digamos de extrema esquerda e de esquerda e de extrema direita ou direita mais radical eh de facto eles têm à volta de dois teros dos votos no Parlamento e portanto a partir da expectativa é que o governo barn caia agora o que eh o que aqui também é dramático inclusive para o resto da Europa eh num contexto internacional H muito adversa é que não é evidente qual será a alternativa precisamente o presidente francês diz diz a reuters eh pretende apresentar nomes até ao ao próximo sábado H vimos também foi difícil e Emanuel macron apresentar este este nome um nome mais consensual vai ser novamente difícil encontrar um um um nome para chefe de governo sim vai ser muito difícil porque eh no fundo à esquerda insiste-se que e sobretudo a frç a França insubmissa insiste que tê de ser eles a a a a nomear digamos o primeiro-ministro eh O problema é que o tipo de primeiro-ministro eh E também o tipo de programa que esta esquerda muito radicalizada quer Eh é completamente inaceitável não só para para a frente nacional para para R assembla Nacional mas também para para os liberais para o partido macron que apesar de tudo como eu digo basicamente todos eles têm quase que um terço do Parlamento e portanto por exemplo Querem Acabar com a reforma das pensões que foi uma das grandes prioridades de macron para tornar no fundo das Finanças francesas um bocadinho mais viáveis neste caso a Segurança Social e portanto Isso foi uma das bandeiras dos liberais dos macron istas quisermos e portanto eles não querem e um governo não querem apoiar um governo que vai acabar com isso eh por outro lado qualquer governo digamos de de centro de centro direita tem este problema que é aparentemente Marine lupen considera que tem condições neste momento para dominar a política francesa que eleições lhe serão favoráveis e e portanto também não não aceita aparentemente fazer aqui acordos e portanto enfim vamos ver que nomes é que Macon tira da cartola eh mas à partida parece difícil eh que haja um governo estável em França nos próximos meses sendo que temos também esta questão que é não pode haver eleições até ao verão por causa das regras constitucionais portanto a a outra hipótese que haveria eventualmente aqui de resolver este impasse político seria o presidente macron eh demitir-se não é e portanto haver eleições presidenciais antecipadas mas também não há sinais de que ele esteja disposto a fazer isso no fundo até porque tem receio que ISS se fosse abrir a porta aos seus inimigos políticos seja mais à esquerda seja mais à direita Bruno e que sinal é que queres deixar e para quem neste semáforo político bem é um sinal vermelho para para as elites políticas francesas em particular diria eu para as e elites políticas mais moderadas mais comprometidas com a democracia com a Europa é de uma extrema irresponsabilidade este tipo de jogo político quer dizer como é que a esquerda e mais moderada Se Deixou no fundo dominar por esta extrema esquerda da frç da França em submissa e não chega aqui a algum acordo com com este centro e centro direita mais liberal e e e a mesma coisa se aplica a certos setores mais mais à direita embora aí a partir do rassemblé Nacional não seja disparar grande coisa como também não me lanchou mas de facto este grande bloco Central vamos dizer assim e que apesar tudo ainda tem um peso dominante no Parlamento como é que realmente não consegue chegar a um acordo quando Isto será terrível nomeadamente para a união europeia quer dizer nós temos de reagir à presencia de trump uma possibilidade de uma guerra económica com os Estados Unidos temos a Rússia cada vez mais ameaçadora eh um governo em Berlim de missionário extremamente enfraquecido só vamos ter eleições na Alemanha em fevereiro não se sabe depois quando é que se forma oo governo e portanto a França que é aqui um país Central no Neste contexto realmente arrisca-se estar durante mais uma vez meses e meses eh sem um um governo sem um governo sólido eh sem prioridades Claras a num contexto realmente internacional que é terrível para para os interesses europeus e isto arrisca-se no fundo a do meu ponto de vista a dar mais força aos extremos na na política francesa seja a Extrema esquerda seja a Extrema direita e acho que isso é péssimo para os interesses da própria França para a viabilidade económica e orçamental da França mas também para depois possibilidade de compromisso eh ao nível por exemplo da da União Europeia ou mesmo da Nato e daí o teu sinal vermelho Bruno Cardoso Reis muito obrigado por teres vindo também hoje ao semáforo político obrigado [Música]