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[Música] bem-vindos à aula prática uma conversa a três associada ao projeto Mentes Brilhantes uma iniciativa do Observador sobre investigação científica em Portugal estas aulas práticas juntam especialistas com idades e experiências diferentes para falarmos da investigação que estão a fazer mas sobretudo das e desafios com que se deparam na profissão eu sou o Paul farinha e tenho comigo Alexandra Moreira investigadora no i3s instituto de investigação e inovação em saúde da Universidade do Porto e professora no Instituto de Ciências biomédicas Abel Salazar tem 60 anos é bioquímica de Formação licenciada pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa doutorada em biologia molecular em Oxford E trabalhou também em Nova York trabalha atualmente entre outros projetos no ento de proteínas em larga escala e Carolina Lobato mestre em medicina no ibas também o Instituto de Ciências biomédicas Bel Salazar fez o internado geral no Hospital de Santo António no porto tem 28 anos quer ser investigadora Mas agora está a fazer o doutoramento na universidade de Copenhaga numa área que afeta mais de 2 ter da população portuguesa a obesidade isto é uma forma muito genérica de de de falar do seu projeto de investigação Carolina já vamos especificar um pouco mais e começo justamente por si estamos a carvar esta entrevista na véspera do seu regresso a Copenhaga veem uns dias a Portugal e aproveitamos para cruzar agendas e agradeço mais uma vez a vossa disponibilidade para isso durante Quanto tempo mais vai fazer esta ponte Copenhaga Porto Bom dia eh obrigada pelo convite é um prazer estar aqui eh em termos de aponte Espero que a longo prazo consta Dias maiores num l do que no outro em diferentes fases da vida mas neste momento Copenhaga já é casa por isso espero ir lá regularmente no futuro o seu percurso profissional e o seu futuro passará em grande parte por por Copenhaga portanto é é uma quase certeza é difícil temos planos a muito longo prazo principalmente nestas carreiras científicas que para quem tá a dar os primeiros passos é tudo muito incerto H mas é muito bom trabalhar lá e também é muito bom trabalhar cá em diferentes perspectivas H mas sem dúvida que sim que quer continuar h a ter a ter a minha carreira científica eh a passar por Copenhaga sim na Dinamarca Quanto tempo falta para concluir o seu doutoramento Olha Boa pergunta ah eh os doutoramentos na Dinamarca são de 3 anos oficialmente e o terceiro ano estará a acabar agora mas consegui mais financiamento para continuar os projetos H E também para ter uma tese com mais resultados H publicados vamos prolongar um bocadinho o tempo do doutoramento a sua tese a A Carolina está a desenvolver investigação nas complicações que e e corrija-me se eu estiver errado Eh nas complicações que possam surgir após a realização e por isso eu falei de obesidade ao início eh após a realização de uma cirurgia bariátrica uhum Quais são as complicações mais comuns que ocorrem depois de uma cirurgia dessas que é que é uma em grande parte de uma cirurgia para redução de de de peso e de e de volume abdominal sim h a cirurgia bariátrica tendencialmente estamos está está a ser renomeada até para cirurgia metabólica porque os seus benefícios vão muito além da perda de peso e alteramos a dinâmica de secreção de hormonas do nosso organismo com as intervenções cirúrgicas com a reorganização dos intestinos com a alteração da anatomia do nosso corpo através da cirurgia h e portanto continua a ser h a a terapêutica preferencial para doentes com obesidades graves eh diabetes de difícil controlo resistentes principalmente a terapêutica médica só que aos medicamentos que habitualmente estão disponíveis para para o tratamento sim sim H temos agora uma série de novos fármacos a surgirem nos últimos anos e que vão continuar a aparecer H ao longo dos próximos tempos baseados numa das hormonas que nós alteramos com a cirurgia que é o glp1 h que estão disponíveis para o tratamento destes doentes hoje em dia mas cujos resultados de momento ainda estão a quem do alcance AD com a cirurgia bariátrica no entanto uma pequena percentagem dos doentes submetidos a estas intervenções desenvolvem principalmente a longo prazo doentes que tendencialmente já não são seguidos nos serviços clínicos H que voltam com algumas complicações estamos a falar de défices nutricionais h anemias de difícil controlo por exemplo por déficit de ferro e também doentes que voltam com alguns sintomas eh de difícil controlo que não conseguem muito bem perceber ao longo do dia às vezes ficam com tremores com sorez um bocado confusos segure eh transpiram muito hum um bocado confusos não sabem muito bem Onde é que estão Porque é que o carro está ali onde é que têm que ir a seguir h e que depois vão aos seus médicos de família Eos seus médicos de família também para já Ena abordam estes sintomas com alguma estranheza e depois chegam-nos a nós clínicos nestas unidades de endocrinologia mais diferenciadas H que H acabam por ter uma panóplia de sintomas compatíveis com hipoglicemias ou seja níveis baixos de açúcar no sangue e com isto chegamos àquilo que é esse sim o grande foco da sua investigação e da e do Seu e do seu doutoramento que é eh eh que são estas hipoglicemias e de onde é que elas vêm sobretudo na sequência da e como é que se podem controlar não sei se estou a resumir a coisa de forma muito resumida se estou a colocar as coisas de forma correta Alexandra Moreira eu falava há pouco com a Carolina sobre Esta ponte Porto Copenhaga e Porto Onde vive a Carolina quando quando está estou estou a falar sério a Carolina quando está é natural do porto nós estamos a gravar esta conversa em Lisboa a Carolina e a e Alexandre fizeram a viagem juntas do porto hã já se tinham cruzado alguma vez antes no no no ibas não não eh é é é no ibas que a Alexandra Moreira dá aulas apesar de não ser professora de carreira é docente usando e a terminologia eh correta porque na verdade a sua eh a sua profissão principal é é investigadora eh nessa mesma instituição eh no icbas eh e e e ela lá que desenvolve e o o o seu trabalho no entanto agora é no i3s que está a desenvolver um projeto em particular que Visa o desenvolvimento de proteínas mais depressa e em larga escala coloquei as coisas corretamente sim mais ou menos eh Bom dia e muito obrigada pelo convite por estar aqui é um prazer conversar convosco H sim eu eu eu uma uma parte da nossa investigação que é feita no e3s tem a ver de facto com o i Plus e como é que se consegue produzir aumentar a produção de proteínas recombinantes com fisioterapeuticos o i é um acelerador de proteínas Eh mais ou menos não aumenta a sua produção digamos assim e por E porque é que é importante produzir proteínas mais depressa em larga escala porque se conseguirmos produzir mais insulina por exemplo em maior escala Com certeza que os custos vão diminuir e os pacientes terão algum benefício também este é só um exemplo é aquele exemplo clássico de insulina que tem a ver com o di cruza também com com com o trabalho que que a Carina desenvolve H Mas agora nós Entretanto a exploramos outras potencialidades do iplus e estamos neste momento a investigar a sua potencialidade nas vacinas da mrna na para covid já demonstramos eh em em proof of Concept como é que isto dizem portugês prova de concepo trava de conceito que aumenta a produção da Spike Hum e também a spike é a proteína da espícula do do vírus muito bem hah e também para um uma proteína que tá muito Expressa em em vários tipos de cancro eh e portanto e Existem várias eh vacinas de mrna para cancro que estão em fase eh Clínica tensis clínicos Ainda nenhuma está aprovada H mas um dos componentes destas vacinas nós eh usamos para testar o ipl e de facto ele consegue aumentar bastante a produção desta desta deste mrna Isto significa em termos práticos e falando em concretamente na produção de de de medicamentos e portanto no desenvolvimento de novos fármacos utilizando um jargão mais mais técnico Isto pode ser uma pequena grande revolução na produção de de medicamentos Nós gostaríamos que sim e Temos conversado com várias empresas internacionais com o fim de licenci armos o este este tipo de produto e têm sido conversas muito interessantes e e entretanto quais por acaso eh conseguimos licenciar parte da patente para uma empresa pequena Portuguesa e agora na produção de uma coisa que não estávamos à espera que são proteínas e do leite materno que do ponto de vista nutricional também está a ser desenvolvido porque são proteínas que provavelmente a médica aqui ao lado poderá explicar melhor mas eh não são importantes não são para bebés quando não tê como suplemento não é quando não tem a possibilidade de ter leite também Mas penso que também tem um papel e noutro tipo de doenças e portanto o que vimos vimos é que o iplus também pode ser aplicado para este tipo de produção e licenci parte da nossa patente que entretanto está muito forte porque o processo de patente é muito lento e é e é uma coisa que eu não percebo está está está licenciado para o para o mercado europeu para o mercado para Estados Unidos neste momento nós temos já a a patente ativa no mercado de europeu eh o processo de patente que toda a gente consegue fazer um pedido provisório de patente com alguma coisa não é eh mas depois o processo que leva até a concessão de facto dessa patente é Moroso nós começamos em 2019 e agora finalmente temos estado a trabalhar com um gabinete que é especializado em patentes eh científicas que está estudiado em Espanha h e também com o nosso gabinete de transferência e tecnologia claro esses estão lá desde o primeiro dia eh e só agora é que está temos de facto a patente eh Com intenção de concessão é assim que se diz eh na Europa eh tá estamos a continuar a trabalhar para termos a mesma eh também intenção de concessão nos Estados Unidos na Índia e mais alguns países Alexandra falou o o início do processo começou H há 5 anos parece muito tempo mas quando falamos em ciência fundamental que é uma área que que Alexandra Moreira conhece bem a podemos falar numa numa escala temporal bastante diferente falou há pouco da aplicação que que o poderá vir a ter no RNA mensageiro o RNA mensageiro é um bom exemplo de uma coisa que foi desenvolvida há muitos anos e que de repente quando chegou a necessidade prática de aplicação que foi foram as vacinas para a covid-19 percebeu-se ali aquela aquela utilização isto chama-se ciência fundamental Não temos tempo para para grandes explicações e portanto e qualquer coisa que eu dissesse estaria naturalmente H quem daquilo que verdadeiramente é a cência fundamental de todas as aplicações que pode ter mas para alguém que há muitos anos há várias décadas trabalha numa área tão vasta quant esta o que significa que o que desenvolve atualmente em laboratório pode svir a ter aplicação daqui a 20 ou 30 anos trabalhar agora em pedidos de patentes eh empresas que estão interessadas numa determinada tecnologia isso é um salto muito grande eh eu não trabalho eu própria não não consigo fazer esse trabalho não tenho conhecimento nem nem nem petência para o fazer portanto isto foi um serviço que nós que eu paguei o meu laboratório e o Instituto também tem investido bastante dinheiro eh nisto eh portanto Nós contratamos um gabinete de patentes e temos o nosso o nosso apoio dos nossos a das pessoas que trabalham no instituto em em transferência de tecnologia portanto não de facto eu sou cientista Fundamental e a ciência fundamental é lenta e eu não não me canso de dizer isto não só aos jovens mas para os meus colegas que não pensam como eu ciência fundamental é lenta qualquer outra ciência pode ser rápida mas a fundamental é lenta e e e e precisamos dela para e precisamos dela como está verificado pelos prémios nobis e e acontece as descobertas acontecem porque são H são levadas pela curiosidade científica do investigador Ou seja quando se faz ciência fundamental tem uma pergunta científica qualquer e depois vai testar essa hipótese Ou vai tentar responder essa pergunta e muitas vezes e muitas vezes falha falha essas essa porta que se que que se fecha por vezes quando falha pode abrir uma série de outras exatamente normalmente é ao lado que está a resposta normalmente são descobertas ao lado e o prémio deste ano é a prova de exatamente disto eles estavam a fazer cência fundamental com H panta medicina exatamente e ciência Fundamental e de repente descobrem microage que é uma coisa que agora é utilizada para e descobrem por acaso foi uma surpresa para eles e portanto quando se tem um resultado inesperado no laboratório em ciência Fundamental e e se a experiência for foi bem feita e tem os controles todos e se for repetida e d mesma coisa então quer dizer que ali uma coisa nova e coisas novas são fantásticas podem e podem abrir muitas muitas portas eh Carolina eh o seu percurso é um pouco nestas aulas práticas tentamos eh conversar com investigadores de carreira ou investigadores que tenham já uma eh alguns anos de carreira com jovens investigadores que estão eh a concluir o seu doutor momento ou ou que o fizeram há pouco tempo eh o percurso da Carolina é um pouco diferente a Carolina é médica portanto tirou o curso de medicina mas não quer dar consultas portanto não é a sua não é a sua ideia quer ser investigadora quero sim hum é sem dúvida Um percurso atípico principalmente em Portugal na Dinamarca Onde eu vivo agora H há mais pessoas a optarem por esta por esta carreira também não é um percurso muito popular mas sim é mais comum mas sinto que poderei ter um um papel mais relevante para a sociedade se investir a minha energia e a minha curiosidade quando quando entrou no no wibas no Instituto de Ciências biomédicas Abel Salazar para um curso de medicina já tinha isto presente ou foi durante o curso foi durante o seu doutoramento porque na verdade investigação Foi um tema que sempre apaixonou precisamente sim hum quando me candidatei a medicina não tive ali um uns anos a decidir se se efetivamente queria para medicina se preferia bioengenharia já com este componente de investigação H em mente e ao longo do curso Foi bastante óbvio que eu precisava de rentabilizar o o tempo e a energia que tinha eh numa aplicação mais prática por isso desde o primeiro ano do curso que me envolvi diretamente com equipas de investigação da casa também tive essa oportunidade que é um foi uma situação uhum H bastante privilegiada Hum mas sem dúvida que que ia sempre foi o meu caminho sim e ciência fundamental como é o caso da e e da Alexandra Moreira ou H ciência e aplicada a alguma situação mais concreta e portanto eu agora é a altura em que os investigadores reviram os olhos com a expressão que eu acabei com que eu acabei de de usar Mas e o que é que tem ideia exatamente do que é que sim eu acho que o meu o meu percurso se se colocará no que nós chamamos a investigação de translação eh e portanto sou aquela pessoa estranja que que é a transferência do laboratório para eh para o lado prático Que implica muito contacto também com a Indústria Farmacêutica e com eh uma série de potenciais clientes passo a expressão eh da investigação que é produzida no laboratório não é verdade sim tudo depende dos projetos em que estamos a trabalhar mas surge sempre como uma ciência intermédia ou seja fazendo a ponte entre investigação mais fundamental mais básica e a investigação Clínica e a ideia é precisamente tentar catalisar e arranjar inspiração Em ambos os mundos h e impulsionar o o facto de ter um curso de de medicina o facto de ser médica de forma dá-lhe umas ferramentas diferentes para fazer investigação e aliás e e o facto de ter feito o o seu internato no Hospital de Santo António contacto com com doentes e com colegas médicos dá-lhe ferramentas diferentes que colegas seus se calhar de bioengenharia ou de ou de outras áreas não não têm absolutamente Acho que sim e porque conseguimos ter uma perceção muito mais imediata do potencial impacto do que estamos a fazer em Estados pré-clínicos h no laboratório e também percecionar até onde é que podemos ir em estudos com doentes estudos com com pessoas voluntárias sejam saudáveis sejam doentes Mas quais são os limites éticos e os limites práticos do que podemos ou não podemos fazer e ser e ser médica dá-lhe esse nohow que de outra forma dificilmente teria é algo que se pode construir é com que estar mas sem dúvida que sim é algo é uma bagagem que eu trago comigo que que uso muito no dia a dia os seus colegas que tiraram o curso consigo no ibas e que são médicos e que estão alguns Possivelmente a tentar chegar agora à especialidade H tem tem outras outros colegas que também estão a fazer investigação ou a maior parte deles quer quer é é dar consultas em Portugal é um percurso bastante bastante raro eh fruto de várias a situações constrangimentos a a começar pelo facto de que nós Se quisermos ter um acesso a uma posição de especialidade Temos que fazer um exame de revisão Global geralmente no final do curso mas sempre no ano anterior a se iniciar Esta especialidade e portanto as pessoas são muito limitadas eh no sentido figurado da palavra a fazerem essa escolha é muito cedo na carreira no momento em que acabamos o curso não H Somos convidados a optar se queremos uma carreira Clínica e temos que optar imediatamente por essa vertente a dif dificilmente se tem ainda o o o noh suficiente ou ou experiência de vida e profissional suficiente para poder fazer uma escolha dessas Nessa altura e acima de tudo dificilmente tem as oportunidades Esse é que é o grande problema não é a Carolina conseguiu ter essas oportunidades na universidade de Copenhaga a a sua o seu futuro profissional enfim e e o futuro é é muito cabe lá muita coisa eh o seu futuro profissional passará por pela pela Dinamarca eh nota grandes diferenças na progressão científica e de carreira de colegas seus e no norte da Europa em relação à aquilo que se passa em Portugal absolutamente hum é visto como uma mais valia todos os médicos terem um período na sua carreira exclusivamente dedicada à investigação estamos a falar de três 4 5 anos eh que aqui seria absolutamente impensável H precisamente reconhecendo o valor que este período da sua carreira pode ter na sua futura prática Clínica e depois em termos de oportunidades de carreira e de investigação H há um sério investimento público e também privado h em impulsionar as carreiras científicas Alexandra Moreira eh os seus alunos de doutoramento que orienta H têm estas dúvidas e estas bem no caso da da da Carolina não não não tinha muitas dúvidas e portanto a coisa foi ou ou as dúvidas que tinha entretanto chegaram a um a um a um caminho eh um estudante de doutoramento tem muitas dúvidas e muitas inquietações sobre o que fazer que caminho seguir investigação carreira Académica docência e para um laboratório andar a correr de bolsa em bolsa é um dilema Grande para todos esses jovens que Alexandra Moreira orienta É sim senhora e não só nessa fase de estudante doutoramento mas até antes hh eu já tive estudantes de Mestrado que dariam excelentes investigadores uma eh e que a página estudantes me disse mas para que é que eu vou fazer um doutoramento eh se não tenho perspectivas de continuar a fazer investigação em Portugal portanto Isto é muito triste o que se passa em Portugal neste momento de facto é é é é dramático em termos de de de carreiras ou empregos científicos eh aquilo que porque atualmente se não forem Associados a docência ou ou ou uma carreira na universidade eh fica bem mais complicado não é verdade sim eh sim não há não há perspectivas aqui aqui há um problema de estratégia política e de falta de H a conhecimento do do dos governos em em perceber o que é que é a ciência e como é que é porque é que é importante a investir em ciência Portanto tem a ver com política que eu não percebo nada e e nem quero falar sobre sobre tal assunto aqui aqui a questão é que h hoje em dia existem poucas e poucas e possibilidades de contratação nas faculdades apesar de começar a haver mais eh e existem possibilidades de de contratação dentro dos institutos de investigação mas sempre e dentro de algum projeto exatamente portanto não não não há uma carreira de investigação em que haja perspectivas de continuidade e isto claro que é difícil agora e e há muito dinheiro para fazer investigação e há muito dinheiro para projetos e portanto os diretores de grupo também ficam um bocadinho Aflitos porque não t projetos de investigação para contratar pessoas que são necessárias para para desenvolver o trabalho de investigação que estão nos roros quando falamos desculpa interrompê-la mas também para situar as pessoas quando falamos destes projetos a que e destas bolsas e financiamentos a que os líderes de grupo têm que se candidatar às vezes depois saem as notícias e nós jornalistas temos a nossa cota parte responsabilidade nisso H que determinado investigador ganhou uma bolsa de 500.000 € 1 milhão de euros para desenvolver um pronto ora esse dinheiro não é para essa pessoa pronto e isso não significa que essa pessoa vai ficar mais rica portanto todo esse dinheiro tem um destino serve para pagar investigadores para comprar equipamento para comprar reagentes e tudo isso mas se não viesse esse dinheiro desses financiamentos como é o caso enfim da fundação para a ciência e tecnologia que também contribui ou dos privados como é o caso da fundação laxa dificilmente se Faria ciência em Portugal mente se Faria ciência em Portugal Apesar de que já estamos a concorrer muito e já de alguns anos a a outras agências financiadoras não é portanto estamos a concorrer à Europa agênci Fundos europeus e outras agências mesmo dos Estados Unidos e Fundos privados e portanto nós neste já de alguns anos para cá mas cada vez mais tentamos investir noutras agências que não sejam FCT eh e porque eh porque aí há possibil ainda podemos ter alguma possibilidade de arranjar dinheiro para continuar a trabalhar Hum mas voltando a à questão dos Estudantes e das perspectivas dos Estudantes aquilo que eu tento passar é que H acho que eles devem fazer o que gostam e aqui é muito importante eles conhecerem-se e perce O que é que gostam de fazer eh Porque a partir daí qualquer dificuldade percursos como o da Carolina então lá está são são a raríssimos São raríssimos Carina tinha bem definido já daquilo que queria fazer clo Claro e e a maior parte das pessoas não têm não é e é natural e é natural só se vai aprendendo com vivência e portanto a partir de certa altura percebe-se a Eu gosto muito de fazer isto ou não detesto isto h e e e em relação aos clínicos que fazem investigação eh eu eu acho que é fantástico e há muito poucos e nós nós a ciência em Portugal precisa muito de clínicas a fazer investigação porque são eles que nos dão perspectiva do que é que é importante para os doentes quando se trabalha n alguma doença ou ou para a saúde se se trabalha em alguma coisa relevante para a saúde e portanto esta ciência translacional é muito importante Apesar de eu ser cientista Fundamental e não saber fazer outra coisa hum quando quando o jovem sabe o que gosta de fazer qualquer dificuldade que AD venha é mais fácil mais fácil de ultrapassar eh e neste momento em Portugal há dificuldades nas várias áreas não é só em ciência porque há pessoas que estão estão estão tem uma licenciatura ou mestrada em gestão e estão com dificuldades ou noutra área qualquer portanto esta coisa e esta ideia dos empregos para a vida é uma coisa do passado em que eu tive a sorte de conseguir uma posição como investigadora na antiga carreira de investigação e portanto eh mas que é uma coisa que não existe já já não existe já não existe hã e e a partir do momento em que o jovem se acaba um mestrado não quer fazer um det tramento ele tem várias hipóteses não é mas ele tem que primet est a perceber o que gosta de fazer e o que quer fazer porque a investigação uma das vantagens é a a liberdade intelectual e portanto um estudante doutoramento quando está fazer o doutoramento aquele é o seu projeto e ele que soube orientação do seu supervisor ele tem liberdade ou de podia ter liberdade para dar as à sua criatividade porque em ciência precisa alguma criatividade apesar de se achar que não n algumas n alguns tipos de ciência hh e e tem que ter a liberdade de poder trabalhar num tema que goste eh e a pensar por ele próprio porque é um estudante e isto também muitas vezes se eh Se confunde em Portugal tem-se esta ideia de que tá a trabalhar para alguém ortant outro está a trabalhar para ele para a sua tese para o seu doutoramento e portanto e e se calhar em áreas que se calhar só só só voltará a pegar nelas daí a exatamente e pode acabar o damento e ir fazer outra coisa completamente diferente Ou então nem nunca mais fazer ciência pode acabar um detrimento ir para uma empresa tem muitos tem muitos alunos e em que isso em em que se passa isso que que termina os seus doutoramentos orienta os doutoramentos deles e depois sabe que enfim e vidaes seguiram outros outros caminos e e alguns deles e al tive tive e alguns deles percebe-se a meio do percurso que o gosto deles não É bem aquilo mas é uma coisa qualquer e qual e qual é o papel de um orientador de é abros as portas Claro obviamente é dizer Ok vamos lá ou desiste normalmente não desistem como é óbvio até porque estão empenhados e te gostam e Querem Acabar e e portanto isso nunca me aconteceu felizmente e e ou acaba e depois vai fazer outra coisa e Carolina quando e o o seu doutor mento ainda está ainda está a decorrer a Carolina tinha aqui uma série de ideias muito presentes H estas dúvidas sobre H fazer investigação não fazer investigação seguir por este caminho seguir por aquele caminho eh na realidade que agora conhece tão bem uma realidade do norte da Europa e voltamos a comparar mas é inevitável eh Os estudantes de doutoramento dinamarqueses eh deparam-se com isto também sem dúvida sem dúvida e com problemas diferentes hum 50% mais ou menos dos doutorados da Universidade de Copenhaga vão trabalhar para a indústria diretamente a dois quarteirões de distância Portanto o nível de oportunidades que há lá e de perspectivas de carreira em diferentes mundos além da academia é bastante diferente mas sim se decidirmos ficar na academia voltamos a ter também os desafios de concorrer a financiamento e concorrer a posições de professor H com desafios Paralelos embora que numa escala diferente Aos aos que vivemos aqui em Portugal a experiência que está a ter em em Copenhaga eh é importante para si P para a sua definição do futuro e de e de carreira eh Alexandra Moreira também eh fez o seu doutoramento eh eh em em Oxford era impensável fazer o seu doutoramento nunca esteve na sua ideia fazer o outor momentos em Portugal não esteve esteve esteve esteve H mas senti que o damento como a Alexandra estava a dizer é uma oportunidade de nós crescermos enquanto estudantes e acho que enquant e até do ponto Vista pessoal sim sem dúvida Hum mas enquanto uma fase de crescimento e que sequer de crescimento senti que ia crescer muito muito mais se fosse para lá e portanto assim eu fiz Carolina Lobato Alexandra Moreira eu quero agradecer a vossa disponibilidade estamos para lá do tempo que que temos disponível para a nossa para a nossa conversa H estas aulas práticas são uma forma justamente de colocar em contacto e de servir também de e inspiração ou ajudar a esclarecer dúvidas eh potenciais e investigadores interessados em ciência em Portugal eu quero agradecer a vossa disponibilidade Alexandra Moreira Eh boa viagem de regresso ao Porto Carolina Lobato boa viagem de regresso a Copenhaga Obrigado até a próxima OB obg