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[Música] Olá Alexandre Amém Cristo obrigado por ter aceitado meu convite obrigado Ricardo Ou seja a educação para mim desde sempre foi algo que sempre que acho que é um dos Pilar fundamentais de um país e acho que eu passei que é aquele que pode pode
Mudar um país Isto é que pode permitir a que se funcionar bem e depois já podemos falar sobre isso o elevador social e portanto as pessoas têm capacidades possam crescer e possam atingir os seus objetivos uma coisa também que ao longo de já muitos anos a falar com muitas
Pessoas sobre a questão da educação eu tenho a minha opinião mas já nem me interessa mais a minha opinião Ou seja eu gostava um bocadinho a pessoas que eu sei que pensam mais visto do que eu e é o caso do Alexandre diga-me O que é que acha
E fazer só o que um prego a minha experiência de é muito difícil só mudar coisas principalmente mudar coisas que já estão de tal forma enraizadas já criaram tantos problemas já criaram tantas tantas já já identificaram tanta coisa que muitas vezes mudar é tremendo e a mudança é difícil em Portugal ainda
É mais difícil de qualquer maneira usando o bom senso e o conhecimento O que é que te podia ser feito para melhorar o edifício da educação em Portugal a pergunta difícil porque as mudanças na educação tem duas características que se tornam particularmente exigentes A primeira é que como o sistema educativo português e
A estrutura enfim de políticas públicas que enquadram ou suplemento que eu tive português são muito centralizadas e portanto o que que isto quer dizer quer dizer que alterações sejam feitas eh em determinada área do suficiente educativo tem geralmente implicações que faz tipo um Efeito Bola de Neve aquilo começa a
Ficar cada vez maior e portanto uma alteração se quer pontual de repente tem implicações muito grandes outras áreas e portanto daí os bloqueios que é há uma uma tentação da parte de quem toma decisões políticas públicas em evitar mexer em em áreas onde Possivelmente terão implicações grandes e com muitas pessoas envolvidas
Porque apesar de tudo estamos a falar de um sistema educativo que tem cerca de 140 mil professores no total cerca de 110 a 120.000 nos quadros do ministério de educação e portanto é muita gente sem falar depois dos auxiliares e todas as outras pessoas que estão ligadas às
Escolas e portanto há uma certa resistência a mexer precisamente por causa da dimensão e do centralismo já existente o outro a outra questão é que é a educação do ponto de vista também política e eu acho que estes são dois obstáculos políticos que levam a que não se façam grandes alterações no sistema
Educativo é que na educação os resultados demoram bastante tempo a aparecer ou seja não há Soluções Milagre para por exemplo recuperação da aprendizagem ou para conseguir nivelar desigualdades sociais que possam existir à entrada da escola e portanto nós até costumamos dizer que enfim uma medida aplicada numa num grupo
De alunos desde o início da sua escolaridade geralmente para depois ser medida esse impactos pode demorar até 15 anos não é portanto é são são processos lentos agora com estas ressalvas que ajudam a explicar um bocadinho porque é que não se faz tanta coisa que se poderia às vezes fazer
Outra parte então da pergunta que é porque é o que é que se poderia fazer não é o que que é ângulos de de reforma é que se poderia explorar E aí acho que a dois ou três pilares chave que podem ser alvo de boas discussões e e de fim de
Uma reflexão de políticas públicas que pudessem envolver os partidos uma delas tem a ver com a organização dos recursos humanos eh que são muito centralizados e portanto dar mais poder de decisão às escolas sobre quem é que são os seus professores Que perfil é que eles devem ter perfil de experiência perfil de
Enfim de Formação etc e isso atualmente não é possível e acho que seria um grande ganho para as escolas se elas pudessem fazer também ganhamos bastante eu acho com um equilíbrio na autonomia da escola ou seja dar mais autonomia às escolas na parte pedagógica e equilibrar essa essa
Autonomia com uma avaliação no sentido da monitorização do sistema que era ter por exemplo provas sistematizadas eh nos finais dos ciclos de estudo precisamente para nós sabermos O que é que está a acontecer porque nestas coisas é um bocadinho como enfim é como ter uma bússola ao cometer
Um ou como fazer um exame de de rotina de de diagnóstico médico quer dizer nós podemos fazer intervenções mas nós não medirmos os seus resultados ficamos sempre um bocadinhos às escuras sobre o que é que está a acontecer eu acho que se conseguíssemos melhorar essa parte da avaliação e monitorização
Do sistema educativo acho que também ganhamos muito sobretudo porque depois eu acho que isso faria com que houvesse efeitos Ah enfim efeitos na sociedade civil que é nós quando sabemos Um Algo Se tivermos sem informação nenhuma não conseguimos discutir nada mas assim começamos a ter informação começamos a
Querer saber mais começamos a querer perceber melhor porque é que há diferenças porque é que as escolas que melhor do que outras porque é que há alunos que aprendem mais rapidamente do que outros e esse gênero de perguntas leva a que se continua a investir em investir e à procura de melhores
Soluções mas para essas perguntas aparecerem nós precisamos de informação de dados e E isso tem faltado muito importante só para não alongar aqui na resposta eu acho que estes dois pilares seriam bons focos de de reformas nas políticas públicas seria descentralização na parte da contratação das pessoas nomeadamente
E a parte da avaliação e monitorização do sistema educativo eu acho que se fizessemos uma das duas seria fantástico as duas acho que seriam de facto uma melhoria estrutural no funcionamento do fechamento educativo agora depois eu peço engraçado uma coisa que disse que já ouviu muitas vezes e que é verdade mas é
Uma verdade que que eu ouço a dar 30 anos que é mudanças na educação demoram 15 anos eu já ouvi várias vezes já ouvi eu lembro e há uma coisa já falei sobre isto lembro-me perfeitamente numa conferência sobre educação não tenho a certeza penso que foi Universidade
Católica não tenho a deixar não tem a certeza que foi em que alguém dizia até se não me engano disse assim vamos mudar a educação são preciso de 30 anos e eu lembro perfeitamente era o novo Engenho e nas perguntas e respostas disse uma coisa Desculpe lá mas são
Persiste 80 anos não era melhor começar já isto deve ter sido para aí aos 30 anos e portanto passar 30 anos nós continuamos a dizer que são precisos não sei quantos anos e parece que nunca começamos não é verdade porque assim fomos começando de muitas maneiras mas depois ainda a
Segunda parte começando dizia que eu concordo a questão dos professores eu vejo isto fora aianes e anos e não Estou envolvido por dentro não tenho nem sequer tem pessoas da família que esteja apesar de ter amigos és completamente inala este processo de colocação das pessoas acham uma coisa indescritiva
Acho que é própria de um país de terceiro mundo colocar a pessoa centralmente uma expressão traz os montes no Algarve destruir a vida das pessoas a verdade é que não se consegue mexer isto desde sempre e mais do que isso quando se falou em dar autonomia às escolas e a contratar localmente os
Professores eu até compreendo ou seja há ninguém acredita no sistema mas foi o fim do mundo ou seja os próprios professores que eu imaginavam aqueles que iam dizer sim queremos isso não querem quer dizer como é que como é que nós temos este bloqueio pois de facto na parte da contratação dos
Professores há aqui várias nuances A primeira é se calhar porque é que os professores desconfiam tanto de alterações às regras das suas carreiras e da sua enfim regras da contratação e carreira e portanto terão que são no fundo do enquadramento daquilo que vai gerir a sua vida profissional durante durante o exercício
De facto eu a gente tem que compreender que há aqui uma gestão de expectativas que é dizer um professor que esteja a trabalhar há 20 anos de repente já está já passou por muitos obstáculos da carreira e de repente quando lhe dizem agora vamos mudar as regras Eu
Compreendo que seja assustador e que gera uma reação negativa da parte dos professores sobretudo porque se tem que essas regras não sejam favoráveis e e portanto há aqui muitas resistências há também alguma falta de capacidade de comunicação dos agentes políticos quando quando pretendem fazer essas alterações agora também há uma grande falta de
Visão reformista que é esta As Reformas sobretudo nestas áreas que envolvem neste caso os professores ou seja e não é por serem as pessoas em particular é porque envolve os professores são muito profissionais portanto em termos de volume é muita gente com características muito diferentes o corpo docente tem pessoas muito enfim
Tem perfis muito diferenciados e e de facto quando se quer reformar nessa área tem que se ter capacidade negocial para enfim conseguir encontrar um equilíbrio entre aquilo que os sindicatos que são os representantes dos professores nas negociações vão pedir que muitas vezes são a manutenção das regras que estão em
Curso que são as regras que eles conhecem dominam e com as quais estão a contar e têm as suas vidas organizadas e e que são centralização total é a maior parte das vezes até algumas vezes até total no sentido em que é ultrapassar já aos níveis existentes de centralização E
Isso acontece os e alguns indicados fazem no promotivos ideológicos mas não é uma parte das vezes há aqui um um uma razão O que literista que é a força de um sindicato é tanto maior quanto o seu parceiro de negociação força a uma pessoa não é neste caso se tiver que
Negociar apenas com o ministro a força reivindicativa do sindicato é muito maior do que se tiver que negociar com milhares de diretores de escola não é e portanto é muito mais conveniente ter o processo Centralizado agora os Ministérios quando querem fazer reforma nesta área tem que ter uma visão eu acho
Que essa visão tem faltado Por exemplo agora quando o ministro João Costa tocou no assunto no início do ano letivo e tentou enfim lançar uma primeira pista sobre o que poderia ser uma reforma na contratação dos professores dando de mais autonomia enfim às escolas ou por
Via dos Municípios ou por via dentro da autoridades regionais não ficou muito bem definido qual seria a fórmula esta ideia para funcionar tem que ter uma contrapartida ou seja tem que por exemplo vou dar um exemplo de uma de uma hipótese aqui temos no campo da teoria
Não é Ou seja das hipóteses que poderiam ser portas na mesa mas já que já que temos muitos professores a sair do quadro até 2030 e muitos entre 2020 e 2030 uma saída de quase 40 de 40 a 42% dos professores do quadro isto era uma oportunidade muito boa para as novas
Vinculações ou seja aqueles que entrassem agora nos quadros os o regime de conhecimento dos quadros fosse feito com novas regras e portanto E durante algum tempo manter um sistema híbrido enfim voluntário quem quiser dos que estão já na carreira há mais tempo quisessem aderir às novas regras
Pudessem aderir quem entrasse de novo é que já entrava com regras novas e essas regras novas podiam ter impactos na carreira na avaliação enfim poderia fazer uma espécie de transição gradual aproveitando aquele time específico que nós tivemos que era um time de uma grande mudança de quadros por razões naturais de de
Ida para a reforma das pessoas esse pensamento prospectivo digamos assim de planeamento não foi feito e quantos começa a resolver o problema começa-se a resolver o problema já com enfim diria com a casa em Chamas não é Ou seja tipo eu preciso chamar os bombeiros não houve um planeamento prévio
E nessas alturas é muito difícil resolver os desafios Porque já já as posições extremaram por desgaste de ambas as partes e portanto de repente começa a ficar muito difícil encontrar consensos acho que o bloqueio que nós estamos a viver hoje em dia é precisamente Esse é houve uma oportunidade que não foi aproveitada
Para reformar e ou não se ter aproveitado alongou-se um desgaste que agora quando rebenta torna muito difícil encontrar soluções até porque depois o contexto internacional e nacional não são não são facilitadores até do ponto de vista orçamental para encontrar enfim formas de compensar no período da transição as pessoas portanto as políticas públicas
Uma das razões pelas quais delas funcionam melhor ou pior não tem a ver sobre se as ideias são boas tem mais sobretudo a ver se elas são bem implementadas porque boas ideias é muito fácil de ter tudo em conferências O problema é que depois quando elas não pode terreno Elas têm
Que estar alicerçadas em estratégias para que resultem para que funciona para que para que no fundo da sua implementação seja bem sucedida a minha pressão é que como não há este pensamento assim perspectivo esse essa estratégia de implementação não são bem Preparadas eu não serem bem Preparadas de facto depois perante obstáculos
Normalmente elas caem e e ao que nós estamos a assistir agora também e depois o diga eu acho eu acho acho muito interessante essa ideia do no fundo de um sistema um bocadinho Dual ou seja dos novos os novos entrarem no novo sistema e respeitar-se e respeitar-se as
Expectativas daqueles que já que já passaram as amarguras esse sistema e que obviamente têm medo de passar pro resto e e concorrem absoluta até com a minha experiência na Minha Vida Empresarial que é muitas vezes o Diabo Está nos detalhes O Diabo Está na execução de estar implementação mas as ideias também
São muito importantes há bocadinho que falava da questão da avaliação quando já havia um edifício que já estava mais ou menos estava ali que já havia um conjunto de avaliações o que aconteceu nos últimos anos é que tem vindo evoluir o princípio da avaliação e neste momento já começa a ser difícil ou
Se quer se ver o que é que se avalia quando é que se avalência quer avalia mas eu eu não queria tanto para aí a questão também importante de facto eu acho que é fundamental e acho que tem consequências eu posso só aqui dar aqui um exemplo mesmo que não entreguemos
Muito no tema só para explicar porque é que isto é importante quando nós monitorizamos e eu não quero entrar naquela conversa do facilitismo o que é que é facilitismo não é esse o ponto o ponto é que é mesmo esta é se nós não estamos a monitorizar o que
Está a acontecer não conseguimos corrigir os problemas e nós tínhamos mecanismos de avaliação desde o início dos anos 2000 até 2015 portanto tivemos ali uma série estatística de dados sobre alunos do quarto ano do 6º ano do 9º ano do secundário que permitiam comparações ao longo do tempo
E permitir um diagnósticos constantes e esse Edifício digamos assim da avaliação caiu E isso tem consequências uma das consequências é por exemplo nós hoje estamos a discutir programas de recuperação de aprendizagem no pós covid na pós pandemia sem se conseguir ter uma medição de qual foi a perda da
Aprendizagem ou seja temos um programa de políticas públicas do governo para recuperar uma aprendizagem portanto para recuperar de um dano que o governo não tem instrumentos para medir não conseguia medir não conseguia medir porque tinha mecanismos de motivação e portanto isto agora é muito Evidente no caso excepcional de uma pandemia e portanto
Faz-nos muita falta neste momento excecional mas também faz falta no dia a dia no todos os dias e essa ausência e continuar a fazer se sentiria de facto eu acho que é de facto um problema estrutural que devia ser finca os partidos ah deviam por na primeira linha das suas prioridades
Sem dúvida e concordam disso é uma coisa que quando eu olho quando olho ao longo desses anos todos é que vem olhando e olha para para o sistema educativo público A diferença é que como não há um iceberg mas bem diferente portanto não afunda de
Uma vez Agora a questão é que ele está afundar e está afundar e está afundar e irresistivelmente porque nós temos uma uma os professores uma classe cada vez mais envelhecida e Como dizia há boca por cento vai-se reformar nos próximos anos não há entradas de novos professores que estejam a como matar
Essas saídas mas ao longo destes anos todos com tudo aquilo que publicamente trouxe para o espaço público Permanente em que tornou uma esta minha opinião uma uma categoria profissional que era respeitadíssima que era o professor hoje praticamente ninguém quer ir para professor isto obviamente estou exagerar
Mas isto é a maior parte dos jovens qualificados e com capacidades escolhe outras profissões que não professora até por aquilo que ouve e portanto como é que eu vou entrar no edifício onde ao fim de 20 anos não sei sequer onde é que pode estar onde toda a gente tá na rua
Permanente em greves onde toda a gente diz que aquilo é mau todos todas as maneiras e portanto nós começamos a chegar Estamos numa situação e esta e esta é um facto hoje e ele começa a achar que começa a ser revestido ok É claro que comédia a grande custo que
Está a retirar os seus filhos da escola pública para escola privadas ou seja paga impostos para da escola pública está a pagar o custo de ter duplo de ter os filhos na escola privada e não também não é os Picos são aqueles que muitas vezes com dificuldades querem o melhor
Para os seus filhos querem que os seus filhos através da educação melhor em vida e já não acreditam coisa que acreditava por exemplo a minha geração que a escola pública eles podia dar isso ora isto chega um ponto em que conta e este ano que eu olho só vejo greves
Permanentemente a escola sem professores é é conflito permanente ou seja como é que isto pode chegar a uma uma altura em que não tem uma solução ou melhor tem uma solução que é o edifício Vai que vai ruindo e portanto vai havendo uma alternativa que é alternativa privada
Mas isto é terrível quer dizer aí há vários há vários Desafios que estão aí e que têm razões de ser tentar aqui fazer o enquadramento até um bocadinho histórico sobre o que é que está a acontecer o sistema educativo português em democracia tem como que três grandes momentos
E que são momentos de grande sucesso seja uma melhoria extraordinária dos do sistema educativo da qualidade do ensino da formação dos professores do desempenho dos alunos e que percorre este período todo quer dizer temos ali um período a partir dos anos 80 enfim que estou aqui a apanhar a transição democrática
Finais de 70 mas sobretudo dos anos 80 em que o objetivo era pôr alunos na escolas e porque tínhamos muitas crianças que não frequentavam a escola a partir de criminalidade depois tivemos e estou aqui a tentar simplificar para para ser rápido depois tivemos uma questão de qualidade que é a
Partir ali dos anos talvez finais dos anos 90 mas sobretudo é inícios enfim a partir de 2.000 quando tivemos avaliações internacionais como mostraram que Portugal tinha do ponto de vista de desempenho dos seus alunos um desempenho abaixo de muitos dos seus países enfim parceiros no contexto europeu e Internacional
Houve uma preocupação maior com a qualidade e portanto demos aqui um pulo de conseguir pôr as crianças da escola a conseguir que ela já está na escola tivessem uma melhoria de qualidade na sua formação os professores fazem parte deste percurso que é ao início quando era preciso pôr mais crianças na
Escola foi também preciso recrutar mais professores e portanto a profissão de professor na altura era apelativa também pela sua empregabilidade porque havia uma grande necessidade de recrutamento de professores Depois temos a parte da qualidade que envolveu a preparação e formação dos professores e portanto aí um grande desenvolvimento na parte da formação dos
Professores que também foi um grande investimento na parte das pessoas portanto é que este é esta evolução não foi só em infraestrutura não foi só construir enfim foi também a preparação dos recursos e agora Estamos desde os anos 2000 enfim quando atingimos bons desempenhos no pisada mostrarmos que tínhamos uns exemplos competitivos internacional
Necessidade de diversificar o sistema educativo nas ofertas aos alunos e aqui sim é um grande desafio porque diversificação obriga a que também haja da parte dos professores que tanto que acompanharam todas estes grandes momentos na parte da diversificação do sistema educativo aquilo que diz respeito aos professores implica que as
Escolas lá está tenham autonomia para recrutar porque uns professores não são todos iguais e alguns terão melhor preparados para determinados alunos ou para determinados contextos diversificação nas formações etc e isto não está a ser feito e para nós não estamos a preparar-nos para esta fase da diversificação que os
Sistemas educativos enfim a nível internacional se estão a investir e isto causa aqui um conflito de expectativas também em relação à profissão docente que é a carreira e enfim a carreira a avaliação tudo o que diz respeito aos professores o recrutamento foi pensado para as primeiras duas fases em que era preciso
Recrutar muita gente por causa dos alunos que queríamos pôr nas escolas e depois foi preciso formá-los em bloco porque tínhamos que garantir níveis de qualidade na sua formação agora que nós queremos maior flexibilidade temos que quebrar com o sistema que vem para trás e isto é que é um grande desafio do
Ponto de vista das políticas públicas porque de facto o edifício que se construiu até agora é muito rígido e isso é que é de fato difícil de fazer e não está a ser feito O que é que enfim onde é que isto nos coloca Hoje em Dia em relação à
Profissão docente coloca-nos num conflito de expectativas primeiro empregabilidade nos anos 80 90 a empregabilidade dos professores era muito mais elevada do que agora e portanto até do ponto de vista da atratividade da carreira nessas condições é muito menos apelativo para um jovem do ponto de vista das remunerações também era uma carreira
Que dava certas garantias de qualidade de vida de classe média a nível topo de carreira até a níveis já de rendimentos relativamente mais elevados para os níveis de padrão da sociedade Portuguesa e portanto já era mais apelativo do que é hoje comparativamente a outras profissões que
Querem o mesmo nível de formação e tudo e depois lá está e depois também aquilo que o Ricardo dizia que é o desgaste de imagem pública que já não tem a ver diretamente nestas com este contexto de enquadramento histórico mas tem a ver com a presença negocial e política dos
Representantes dos professores e do desgaste da profissão e também aquelas reportagens muito habituais início de ano letivo de professores que estão deslocados e longe das suas residências e que tem custos enormes emocionais e financeiros de andarem a correr o país longe das suas casas para dar aulas e
Para no fundo conseguirem progredir na carreira tudo isso criou uma imagem da profissão do nesta casa portanto as pessoas ser pouco compensador do ponto de vista de escolha de vida quando um jovem pode optar por outras consequência em termos práticos e do ponto de vista estatístico que é que nós vemos vemos
Que de facto os alunos com melhores desempenhos no secundário quando têm que escolher qual é a profissão que querem tendencialmente vão para outros cursos e portanto não escolhem a profissão de professor e aqueles que escolhem a profissão de professor em média em média sempre em
Média são alunos que têm notas de fim de secundário que São relativamente pouco competitivas para outros cursos e portanto mostram-nos que de factos aqueles alunos mais enfim com melhores resultados com mais provas dadas no seu percurso escolar não Estão interessados em ser professor agora isto não é um
Problema só Português é um problema que atinge outros países também e é um problema particularmente difícil de resolver porque enfim não há Varinha Mágica nem é porque Decreto que se tornam uma uma carreira Atrativa não é agora isto agora entramos aqui no naquilo que é que de facto da minha a
Minha visão sobre este assunto Ou seja a minha opinião é o modelo atual já falhou e que estamos a alongar e ações e e este alongamento perdura faz perderá o problema e torna ou cada vez mais difícil de resolver não é com uma carreira que não reconhece o
Mérito tem um jovem cheio de vontade de fazer a diferença mas depois ser ultrapassado por um mal Professor quer dizer reparem se a antiguidade é um fator decisivo para a probabilidade de conseguir a colocação numa escola que se pretende então um professor que seja menos enfim
Que ajude mesmo dos seus alunos mas que já esteja há 20 anos no ativo vai ficar sempre à frente daquele professor que já só tem cinco ou seis ou sete ou 10 anos de serviço mas que é um professor extraordinário e portanto este Professor extraordinário será sempre ultrapassado
Por via de antiguidade e isto não é relativo um jovem com talentos e queira fazer a diferença percebendo as regras do jogo vai pensar não eu se calhar vou fazer a diferença onde dessa diferença seja reconhecida e portanto neste momento um sistema não reconhece e ao não reconhecerem Eu presumo que seja
Pouco apelativo aos tempos ali uma reportagem que que ficou marcada também leu que foi que saiu Se não me engano no caso uma professora Portuguesa que há 20 anos estava em Portugal e portanto nesta nesta definição incrível até que um dia de mudança passo isso candidata-se uma escola durante um ano
Segundo membro banho do que estava lá teve lá na escola um bocadinho a aprender ou seja a aprender sobre a escola e a e como mentor que entrou com ela ao fim do ano foi contratada como efetiva ou seja aquela história eu se fosse professor em Portugal e Lia aquela
História ainda por cima no mundo a estar cada vez mais globalizado onde o problema da procura de bons professores é é um problema na Europa toda e portanto o que eu quase me perguntava como é que um jovem professor não está neste momento a procurar emprego em
Qualquer país da Europa menos aqui que aquilo era tal forma evidente que faz sentido e é tão evidente que não faz sentido este modelo seja que é que às vezes ele faz filho não é Não já não tou a falar daqueles que têm muitas responsabilidades são mais velhos Mas os
Que são jovens têm possibilidade e que hoje em dia falam inglês e que hoje em dia viagem e conhece e tem mobilidade como é que ainda estão aqui e eu acho que vai acontecer é que vou estar cada vez menos a cada vez menos ou seja honesto caso invertendo há cada vez mais
Jovens a ir para fora isto tem muito a ver não só com falhas do mercado de trabalho e em Portugal mas também com o a maior coesão digamos assim europeia sobretudo no espaço europeu não é porque os jovens hoje em dia viajam muito mais e tem um
Contacto e uma e olham para o mercado de trabalho já com uma perspectiva europeia e não tanto ah fechada aqui no no caso de português agora de facto Isto vai acontecer cada vez mais eu acho que cada vez mais provável que as ofertas nos estrangeiro possam ser competitivas
Agora nem todas as disciplinas poderão permiti-lo com a mesma facilidade nem todos os contextos portanto não será uma solução para todos os jovens que queiram fazê-lo agora naturalmente que alguns certamente e e o risco nós vamos encontrar soluções para isto e uma das soluções é nós começarmos a recrutar professores que não passaram
Pelos cursos de formação de professores ou seja contratar mais pessoas que tenham licenciaturas em áreas científicas que possam ensinar nessas áreas científicas apesar de não terem feitos uma formação específica para professores no seu mestrado e isto vai ser uma necessidade porque quando faltar em professores a solução da rede pública
Não pode simplesmente não pode não pode ser simplesmente dizer não tenho uma resposta para estes jovens e portanto para para dar uma resposta vai ser preciso recrutar fora daquele que é o enfim a bolsa normal onde se vão pescar professores para as necessidades da escola e da rede pública
Quando se fizer isso vamos ter aqui um desafio que é da aceitação de todos de todos dos professores que vêm novos colegas que tiveram um percurso de Formação diferente do seu a entrar na escolas e também da sociedade civil e dos Pais neste caso em particular que
Vêem todas a chegar à escolas que não passaram pelo percurso normal de formação de professores e vai haver naturalmente uma desconfiança sobre a qualidade da oferta que as escolas vão conseguir dar Com estes novos profissionais eu acho pessoalmente que é uma oportunidade das escolas terem pessoas com perfis de Formação
Diferenciados lá dentro e que isso vai ser uma uma fonte de enriquecimentos daquilo que consegue ensinar e do acompanhamento que se faz aos alunos agora eu sei que esta minha posição é minoritária e que a maior parte entre os professores e mesmo até em anos pais a
Desconfiança será um fator muito forte e o desafio de um governantes ou de quem estiver a lidar com políticas públicas neste momento é garantir que a desconfiança sobre a rede pública porque a desconfiança neste momento existe e há bocadinho o Ricardo falava disso sobre uma transição para muitas famílias da escolha do privado
Portanto neste momento na sequência de falhas durante a pandemia que este muitas escolas da rede pública falharam ainda a resposta aos alunos durante a pandemia agora com as greves e com a instabilidade que isso implica ah a perceção que as famílias têm sobre a escolas da rede pública piorou Ou pelo
Menos podemos supor que piorou porque a percentagem de jovens de crianças matriculadas no privado Aumentou e portanto há mais famílias a fazer esforço naturalmente as famílias ricas Ah que é um bocadinho simples dizer isto porque estamos a falar de percentagens bastante elevadas e no secundário percentagens que ultrapassam enfim os
20% e portanto naturalmente que não há 20% de famílias ricas ah em Portugal portanto há este desafio de desconfiança sobre a rede pública que já existe hoje em dia e é este desafio vai ser acrescentar um novo desafio que é a solução para a falta de professores poderá implicar recrutar pessoas de
Outras áreas profissionais e quando isso acontecer é preciso explicar contra a voz dos sindicatos que vão dizer isto é o abandoalhar da qualidade da formação das escolas os sindicatos vão querer manter Enfim uma espécie de proteção de classe profissional e não ter pessoas a vir de Fora dar aulas e tentar explicar as
Pessoas que isto pode ser não problemas uma solução de qualidade desde que haja um enquadramento devido lá está entramos naquela fase aquela aquela primeira resposta que eu dei há bocado sobre a implementação Isto pode correr bem ou mal consoante o enquadramento e de implementação que for decidido fazer
Porque isto vai ter que ser inevitavelmente feitos agora se for feito sobre os joelhos vai correr muito mal se for feito com algum planeamento eu acho que poderá ser uma solução do futuro e muitos países estão Aliás a fazer isso tão a recrutar pessoas com outras vidas até até com outras
Experiências profissionais passadas precisamente porque há um lado que a necessidade e por outro lado é também um lado que é perceber que a escola mudou e que pode beneficiar dessa experiências e desses contactos com outras pessoas com outros profissionais é uma questão agora é de saber como é que Portugal vai fazer essa
Transição E quando é que o fará olhando para o calendário digamos assim já não falta muito tempo até estarmos aqui de facto um risco de inclusão portanto eu acho que nos próximos dois anos vamos ter que ter uma conversa muito séria A nível do país sobre estas soluções caso contrário vamos cair no
Improviso ou Sandra Sem dúvida Muito obrigado e vamos acreditar que sim porque a educação não há nada tão importante para a minha opinião como a educação para para melhorar este país e para o futuro dos nossos jovens Muito obrigado um abraço um abraço [Música]
1 comentário
O descentralizar pode levar ao efeito cunha… Se realmente todas as escolas selecionassem quem realmente está mais adequado ou iriam contratar os amigos…