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Esta é a história do dia da Rádio
observador há mais empenho ocidental na
defesa de Israel do que na
ân H cerca de uma semana o presidente
ucraniano protestava contra o que
entende ser uma dualidade de critérios
por parte do
ocidente na mensagem ao país num domingo
explicava que os céus da Ucrânia não se
defendem com retórica mas sim com armas
e apontava para o facto do ocidente ter
colocado no ar aviões que ajudaram a
abater drones lançados pelo irão contra
Israel ora a grande Pergunta de vlodimir
zelenski é pertinente os Estados Unidos
o Reino Unido a França põem caças no ar
para defender Israel e não fazem o mesmo
pela Ucrânia porquê
é sobre isto que vou conversar com Jorge
Rodrigues que foi oficial do exército e
é agora coordenador de risco geopolítico
da porto Business School eu sou o
Ricardo Conceição e esta é a história do
dia de segunda-feira 22 de abril
bem-vindo Professor Jorge Rodrigues Olá
Ricardo Obrigado pelo convite queria
começar por talvez perceber as
diferenças no que toca às capacidades de
defesa de Israel e da Ucrânia nestes
dias temos ouvido falar muito sobre Isra
sobre a cúpula de ferro iron o sistema
Hero h e também de aviões de caças que
levantaram voo para atacar ou para ou
para contrariar o ataque iraniano como é
que funciona a defesa aérea Israelita
Professor tem necessariamente dois
grandes vetores aliás são esses mesmo
que o que o Ricardo Já identificou um
primeiro ligado a à à aviação eh aos
caças aos eh caças bombardeiros mas
ligado a ataque ao solo e que ter alguma
forma conseguem uma resposta
hh a partir do ar e depois tem uma uma
outra eh vertente um outro vetor eh que
está organizado em tis e e que
basicamente é antiaérea eh com com
mísseis eh e que permite de alguma forma
um uma resposta de longo alcance e eh de
médio alcance e uma de proximidade eh
esta H divide-se basicamente com o
sistema Arrow que é um sistema que já
tem alum algumas décadas da década de 80
de longo alcans com com a capacidade
inclusivamente para e um mísseis
hipersónicos portanto é antimíssil
hipersónico hh tem depois aqui uma um
vetor com pério de terceira geração
baclava uma segunda eh para uma uma um
alcance médio da Funda de David mais
orientado inclusivamente na situação de
de Israel para o conflito com es bolá e
não podemos esquecer que o es bolá
diariamente entre 6 a 20 ataques para o
norte de de Israel exatamente e temos a
cúpula de Ferro hoo aí conhecida como
Iron d eh no plano orientado para um
curto para curto alcance nomeadamente
para faixa de gasa mais empregue para
faixa de gasa mas naturalmente também
para outras frentes na voltando ainda
aos ao espaço aéreo com a
aviação força Israelita tem f35
Lightning 2 os f16 os F5 os f35 são mais
modernos do que os f16 não é são sim
naturalment realmente dentro do do lado
ocidental é o topo de arte realmente é
uma capacidade a extraordinária e assim
foi muito bem salientado faz toda a
diferença do que nós vamos ver depois na
na Ucrânia exatamente o o lado ucraniano
não tem nada disto ou tem
eh tem péri dentro de tudo o que falamos
tem exatamente têm essa capacidade não
têm na dimensão que Israel tem isso é
logo um fator particularmente importante
tem um território muito maior para
h para defender o que logo à partida o
obriga a tomar decisões que no caso
Israelita as decisões são tomadas de
forma integrada o chamado comando e
contro utiliza os radares utiliza a
informação e depois consegue integrar e
conseguir ter respostas diretas
inclusivamente eh oportunidade de ter
meios externos ao país também a
contribuir para esse esforço Ucrânia não
Ucrânia para Além de estar sozinha
recebe alguma informação é certo mas não
recebe meios ou de ação direta de de
forças externas de de qualquer tipo de
de colaboração Internacional e os meios
que tem tem que de alguma forma orientar
ou para a frente de combate ou para
defender infraestruturas e população no
caso concreto patriot inclusivamente
tiveram que ser movimentados por falta
de outros meios capazes um pouco mais
para a frente deixando por um lado que
ficassem um pouco mais expostos por
outro que deixassem de proteger com a
mesma capacidade as infraestruturas e a
a população mas também peço desculpa por
por interromper pode pode concluir pode
concluir ia só dizer que tem mais alguns
meios mas com capacidade inferiores
nomeadamente o ir os zoc os s300 ainda
dos da era Soviética o nasam Mas tudo
numa dimensão muito menor com uma
capacidade inferior e nível de aeronaves
também não é comparável É se o 24 o 27 o
Mig 29 os f16 a
chegar ainda não começaram exatamente e
que depois há aqui um fator que ainda
não referi que é todo o no que já vem
acumulado que no Isra permite de alguma
forma fazer o uso maximizado destes
meios no caso da da Ucrânia não tem esse
histórico e portanto necessita até
inclusivamente da assistência militar
que é assim designada o apoio externo
que de alguma forma acaba por ser
limitador porque implica homens no
terreno e eventualmente implicará mortes
em território ucraniano Eu já eu já
quero ir mais à frente a esses pontos
que referiu aí nomeadamente a geografia
também a questão de do treino e da da
capacidade e do tempo que os países eh
já têm na experiência de preparação para
para a guerra H ainda no que toca à
defesa aérea nos primeiros tempos da
guerra na Ucrânia ouvimos muito falar da
criação de uma zona de exclusão aérea
geralmente usa-se a expressão em inglês
no fly Zone que era muito pedido por por
Kev isto na prática seria o quê nos céus
ucranianos
estamos a falar do seria uma área
tridimensional h de em que não não seria
permitido qualquer tipo de eh de voo ou
qualquer tipo de de de dispositivo a
ultrapassar é normalmente utilizado para
efeitos humanitários ou seja uma missão
direta para proteção de corredores
humanitários h a verdade não é
propriamente um bloqueio aéreo deixa
isso bem claro H isto naturalmente tem
aqui três eh três aspectos
que acabam por colocar e que são
envolvidos diretamente à decisão
relativamente a estas no fly Zone H uma
primeira quem
vai fazer cumprir quem é que vai que
meios é que vão ser utilizados para esse
efeito eo não não haveria a capacidade
da Ucrânia de o conseguir seria
necessário a intervenção de meios
internacionais logo aí Força Aérea de
outros países não é Força Aérea de
outros países nomeadamente a intervenção
direta de outros países ISS se poderia
dar origem ainda dentro deste primeiro
aspecto é uma eventual escalada não só
vertical que são o tipo de meios
utilizados mas também horizontal ou seja
alargar aos países vizinhos e
eventualmente a países Nato E por aí
fora não é depois tem um segundo ponto
que é uma operação particularmente
complexa é uma operação que não é fácil
de desenvolver com um adversário eh como
é a Rússia portanto se é normalmente
empreg em situações em que há uma
superioridade eh extraordinária da parte
de quem vai impor portanto iria implicar
uma coordenação que poderia muito
facilmente resultar em algum tipo de
H erro e com mais uma vez o risco de
escalada esse ponto é muito interessante
porque aquilo a que assistimos H naquele
naquele fim de semana em que o irão
lançou aquele ataque contra Israel eh
corrija-me se não é assim mas tivemos
ali quase uma uma no fly Zone em Israel
com com todos Força Aérea de vários
países e e também os sistemas de defesa
Como já explicou a Contrariar esse esse
ataque Mas o que está aqui a explicar é
que empregar meios humanos e militares
de outros países como por exemplo vamos
imaginar que eh seriam usados caças
norte-americanos ou alemães de países da
Nato numa eh na garantia de uma de uma
área segura nos céus da Ucrânia isto
poderia colocar frente a frente um
militar
Nato e o militar Russo e isto poderia
ser um problema é isso que está a
explicar é diretamente Sim há de facto
logo a partir de uma questão de
legalidade Porque isto tem que seguir os
procedimentos
normais Capítulo quto salvo erro da
carta das Nações Unidas só isso poderia
à partida dar disputar essa essa essa
missão mas o grande perigo É exatamente
esse que o Ricardo está a levantar que é
uma um pronto direto que os Estados
Unidos e a Nato digo os Estados Unidos
que naturalmente acaba por liderar um
processo uma missão deste género pelos
meios que dispõe naturalmente H A
verdade é que não é do interesse este
confronto aliás nós temos visto os
Estados Unidos em outras eh questões bem
menos eh preocupantes a tomar ações de
tentar restringir e Influenciar e mesmo
controlar a atuação ucraniana portanto
neste caso concreto H naturalmente não é
do interesse nem dos Estados Unidos nem
dos países Nato que haja este confronto
direto porque depois o artigo 5º da da
organização poderia da Aliança levaria
uma escalada que não sabemos onde
Poderia exatamente parar portanto há um
risco Evidente seja efetivo seja também
obviamente do que eu já referia há pouco
que é um um erro humano um erro
instrumental que pudesse dar origem uma
contr contrar resposta e a partir daí
seria incontrolável e o professor Jorge
Rod há pouco falava eh da preparação dos
países para a guerra e Israel é um país
que se prepara para a guerra quase Desde
da sua Fundação ao contrário do que
acontece com a Ucrânia que é um país que
ainda recentemente se libertou do julo
da União
Soviética naturalmente
o Israel tá numa numa numa situação eh
que eu apenas quero dizer isto não quero
dizer mais do que isso que
verdadeiramente corre um risco
existencial e corre por vários motivos
pela forma como começou realmente o país
os conflitos que gerou a oposição que
gerou na na região nomeadamente junto
dos países árabes que não H desapareceu
e que foi evoluindo e que apesar dos
acordos abraâmicas recentes ela está lá
presente e continua a ter H uma
envolvente que poderá dar origem a
várias frentes num conflito maior
portanto não tem profundidade
estratégica e está orientada e para uma
defesa que não pode ser em profundidade
tem que ser uma defesa imediata tem que
conseguir manter as fronteiras nesse
sentido tanto a nível de equipamento
como a nível de treino está num patamar
completamente diferente daquele que
estaria a Ucrânia no início do conflito
naturalmente também já evoluiu bastante
e Israel tem uma capacidade eh militar
eh muito AD vinda também da capacidade
financeira e do apoio direto que recebe
nomeadamente dos Estados Unidos que lhe
permite
tecnologicamente estar muito acima dos
seus adversários da região h e que pode
inclusivamente envolver aqui uma
superioridade em em dimensões como a
mesmo ciberdefesa etc eh que lhe permite
atuar privamente e atuar na profundidade
dos seus adversários a Ucrânia não tem
essa capacidade primeiro pela diferença
e a dimensão que tem o seu oponente a
Rússia é uma potência Pan Regional já
não será obviamente uma potência uma
superpotência como foi em tempos Mas é
uma potência Pan Regional a segundo tem
um botão vermelho do nuclear e terceiro
tem eh a Ucrânia não tinha ainda a
capacidade desenvolvida ou as
capacidades desenvolvidas de umas Forças
Armadas eh com eh dimensão para defender
todo o seu território eh e portanto sem
equipamento e sem recursos humanos e
basta terminar umum um pouco o apoio
abrandar um pouco o apoio internacional
que perde essa capacidade de fazer
frente à Rússia e isso temos visto no
nos últimos
tempos já voltamos à conversa com Jorge
Rodrigues ex-militar professor
universitário vamos continuar a tentar
perceber os porquês desta diferença de
atuação do ocidente em relação à Ucrânia
e a Israel
Esta é uma história de Guerra dá-me uma
catanada aqui na cabeça abre-me a cabeça
António Lobato foi o português que mais
tempo esteve em cativeiro na guerra de
África Dime assim dá
faca e eu vem buscal o sargento nacela 7
é uma série para ouvir em seis episódios
que faz parte dos podcast Plus do
Observador é narrado por mim PP rapazote
e tem banda sonora original de
noer os podcast Plus do Observador tem o
apoio da onda
automóveis estamos de regresso à
conversa com Jorge Rodrigues coordenador
de risco geopolítico da porto Business
School exix militar professor e em
relação aos dois atores deste conflito H
podemos dizer que também há uma
diferença substancial na atitude ou seja
o irão tem uma postura mais defensiva
porque aparentemente não quer uma guerra
na região ao contrário da Rússia que tem
uma postura mais ofensiva mais
imperialista isto também deve ser medido
naturalmente que sim o há aqui vários
vetores que que devem ser considerados
eh esse é um do que eu diria dos três
principais H sendo que a Rússia de facto
H tem algum saudosismo da era Soviética
e mesmo da grande Rússia h de Catarina e
Pedro grande e portanto Putin gostaria
de ter alguma capacidade semelhante a
estes dois h antepassados e pretende
naturalmente com algumas desculpas
defender o que ele considera ser o seu
estado o seu território Vital e portanto
temos de olhar para esse para esse
inimigo ou para esse oponente de uma
forma diferente temos de olhar para os
dois oponentes de uma forma diferente
não é totalmente diferente o irão é
completamente diferente Nessa análise
porque o irão neste momento naturalmente
é um adversário eh sistémico e que
portanto eh tem que ser considerado por
Israel como uma ameaça à sua existência
Mas por outro lado não tem a capacidade
de enfrentar diretamente H Israel e
nomeadamente eh se os Estados Unidos
intervierem e Isso poderá colocar em
causa o próprio regime H como como como
subsist como vivência de interna e
portanto isso eh falos enfrentar de como
uma forma completamente diferente o
conflito e há depois também eh e já há
pouco o professor também falava disso
uma diferença geográfica substancial
entre o que é Israel e a Ucrânia desde
logo um ataque do Irão a Israel
atravessa três países Iraque Síria
Jordânia enquanto que a russsia está
encostada à Ucrânia e há tropas Russas
no interior da Ucrânia isto também
eh leva a que a resposta aos ataques
também fica condicionada Por isto não é
pela proximidade naturalmente
naturalmente que sim e e o tempo de
pré-aviso que que eventualmente possa
ter um ator e o outro H logo à partida
também os meios os meios eh da da da
Rússia são muito mais avançados que
inclusivamente alguns deles com
superioridade em relação aos meios
ocidentais não é o caso dos meios
iranianos apesar de ter havido uma boa
evolução na preparação eh das Forças
Armadas e da indústria defesa
H iraniana A verdade é que não tem a
mesma capacidade de eh atingir Israel
como tem eh de facto h a Rússia no caso
da ucraniano e a Rússia consegue eh
desenvolver em dois dois grandes linhas
uma imediata diria a nível tático e
outra a nível estratégico em
profundidade e com os diversos meios
seja missos balísticos seja missis de
Cruzeiro eh seja ainda outros como os
drones Consegue ter a capacidade de
inflingir de facto ao longo de todo o
território em Israel não com esta
capacidade de defesa e com os meios
menos avançados que que irão tem H há
capacidade com os proxis mas
verdadeiramente não tem e a mesma eh
oportunidade de atingir todo o
território pelo menos nesta fase e a
ameaça nuclear também eh deve entrar
para estas contas na resposta na hora de
responder natur naturalmente que sim daí
eu ter há pouco referenciado que os
Estados Unidos tanto se preocupam com o
nível e com a escalada que poderá vir a
atingir este conflito porque eh a Rússia
não é uma potência uma superpotência de
facto mas tem esse botão vermelho e essa
poderá traduzir eh pelo menos a nível
tático o emprego de meios nucleares com
uma capacidade decisória no campo de
batalha eh e eventualmente determinante
também no plano político o irão eh não
tem essa capacidade ainda está a
demonstrar que ainda não conseguiu fazer
testes aí nesse sentido está a
desenvolver essa capacidade poderá
chegar na essa capacidade dentro de anos
eh portanto se não houver uma
intervenção seja por acordos de paz e
como vinham sendo desenvolvidos antes da
era trump seja por capacidade
nomeadamente cibernética
de diminuir o projeto nuclear em si como
foi conseguido por vários ataques por
parte de Israel e a verdade é que o irão
ainda não está lá eh ainda está em fase
de desenvolvimento isso altera
completamente todos os meos de jogo
Resumindo há claramente uma uma
diferença na forma como o ocidente atua
na defesa da Ucrânia e na defesa de
Israel Em sua opinião professor é
prudente que o ocidente mantenha esta
política esta diferença há logo à
partida mais do que prudência eu diria
logo à partir de interesses
completamente divergentes entre um e e
outro eh teatro de operações enquanto
que no n no caso de da Ucrânia há uma
competição com uma potência H portanto H
um conflito por procuração propriamente
dita em que não se pretende agravar
h o risco existencial nesta fase é de
facto menor eh e até inclusivamente
poderá permitir um um um reforço futuro
com a entrada na União Europeia e
Especialmente na Nato e eventual
enfraquecimento da Rússia Ou pelo menos
a diferencial ser menor no futuro no
caso de da situação em Israel com o irão
a verdade é que é necessário ter a capac
de se defender já de imediato e
inclusivamente não permitir uma evolução
no terreno que possa pôr em causa a
existência de de Israel para os Estados
Unidos nomeadamente Israel é o parceiro
prioritário na região e eh a perda deste
parceiro quereria dizer que a presença
estratégica no no médio Oriente estaria
definitivamente em causa portanto os
objetivos são totalmente diferentes em
especial para um ator como os Estados
Unidos e naturalmente ele empenha-se de
forma diferente até por um pouco de
pressão interna em que é mais vendável
passo o mau português eh no na no plano
interno o apoio a Israel do que é
naturalmente para a Ucrânia Obrigado
Professor Jorge Rodrigues obrigado e até
breve Jorge Rodrigues foi oficial do
exército durante 28 anos e participou em
várias missões internacionais atualmente
é coordenador de risco geopolítico da
porto Business School esta foi a
história do dia a sonoplastia é do Artur
Costa a música do genérico do João
Ribeiro eu sou o Ricardo Conceição até
amanhã
1 comentário
Obrigado. Cacoal Rondônia Brasil