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ora viva sejam bem-vindos ao clube de 52 Este é um ciclo de conversas no âmbito dos 10 anos do Observador 52 personalidades foram desafiadas a pensar a próxima década do país Vítor ribeirinho é o nosso convidado de hoje ele é Senior Partner é CEO da KPMG desde 2021 eh Vítor seja bem-vindo a este clube de 52 é um gosto recebê-lo aqui um gosto é meu Paulo Muito obrigado no artigo que escreveu para esta iniciativa e que no fundo também é o ponto de partida para esta para esta nossa conversa aponta vários caminhos e políticas que podem ajudar o país a aumentar a competitividade mas começa pela ambição que é preciso ter acha que somos um país uma sociedade no fundo com pouca amb missão eh eu quando fui convidado poro observador para escrever este artigo H tive algum cuidado no título porque sei que enfim é importante também para transmitir uma mensagem que que se pretende depois no conteúdo e e de resolvi denominá-lo como o paradoxo da ambição e o paradoxo da ambição é porque tem muito a ver com aquilo que é a minha vivência no dia a dia eu faço parte enquanto CEO de uma empresa global que está inserida numa rede global e em que eu fui ensinado a pensar eh com a nossa ambição para além da dimensão do nosso país eh independentemente de poder ser um país numa rede global que possa ser pequeno eh fui habituado desde sempre nesta organização a pensar com o impacto O impacto verdadeiro que nós queremos ter na nossa rede ora é precisamente isso que eu pretendo transmitir com o meu artigo relativamente a Portugal eh por vezes temos receio Há até uma certa conotação negativa quanto à palavra ambição parece que é errado ser ambicioso é errado ser maior erado com carga negativa erado ser melhor não é e e eu procuro também incutir esse espírito nas nossas pessoas porque eu acredito que por trás da ambição que queremos transmitir nas nossas Organizações e enquanto líderes temos que ter essa obrigação para com as nossas pessoas é fundamental incutir a ambição e a ambição sempre acima daquilo que nós achamos que é a nossa dimensão natural o país é o país pequeno mas temos muitas dimensões onde podemos ter um impacto absolutamente inimaginável eh no nosso contexto Global lá está a já ambição fala também eh do país do mais ou menos é uma uma expressão curiosa que achei curiosa basicamente todos já por vezes sentimos isso contentamos com um pouco a isso é isso mesmo Paulo porque e eu costumo dizer na minha organização também eh que aquilo que nós conseguimos enquanto país ainda recentemente crescendo Acima da Média europeia atingindo níveis que não estavam habituados sobretudo Quando falamos em déficit orçamental sobretudo quando falamos na nossa n nossas portações sobretudo quando falamos no ensino e naquilo que é o impacto que hoje as nossas escolas de gestão têm a nível Global eh Isso demonstra que tem que ser um país mais e não um país menos demonstra também eu falo eh no tema da internacionalização como um uma alavanca de crescimento da nossa economia e das nossas empresas eu falo também sobretudo naquilo que é a dimensão do crescimento Isto é nós não nos podemos contentar quando atingimos um determinado patamar de crescimento temos que ambicionar sair fora de portas obviamente é muito importante ter uma posição de relevo em Portugal mas sabemos que a nossa dimensão geográfica a dimensão da nossa economia não é suficiente para conseguirmos captar toda a ambição que nós temos que incutir nas nossas Organizações e é portanto por aí que eu digo que é um Portugal de mais ou menos é um país que tem que se impor pela aquilo que é mais importante e que aquilo que fazemos melhor mas sobretudo não ficarmos descansados porque tivemos um ano bom ou tivemos dois ou três anos bons é bom recordar que nós já não crescemos enquanto país eh a dois dias desde 1962 e certamente não há muita gente com saudados desses anos eh sobretudo naquilo que é o contexto político da altura não é mas temos que olhar de forma crítica porque é que isso aconteceu em em 62 e não conseguimos perpetuar isso ao longo das outras décadas daquilo que seguiu e é por isso que na próxima década eh Paulo eu acredito que Deixaremos de ser um país de mais ou menos e temos todas as condições para conseguir projetar o país para um crescimento se não for dois Dios pelo menos para conseguirmos incort as Tais etapas e os tais gaps que temos hoje em relação não só aos competidores como também em relação ao contexto europeu onde nós nos inserimos naturalmente não claro e E para isso o Vítor fala também num caminho absolutamente essencial para uma economia como a nossa que é pequena sabemos o país é pequeno somos 10 milhões que é o caminho da internacionalização eh para isso é preciso competitividade e nos mercados globais por onde é que Devíamos começar para aumentar a competitividade Paulo nós temos feito um trabalho do meu ponto de vista muito positivo no caminho eh O Caminho das exportações e do peso que as exportações têm enfim tínhamos 47% do nosso PIB era representado pelas exportações portuguesas há bem pouco tempo eh e isto não pode deixar de ser um fator que do ponto de vista da competividade é importante do ponto de vista da dimensão e da escala é importante mas há sobretudo que evoluir numa outra perspectiva nós teremos que deixar de ser só exportadores mas sermos precisamente empresas internacionais o que é que é de ser empresas internacionais é de facto que nós consigamos deslocar as nossas pessoas deslocar as nossas equipas obviamente eu enquanto CEO da k pmg desloco as minhas equipas nós no ano passado conseguimos que cerca de 50% das nossas receitas fossem feitas fora de Portugal O que representou em termos geográficos qualquer coisa como 21 geografias onde nós desenvolvemos projetos isso estando numa multinacional o Claro que tem operações também muito m que tem operações nesses países Paulo e o desafio é precisamente esse e o desafio é precisamente nós para além das exportações que estamos a conseguir fazer em muitos setores e com mérito conseguimos agora dar o passo seguinte e o passo seguinte é de facto ganharmos uma dimensão ganharmos alguma escala essa escala tem que ser absolutamente necessária para nós conseguirmos atingir mercados e obviamente mercados estamos a falar daqueles que são os Prime para nós como dos Estados Unidos e ou até dentro do contexto europeu para nos deslocarmos os nossos centros de produção muitas às vezes os locales para esses países portanto a escala é para mim absolutamente fundamental mas como disse aquilo que para mim é mais importante é nós abandonarmos o conceito só de mos exportadores e passarmos a ser exportadores mas também internacionais internacionais significa exatamente com operações nos locais com presença com os nossos processos e os nossos sistemas a a serem obviamente a base do nosso desenvolvimento e isso traz-nos a um outro tópico que certamente o Paulo também quererá desenvolver que tem a ver com a Inovação Paul e isso is no centro da mudança e eu coloco isso no centro da mudança porquê porque é precisamente aí que nós vamos jogar o nosso fator de diferenciação Paulo mais uma vez não querendo aqui falar da minha organização Mas ela é um bom exemplo daquilo que as nossas empresas portuguesas podem fazer nós hoje estamos a atrair para Portugal e por exemplo o nosso Centro de Tecnologia e tecnológico para para uma região ainda por cima uma região que é Évora eh é uma região que até fora de Lisboa mas é sobretudo um reflexo daquilo que é o reconhecimento do talento português fora de portas e eu estou a falar de uma organização que com toda a modéstia é uma uma organização sofisticada uma organização exigente do ponto de vista daquilo que é a nossa capacidade tecnológica e reconhece em Portugal reconhece nas nossas pessoas nos nossos profissionais o talento necessário para nós desenvolvermos inovação o que é que é preciso fazer Paulo é preciso fazer primeiro duas coisas nós estamos relativamente bem classificados naquilo que é o painel de inovação a nível Global estamos e perto dos 20 dos primeiros 20 lugares e e isso é obviamente importante mas é muito importante quando olhamos para alguns indicadores Paulo porque nós no ano passado investimos cerca de 1.5 1.1% do PIB em inovação ou seja investigação e desenvolvimento mas é fundamental que olhemos para os nossos competidores olhemos para a Europa que em média estamos a falar de um investimento de 1,5 por E isso está a acontecer com bastante intensidade nos países europeus onde nós nos inserimos e e portanto isso pode nos fazer querer ou rear fazer recear que uma vez que os outros estão a investir ir mais hoje do que nós que essa posição portuguesa possa ser perdida de exatamente Paulo Este é um momento é o momento e e o momento ainda ontem o senhor governador do banco de Portugal falou necessariamente numa coisa que é importante só para situar estamos a gravar no início de outubro portanto declaração portanto ainda ainda recentemente no no relatório no boletim económico do banco de Portugal divulgado em outubro o senhor Governador fez uma análise com alguma profundidade do grau de execução do prr ora o prr como sabemos Paulo é uma área e uma dimensão que país não pode deixar de aproveitar e não deixar de aproveitar é de facto mais do que a execução orçamental que o prr exige é de facto garantirmos que os líderes das nossas empresas conseguem transformar os seus processos conseguem transformar os seus negócios e acelerar o processo de inovação relativamente àqueles que são os seus concorrentes e falando de inovação não podemos deixar de falar também de Inteligência Artificial Paulo porque a inteligência artificial na nossa organização eh hoje é absolutamente incontornável é absolutamente indiscutível de que hoje não há nenhum CEO Aliás a k pmg recentemente publicou o seu CEO Outlook deste ano e o ce Outlook deste ano revela uma coisa que é muito clara para mim Eh os 1300 ceos de todo o mundo que são os principais das principais grupos económicos não há nenhum sem exceção que não diga claramente que há no seu na sua visão estratégica um investimento forte na Inteligência Artificial ora Portugal neste caso a k pmg as empresas que atuam no mercado com a k pmg tem um papel absolutamente fundamental primeiro acelerarmos nós temos que chegar primeiro Paulo há muita há campeonato onde ainda estamos é um campeonato Onde nós estamos e estamos muito bem colocados é importante dizermos isto porque muitas vezes existe o sentimento que estamos sempre atrasados para qualquer coisa lá está o país mais ou menos não é verdade não é verdade eu eu ainda recentemente esve eh em Munique no centro de excelência da Microsoft com eh líderes globais da Cap pmg eh em Munique para fazermos uma análise e uma demonstração e uma discussão com os especialistas da Microsoft que são uma das principais alianças da k pmg a nível global e a Cap pmg hoje está a desenvolver também para Portugal e para os seus clientes em Portugal tecnologia do mais sofisticado que existe a nível de Inteligência Artificial nas suas três áreas de negócio Paulo nas suas áreas de consultoria nas suas áreas áreas de auditoria e nas suas áreas de fiscalidade E isto é transversal no ensino se falarmos hoje com os principais líderes eh das nossas escolas de gestão eles são inequivocamente favoráveis à utilização da Inteligência Artificial aliás como fator crítico de diferenciação hoje organizações como a nossa estamos a implementar eh modelos e e não só modelos também ferramentas para que as nossas pessoas hoje não partam de uma base zero Paulo é fundamental que hoje quando nos sentamos à frente de um computador quando estamos a projetar uma qualquer apresentação obviamente não é clicar no chpt para uma apresentação não é essa a questão questão ter ferramentas no que nos permitam agilizar os processos e isto vai transformar de certa forma aquilo que é a abordagem que estamos a fazer aos nossos clientes mas sobretudo a abordagem que o país tem para fazer junto dos nossos principais competidores internacionais e obviamente jogar esse jogo a nível global mudança que atravessa setorialmente as economias todas dos serviços à indústria ao estado também por aí fora até que ponto é que nós não Devíamos estar a aproveitar e este salto disruptivo em termos tecnológicos está a começar uma nova era Se quisermos da Inteligência Artificial precisamente para tentar queimar etapas e nos chegarmos um pouco mais à frente nesses rankings eu acho que há sinais bastante otimistas e positivos eh ao nível das empresas que é obviamente este triângulo Virtuoso que nós temos para atuar quando eu falo numa estratégia Nacional eh para a Inovação falo neste triângulo Virtuoso Paulo na sociedade no estado e e nas empresas e e a sociedade insir aí muito a academia o papel que a academia tem hoje eh naquilo que é o desenvolvimento e a aceleração nós hoje temos felizmente escolas de gestão que têm no seu na sua composição cerca de metade eh muitas vezes até mais alunos que vêm do estrangeiro para estudar nas nossas escolas isso tem que ser para nós um fato F decisivo e um fator de motivação para podermos acelerar o conhecimento das nossas pessoas das nossas pessoas os nossos jovens portugueses que nasceram cá temos que desenvolver obviamente capacidade para que as empresas resolvam um problema que o estado não consegue resolver sozinho é verdade que podemos falar em competividade fiscal É verdade que podemos falar eh naquilo que hoje estamos a discutir e em relação àquilo que é o IRS jovem àquilo que é o crédito habita s h aquilo que é redução eh de condições que hoje são adversas para os jovens mas há sobretudo um aspecto que é para mim absolutamente essencial as empresas têm que fazer duas movimentos que são imprescindíveis E mais uma vez com toda a modéstia T também no na capa pmg procurar fazê-lo primeiro uma descentralização da nossa atividade Évora ainda há pouco citei Évora é um bom exemplo nós hoje temos jovens talentos engenheiros que são nativos de Évora nativos de Campo Maior é fácil recortar nesses sítios não muito mais fácil do que nós podemos esperar Paulo eu diria que é mais fácil hoje recrutar nessas áreas perdão nessas áreas do que propriamente em Lisboa além de oferecer aquilo que que uma organização como pmg oferece o facto de permitir e pessoas jovens estão a entrar no mercado de trabalho e eventualmente ficar na sua região é um fator ainda mais absolutamente decisivo Paulo aquilo que hoje eu tenho na minha experiência recente no nosso escritório de o testemunho de jovens que viveram sempre no mesmo sítio estudaram sempre no mesmo sítio e de repente eh partilham comigo e a dimensão dos projetos internacionais em que estão envolvidos com grandes players internacionais que obviamente no seu espírito na sua memória na sua capacidade de poder projetar a sua carreira Jamais seria possível fazê-lo em Évora hoje isso está a acontecer e essa dimensão é uma dimensão que eu acho que é absolutamente imprescindível que os que as nossas empresas façam a segunda dimensão tem a ver com as carreiras Paulo nós não podemos apenas e só esperar que o estado resolva eh os nossos problemas os problemas dos nossos jovens apenas porque vamos reduzir o IRS ou porque vamos criar condições de aquisição da primeira habitação mais fáceis do que as que existem hoje temos que partilhar com eles o sucesso temos que lhes dar a possibilidade e a capacidade de serem participantes ativos na desenvolvimento da Estratégia das suas organizações eu estou a tentar fazê-lo na k pmg incorpor o Next gen council um grupo de jovens que junto da gestão influenciam a gestão temos que lhes dar obviamente remunerações variáveis que tenham um reflexo direto com aquilo que é a sua performance e aquilo que é o seu envolvimento na organização e obviamente permitir-lhe também aqui um processo de mobilidade que não é fácil de assegurar um processo de mobilidade quando beneficiamos de uma rede Global como o caso da k pmg que estamos presentes em 100 países tem que ser possível eu convencer jovens talentos que são procurados em todo o mundo pela sua qualidade mas tem que ser possível dizer-lhe duas coisas o país que em que nasceste é este é aquele que tem como referência o teu ADN que tem como referência à tua família que tem como referência ao teu futuro e eu consigo a partir da k para pmg Portugal dar-te a possibilidade de teres essa dimensão essa escala global que todos nós e os jovens em particular procuram quando vão para fora do país portanto é possível fazer isto é um caminho que tem o seu momento tem o seu tempo é necessário coragem mas é necessário sobretudo iniciativa Paulo e e o país do mais ou menos é exatamente isso temos que ambicionar crescer a esse nível Temos que ambicionar estar nos melhores palcos porque é isso que eu tenho observado com toda a modéstia e aqui não é porque é o Vítor que é o CEO da k pmg é porque é a cultura que nós temos que ter nas nossas organizações que é uma cultura de ambição e de não ter medo de sentarnos no palco Onde estão os principais líder mundiais e desafiá-los a fazer aquilo que eles fazem mas se calhar melhor e às vezes como sabemos de forma muito mais competitiva até em termos de preço mas com uma qualidade absolutamente indiscutível CL e e Vitor rinho quase a terminar acha que essa flexibilidade essa perspectiva de carreira é absolutamente essencial saindo agora do setor e da Consultoria e ou da auditoria para qualquer setor é essencial para reter Oat é essencial é imprescindível e não posso deixar de dizer que a e sim temos emquanto país uma obrigação de fazer de uma forma acelerada nós temos que ter empresas maiores temos que ter empresas mais rentáveis temos que diminuir hoje o peso que as empresas grandes têm na economia no bom sentido ou seja as PMs hoje representam em número um peso absolutamente esmagador mas em volume de negócio e em rentabilidade uma percentagem muito pequena temos que trazer essas PMs temos que as ajudar a crescer temos que as ajudar a agregar fazerem clusters até setoriais de forma a que elas possam ganhar dimensão porque só aí Paulo é que será possível que essas empresas consigam garantir não só uma flexibilidade de carreira como sobretudo melhores condições de carreira e maior atratividade de carreira para os nossos jovens ess voltamos à escala e à competitividade e voltamos à escala e à competividade porque é isso que nos vai fazer acelerar da mesma forma que hoje temos níveis de competividade eh quando olhamos para os rankings no ensino na inovação na tecnologia é absolutamente prescindível e Fundamental que nós o possamos fazer também ao nível das exportações e ao nível da internacionalização muito bem Vitor ribeirinho Foi um gosto recebê-lo aqui neste clube de 52 onde olhamos de facto para para o futuro daquilo que pode e deve ser o país o clube de 52 volta próximamente com novo convidado e novo tema até lá obrigado