Vídeo: Porque aumenta o bullying no jardim de infância?

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[Música]
PT bem-vindos a mais um Porque sim não é
resposta com o psicólogo Eduardo Sá
retornado depois de umas mini férias Olá
Eduardo Boa tarde
Olá J Olá Bruno Olá Eduardo rado
bem-vindo bem-vindo de
volta sentimos a sua falta mas agora
esta semana muit obgado eu a vossa Esta
semana vamos pôr tudo em dia e para hoje
para segunda-feira e temos um tema muito
interessante talvez pouco falado
h o Eduardo fala-nos de episódios de
bullying no jardim da
infância episódios que existem cada vez
mais no jardim da infância H Eduardo
Isto é verdadeiramente um
problema hoje dito eu acho que é
verdadeiramente um problema e é um
problema por uma razão simples porque
não são eh episódios eh muitos passados
no tempo São
episódios mais ou menos instalados em
muitos jardins de Infância debaixo do
nariz das educadoras e das auxiliares
das direções naturalmente também desses
jardins de infância e com os contornos
que nós identificamos nas crianças mais
crescidas havendo assim uma criança que
funciona
como líder do grupo duas ou três que
funcionam como eh escudeiros para aquilo
que for necessário fazer e depois H bom
relacionam-se com as crianças mais
sensíveis mais frágeis mais ingénu
aquelas que de alguma forma não estão
sempre à defesa e que portanto acabam
por estar muito abertas às
felicitações sendo em muitas
circunstâncias muito
maltratadas muito excluídas muito
marginalizadas e isto no Jardim de
Infância nota nós estamos a falar de
crianças que estão entre os quatro e os
5 anos a caminho do primeiro ano de
escolaridade não era suposto que fosse
assim não era sequer suposto que os
jardins de Infância estivessem
distraídos para uma realidade destas
como muitas vezes parecem estar Mas de
onde é que vem essa capacidade de
organização para o mal
or eu eu acho que ess é por é mimetismo
é não Não acho que seja eu acho que essa
é a parte mais delicada mas ao mesmo
tempo mais importante para nós
conversarmos
quando eu às vezes olho para as crianças
que me vão chegando
frequentemente a mim fica
fica uma certa inquietação quando eu
sinto Muitos pais na ância note-se de
lhes darem o melhor sinto uma grande
inquietação quando eles põem sobre as
crianças um peso e uma responsabil ade
grandes de pais eu eu percebo que os
pais queiram muito que os filhos sejam
felizes mas às vezes colocam sobre os
filhos a responsabilidade de
concretizarem todos os sonhos que os
pais não levaram a efeito e que De algum
modo acabam por ser objeto de alguma
vaidade dos próprios pais e aquilo que a
mim me preocupa é que os pais sem se
darem conta e já agora nós muitas vezes
da mesma forma parecemos alimentar uma
dimensão um bocadinho
supremacista nestas crianças muito mais
do que darmos lhes a mão para que elas
façam como é suposto que façam ao longo
do crescimento bom e episódios de
superação eu passo a vida a escutar os
pais dizerem aos filhos desde muito
pequeninos que eles podem Eh claro que
só querem que eles sejam felizes é o
Claro
mas que depois eles podem escolher o que
quiserem fazer um dia mais tarde tem têm
o têm claro que os pais não fazem isto
por mal mas mas vinca de uma maneira
muito elevada têm que ser muito bons
naquilo que eles vierem a fazer e e as
crianças começam a ter sobre si uma
responsabilidade que não é muito
razoável se nós associarmos a isto a
dificuldade de Muitos pais dizerem não
a forma como poupam no sexto sentido no
bom senso e na sua convicção de paz e
usam fórmulas e fórmulas sempre tentando
insuflar um crescimento muito
precipitado muito egocêntrico destas
crianças evidentemente quando elas
chegam à escola adotam uma atitude
igualmente egocêntrica e tem um pouco a
ideia de que no fundo o crescimento não
se faz faz muitas vezes com os outros
mas faz em muitas circunstâncias contra
os outros e isto tem vindo a banalizar
de uma forma muito assustadora talvez
porque os pais tenham cada vez menos
filhos talvez porque sejam cada vez mais
informados mas nem sempre as fontes que
buscam os ajudem como deve ser mas isto
começa a ser muito frequente nos
diversos jardins de infância que todos
nós vamos conhecendo Hum e e onde é que
começa começa em casa essa falta de
limites ou começa na escola não começa
em casa hoje dito começa em casa esta
ideia que alguns colegas meus porventura
alimentaram parece muito preocupante
esta ideia que passa por eh se Construir
aquela frase do género o não traumatiza
as crianças
como se no final de contas os pais
fossem todos pais um bocadinho a medos e
a determinada altura ficassem quase
desconcertados dito quando nós dizemos
assim olhe mas S convicção entende que o
não é não por favor o não é não meos
pais dizem mas eu tenho que explicar
quantas vezes e nós dizemos não não não
precisa de explicar uma criança
inteligente é tão hábil e tão intuitiva
a perceber as razões mais ou menos
presentes mais ou menos remotas que os
pais levam por diante quando dizem o não
que de repente quando os pais explicam
parecem estar sempre a ser pais a medo e
estas crianças chegam à escola com um
ego do tamanho sei lá do que e acham
obviamente que outras crianças que não
têm o mesmo tipo de atitude são crianças
que não lhes merecem um mínimo respeito
e é nestas crianças que estes meninos
muitas vezes atacam de uma forma que é
muito pouco razoável e portanto sim vem
de casa vem dos pais não que os pais o
façam com uma intenção de prejudicar os
filhos pelo contrário mas o que é muito
importante que os pais não percam de
vista é que os prejudicam muitíssimo
mais do que eles imaginam o Eduardo há
pouco dizia que os pais têm esse tipo de
postura e passam essa essas mensagens
aos filhos porque também têm menos
filhos isso também faz com que os pais
hoje sejam
H recebam menos bem as críticas ou ou
alguns reparos que lhe possam ser feitos
por exemplo por professores e educadores
em relação ao comportamento dos filhos
sim sim sim sim sim ó Bruno as crianças
de facto têm poucos irmãos são filhas de
pais cada vez mais velhos têm cada vez
mais recursos parecendo que não têm eh
não são tão educadas por uma família
alargada são sobretudo educadas por
famílias nucleares
eh São pouco contrariadas e portanto têm
menos tolerância à frustração e este
pacote todo imenso faz com que em muitas
circunstâncias aquilo que se podia que
podia acontecer quando nós tínhamos uma
família muito alargada uma aldeia como
se dizia a cuidar de uma criança e
vários filhos com características
diferentes a pôr desafios e problemas
diferentes aos pais nesta altura é cada
vez menos frequente isso e portanto elas
são cada vez mais
principezinhos do princípio até ao fim
repar uma coisa tão engraçada nós todos
vamos ouvindo cada vez mais quando se
lida com uma criança nós ó lhe chamamos
princesa ou lhe chamamos campeão não lhe
chamamos nem
Pedro nem João nem Maria eh e e no fundo
estamos sempre a lidar com as crianças
como se no fundo fossem absolutamente
preciosas elas são preciosas mas nós não
podemos lidar com elas como se fossem
peças de porcelana de maneira a
trazê-las sempre ao colo porque depois o
que é que acontece quando elas chegam a
uma escola e percebem que há crianças
mais desembaraçadas mais pedidas ou mais
descontraídas às vezes ficam num
registro tão inseguro que o resultado é
um bocadinho este acabam por ter
atitudes de uma hostilidade muito grande
e esta hostilidade volta a dizer nós
estamos a falar de crianças de quatro de
5 e de 6 anos é uma hostilidade que
funciona como uma espécie de bullying
sem nódoas negras mas existe e as
escolas sobretudo as escolas não podem
posicionar-se perante isto como se no
fundo nada fosse percetível nada fosse
preocupante quase como Se Tudo Fosse
normal não podem porque têm que ajudar
os pais acima de tudo e ajudar estas
crianças porque se continuarem a crescer
assim meu Deus onde é que ela chega
limites é preciso limites sim sim sim e
que começa em casa não é Eduardo Sem
dúvida nenhuma ficamos por aqui hoje à
manhã Voltamos com mais um tema até lá
ouça-nos sempre em podcast tambm
continua a escrever-nos para Eduard @
observador.pt Eduardo obrigada um grande
abraço e até manhã até
[Música]
[Música]
manhã Este programa tem o apoio da
shamir optical visão perfeita toque
pessoal