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hora de abrir o gabinete de guerra na
rádio observador eu sou o Miguel
Cordeiro vou conversar nos próximos
minutos com o estador Bruno Cardoso Reis
Bruno Boa tarde vamos começar pela
visita de Anthony blinken à Arábia
Saudita perceber Afinal Para que serve
esta visita sendo que blinken já disse
que tem esperança que o amaz aceite uma
proposta Generosa por parte de Israel
para um sar fogo para travar a ofensiva
em
Gaza bem eh Boa tarde sim e portanto é
uma de de uma série de visitas já já
estamos quase nas 10 visitas de blinken
penso que é a nona à região desde o
início do conflito neste caso e no fundo
Há também um pretexto que é o fórum
económico Mundial conhecido como davos
tem agora mas uma espécie de de de polos
enfim de eventos noutras regiões e
portanto H está a decorrer também em
riado
e portanto isso no fundo permite
maximizar os contactos com diferentes
interlocutores que estão concentrados na
na no mesmo local eh mas é sobretudo no
fundo mais um esforço de pressão desta
diplomacia de vai e vem não é de pressão
de lincan sobre os países árabes para
moderados para por sua vez pressionar o
am mais de pressão pública também sobre
as partes e depois de pressão em privado
nomeadamente também sobre o governo de
Israel eh neste caso isto parece-me ser
aqui um seguimento no fundo daquela
carta do dos 18 país em que Inclusive
estava também Portugal mas países como o
Brasil etc no fundo a insistir que eh
começa a ser evidente que há aqui um
problema do lado do amaz Ou seja que o
amaz não está realmente interessado na
população civil no sofrimento da
população civil na melhoria das
condições humanitárias porque Israel foi
fazendo uma série de cedências eh
inclusive cedências que pareciam
difíceis à partida neste momento chega
ao ponto de pôr a questão de no fundo se
se trabalhar no sentido um ar fogo mais
definitivo portanto uma normalização da
da situação
eh e portanto e no fundo a outra
exigência que ainda restava substantivo
importante da parte do hamas que era a
retirada de todas as tropas israelitas
de Gaza Isso parece realmente muito
difícil de aceitar não é apenas por este
governo ou por natanel é em geral pela
pela opinião pública Israelita depois do
do ataque do 7 de outubro portanto eh no
fundo é aqui uma pressão pública de
blinken sobre o próprio omas a dizer e
nós Já conseguimos muitas cedências da
parte de Israel e agora é fundamental
que que o am chegue a um acordo aceite
chegar a um acordo não é se estiver
realmente interessada em que haja Mais
ajuda humanitária e que e parar o
conflito durante um período que permita
isso sendo que hoje temos também
declarações por parte da Europa neste
caso o chefe da diplomacia europeia
josée Borel refere que os parceiros
europeus devem reconhecer o Estado
palestiniano até ao fim de Maio qual é a
importância desse reconhecimento O que é
que muda também com isso
vamos ver quer dizer o o José porel
muitas vezes faz declarações que depois
percebe que não tem exatamente como base
um acordo entre os 27 Portanto ele tem
aqui uma interpretação muito lata também
de quais são as suas funções neste
conflito muitas vezes temos visto
posições muito contrastantes não é temos
países como a Espanha ou a Irlanda que
há muito que são favoráveis a essa h a
esse reconhecimento mas temos países
como por exemplo a Alemanha que resistem
muito mais a a essa possibilidade e
portanto vamos ver se se isto
corresponde realmente a um acordo já
firmado entre os 27 se é uma forma de
pressão de de Borel enfim se é um
exemplo aqui de algum voluntarismo eh
verbal que que ele por vezes também tem
do meu ponto de vista eh confirmar-se
enfim eu mantenho a posição que tenho
tido que é eh Se eu achasse que isto
iria contribuir eh significativamente
para o avanço do processo de paz para
haver realmente um estado da Palestina
ao lado de um estado do Estado de Israel
eh com conhecimento mútuo com
reconhecimento pelos diferentes estados
da região porque é preciso também
relembrar que há vários estados na
região por exemplo o irão que não
reconhecem a existência de Israel ou o
direito de Israel a existir não é eh mas
portanto e no fundo aquilo que tem sido
eh aqui o argumento durante estas
décadas é que T de haver aqui um grande
acordo em que toda a gente reconheça o o
direito de toda a gente a existir de
forma pacífica não é que haja garantias
de segurança para os diferentes atores
portanto não parece que isto esteja
assegurado e e também e e parece-me que
isto isto corresponde muito a uma
tendência que eu tenho criticado muitas
vezes na Europa em vários contextos por
exemplo na Venezuela por exemplo na
Síria que é fazer declarações grande
eloquentes do género o governo de maduro
deixou de ser legítimo agora vamos
reconhecer outro Presidente e portanto a
Venezuela tem mudar de governo e depois
a seguir não há forma e é evidente que
não há forma da Europa realmente
garantir que isso tem alguma tradução e
prática no terreno e e portanto fica
numa num posição de enorme fragilidade e
fica sujeita a críticas de ineficácia de
ineficiência de hipocrisia de se limitar
a declarações e não depois não ter
implica isso não ter efeito prático
Portanto acho que é seria mais um
exemplo daquilo que muitas vezes a
Europa tem feito e que do meu ponto de
vista mina a sua credibilidade facilita
críticas deste género não é de
hipocrisia e e e tem e tem pouco impacto
no terreno mas vamos ver é possível que
que venha a acontecer não me espantaria
que viesse a acontecer do meu ponto de
vista é uma forma errada a tentar lidar
com um problema bastante real e bastante
sério e José barel falou também no fórum
económico Mundial Onde está também
Anthony blinken em Kev temos uma visita
surpresa de stoltenberg à capital
ucraniana com o líder da Nato a
sentar-se com zelens que a reunirem e e
discutirem criação de um fundo de
100.000 milhões de euros para ajudar a a
Ucrânia um fundo para ajuda militar nos
próximos 5 anos o que é que te pareceram
O que é que pareceu O que foi dito
depois esta reunião entre stoltenberg e
zelenski e a criação deste fundo bem
acho que corresponde a um esforço da
parte um um esforço compreensível
avisado da parte do solberg para eh
mostrar digamos interesse empenho na na
defesa da Ucrânia eh para tentar
moralizar de alguma forma a defesa
ucraniana a resistência ucraniana num
momento realmente difícil são bastantes
meses sem um apoio militar significativo
da parte dos Estados Unidos que é
insubstituível eh e portanto isso que
tem levado a uma acumular Dificuldades
há dificuldades que temm a ver com
outras questões por exemplo cansaço dos
Soldados que estão há mais de dois anos
na linha da frente a dificuldade em
refrescar essas tropas com com novos
recrutas portanto problemas também na
estrutura de comando que já discutimos
aliás no passado etc mas realmente esse
é um fator importante e portanto o
secretário geral da Nato faz aquilo que
pode lhe fazer e que lhe cabe um pouco
fazer que é este tipo de diplomacia da
Defesa diplomacia pública mas estão um
pouco mais política dos conflitos eh e
também eh esse segundo aspecto no fundo
corresponde a um esforço que ele em que
ele vem também insistindo de eh ir eh no
fundo eh preparando o futuro não é
portanto de deixar esta mensagem que
este apoio não é apenas para agora nem
para os próximos meses mas é um um apoio
a prazo é um apoio sustentável e
sustentado eh isso também seria muito
importante do meu ponto de vista Para
sinalizar por exemplo a indústria da
Defesa nos países da Nato que realmente
pode fazer investimentos para aumentar a
sua capacidade de produção por exemplo
munições e isso e haverá clientes para
isso quer dizer isso terá uma
viabilidade económica não apenas nos
próximos meses mas nos próximos anos que
justifica esse investimento portanto
tudo isso me parece acertado e ir no
sentido certo agora não resolve digamos
as dificuldades no curto prazo mais
imediatas da realmente da Ucrânia sim e
de facto estamos perante uma altura em
que a Rússia tem conseguido vários
avanços tem conseguido várias conquistas
e eh sendo que muito motivado por esses
atrasos também no apoio militar à
Ucrânia não estamos no momento de
contraofensiva de verão como tivemos o
ano passado e estamos no momento de
ofensiva
russa sim eh aliás eu sempre fui crítico
da utilização desse termo contra
ofensiva na verdade a Ucrânia fez contra
ofensivas com sucesso naquele período
inicial da Guerra por exemplo em car kiv
e e depois em kerson ou seja mas
sobretudo em car arquiva ou seja uma
contraofensiva não é apenas não é
qualquer ofensiva que um estado que se
está a defender de uma invasão fase é
uma ofensiva que se segue imediatamente
a uma uma ofensiva do adversário
portanto que tira partido No Fundo Do
Outro Lado ter avançado não ter ainda
tido tempo nem ter considerado
necessário fazer eh construir posições
defensivas trincheiras Campos de Minas
etc e portanto de repente eh ser
surpreendido até com esta inversão da
dinâmica do conflito e o lado que Aí
estava a recuar e a perder de repente
conseguir eh surpreender esse esse esse
lado atacante e e portanto e e significa
que é geralmente nas contras ofensivas
que se consegue e romper a linha da
frente se consegue avanços muito
significativos capturar material em
quantidade etc isso não não foi possível
no no verão passado porque a Ucrânia
teve de enfrentar linhas defensivas
russas já muito consolidadas em grande
em profundidade etc eh e portanto eh sim
atualmente eh no fundo a Rússia tem
claramente a iniciativa até agora não
conseguiu também grandes avanços mas tem
conseguido ir acumulando avanços
pequenos graduais de poucos quilómetros
sobretudo na na zona do Leste eh tirando
o máximo partido de de facto a Ucrânia
estar com estas dificuldades de topas
tropas muito cansadas grandes limitações
eh no emprego do do material que foi
recebendo do acidente porque não tem por
exemplo munições suficientes e portanto
tudo isso facilitou aqui alguns avanços
Russos vamos ver se a Rússia consegue Eh
agora preparar uma ofensiva em grande
escala e vamos ver se a até lá estes
apoios nomeadamente norte–americanos
chegam com a a quantidade e a velocidade
suficientes para evitar que isso possa
ter consequências mais graves para para
a viabilidade da Resistência ucraniana
uhum falemos então também da fronteira
entre a Polónia e Ucrânia que parece que
foram finalmente desbloqueadas aconteceu
durante a manhã desta segunda-feira Isto
foi avançado pela agência reuters
tivemos protestos de vários meses de
agricultores junto à Fronteira do lado
Polaco E agora temos este desbloqueio
Qual é a importância de desbloque ar
estas passagens fronteiriças entre a
Ucrânia e
Polónia é bastante importante no fundo
era um embaraço para o atual governo
Polaco que ao contrário do anterior não
não cavalgou estes protestos sobretudo
os setores mais da Agricultura eh que
tem dado grandes sinais de solidariedade
com Ucrânia e de considerar realmente
que é fundamental continuar a apoiar h
no fundo da Resistência ucraniana h e
portanto é uma boa notícia e mostra que
realmente mesmo num contexto de guerra
mesmo em relação a países que têm
claramente um interesse estratégico em
conter o espansionismo Russo isso não
evita alguns egoísmos nacionais se
calhar mais ou menos compreensivas
egoísmos nomeadamente económicos e e
portanto isto também é um sinal de como
vai ser difícil cumprir a promessa por
exemplo de adesão da Ucrânia à União
Europeia é um país de uma grande
dimensão e muito pobre em relação à
média europeia e portanto vai ter
grandes implicações mas depois também
com grande com setores com grande
potencial por exemplo o setor agrícola
mas também por exemplo o setor Mineiro
que podem competir com outros estados no
seio da União Europeia e portanto tudo
isso eh sempre deu na história da União
Europeia eh grandes negociações
negociações muito prolongadas difíceis a
união europeia é este equilíbrio entre
eh eh princípios de solidariedade eh a
noção também de que em termos
estratégicos nós somos mais fortes se se
conseguirmos combinarmos não é em termos
de um de um contexto geopolítico Global
em que o que tem peso são grandes
potências de dimensão Continental eh mas
ao mesmo tempo os estados continuam a
ter os seus próprios interesses e as
suas próprias opiniões públicas as suas
próprias eleições e portanto no fundo é
aqui encontrar este equilíbrio mas não
há dúvida que é uma boa notícia para a
Ucrânia sobretudo que precisa deste
apoio que é no fundo a possibilidade
para compensar toda esta destruição que
está a sofrer na sua economia ter um
acesso livre imediato sem sem adesão mas
portanto com uma concessão digamos de de
economia de guerra ter um acesso eh sem
sem restrições aos mercados europeus
agora é evidente que isto no no fundo
significa concorrência concorrência
difícil para por exemplo para os
agricultores polacos
uhum muito obrigado por mais uma
participação no nosso gabinete de guerra
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