Vídeo: Eco-ansiedade, eco-raiva, eco-angústia. As emoções provocadas pelo medo da catástrofe ambiental

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Carolina cabaços a subida do nível da
água do mar o aumento da temperatura
global os transportes movidos a
combustíveis fósseis tudo isto tem
influência na nossa Pegada Ecológica
além de um problema ambiental pode ser
também um problema de saúde mental Com
certeza Claro que tem um enorme Impacto
psicológico Este é o sair do labirinto
eu sou o Paulo farinha e vou conversar
com a Psiquiatra Carolina cabaços sobre
ansiedade
climática Carolina cabaços é psiquiatra
no Centro Hospitalar Universitário de
Coimbra e investigadora da Faculdade de
Medicina da mesma Universidade Tem
trabalhado sobre temas como o estigma
personalidade ou reações à pandemia de
covid-19 mas mais recentemente também
sobre aspectos psicológicos e saúde
mental e como se relacionam com as
alterações climáticas ou como são
influenciados pelas alterações
climáticas Carolina cabaços bem-vinda eh
andamos mais ansiosos por causa do
buraco da camada do ou por causa da
extinção de espécies ou estamos mais
ansiosos Porque durante muitos anos não
se fez o suficiente para combater Isto
ou ainda e e a pergunta é longa eu sei
ou não estamos mais ansiosos no geral
mas há uma fatia considerável da
população sobretudo jovens arrisco a
perguntar que está muito preocupada com
isto e esses Sim estão com uma grande
dose de ansiedade climática Sem dúvida
que todos esses fenómenos que que refere
tanto aqueles que já passaram como
aqueles que ainda estão para vir geram a
diferentes formas de perturbação
psicológica não não podemos dizer em
toda a gente mas numa grande fatia da
população afetando sobretudo as crianças
os jovens e também os idosos as mulheres
e as pessoas que vivem em áreas que são
diretamente afetadas pela pela crise
climática seja por fenómenos ambientais
catástrofes as próprias alterações
climáticas etc eh efetivamente a
pergunta que me faz é muito interessante
porque geralmente coloca-se os vários
tipos de perturbação psicológica
relacionado com as alterações climáticas
num no no grande bolo que chamamos Eco
ansiedade ou ansiedade climática mas na
verdade as Eco emoções elas são
diferentes umas das outras a eco
ansiedade é mais focada no futuro
portanto é uma coisa mais expectante do
que está para vir de qual será o futuro
do nosso planeta e da própria humanidade
mas fenómenos como a ecor raiva o ecolo
a
ecoangola ções climáticas focam-se mais
no passado naquilo que não foi feito ou
que poderíamos ter feito melhor então há
também é e depressão ou podemos falar
também ou ecostress ecostress Eco
angústia a a depressão já é uma coisa
maior do que uma emoção portanto é uma
coisa mais complexa Há muitos aspectos
que influenciam a nossa saúde mental e
que naturalmente nos podem provocar
ansiedade problemas de saúde financeiros
falta de emprego questões familiares Mas
não falamos de ansiedade Financeira ou
ansiedade laboral ou ansiedade parental
como falamos de ansiedade climática
porquê há há alguma eh é porque é um
fenómeno novo e é porque afeta uma fatia
maior da população e há alguma razão
para isto Isso é uma boa questão de
facto eh O fenómeno das das alterações
climáticas da eco ansiedade e da da
ansiedade relacionada com todos estes
temas não é tão recente Como faz parecer
na verdade eh as primeiras descrições de
ansiedade climática remontam a 2007 Ou
até antes disso portanto já temos aqui
15 16 anos de de de evolução deste
conceito embora or Claro e só se reflita
mais sobre estas questões agora nesta
última década ou se calhar até nos
últimos 5 anos mas o fenómeno em si não
é novo e ele é um fenómeno macro
portanto é uma coisa que não afeta uma
comunidade isolada uma família isolada
ou um grupo populacional isolado ele
afeta o planeta como um todo eh e tem
diferentes formas de afetar as pessoas
pode afetar diretamente porque as
pessoas podem ficar efetivamente sem
água sem recursos para se alimentar eh e
para se sustentar a si e aos seus ou
então pode pode ser eh um nível de
afetação digamos mais indireto através
da visualização de notícias da leitura
de de conteúdos acerca desta temática
que nos faz temer pelo nosso próprio
futuro e esse receio ou esse
H essa tentativa de mudança de
comportamentos essas reações e que podem
levar a tentativa de mudança de
comportamentos por parte de muita gente
eh porque esses comportamentos poderão
ter influência seja ao nível das das
escolhas na roupa que que vestimos ou na
na comida que que ingerimos ou ou ou até
em coisas tão simples como a utilização
de sacos de plástico ou não portanto e
materiais e materiais reutilizáveis isso
levado ao extremo pode levar a situações
muito graves de angústia e de
preocupação efetivamente e as ecoem
moções e aqui falando particularmente da
eco ansiedade Elas têm um papel bastante
adaptativo mas tudo tem a sua dose ótima
não é portanto se calhar todos nós
deveríamos partilhar uma certa
quantidade de eco ansiedade deveria ser
algo comum a todos quando já passa o
nível ótimo que nos permite ser
adaptativos eh basear as nossas boas
decisões de boas práticas ambientais
nessas mesmas emoções quando passa esse
limite torna-se demais e pode
efetivamente levar a casos graves de
perturbação psicológica nomeadamente
problemas a nível do Sono a insónia é um
problema muito comum nos jovens e ainda
mais nos que sofrem de eco ansiedade mas
também outras complicações como
depressão Major outras perturbações de
ansiedade ou mesmo mediação suicida
então está-me a falar sobretudo ao nível
das consequências que poderão Advir de
um estado de ansiedade geral eh que há
falta de outras e de outras razões que
possa ser atribuído Justamente a este a
estas preocupações com eh com o ambiente
a associação americana de psicologia
refere-se Numa pesquisa rápida que fiz
ao medo crónico da degradação ambiental
é assim que podemos definir a eco
ansiedade mas pergunto eu não faz parte
ainda do famoso dsm5 o manual da
associação americana eh psiquiatria que
classifica e eh todas as doenças e todas
as patologias na área da saúde mental
não é ainda uma doença propriamente dito
certo não não é uma doença e em
princípio nunca virá a ser uma doença do
próprio indivíduo na verdade a eco
ansiedade é um fenómeno que à semelhança
de vários outros fenómenos psicológicos
se distribui ou as pessoas ao longo de
dos vários níveis de e tipos de eco
ansiedade podem distribuir-se ao longo
de um espetro eh muitos de nós têm Muita
muitos de nós têm alguma alguns têm
pouca alguns têm nenhuma o que é certo é
que tanto eu como o Paulo como todas as
pessoas do mundo estamos distribuídos al
guros nesse espetro e naturalmente que a
maior parte das pessoas vai estar
naquele naquele ponto médio do espetro
em que tem alguma Eco ansiedade que lhes
permite tomar algumas ações pro
ambientais mas não demasiada ao ponto de
provocar sofrimento psicológico
significativo uma das formas e
corrija-me seu seu ser alguma coisa
errada mas uma das formas de avaliação
do impacto eh que uma determinada
patologia ou determinados sintomas ao
nível da Saúde Mental eh eh uma das
formas de avaliar eh o o impacto queo
tem nas pessoas é justamente o quão
incapacitante se torna e quando quão
quanto é que limita a nossa vida e a
nossa relação com os outros quando fala
do espectro é um pouco por isso é é
quanto é que nós conseguimos limitar
condicionar ou adaptar a nossa vida Face
a estas preocupações ambientais sim é
precisamente isso ou seja a eco
ansiedade pode ser um fenómeno como
referia há pouco bastante adaptativo
aliás as emoções no geral estão
presentes desde os primórdios da da
humanidade enquanto espécie eh e elas
servem uma função eh que dificilmente
será substituível as emoções
movem-se estímulos no ambiente ou em nós
próprios que nos permitem adequar o
nosso comportamento a essas mesmas
emoções com é com ansiedade passa-se o
mesmo e com ansiedade permite a qualquer
um de nós sinalizar noos para um
problema que é iminente que está a
acontecer e que tem grande potencial
para destruir o planeta que que
conhecemos eh e portanto essa emoção se
gerida adequadamente e se obviamente
vivenciada em quantidade digamos assim H
também proporcional à situação pode
permitir-nos fazer advocacia ir procurar
informação ir para a Rua protestar eh
fazer reciclagem utilizar transportes
públicos em vez de utilizar transporte
próprio E tantas outras ações mas essa
questão que acaba de referir ou um dos
pontos essa questão que acaba de referir
como o ir para a Rua protestar é eh uma
é um ponto que tem sido particularmente
alvo de atenção por parte da comunicação
social e Face algumas manifestações que
temos visto eh a quantidade de pessoas
que nós vemos em algum tipo de
manifestações como eh e ações como corte
de estradas ou a a a tirar tinta para
aviões ou para fachadas de edifícios que
no fundo tem um impacto bastante grande
na comunidade em geral e portanto e no
dia a dia das pessoas eh poderemos dizer
que todas as pessoas que fazem isso
sofrem de eco ansiedade ou é uma
generalização perigosa eh tal talvez não
possamos generalizar diria que
provavelmente a eco ansiedade que elas
sentem é uma das razões para elas
fazerem isso mas claro que eh Existem
muitos outros fatores uns mais coletivos
outros mais individuais que vão
determinar a nossa predisposição para
levar a cabo ações de mitigação do o
impacto ambiental e e e e a que sinais
de alerta deveremos nós próprios estar
atentos eh para se detectarmos ou para
detectarmos alguma situação de eco
ansiedade em nós próprios ou nos nossos
familiares alguém que esteja a ouvir eh
E que pense o meu filho claramente H
deixou de usar determinadas roupas
deixou de querer consumir determinadas
comidas H Vai de férias mas prefere ir
de transportes públicos em vez de ou de
comboio em vez de de avião e são
comportamentos naturalmente saudáveis eh
mas em que ponto é que se pode tornar um
caso de eco anciedade que pode trazer
como a Carolina dizia há pouco outros
problemas e pode Advir e podem daí de
outras outras consequências como eh
insónia alterações eh de comportamento e
por aí fora como lhe disse eh eh essa
sinalização de que nós próprios ou
alguém de quem gostamos eh tem é com
ansiedade não é uma coisa em si
necessariamente má eh essa ansiedade
pode ser canalizada para ações que são
muito positivas tanto para o próprio
indivíduo sentir que tem algum controle
sobre a situação Ou seja eu modifico
determinados comportamentos Eu também
estou a fazer a minha parte isto traz
bem-estar H alguém que sofre de de
ansiedade em geral e em particular de
com ansiedade Eh agora há que perceber
eh quando ou se em algum ponto essa
ansiedade passa a ser desadaptativa e
ela passa a ser desadaptativa quando
impede o indivíduo de funcionar seja do
ponto de vista académico laboral social
familiar Ou mesmo no autocuidado não é
quando interfere com alguma função que é
básica para aquele indivíduo talvez
estejamos já eh perante um caso
patológico quando em vez de ser uma
ansiedade propulsora que dá vontade e
energia e motivação para a ação passa a
ser já uma ansiedade inibitória ou seja
quase paralisante e esse fenómeno também
está descrito é ecop paralisia não é
portanto nós sentimos que o o o fenómeno
é tão grande é tão macro tem uma
dimensão tal que a nossa ação isolada
não vai ter qualquer papel na
modificação desse mesmo fenómeno isso
pode deixar a pessoa num estado de
angústia tal que até pode tornar-se
apática então então e Desculpa
interrompê-la então perante alguns
desses sinais de alerta que que refere
ou para alguns desses dessas limitações
e eh eh que podem ser eh que podem ser
identificadas será mais fácil serem os
outros a identificarem do que nós
próprios isso vai depender muito de cada
caso eh para o seguinte eh nós eh uma
grande parte das pessoas eh não sabe não
é capaz de identificar e reconhecer os
próprios estados internos nomeadamente
as próprias emoções ou sequer de
dar-lhes um nome eh aliás Nós não somos
ensinados desde pequenos a fazer isso a
nomear as emoções todos sabemos dizer
hoje sinto-me mal agora nomear a emoção
específica é uma é uma capacidade que se
pode adquirir mas que poucas pessoas têm
naturalmente E isso também não é muito
incentivado
hh se a pessoa tiver a capacidade de
detetar os próprios estados internos
reconhecer estou ansioso Hoje eu estou
estressado eu estou enraivecido Então se
calhar ela própria também terá a
capacidade de perceber esta ansiedade
está a acabar comigo preciso de ajuda eh
mas em muitos casos serão os outros a
notar que a pessoa não dorme
adequadamente anda mais irritável já não
quer conversar já não se envolve nas
atividades eh vai depender muito na sua
prática Clínica a Carolina já eh já teve
situações Já se deparou com situações de
pessoas a quem eh claramente acreditou
perante os sintomas que lhe foram
descritos que poderiam ser pessoas que
estavam a sofrer de eco ansiedade Sim
muitas vezes são jovens os casos que que
acompanhei jovem adulto 18 19 anos
portanto acabadinhos de chegar à idade
adulta e e que de facto apresentam uma
série de sinais e sintomas que parecem
mesmo ser complicações de uma ansiedade
relacionada com as alterações climáticas
que comportamentos é que eles é que que
são identificados à partida no nos
primeiros momentos da entrevista parece
assemelhar-se a uma perturbação de
ansiedade Como qual qualquer outra ou
uma perturbação depressiva ou uma
situação de insónia depois de uma
entrevista mais cuidada de perceber
realmente o que é que está subjacente a
esse estado que nos é apresentado à
primeira vista eh percebemos que são
jovens que muitas vezes eh dizem eu
sempre quis ter filhos e agora já penso
doas vezes não quero ter se calhar
porque o mundo que os espera não é um
mundo eh que esteja preparado para para
a descendência que eu gostaria de vir a
ter ou eh jovens que entram em conflito
direto com as gerações mais velhas da
sua família com os pais com os avós
porque há uma clara discórdia em termos
de por exemplo hábitos alimentares
jovens que são vegetarianos ou veganos e
que isso não é compreendido ou aceito
pela família portanto eh geralmente Este
é o perfil eles apresentam-se à à cabeça
com uma insónia uma ansiedade uma
patologia depressiva que depois
percebemos que subjaz a tudo isto uma
grande preocupação com a questão
climática Eh Ou seja e e se calhar são
pessoas para quem pergunto eu eh se
torna difícil até a convivência com
outros mais velhos ou não que não tem os
mesmos hábitos ou que não tem os mesmos
comportamentos ter alguém que ter alguém
em casa que não faz separação de lixo
por exemplo é uma coisa que pode trazer
uma grande ansiedade pode trazer grandes
H eh eh comportamentos ou grandes
alterações no seu dia a dia fruto da
ansiedade climática porque o meu pai não
faz separação de lixo ou porque a minha
mãe continua a utilizar sacos de
plástico a toda a hora sim eh Sem dúvida
que quando nós sentimos que na
comunidade à qual pertencemos e e a
família é uma comunidade é um grupo eh
no Qual ao qual nós pertencemos desde
que nascemos e que a partir de certa
altura começamos a perceber ou a
desconfiar que as crenças não são
partilhadas com eles eh as crenças e até
mais profundamente do que as crenças os
próprios valores isso pode gerar uma
grande angústia mesmo existencial e e e
pode ser um grande fator de discórdia e
de conflito na família sem dúvida e como
é que se trata esta ansiedade climática
esta Eco ansiedade como é que eh o nosso
a nosso a série de entrevistas sair do
labirinto foca-se muito em particular
sobre há um problema está identificado
agora como é que sai dele como é que se
sai desta ansiedade climática lá está o
objetivo não será propriamente o de sair
da ansiedade climática todos Devíamos
ter alguma agora os poucos que têm em
excesso e não são a maioria felizmente
mas que têm já de uma forma há números
desculpa interrompê-la eh a literatura
sobre este tema ainda é escassa e aquilo
que se tem percebido é que eh por
exemplo 70% dos Americanos no estudo
recente eh revelaram estar preocupados
algo preocupados com a com a crise
climática destes cerca de 50% revelavam
estar muito preocupados mas apenas uma
faixa muito pequena diria menos de 15% é
que é que de facto eh tinham essa
preocupação numa magnitude tal que não
lhes permitia funcionar no dia a dia e e
portanto logo eh ter um nível tal de eh
de ansiedade a preocupações a
comportamentos que os deveria levar a
procurar e ajuda e procurar apoio para
para o tratamento sim eh a procura de
apoio e deve ser levada a cabo quando de
facto a ansiedade já está a levar a
complicações que interferem com o nosso
bem-estar e com a nossa saúde e com a
nossa sobrevivência nomeadamente
alterações do Sono ou patologia
depressiva eh ou uma ansiedade que é tão
paralisante que já não nos permite fazer
e as coisas que gostaríamos de fazer eh
e esse apoio deve ser até em primeiro
lugar talvez psicológico e não para P
era era essa essa questão Justamente que
gostava de lhe colocar e voltando à à
questão que quando quando me estava a
responder eu interrompia como como se
trata qual é a primeira linha ou há há
estudos ou há indicações terapêuticas
nesse sentido eh como é que se deve
perante um a identificação de
determinados sintomas que poderão
indicar e ansiedade climática ou Eco
ansiedade Quais são as linhas orientação
para tratamento não sendo uma patologia
descrita e classificada nos sistemas de
classifica
o objetivo de nós termos algo
diagnosticado ou classificado Qual é é
termos uma terapêutica específica para
essa situação portanto não não constitui
um diagnóstico eh formal eh um
diagnóstico de saúde mental e portanto
também não tem uma terapêutica
obviamente indicada especificamente para
esse problema eh é um bocadinho à
semelhança daquilo que acontece com a
síndrome de Burnout a síndrome de
Burnout também não está classificada
junto da patologia mental eh é um
síndrome ocupacional que depois
dependendo daquilo que cada indivíduo
sente poderá ou não carecer de
determinado tipo de tratamento aqui é um
fenómeno eh parecido de facto a solução
para este problema está no coletivo não
é está naquilo que qual é o papel da
sociedade em mitigar eh e modificar o
rumo das coisas se o próprio indivíduo
estiver tão perturbado do ponto de vista
psicológico que necessite de ajuda Então
essa ajuda deve ser personalizada a cada
pessoa portanto há pessoas que
Possivelmente iram precisar de um apoio
fundamentalmente psicológico para
desenvolver melhores mecanismos de
coping ou seja formas de lidar com essas
emoções de forma a torná-las mais
adaptativas psicoterapia com o psicólogo
psicoterapia por exemplo sim uma
psicoterapia que poderá ser de
diferentes bases tem-se falado em alguns
estudos na importância e na pertinência
das psicoterapias de terceira geração
como o mindfulness ou a terapia de
aceitação e compromisso eh em que de
facto a pessoa fica mais alinhada
digamos assim com os seus com as suas
emoções e também mais predisposta a agir
de acordo com os seus valores eh pode
também haver lugar a outros tipos de
psicoterapia nomeadamente cognitiva ou
comportamental para substituir
determinadas crenças por outras mais
adaptativas e e comportar-se de acordo
com as mesmas e depois Em algumas
situações poderá eh haver lugar a um
tratamento mais específico para
determinada complicação por exemplo dar
uma ajuda com insónia se houver Insônia
ou até eventualmente com alguma
patologia depressiva com outras formas
de ansiedade e aí já falamos de uma
abordagem de de de recorrer a medicação
se for necessário não é não é
obrigatório que assim seja mas em alguns
casos sem dúvida que poderá ser
pertinente tal como seria pertinente
numa outra situação não propriamente
esta pessoa tem cedade climático logo
vamos precisa de X consultas de
Psicologia x sessões de Psicologia ou
psicoterapia e e este ou aquela
medicação mas perante o quão
incapacitante é ou está a ser ou pode
vir a ser eh é é recomendado este Ou
aquele este Ou aquele tratamento na
verdade a as as recomendações e que sim
a literatura tem tem emanado para lidar
com a ansiedade climática são
recomendações que todos nós podemos
incentivar os nossos filhos os nossos
familiares ou mesmo em nós próprios
fazer antes de chegar a uma consulta de
psiquiatria ou de Psicologia
nomeadamente eh aquelas que estão mais e
reiteradas na literatura e nas
recomendações eh internacionais são
reunir informação informação adequada e
não consumir excesso de notícias das
redes sociais as chamadas fake News
portanto selecionar as fontes de
informação para estar informado sobre o
fenómeno eh levar a cabo algumas ações
que possam fazer sentido na nossa vida
eh para mitigar esse problema dando ao
indivíduo a ação de controlo que auxilia
muito na gestão da ansiedade e aqui eu
falo em reciclar em ter uma alimentação
eh com menos consumo de carne ou peixe
utilização de Transportes Públicos H
preferência por outros transportes que
não o avião ou ou por outros transportes
que não utilizem combustíveis fósseis
portanto todas estas ações que nós
possamos levar a cabo para ter alguma
sensação de Cont controlle e de que
estamos a contribuir para a solução são
também eh bastante recomendadas para no
fundo eh constituírem formas adaptativas
de lidar com a climática e É também por
aí que passa algum tratamento ou algum
acompanhamento eh profissional com com
com pessoas que que têm este tipo de
caixas que é justamente ajudá-las a
encontrar essas esses mecanismos como a
Carolina identificou agora eh lá está de
aceitação Ou de ou de noção de controle
portanto pode ser essa essas soluções ou
essas sugestões que deu podem vir
justamente de alguém que ajude a pessoa
a encontrar esses caminhos sim ajuda a
pessoa e até por vezes mais que uma
terapia individual uma terapia mais
sistémica ou seja envolvendo a família
para que também o sistema ou comunidade
onde aquela pessoa está inserida possa
também ajudar o indivíduo porque
sabe–se também que uma outra
recomendação eh para lidar melhor com
esta ansiedade climática é ter uma rede
de apoio com quem se possa nem que seja
falar sobre o assunto a Carolina faz
parte de uma equipa do Instituto de
Psicologia médica da Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra que
investigou estas questões o projeto
alterações climáticas aspectos
psicológicos e saúde mental um estudo
coordenado pela psicóloga Ana Telma
Pereira e pelo psiquiatra António Macedo
estou a ler para ter a certeza que eh
que estou a dar os devidos os devidos
créditos entrevistaram cerca neste
estudo entrevistaram cerca de 600
pessoas a que conclusões chegaram eh
estes resultados ainda estão prelim
ainda são resultados preliminares
portanto a recolha ainda continua temos
já 600 participantes como referi que são
pessoas da população geral ou seja com
com idade acima de 18 anos eh
maioritariamente mulheres pronto temos
uma percentagem um bocadinho superior de
mulheres Face a homens h e de facto
aquilo que nós pretendemos estudar eh
com com esta Nossa investigação com este
nosso projeto Foi por um lado eh
perceber eh em termos numéricos na
população Portuguesa de uma forma
inovadora portanto ainda não foi feito
até à data caracterizar a a os níveis de
ansiedade climática na população geral
portuguesa portanto Este era um dos
objetivos poderá ser este o primeiro
passo para caracterizar o nível de
ansiedade climática em Portugal Esse
estudo que conduzido em Coimbra Ah sim
penso que eu não tenho conhecimento de
outros que estejam a ser feitos e de
forma semelhante poderá obviamente haver
e mas um dos nossos objetivos é
precisamente este portanto ajudar a
caracterizar e a problemática na
população geral Portuguesa e depois
temos outros objetivos adicionais eh
nomeadamente perceber Quais são os
correlatos e os preditores dessa
ansiedade climática o que o que o que
quer dizer com isso platos e e e
preditores eh nós para além de
avaliarmos os níveis de ansiedade
climática avaliamos também outros
fatores nomeadamente fatores
relacionados com a personalidade
perfecionismo crenças sobre alterações
climáticas o próprio contexto da pessoa
alguns fatores sociodemográficos eh
utilizamos também um questionário para
avaliar os níveis de altruísmo e a
empatia portanto alguns fatores eh do
próprio indivíduo eh e depois perceber
de que forma é que estes fatores em
conjunto ou isoladamente podem eh
influenciar eh os níveis de e ansiedade
climática então ainda que os dados ainda
estejam a ser tratados para já daquilo
que viram qual é o nível de ansiedade
climática dessa amostra e que tiveram
acesso são cerca de 600 pessoas muito
ansiosos pouco muito Eco anciosos pouco
Eco anciosos como é que isso está Ah
percebemos que pelo menos com o
questionário que nós utilizamos e de
facto os valores são semelhantes àqueles
que foram encontrados já nos estudos de
outros países de outros países eh e
claro que existem algumas pessoas que
têm eh Hum uma um nível de ansiedade
climática que é significativamente mais
baixo que a maioria portanto normalmente
é dois desvios padrão abaixo da do valor
médio e depois há também uma franja dos
participantes que T elevada a ansiedade
climática que ronda eh em percentagem eh
não não lhe sei dizer não lhe sei dizer
a percentagem Carolina cabos eh Muito
obrigado pela sua e disponibilidade para
tentar explicar um pouco e e e para os
nossos ouvintes O que é de que falamos
quando falamos de eco ansiedade e
ansiedade climática e o que é que isso
pode pode significar eu sou o Paulo
farinha Este foi o sair do labirinto
hoje sobre ansiedade climática até à
próxima