🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
está na hora de viajar pelos cinco continentes neste que é o programa Da rádio observador em que todas as semanas analisamos a geopolítica internacional isto não se faz André Maia sem a ajuda do Historiador Bruno Cardoso Reis Bruno muito bem-vindo como é que estás Olá Bruno Olá obrigado bom dia tudo bem vamos a Isto mais uma semana muitos assuntos para analisar e vamos começar h o episódio desta semana no médio Oriente no Líbano temos um sar fogo cada vez mais em crise já tínhamos falado disto também na semana passada enquanto que na Síria a semana fica marcada pelos avanços dos Rebeldes já conquistaram amá a quarta maior cidade do país e estão a 200 km de damasco e Bruno a pergunta aqui é até onde é que pode ir este avanço Rebelde e se era expectável bem aqui é importante dizer aos nossos ouvintes que estamos a gravar isto com alguma antecedência até pela diferença horária entre os Estados Unidos e e e e a Europa não é no fundo estamos a fazer o programa em dois continentes para falar de todos os outros Mas dia temos fazer e e e realmente tu estavas me a perguntar como é que eu estou eu estou bem mas o mundo enfim não está assim tão bem ou enfim Há muitos países que parecem est bastante numa situação bastante complicada e em particular aqui o regime também o regime Sírio do família Assad que já que já tem muitas décadas eh que parecia ter se não vencido completamente pelo menos ter sido o o digamos o o principal vencedor ou um Vencedor parcial da da guerra civil que se iniciou em 2011 eh portanto aqui para dar um pouco de contexto a a Síria eh torna-se independente em 1945 da da França eh antes disso tinha sido parte eh do império otomano até até à Primeira Guerra Mundial até 1918 eh quando a a Turquia otomana o império otomano faz aqui uma uma opção uma aposta que se revelou errada eh nos impérios centrais que o vencedor da Guerra seria o Kaiser enfim até uma inversão de alianças os aliados tradicionais da da Turquia otomana tinham sido até exatamente a França e e a grã-bretanha eh inclusive no século XIX sobretudo contra a Rússia que era a grande ameaça mais próxima do do império otomano eh e e a quando esse quando primeiro a França e depois a grande Bretanha se aproximam da Rússia precisamente para conter a Alemanha no fundo a Turquia otomana acaba por optar por por esta mudança de alianças e mas mas vai perder a Primeira Guerra Mundial e portanto vai perder o seu império o seu vasto Império no médio Oriente Inclusive a província da Síria que incluía aliás partes do Líbano da do que é o Líbano da Palestina de Israel da Jordânia e mas portanto a Síria independente em a partir de 45 vai eh como aconteceu em muitos outros países árabes vai ser dominada por correntes de nacionalismo árabe mais do que propriamente por correntes religiosas digamos muçulmanas eh e e muito rapidamente esse nacionalismo árabe vai justificar uma série de golpes de estado no fundo as forças armadas o exército até também por conta do conflito com com Israel a Síria também está envolvida logo na guerra da independência ou na guerra contra a independência de Israel em 1948 e vai perder essa eh como várias outras eh isso realmente vai levar a um protagonismo enorme dos militares e portanto há uma sucessão de golpes de estado em 1963 em 1966 a partir de 66 o AES alçado o pai do atual presidente sírio começa a ganhar protagonismo e toma o poder num num golpe uma espéci num autogolpe a partir de 1970 71 eh e portanto desde 1971 que a Síria tem sido governada ou pelo pai ou pelo filho ou seja por a fiz aa assada até dois 2000 quando ele morre ou desde 2000 por baixar al assado Nessa altura em 2000 Houve alguma expectativa de que houvesse aqui uma espécie de primavera damco não é uma uma abertura afinal ele tinha estado no na na grã-bretanha era um um optometrista portanto não era ele aliás supostamente O Herdeiro digamos da da Fortuna política da família o irmão mais velho morreu num acidente e portanto ele depois assume esse esse papel mas realmente é também esta eh esta perversão no fundo do do nacionalismo árabe que abre muito espaço depois a estes movimentos fundamentalistas jiadistas que dizem que o Islão é a solução porque realmente temos uma república em que eh o governo eh eh o regime está completamente controlado por uma família eh por um grupo minoritário alta que é uma das várias etnias grupos étnicos ou religiosos em que está dividida a Síria e apenas à volta de 60% dos sírios é que são árabes sunitas Provavelmente depois há há muçulmanos mas por exemplo curdos são uma minoria muito importante há muito há volta de 10% de cristãos eh são as das mais antigas comunidades cristãs aliás eh que remonta ao tempo de Cristo basicamente São Paulo etc São Paulo na estrada de Damasco eh Mas eh e portanto o regime eh realmente eh que domina a Síria desde eh desde 1961 é esta coisa de uma república dinástica não é Portanto tem que e a seguir à morte do do presidente AF fizel laçado suced lhe o fil H sempre alguém não é há sempre alguém e portanto esse esse completo fechamento deu muito ASO uma enorme insatisfação que explode em 2011 no contexto daquelas Primaveras árabes aí o problema é que realmente o regime Sírio ao contrário por exemplo do do regime de do coronel kaddafi sempre teve um um e um apoio externo muito mais importante precisamente desde 1971 eh que há uma base naval a única Base Naval Soviética e depois russa no Mediterrâneo um velho sonho da Rússia é precisamente em tartos na na Costa da Síria eh depois há também esta aproximação eh com o irão eh com a a república islâmica do Irão H que apoia muitas vezes estes regimes minoritários Portanto o irão é preciso recordar é um regime shita os chitas são uma minoria eh eh no contexto do Islão sunita que é o dominante nesta região H agora aqui a grande A grande questão neste momento é eh para para terminar até onde é que eles vão eu acho que podem ir provavelmente até da Masco ou seja acho que o regime está realmente tem risco de cair é uma questão de tempo e é é é possível a não ser que haja aqui algum fator novo que até agora não apareceu porque por um lado a Rússia está muito distraída com a Ucrânia portanto não tem 2000 tropas especiais de repente para enviar assim pelos juizos o irão e o hezbolá e que tinham uma presença no terreno muito importante estão extremamente enfraquecidos por causa do dos ataques israelitas eh e portanto e o regime só pode contar com o próprio regime E aí há um enorme cansaço uma enorme insatisfação nas próprias fileiras eh ainda agora estava a ouvir um padre Cristão em latakia que é nesta Zona Costeira onde há muitas dessas minorias que tradicionalmente apoiavam o regime aado a dizer nós estamos cansados não queremos saber democracia não queremos saber quem é que vai governar Só queremos é paz e sossego eh porque eh nada foi reconstruído nada funciona eh o regime realmente venceu vamos dizer assim Parecia ter vencido pelo menos em parte desde 2020 mas o país estava completamente destruído eh o regime continuava a ser extremamente corrupto e portanto parece que mesmo entre os seus apoiantes tradicionais deixou de haver quem esteja disposto a combater pelo regime Portanto vamos ver se isso muda quando estas forças se aproximarem da Masco ou da Costa mas para já parece-me que e realmente o regime está seriamente em risco de cair hum Bruno Vamos à guerra na Ucrânia esta semana tivemos declarações do secretário norte–americano Antony blinken que diz que para a Ucrânia ganhar a guerra não bastam só armas mas que também são necessárias tropas ucranianas pergunto será realmente assim é ente assim ou seja aqui obviamente a resposta dos ucranianos é dizer bem nós teríamos mais tropas se por exemplo não tivéssemos estado meses e meses sem armas Americanas e portanto teríamos tido mais teríamos mais tropas teríamos tido muito menos baixas se desde o início nos tivesse sido fornecido algum deste equipamento avançado em vez de ter havido toda aquela enfim e aquela novela à que nos fomos habituando o não é possível fornecer é muito perigoso podia levar à terceira guerra mundial podíamos fornecer mas ucranianos não sabem usar M depois afinal vamos fornecer eh mas entretanto Já se passou muitos meses depois vamos entre vamos fornecer e realmente chegar o armamento muitos mais meses vão passam eh e muitas vezes quando do oramento chega ainda há limitações ao seu emprego pleno com plen eficácia as as famosas linhas vermelhas mais uma vez por causa deste receio eh constante escalada eh e e portanto eh o o presidente aqui o secretário eh de estado o chefe da diplomacia Americana tem razão mas eh percebe-se aqui enorme frustração dos ucranianos agora o problema neste momento é muito este que é independentemente dos ucranianos terem todas as razões de queixa eh independentemente iso é verdade a verdade também é que eh num conflito muito prolongado num conflito eh que se transformou numa guerra de erosão eh de desgaste eh à partida eh a Ucrânia tem este problema tem esta desvantagem Eh Ou seja mesmo com o armamento ocidental melhor até porque ele não existe em quantidade suficiente não foi fornecido em em quantidade suficiente ou ou até mesmo não é só uma questão de falta de vontade política ou de é que por exemplo sobretudo no caso da Europa não existe assim em tão grande quantidade eh a verdade é que eh esse equipamento não é suficiente para fazer eh no fundo para derrotar a Rússia ou aparentemente até para travar completamente a Rússia a Rússia tem continuado a avançar Este mês foi o pior mês para a Ucrânia desde o início enfim desde aqueles meses iniciais da Guerra não é Em que em que os russos avançaram sobre keva etc mas e mas portanto e e realmente aí a questão é parece haver e realmente um problema de falta de Tropa ucraniana por conta destas enormes baixas deste enorme desgaste eh eh e portanto há aqui uma pressão no fundo dos Aliados ocidentais no sentido de dizer nós eh no caso da atual administração americana vamos gastar todo o dinheiro que temos até chegar a Donald trump vamos fornecer um máximo de armas e vamos levantar até uma série de limites Mas isso não é suficiente eh no fundo isso d-nos a autoridade para dizer isso não é suficiente vocês têm que realmente pensar em alterar eh no fundo as regras de de alistamento obrigatório serviço militar obrigatório para começarem não aos 25 anos mas aos 18 anos eu acho que é realmente é algo terrível de se pedir não é é a Ucrânia tem feito este esforço no fundo para preservar um pouco a sua Juventude h dar-lhe a possibilidade inclusive se educar não é de fazer um curso superior etc de se preparar para o futuro eh mas eh ao mesmo tempo Isto é a única reserva estratégica que a Ucrânia ainda vai tendo eh e portanto aí em última análise tem de ser a Ucrânia a fazer essa avaliação a verdade é essa ninguém tem mais ninguém mais tem legitimidade para o fazer eh mas eh mas realmente a Ucrânia pode correr o risco mesmo com o armamento ocidental de eh começar a ter eh não só um número de tropas insuficientes mas até por causa disso eh estas tropas eh que estão a sofrer um esforço e uma pressão enorme há muitos anos há vários anos não é acabarem por começar também a perder eficácia e portanto isso ter aqui consequências exponencialmente dramáticas para a Ucrânia uhum e Bruno tivemos novamente o apresentador Tucker Carlson em Moscovo depois da entrevista a Putin agora entrevistou o Serguei lavrov que repetiu a ameaça russa da terceira guerra mundial de que já falamos muitas vezes desta vez até disse que a situação atual é mais grave do que na crise dos mísseis de cuba de 1962 H Bruno essa comparação tem sido feita várias vezes entre Cuba e a Ucrânia até para criticar os Estados Unidos mas faz sentido compararmos estas duas crises não faz e aliás há há um Historiador que estudou vários há vários mas um até de origem russa o Sergio radenko que até usou as redes sociais para dizer para fazer digamos uma um uma thread não é um fio de a dizer não não faz basicamente em não faz sentido essa essa comparação eh mas eh mas realmente achei que era interessante pegar nesse ponto eh porque a comparação muitas vezes é feita neste sentido até dizer bem os Estados Unidos falam muito da Ucrânia e da Rússia na Ucrânia mas também houve a questão de Cuba em 1962 também bem eh mas é que o exemplo não serve para criticar os Estados Unidos serve é para criticar a Rússia eh aquilo que aconteceu em Cuba em 1962 nessa crise que enfim foi o mais próximo que se esteve Provavelmente na na Guerra Fria de um choque de entre os Estados Unidos e e a União Soviética embora como diga como disse o o Serguei radenko e e é verdade não houve nunca em momento nenhum que nós saibamos das fontes a intenção nem da parte da liderança americana nem da parte da liderança Soviética desencadear uma guerra nuclear uma guerra Total portanto nunca houve esta ideia de vamos ameaçar com uma guerra nuclear eh com a ideia de que Possivelmente vamos avançar para ela portanto sempre se tentou evitar isso dos dois lados eh mas mas Além disso e a questão no em Cuba que é realmente um país muito próximo enfim tem uma fronteira marítima tá a 200 200 KM Por mar digamos assim da da da do Sul da Flórida H portanto eh É nesse sentido é comparável com a Ucrânia portanto um país vizinho também da da Rússia mas o a questão em Cuba foi a crise surgiu porque os soviéticos colocaram lá secretamente armas nucleares cujo único objetivo era atacar os Estados Unidos e a crise na Ucrânia surge porque os est Estados Unidos pagaram pressionaram fizeram pressões diplomáticas sobre a Ucrânia para a Ucrânia entregar as suas armas nucleares que tinha era o a terceira potência nuclear que tinha herdado a União Soviética quando se tornou independente em 1991 para as entregar à Rússia em troca de uma garantia de segurança em troca de uma garantia de segurança das suas fronteiras o famoso morando Budapeste 1994 portanto a origem são são bem diferentes não é é completamente oposta quer dizer os foram os Estados Unidos que tiraram as armas nucleares que poderiam ameaçar a Rússia eh da Ucrânia e as entregaram à Rússia e foi isso que criou a possibilidade depois a Rússia e no fundo mostrando que está de má fé que não que os compromissos que assina não valem nada eh no fundo permitiu depois à rúsia invadir a Ucrânia começando em 2014 com a Crimeia quando Putin disse mais uma vez mostrando que a sua palavra os compromissos acordos com com a Rússia de Putin não valem nada disse fiquem descansados que é só crima é mentira o que dizem no Ocidente que isto é só o início não senhora a Crimeia é uma situação absolutamente excecional nós não queremos mais um pedaço de território da da Ucrânia como depois disso como sabemos até literalmente H à véspera horas antes da invasão de fevereiro de 2022 que não ia haver invasão nenhuma da da Ucrânia e portanto aqui o que é realmente grave O que torna a situação perigosa é não se poder confiar de todo na naquilo que a Rússia diz não haver nenhuma razão para acreditar que qualquer compromisso com a Rússia é um compromisso para levar a sério e que está a ser assumido de boa fé O que é grave aqui é a Rússia estar sistematicamente a usar uma chantagem nuclear a ameaçar com usar armas nucleares num contexto em que elas nunca foram usadas isso nunca foi visto por legítimo como legítimo desde 1945 ou várias guerras inclusive indiretas ou seja em que um dos lados está a ser armado apoiado pelo outro e entre entre a União Soviética e os Estados Unidos Por exemplo no no Vietname ou no Afeganistão em que a União Soviética perdeu essa guerra ou em que os Estados Unidos perderam Essa guerra e nunca houve ameaças ou Nunca houve o uso de armas nucleares e portanto isso aí é que é grave é que não tem precedentes eh a existir essa escalada e ela em parte seria culpa da desta chantagem constante que faz com que não se perceba muito bem quando é que a russsia poderá realmente usar armas nucleares e e seria em todo caso completamente inaceitável seria só iria acrescentar à gravidade desta agressão russa contra contra a Ucrânia uhum Bruno temos apenas do minutos até a final desta primeira parte e ficamos pelos Estados Unidos h e agora sim estão terminadas as contas das eleições pergunto como é que estão as coisas e ainda por cima estando tu aí nos Estados Unidos da América e o que é que vamos percebendo do novo governo trump e das suas prioridades Até porque temos tido a formalização dos nomes da nova administração bem eh em termos dos números definitivos e realmente finalmente portanto esta eleição foi é oficial foi a mais renhida das últimas décadas praticamente do último século eh portanto com uma diferença menor e quer em termos presidenciais quer em termos de legislativos eh no caso do do congresso e significou que só agora eh é que só esta semana é que o último lugar que estava em disputa o último congressista foi realmente eleito portanto sabemos que os republicanos terão uma maioria de apenas cinco congressistas na na Câmara dos representantes 215 Democratas 220 eh republicanos eh em termos presidenciais portanto volto a recordar os números a diferença é de eh 48.3 por 49.9 por portanto mais ou menos 1,5 por diferença entre Donald trump e e Camel Harris agora apesar disso a verdade é que ele consegue controlar e todos os principais digamos mecanismos de Poder Legislativo o congresso eh O Senado a câmara dos representantes consegue controlar a presidência e consegue também controlar o Supremo Tribunal tem uma maioria de seis juízes contra três juízes mais mais à esquerda e e portanto portanto Isso significa que ele tem realmente grande capacidade se o Partido Republicano não se opuser a isso pelo menos uma parte do Partido Republicano não se opuser a isso para nomear Quem entender e ele está a usar essa margem de manobra para realmente nomear um um gabinete que eh inclui alguns elementos mais moderados eh digamos com mais experiência nas pastas que vão assumir o Marco Rúbio eh o o Mike waltz eh por exemplo no caso da da da diplomacia ou a o Conselho de Segurança Nacional e o ou ou mesmo as pastas mais económicas mas ao mesmo tempo está a nomear realmente e pessoas enfim sem qualquer experiência relevante nas pastas eh e que os em que o único critério parece ser a completa lealdade a trump terem declarado publicamente que estavam dispostos a perseguir judicialmente os seus inimigos por exemplo o senhor patel que foi nomeado para eh que está nomeado como diretor do FBI sendo que a partir do diretor do FBI tem um mandato de 10 anos que ainda não terminou e foi aliás nomeado por Donald trump o Joe biden Manteve o diretor do FBI que tinha sido nomeado por Donald trump precisamente para n princípio digamos de isolar o FBI de pressões políticas eh e portanto agora vamos ver vamos ver se alguns desses nomes caem já aqui o pelo menos um o procurador-geral como sabemos eh também já sabemos os nome de alguns embaixadores por exemplo o o último um dos últimos nomes é o embaixador eh na Nato que mais uma vez é alguém sem nenhuma experiência eh na nestas áreas Não tem qualquer experência em termos de defesa qualquer relação anterior com a Nato é foi foi Procurador Geral digamos em funções no final do mandato Donald trump aí mostrou alguma lealdade a trump E aparentemente foi recompensado com com este cargo e mas portanto este será um teste também no fundo ao funcionamento do sistema e até que ponto é que ainda há algum contrapeso eh a Donald trump inclusive dentro do Partido Republicano como sabemos é cada vez mais cada vez mais um partido trumpista Bruno ficamos por aqui na primeira parte regressamos já segu com os cinco continentes na rádio observador é logo a seguir às notícias até já até já estamos de volta bem-vindo à segunda parte do cinco continentes na rádio observador com o historiador Bruno Cardoso Reis todas as semanas viajamos com ele pela geopolítica Internacional e Bruno vamos até à Europa aliás vens tu até à Europa h para falarmos sobre a crise política em França falamos de Michel barnia que depois de ter liderado vários ministérios nos últimos anos não conseguiu superar a primeira prova de fogo do executivo a aprovação do orçamento para 2025 o governo caiu com uma Moção de censura apenas um dia de completar 3 meses no cargo falamos aqui de Michel barni Bruno o que eu te pergunto é que se estará a quinta República francesa em questão e quais são as implicações que isto tem e pode ter para o resto do mundo bem Realmente nós temos a primeira conclusão Evidente é que a Europa H regimes há governos em países absolutamente centrais muito frágeis questão da Alemanha também por exemplo exatamente temos a roménia que é um país apesar de são quase 20 milhões é é um dos maiores países do leste é um vizinho é o grande vizinho a sul da da Ucrânia que enfim o Supremo Tribunal acabou de anunciar que vai anular as eleições presidenciais que falamos aqui na semana passada por conta da questão do Tic toque Enfim uma decisão eventualmente me parece um bocadinho questionável embora pareça cada vez mais inquestionável que houve uma forte tentativa de interferência russa de desinformação através do tiktok ETC eh para favorecer um candidato digamos nacionalista populista hostil à Nato à União Europeia à Ucrânia etc eh mas como eu disse Nesse contexto parece-me que apesar tudo as pessoas sobretudo compram a desinformação que querem acho que enfim vamos ver se pode ser que não seja assim e que com esta anulação e com novas eleições que haja outros des feixos mas acho que o risco é que se repita mais ou menos o mesmo resultado eh mas em todo caso E no caso da França realmente a França não é aqui um país qualquer é a segunda maior economia da da União Europeia é é a par da grã-bretanha é a única potência europeia comento nuclear é é um membro permanente do Conselho de Segurança membro do G20 do G7 etc e portanto temos esta questão de realmente dos 10 governos mais curtos da quinta República Portanto o regime francês que existe desde 1958 cinco foram desde 2017 foram basicamente no mandato macron eh portanto há claramente um agravar da polarização da incapacidade de compromisso da dificuldade em fazer governo eh na na na em França não é H A aposta de macron de fazer eleições antecipadas neste verão revelou-se uma aposta errada e e e enfim muito arriscada seria sempre mas basicamente levou a um Parlamento completamente ingovernável com Três blocos eh muito equilibrados mas que se mas que recusam qualquer compromisso um bloco em que p mais a Extrema esquerda embora à partida tenha até pessoas cendo esquerda mas que se deixam condicionar pela extrema esquerda Depois temos a Extrema direita da da senora lupen e depois continuamos a ter um bloco Central centrista Se quisermos ligado a macron h e portanto isso é é realmente muito complicado a quinta República tem bastantes mecanismos para procurar lidar com isto eh isto não é propriamente uma surpresa nem uma novidade completa na vida política francesa os franceses eh São piores Ainda que os portugueses são de longe a grande potência europeia que teve mais mudanças de regime nos últimos dois séculos desde a revolução francesa os franceses tiveram 10 regimes tiveram cinco repúblicas como o nome indica a quinta República tiveram duas monarquias dois impérios ainda um regime quase fascista colaboracionista do petana na segunda guerra mundial eh esta quinta República surge precisamente um impasse deste género eh em em 1958 que leva a uma espécie de pronunciamento militar não um pleno golpe militar mas isso no fundo força os políticos a a chamar o general de golo que tinha liderado a resistência durante a segunda guerra mundial para reformar radicalmente a política Francesa e criar uma nova constituição que depois é referendada em 1958 e portanto o presidente do Gol conhecia muito bem a história da França era um apaixonado pela história da França sabia bem vamos dizer assim do que é que a casa gasta enfim há várias situações famosas dele uma dele delas é como é que é possível governar um país com centenas de tipos de queijos não é eh mas mas outra talvez mais pertinente e mais é esta ideia de que os franceses são incapazes de fazer reformas só conseguem fazer revoluções e portanto ele tentou criar uma série de mecanismos que dão por um lado uma presidência muito forte Eleita diretamente eh e depois mecanismos que permitem ao presidente governar quase por decreto Eh vamos ver agora alguns desses mecanismos provavelmente serão usados nos próximos meses porque outro mecanismo é não poder haver eleições eh no intervalo Fale um ano portanto isso no fundo é à partida devia forçar os partidos a entenderem mas não está a funcionar não é mas portanto Este é um dos problemas é que só pode haver eleições em julho o que também não parece muito realista porque ia a tirar a segunda volta porque o sistema também em duas voltas provavelmente para Agosto portanto eh provavelmente terá de ser adiado para Setembro mas portanto Isto significa que eh podemos ter um país Central na na Europa sem um governo forte durante quase um ano eh Alemanha provavelmente também só tem eleições em fevereiro eles também demoram muitos meses a formar governo e pode também só ter um governo lá para Abril ou Maio e e portanto tudo isso no contexto atual é uma é uma péssima notícia eu diria que para já o regime não está e em questão mas é verdade que estamos a assistir a um fenómeno que tem Paralelos com aquilo que aconteceu em 58 que aconteceu nas vésperas da Segunda Guerra Mundial que já aconteceu várias vezes no contexto francês que é H por via eleitoral os extremos a ganharem em peso ou seja temos dois grandes blocos que são realmente declaradamente hostis ao atual regime francês à atual constituição francesa que era o rassam blem Nacional da da senhora lepen quer este movimento da França insubmissa de melan chon eh e portanto eh isso complica obviamente muitas coisas em termos de se chegar a compromissos chegar a algum tipo de governo de Coligação que que parece ser a única solução racional mas não quer dizer que aconteça não é como temos estado a ver claro Bruno vamos pegar nas malas e vamos da Europa para a Ásia e é inevitável falarmos da Coreia do Sul o presidente yuns kiol declarou A Lei Marcial no país uma medida extrema que não era implementada desde 19979 o Parlamento reagiu de imediato anulou a medida e também convista a afastar o presidente pergunto Bruno até porque essa tem sido uma questão muito eh muito feita por quase toda a gente nos meios de comunicação social também nos analistas Isto pode ser encarado como uma uma tentativa de golpe de estado e pergunta também se tem precedentes na história do país asiático sim sim claramente é uma é uma tentativa de do que nós chamamos em português autogolpe enfim al que tem até grandes tradições sobretudo no Brasil o Presidente Vargas por exemplo fez isso ou seja já tinha já estava no poder eh tinha sido eleito até Enfim no contexto de frud depois há uma uma revolta por causa disso mas ele assume o poder vamos dizer mais ou menos democraticamente no contexto de uma Constituição democrática e depois em 1937 e usando o facto de estar na presidência de de de comandar os militares ter Aliados militares dá um autogolpe e só o para lamento acaba com a constituição e e quera O chamado estado novo brasileiro h e portanto aqui na na na Coreia do Sul foi exatamente isso que assistimos ou seja o presidente abusa no fundo dos seus poderes constitucionais para tentar acabar com e com enfim com o Parlamento que que L Estava a fazer uma forte Oposição a oposição controla a maioria no Parlamento embora uma maioria muito curta porque também na Coreia do Sul temos uma enorme polarização o presidente também ganhou por uma o presidente sun também ganhou por uma margem muito curta eh mas mas mas realmente em certo sentido isto não é surpreendente porque tem realmente muitos precedentes na história da Coreia do Sul mas é muito surpreendente no contexto pós 1988 ou seja democratização H apesar de tudo a Coreia do Sul só teve um presente civil a partir de 1993 portanto é um processo relativamente recente mas que parecia completamente consolidado por acaso aqui na na universidade onde eu estou e estive com um colega um jovem colega coreano da Coreia do Sul precisamente no dia em que foi em que soube a notícia do golpe que estava completamente em portanto alguém que trabalha sobre estes temas que ia viajar para o para o seu país no dia seguinte portanto tinha marcada a viagem obviamente não não fazia portanto ninguém fazia ideia que isto podia acontecer sabíamos que havia aqui um empasse muito sério h e portanto agora a boa notícia é que apesar de tudo apesar disso claramente também me parecia corresponder aqui uma certa vaga trump ou seja e a Coreia do Sul precisa da garantia de segurança dos Estados Unidos era Evidente com a administração biden a administração biden Seria muito crítica eia ia haver aqui uma muito séria se houvesse digamos uma crise da democracia na Coreia do Sul com Donald trump isso não parece ser uma uma grande questão esta questão de democracia Direitos Humanos etc portanto isso pode ter afetado aqui o cálculo digamos do do presidente sun eh mas a verdade é que eh apesar do contexto ser de uma espécie de recessão democrática a nível Global Como diz a Frida Mouse que faz uma avaliação anual do Estado das democracias no mundo a verdade é que e a população mobilizou-se eh os deputados mobilizaram-se mesmo deputados que a partir ida pertenciam digamos à ao Polo ideológico do presidente e e e votaram contra essa essa medida e conseguiram travar No fundo essa tentativa de autogolpe agora como eu dizia para terminar realmente é há uma longa tradição na na Coreia de golpes e de autogolpe e de utilização da Lei Marcial O primeiro é logo a Coreia torna-se independente eh portanto é ocupada militarmente pelos Estados Unidos e pela união soviética dividida a meio no fim da Segunda Guerra Mundial até aí era uma colónia era uma dependência do Império Japonês eh a partir de 19 de Agosto de 1948 é criada a República da Coreia portanto no Sul na zona controlada pelos Estados Unidos logo em 1952 o presidente rei que é o digamos o que domina a política coreana nas primeiras décadas da Coreia do Sul eh dá realmente um autogolpe exatamente este modelo decreta lei marcial põe as tropas na rua dissolve O parlamento acusa a oposição de cumplicidade com a Coreia do Norte exatamente o que disse o presidente sun desta vez eh e e realmente assume o poder digamos e depois vai governar ditatorialmente até 1960 e depois temos mais no conjunto temos cinco Copos na na na breve história da Coreia todos muito seguindo este e este precedente Eh agora realmente o o a partir de 1988 no fundo a Coreia integra-se na chamada Terceira vaga democratizações em que segundo o Samuel anting portanto começa em Portugal com o 25 de abril e em que sobretudo Há muitos regimes digamos de direita anticomunistas alinhados com os Estados Unidos que no contexto do final da guerra fria quando a ameaça comunista parece estar em em queda ou em quebra eh e também por pressão dos próprios Estados Unidos que por razões pragmáticas tinham apoiado esses regimes como Aliados no contexto da Guerra Fria mas começam a ter aqui mais margem de manobra e começam a Pressionar para processo de democratização Isso vai acontecer em múltiplos países na na também na América Latina eh e portanto aconteceu também na na Coreia do Sul eh enfim agora vamos ver o que é que o que é que se segue se se o presidente é realmente afastado ou não eh se consegue ultrapassar este este impasse esta extrema polarização que é realmente uma receita muito perigosa em democracias em em democracias é é preciso haver alguma disponibilidade para o compromisso eh para se chegar a acordos eh se realmente as partes eh adotam aqui uma postura completamente intransigente em muitos casos o o país torna-se ingovernável e isso dá margem a que apareçam figuras autoritárias a dizer isto é impossível de continuar e portanto tem de haver aqui um homem forte eh a resolver a quebrar este impasse Bruno andamos sempre ass Salt Itá e desta vez Vamos até África Fazemos uma paragem em Angola para falar sobre a visita inédita de Joe biden primeiro queremos perceber o histórico de relações entre estes dois países os Estados Unidos e também Angola O que significa esta visita no final de mandato de biden e será que podemos falar numa viragem na política externa angolana tendo em conta esta aproximação entre os dois países é algo que não deixa de ser inédito não é eh Sim é no fundo Angola é o primeiro país da África subsariana que o presidente biden visita o que também diz alguma coisa enfim deste esforço dos Estados Unidos com a administração biden para fazer algum alguma recuperação de terreno e mas apesar de tudo um pouco tardiamente um pouco exitantes e a China está a apostar muito em África nas últimas décadas sobretudo desde 2013 com a chamada nova rota da seda tem uma simeira eh os biden realizou a primeira simeira Estados Unidos África em 2022 onde lá está o presidente João Lourenço tangola teve um um protagonismo importante foi recebido pelo presidente biden etc mas mas é relevante que seja eh enfim o único país da África subsariana o primeiro e único que Joe biden acaba por visitar obviamente Donald trump não visitou nenhum país em em África durante o seu mandato vamos ver agora o que é que o que é que acontece mas todos os países da África lusófona seria talvez o menos provável de ser visitado e de ser digamos se tornar o grande parceiro dos Estados Unidos o o os Estados Unidos não tinham relações diplomáticas com o Angola eh até 1993 uhum foi aqui um recuperar dessa dessa relação Di é mesmo um grande recuperar exatamente Angola Angola a partir da Independência em 1985 torna-se palco de uma guerra civil entre os vários movimentos armados de libertação em Angola Havia três e não e não apenas um como em Moçambique ou ou na guineia Bissau eh torna-se também enfim objeto de uma guerra indireta com com a África do Sul eh com a África do Sul do aparti que estava controlava a Namíbia Nessa altura eh mas torna-se um grande palco da da da da última fase da Guerra Fria Global eh com a presença de cubanos também de cooperantes soviéticos a apoiar o eh governo do mpl Portanto o partido que está no poder eh desde 1975 e que continua no poder atualmente eh e que era a partida na origem um partido também marxista e portanto eh eh os Estados Unidos vão apoiar a unita vão apoiar os grupos que se opõem ao mpla eh e embora obviamente reconheçam a independência de Angola aliás até pressionaram Portugal a dar Independência a Angola muito mais cedo logo a partir de 1961 do Presidente Kennedy sem grande efeito mas mas a verdade é que não reconhecem o governo do do mpl até 1993 H depois de um processo negocial eh que já mostra algum pragmatismo crescente do mpla e do Jé Eduardo dos Santos eh a partir de 87 88 há um acordo tripartido que no fundo e Em troca da retirada das tropas cubanas de Angola e dá os sul-africanos retiram da Namíbia eh reconhecem no fundo permitem eleições e e reconhecem a independência da Namíbia eh mas portanto esse processo de aproximação de alguma aproximação pragmática já começa Nessa altura Aliás com algum apoio de Portugal também eh nessa nesses contactos como também Moçambique aliás eh mas no fundo o que vemos aqui é eh com João louren sobretudo a partir de 2017 não há uma completa inversão da política externa não há uma completa colagem aos Estados Unidos mas há uma abordagem muito mais pragmática muito mais mais de real não alinhamento ou Se quisermos de equilibrismo e portanto procurar muito pragmaticamente perceber onde é que há investimentos interessantes cooperação qualificada que possa interessar em Angola e não apostar todas as fichas na China que foi muito o que aconteceu na fase final do do governo do José Eduardo dos Santos H isso criou grandes problemas também de indiviso com com a China e tornou a China também mais renitente eventualmente a novos investimentos e portanto João Lourenço apostou muito na na Alemanha na França nos Estados estos Unidos eh portanto nos países ocidentais para novos investimentos investimentos de mais qualidade eh Isso parece ter agora correspondido aqui a este esforço eh foi aproveitado no fundo houve uma convergência de interesses com este esforço por parte da administração biden para recuperar algum terreno com esta chamada este pgi Portanto o o projeto para investimento Global em infraestruturas no quadro do G7 e um dos dois projetos prioritários e com mais com mais volume de investimento só os Estados Unidos são 600 milhões eh é precisamente o corredor do lobit portanto no fundo revitalizar o o o o o caminho de ferro de Benguela que liga a Angola eh ao zair à República democrática do do Congo agora e e à Zâmbia também no futuro e h e o outro é muito significativamente nas Filipinas também o chamado corredor de luzone Bruno vamos à América Latina e falamos de rafer milei temos 4 minutos até ao final eh ainda queremos ir também depois à Nicarágua mas primeiro Argentina eh Ravier M foi visitar Donald trump antes ainda recebeu elos jeus por telefone e cito o meu presidente Favorito O certo é que os dois já se encontraram milei Foi mesmo o primeiro chefe de estado a ser recebido por trump depois das eleições Bruno an depois de ter tomado posse Como é que está a Argentina que balanç é que fazes deste primeiro ano de Ravier Mele bem e realmente meley foi a Maia foi à Flórida no fundo que é quase um um estado latino-americano no interior dos Estados Unidos tem enormes comunidades todos os países da América Latina Miami muitas vezes é chamada a capital da América Latina mas foi realmente como dizias o primeiro presidente eh estrangeiro a ser recebido por Donald trump depois de ser eleito milei nunca escondeu a a sua a sua preferência por por por trump a sua admiração por trump eh obviamente trump Aprecia muito esse tipo de de declarações eh e portanto isso tem algumas implicações Mili eh é já um balanço que se pode fazer por exemplo disse e cumpriu que ia recusar a Adesão aos a Argentina tinha sido convidada tinha aceitado com o governo anterior peronista eh esse esse convite e recusou isso ora é a partir é um fórum com algum prestígio com alguma visibilidade eh e portanto eh ele diz muito claramente voltou agora a reafirmar isso nas estas entrevistas que deu de balanço do primeiro ano que a prioridade para a Argentina é o ocidente e em particular Os Estados Unidos e Israel no contexto ocidental eh apesar de tudo para a Europa isso também significa que o atual governo argentino apoiou fortemente esta as negociações do acordo livre comércio entre o mercul e eh a união europeia portanto Este mercado da dos países atlânticos da América do Sul inclusive o Brasil a Argentina O Uruguai o Paraguai eh que à partida foi agora assinado Eh vamos ver se é ratificado há uma forte oposição nomeadamente dos Agricultores franceses enfim completamente inaceitável eh ainda por cima há cotas que restringem até as exportações do agronegócio brasileiro ou argentino eh mas eh mas seria estrategicamente extremamente relevante para a Europa eh estes países têm por exemplo enormes reservas de de minérios de terras raras do lítio etc que são fundamentais para esta transição energética e a China está muito ativamente a monopolizar Minas por todo o lado controlar Minas por todo o lado desses desses minérios eh mas Portanto tem aí algum Impacto Global em termos internos enfim ele parece ter construído aqui uma espécie de populismo alternativo ao peronismo que é o grande populismo histórico argentino desde a Segunda Guerra Mundial H que tem dominado a vida política Argentina com poucos intervalos eh desde essa altura e portanto milei parece ter conseguido criar aqui um populismo libertário e que continua a ter grandes apoios a convencer muita gente eh de que é uma alternativa viável ele certamente conseguiu pelo menos uma coisa que é controlar a hiperinflação enfim com que custos e isso pode ser discutido mas a verdade é que a Argentina enfrentava para terceira vez nas últimas desde o início do século uma uma crise de hiperinflação e ele conseguiu controlar isso com com mão de fé ferro Bruno o meu copiloto disse-me que tinha disse aliás que tínhamos tempo de ir até Nicarágua mas já não temos portanto temos de passar diretamente para a tua recomendação da semana semana fica para a semana exatamente Sim claro e o que é que trazes esta semana para os nossos ouvintes bem é um livro do Kevin rud sobre o que não existe para já penso em tradução portuguesa on xinping Portanto o Kevin Rad é uma figura muito interessante é um antigo primeiro-ministro da Austrália mas é também um diplomata fluente em chinês e eu assisti aqui à apresentação do do livro na universidade de georgetown eh ele é realmente uma figura muito interessante atualmente é o embaixador do da da Austrália aqui nos Estados Unidos mas continua a ser também um académico Se quisermos assim e portanto isto Corresponde à sua tese de doutamente um pouco tardia mas é no fundo uma biografia não intelectual mas uma biografia ideológica de shinjin ping portanto não é questão da vida dele da família mas é as ideias de xin jinping eh e portanto ele faz um estudo a fundo desse percurso ideológico eh e da no fundo do trabalho de revalorização da dimensão leninista sobretudo do partido no contexto do partido do Estado chinês que xijin ping levou a cabo e quais são as implicações disso e em termos nomeadamente de ação externa e quer económica quer militar e aí as más notícias são que isso significa sobretudo uma grande aposta também no nacionalismo eh e portanto uma China que está determinada a firmar-se como uma grande potência e inclusive de uma forma muito mais assertiva muito mais conflituosa eh e seja em guerras comerciais seja eventualmente até em conflitos reais e mas é realmente uma obra que enfim que eu já já vi na na diagonal eh parece extremamente relevante para se perceber melhor uma figura que tem realmente um protagonismo enorme na política global e atual e provavelmente nas próximas décadas porque realmente também uma das coisas que ele fez foi acabar com a limitação de mandatos e portanto pode continuar a governar a China basicamente até morrer fica aqui a sugestão sempre muito bem-vinda do Bruno Cardoso Reis obrigado Mais uma vez por estares connosco mais uma semana a olhar para os cinco continentes temos Encontro Marcado já no próximo sábado até lá não se esqueça Podem enviar as suas perguntas sobre história ou geopolítica internacional para o Bruno através do e-mail @observedobject n