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José Manuel conseguiste perceber quais são realmente os valores em dívida quando olhamos para estes bairros não não não não eu tive a ver o o jornal Notícias T feito estes levantamentos com alguma regularidade eh não é este não foi o primeiro o que saiu ontem seiu que mesmo o jornal que mais acompanha este assunto fural pronto sim e mas são levantamentos que não têm o caráter do da formalidade portanto base baseiam sempre perguntas às câmaras municipais para procurar conhecer a situação s e os números às vezes são difíceis de quer dizer porventura não são todos não seguem todos o mesmo critério porque as câmaras podem seguir critérios diferentes aliás eu estive a ver o último relatório da gebalis gebalis é empresa pública de Lisboa que trata dos bairros de Lisboa ou praticamente todos os bairros em Lisboa não sei porquê há três bairros da jebal que não são em no concelho de Lisboa não sei quais são não não consegui não não consegui lá chegar eh portanto parece ali a vir às vezes critérios diferentes porque por exemplo no relatório da G balas ainda são consideradas dívidas de pessoas que já não estão a morar eh nesses nos bairros portanto já saíram não se percebe se despejadas se por outros motivos e portanto são dívidas incobráveis ou não não incobráveis há mas há algumas questões que nós podemos perceber olhando para esta realidade A primeira é a a taxa de incobráveis n alguns casos é muito elevada portanto Eh estamos a falar por exemplo poder chegar em Lisboa a 10% portanto da ou mesmo mais do que isso e sobretudo temos considerar muito elevadas porque e a renda média é 40 € portanto estamos a falar de rendas muito baixas na maior parte dos casos portanto eh haverá algumas rendas mais elevadas sobretudo nas as habitações mais recentes de rendas controladas para a classe média mas que são muito poucas São muito poucas habitualmente estas empresas TM Muito pouco muito pouco muito pouca intervenção há mesmo e em 2023 uma das políticas públicas anunciadas pelo anterior governo na área da do arrendamento tinha permitido arrendar em Lisboa uma casa portanto um grande e lisb boa é como como se sabe uma das onas do país com mais necessidade eh de de digamos com mais déficit e mais procura da Habitação e onde os preços são mais elevados e tudo é mais difícil mas eh Há este aspeto que é um aspecto digamos muito transversal acontece em muitas câmaras em todas as câmaras da mesma forma por exemplo Aparentemente a câmara do porto tem isto bastante mais controlado do que do que a câmara de lisb Lis boa e a câmara do Porto a taxa de incumprimento será muitíssimo mais mais baixa eh estamos a falar de e atenção o por no porto é uma cidade onde 12% da população vive em bairros e vive em bairros sociais cham ou camarários ou municipais ou ou problemática às vezes dá-se muitos nomes não é portanto e e e no aparentemente só 3% 35% do da receita é que não foi cobrada portanto haverá aqui algumas diferenças mas estamos a falar de facto de de alguma dificuldade em perceber esta realidade agora que ela existe existe e depois há outra coisa que é preciso perceber Porque é que ela existe portanto e aqui também e os dados que eu consegui recolher são insuficientes mas permitem perceber que há situações que são muito muito diversas há claramente situações de abuso portanto pessoas que não pagam porque perceberam que podem não pagar não lhes acontece nada dizendo de forma direta é isso eh e e muitos sítios de forma muito diferente pois H claro que há situações que eh nos relatórios por exemplo nesses relatórios mais detalhados das G balas aparecem situações de pessoas que por simplesmente por razões da sua vida já eram pobres já eram eh e e e Entraram na chamada insolvência não é portanto perderam uma parte dos rendimentos que tinham e portanto ficaram ainda com mais dificuldades e um dos sitos onde cortaram foi na renda que pagavam à Câmara a neste caso concreto H gebalis mas que é Câmara de Lisboa há de facto aqui situações que são que são diferentes há também situações que são situações em que os eh Inquilinos têm a perceção de que o estado de degradação a que chegaram as estas habitações e não justifica o pagamento hum portanto est f e há habitações de facto em muito mau estado há habitações em num estado incrível eu vou contar aqui uma história e que me deixou eu eu não conhecia não quer dizer conheço a Cidade de Braga mas não conheço este bairro em concreto é um bairro não é muito grande é o bairro chama-se e bairro do Picoto o bairro do Picoto a é um bairro que foi construído não muito longe do antigo a estádio 28 de Maio que era o estádio o o estádio de Braga antes de fazerem agora o da Pedreira Não era portanto era o Estádio Municipal agora o estádio da Pedreira o novo onde joga Sporting Clube de Braga portanto e era um estádio até parecido na sua arquitetura com o estádio com aqui o estádio do jamor em em Lisboa portanto era um estadoo um estádio do Estado Novo portanto Aquilo é uma Colina que há em Braga e ali foi construído este bairro do Picoto que rapidamente se tornou conhecido como bairro dos ciganos porque é 100% ocupado por famílias ciganas que foram para ali e transferidas depois de um processo enfim eh de promessas portanto elas estavam muitas em habita em tipo de habitação precária que ainda Acontece muito nesta comunidade e já lá vamos para ver um pouquíssimo mais em detalhe portanto estamos a falar de 50 focos portanto não é muito não é São bas ente duas bandas hum agora o que é extraordinário há aqui várias coisas que são suente extraordinárias primeiro o bairro hoje está a a cair aos pedaços de tal forma que o projeto da câmara é pura e simplesmente demoli-lo mas o bairro só tem 25 anos foi construído em 19 ou 26 1998 quer dizer como é que se constrói alguma coisa que é a fim de 25 anos já não tem solução possível como é que não se trata ou se deixa degradar ou permite quem lá vive de de grado não sei esses detalhes já houve casas ali que já foram abaixo porque a câmara já começou tirar lá algumas pessoas pior ainda pior ainda se possível o bairro foi construído pela câmara de Braga na altura dirigida por uma figura mítica chamada Mesquita Machado foi construído num rente que não pertencia à Câmara uhum pertencia à k diocese e nunca a gestão de de de Mesquita Machado resolveu este problema ocupou é um ocupante chegou ali ocupou pon rente que não era dela construiu o bairro e nunca depois se entendeu com arquidiocese os terren houve até uma altura em que havia e pode a história é impensável portanto a c ofereceu à aqui diocese por troca um terreno e que era de um campo de futebol assim uma coisa uma um pelado para e aqui portanto ambos avaliados à volta de 300.000 € a aqui dis acordou e a seguir a câmara fez uma rotunda nesse nesse campo e a coisa estragou-se outra vez esta gestão Ricardo de Rio já conseguiu fazer um acordo com a câmara e a coisa ficou com a câmara não com arquidiocese e portanto Mas pagou arquidiocese para metade do valor do terreno não é mas pronto tá cor de feito agora tem que se resolver aquele problema na naturalmente quem lá está não paga não é porque aquilo está num estado quer dizer naturalmente eu diria que acho que e enfim chove dentro das casas Aquilo é quase pior do que na rua mas como é que é possível acontecer isto e olha-se para para as fotografias eu não consegui andar aura ver quem era o arquiteto que fez aquele magnífico projeto Porque como é que se faz um projeto para Estar Neste Estado ao fim deste tempo mas é assim eu acho que é uma das coisas que se tem mesmo de falar que é a degradação da deste tipo de habitação eu acho que quando ela é construída é óbvio que eh em alguns casos noutros não mas em muitos casos realmente se faz uma opção se fazem opções que sobretudo tem a ver com as questões das das janelas da da opção por não colocar por exemplo mármore nos parapeitos eh não se fazerem determinado tipo de também no caso dos acessos das entras sim H às vezes às vezes limites de custo muito apertados até porque como é como é Tradicional em Portugal há regulamentos Para Tudo sim mas mas mas é muito interessante nós verificarmos em determinados bairros e eu por acaso passo regularmente por um que é ali na isan artau que que faz a ligação entre Lisboa Benfica e a Buraca e nós vemos o comportamento diferente das populações em predos que são rigorosamente iguais e construídos no mesmo sítio e portanto e todos da mesma época a única coisa que muda é a população e o comportamento dos habitantes de cada um desses edifícios e o o o o elevado grau de degradação de algum deles de alguns deles não tem comparação com o estado de manutenção dos outros que é normal mas mas e eu acho que isto também tem muito a ver claramente com Sim há não portas nem janelas há muito tempo e os outros têm tudo não é pode haver uma pana estragada agora eu penso que a a solução que foi sim mas muitas vezes o apel das câmaras também é aqui muito importante porque por exemplo eu acompanhei por razões vai lá por razões de conhecer os projetistas uma a construção de um bairro em Oeiras eh um bairro foi sobretudo na altura até para RJ timorenses que alguns daqueles estavam no jamor em barracas durante muito tempo portanto isto já foi construído enfim não faço ideia mas deve ter sido construído entre 30 e 40 anos entre o princípio do projeto e o fim à volta disso no outro dia tive por curiosidade fui lá ver como é que estava eu tinha ou visto na inauguração fui lá ver como é que estava e o bairro estava bem quer dizer é um bairro mais antigo que estes o bairro está bem quer dizer nem todas as casas havia casas que tinham sido Até recentemente pintadas percebia-se que estava que havia a liquidado os espaços públicos estavam que havia manutenção que havia manutenção agora isto há há aqui situações muito de facto muito muito muito diferentes há bem há um número aqui que me fez um bocado de impressão na na no caso da gebalis a gebalis tem que gerir imagina tem que gerir 1180 elevadores ora Os elevadores nestes em muitas destes destas habitações é são é uma coisa particularmente sensível porque haviam com muita facilidade sobretudo se não houver o cuidado há há há situações onde Às vezes o realojamento eh implicou mudanças de formas de vida muito radicais e portanto há aqui todo um eu estou a falar do lado da responsabilidade que as autarquias têm que ter no acompanhamento mas depois há claramente também problemas do outro lado e desse ponto de vista e se as autarquias não têm capacidade de pôr ordem e de e de dizer e impor regras mais do que ordem e impor regras as regras são para cumprir há coisas que não se fazem quer dizer eh não se de lixo para os para dentro das Caixas dos Elevadores uma coisa estranha mas acontece quer dizer não se despeja o lixo em vez de F cá baixo pôr o lixo que porta no contentor não se despejou lixo para dentro da da da da da caixa do elevador houve casos em que se em que se aconteceu não sei se continua a acontecer não se incendeiam eh contentores de de lixo situação que nós sabemos que que ocorre situações que ocorreram Agora durante estes distúrbios já não falo de incendiar os carros dos vizinhos portanto eh e o o o cuidado com o espaço público é é é é relevante uma das coisas que eu eu agora também já fui ao ao A bairro onde aconteceu onde doava Dair ao bairro do zambujal zambujal e de facto a estrutura urbana do bairro é muito simpática uhum portanto é uma estrutura que até integra e o o ac um um troço do aco das águas Livres portanto aquilo tem é uma estrutura simpática percebe-se que não está não está tão bem tratada como como poderia estar mas também depois é importante a forma como o espaço público é vivido porque uma das coisas importantes nestas zonas é é saber se há Comércio e para ha comércio é preciso haver segurança portanto ter a percepção de que não há assaltos que não há esse tipo de problemas portanto tudo isto é que cria uma estrutura orgânica que é como as coisas devem funcionar Ora bem para isso acontecer e é necessário que quem vive nestas nestas nestas nestes bairros Conheça as regras e as cumpra e portanto quando de repente há situações em que se começa a olhar para o vizinho e sabe olha ele não paga a renda ou ele deita o LX para onde não deve ou ele para o carro onde de uma forma irregular ou ele tá sempre tá está sem cois arrancou as peanas da casa ou estragou a porta de entrada A Edifício ou arrancou as caixas do correio Um dos problemas que existe em alguns destes edifícios é a questão da caixa de correio que apesar de tudo é importante porque as pessoas têm de receber comunicações e as pessoas têm de de de pronto do da da autoridade tributária ouje escrevem-se poucas cartas de amor são mais mensagens mas as pessoas têm dece est coloca-se meso não port portanto quem vive aqui tem tem tem que perceber que o vizinho do lado está a viver de acordo com as mesmas regras e que não é de repente alguém que para quem vale tudo e desse ponto de vista quando as câmaras municipais eh e nadamente e enfim falamos falamos de duas câmaras que são até dirigidas por socialistas quiser enfim Num caso não tem nada a ver com habitação noutro caso tem a ver com também tem a ver com a habitação que é Loures no caso de a Piara não tinha a ver apenas com outros tipo de apoios sociais quando há perceção pública das pessoas de uma injustiça relativa a vontade é não cumprir e toda a gente sabe que é assim quer dizer quando nós estamos num espaço limpo não deitamos não deitamos beatas PES para o chão quando estamos num espaço porco achamos Olha é mais uma é irrelevante fica faz dieren portanto isto não é um detal não isto não tem a ver com com com mais sensibilidade social ou menos sensibilidade social insensibilidade social é não perceber que se não houver regras as condições de vida daquelas pessoas se se degradam e que o ambiente também se degrada e desse ponto de vista há claramente desafios por exemplo eu falei deste bairro do Picoto onde me parece que Portanto o bairro de Gigantes como é que conhecido e eh em que me parece que a questão tem muito a ver com a forma como aquilo foi construído e colocado ali e aquela população agora o cumprimento de regras por estas comunidades é um dos Desafios que claramente as autarquias têm porque nós vamos lá ver nós hum hum às vezes Pergunta tu tens ideia eu encontrei uma um estudo que tem já 10 anos portanto atenção não os números podem não estar atualizados eh tu tens ideia Qual é a percentagem de portugueses de etnia cigana hum não há poucos dados 0,35% sim e de repente como é que uma coisa que é 0,35% portanto estaremos a falar e de 35.000 pessoas portanto basicamente é isso 40.000 pessoas mas nós não podemos ter censos que indiquem não podemos pois por isso é que gostava dizer como que podemos não podemos mas mas este levantamento foi feito Câmara à Câmara Câmara à Câmara foi feito Câmara à Câmara e as câmaras têm uma noção de quantos mais precisa mais precisa porquê Porque tem a noção porquê por duas razões primeiro porque tem a noção do que é a habitação e digamos não regular como como como se chama nestas coisas portanto eh e alojamentos não clássicos é o é o é o termo é o termo que os técnicos utilizam devem ser as barracas e o castelo de Guimarães Não não são as barracas são as tendas são aquelas coisas todas que nós há um lado de portanto todos sabemos que há um lado nómada portanto não já será minoritário mas mesmo assim essa uma percentagem significativa das famílias há 10 anos não sei como é que está hoje era 1/3 1/3 vivia naquilo que neste levantamento é designado como alojamentos não clássicos depois não vem nenhuma bolinha a dizer expli exatamente o que é que são alojamentos não clássicos nós imaginamos mas há outro dado que me que que que que que que me faz um fez um bocadinho mais isso aqui não me surpreendeu o dado que me surpreendeu foi perceber que nessa altura 48% Isto é metade metade das famílias ciganas viviam em Habilitação Social portanto temos uma uma uma digamos uma minoria que tem uma dependência eh enorme de de um serviço social porque para a habitação e se se isto corresponde ao às capacidades económicas dessa minoria às vezes sentimos que talvez não seja bem verdade não é e isso é uma daquelas questões que muitas vezes gera atenção e nós não podemos dizer ah os problemas não existem não existem porque nós sabemos que se houver perceção de injustiça eh e olha hoje há um da Helena Garrido aqui no observador precisamente sobre estes sobre sobre estes temas Helena Garrido trabalha em Lisboa mas mas mora na margem sul e portanto e numa zona eh onde a proximidade deste tipo de de situação é diferente e da perceção de quem vive aqui nas avidas novas portanto e muitas vezes parece que há que o espaço mediático ocupado por quem vive nas avind das novas ou no eixo como é que se como é que se chamava Lisboa Cascais ou Como dizia um o Lux frágil do do bairro al frágil não ou do bairro al frágil pronto enfim há a perceção de que quando há a noção que é tratamentos diferentes e hábitos diferentes e geram-se tensões que tem que T que ser abordadas e há às vezes uma forma de abordar que fingir que elas não existem e há outra forma de abordar que é isto tem que ser resol de alguma forma portanto eh tem que ser resolvido de alguma forma e portanto e por isso eh ações como algumas câmaras municipais têm desenvolvido no sentido de procurar resolver estes problemas não tem nada a ver com discursos eh secretários XF ou chegas ou coisas desse género não tem a ver com resolver problemas que existem não é apenas a questão das risem atrás deixa-me acrescentar outra coisa são as casas que de facto foram atribuídas mas que não estão ocupadas não estão ocupadas então estão ocupadas por outras funções quando se vive nas proximidades desse tipo de bairros percebe-se que passando com regularidade há eh cozinhas que estão sistematicamente às escuras à noite Ora nós sabemos que a melhor forma pros de ocupação do de uma casa é ver se regular claro que todas as todas as semanas há um dia que que a cozinha ou dois ou três que a cozinha ou umas semanas que a cozinha Pode não ter ninguém mas regularmente durante mes ver cozinhas onde nunca há luz à noite num Edifício eh e e e ser predominante num conjunto de habitações e de habitação social ou outra qualquer faz-nos pensar o que é que se passa neste prédio que aqui não há ninguém e isto é isto em alguns edifícios É frequente o porque também uma das coisas umaal é que não há qualquer tipo de fiscalização pois e e enfim procura-se que haja um bocadinho mais agora aparentemente mas estamos a falar de situações em que por exemplo no caso de Lisboa que tem de facto um parque portanto Lisboa são 60 a jebali Gere 66 bairros na verdade Gere 69 mas 63 em Lisboa não se Quais são os outros três que sobram tem eh onde mora onde moram mais de pessoas estamos a falar de praticamente 22.000 habitações uhum estamos a falar de de de de de portanto dos Tais 1180 elevadores e estamos a falar de uma uma parte significativa destas casas que estão desocupadas algumas Porque estão degradadas e estão a ser recuperadas mas outras que foram entretanto ocupadas ilegalmente porque também acontece muito também acontece com muita frequência e às vezes não são ocupadas para a habitação são ocupadas para negócios Ilegais para ser franco para ser direto ir direto ao assunto para não fugir dos temas