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bem-vindos de regresso ao eh clube do2 e esta conjunto de entrevistas que estamos a fazer e sobre enfim procuro só olhar um pouco para a frente mas para para assinalar os 10 anos da do Observador os 5 anos da Rádio observador e eu estou com Sofia Ramalho Sofia Ramalho é vice-presidente da ordem dos psicólogos Portugueses e o tema inevitavelmente tinha que ser a nossa saúde mental e o futuro da nossa saúde mental não é eh quando nós falamos em Saúde Mental em Portugal por regra não digo que se faça sempre isso mas muitas vezes e chama-se atenção para o facto nós termos um consumo de ansiolíticos particularmente elevado eh Há muito aquele hábito se a pessoa começa a ficar enervada diz vai tomar um xanax peço desculpa por usar uma marca comercial Mas enfim tá tão é tão corrente que que se usa com frequência e isso eh enfim na CDs estamos entre a primeiro ou segundo lugar em termos de consumo deste tipo de medicamentos isto não é de alguma forma um sinal de que quer dizer não há nenhuma razão temos temos Bom Sol temos Bom Clima nós estamos numa crise económica não é Ou melhor se estivermos todos os outros também estão não é um sinal de que prevenção das doenças mentais e e a e a Conservação da Saúde Mental não estão ainda em bom estado no nosso país antes Dea muitos parabéns por esta não só pela iniciativa Mas pelo aniversário e pelo todo trabalho que tem desenvolvido eh é é um sinal eh é um sinal de facto de que houve muitos anos de negligência relativamente à à dimensão da saúde mental que fez com que determinados problemas de saúde mental se instalassem e ao instalar-se eh eles passam a ter uma chamada de atenção para uma intervenção mais remediativa eh que passa muitas vezes já por uma segunda terceira linha de intervenção nomeadamente o uso dos psicofármacos Como diz mas que negligenciou durante muito tempo um trabalho de Promoção e de prevenção do desenvolvimento das pessoas quer dizer com isso que não houve acompanhamento na escola não houve acompanhamento no trabalho que é um tema que as pessoas enfim uma das outras coisas que às vezes diz é que ninguém quer admitir que possa ter um problema na área da saúde mental porque é enfim e pá não fica bem se eu tiver um às vezes até doenças muito graves físicas chamemos assim não é pant se tudo tem um lado componente físico mas tiver uma tiver que ser operado se partir uma perna ninguém fica com vergonha se disser que está com uma depressão há pessoas que dizem sequer existe por um lado eh H há há esta dificuldade e há um estigma muito grande associado à saúde mental que é um estigma que tem vindo a ser levantado agora eu acho que a pandemia eh fez expandir muitíssimo eh esta ideia de que existir um problema de saúde mental é algo comum tão comum como uma dor como uma dor de cabeça eh ou um ou um um torci ter e do pé e portanto a partir deste momento eh Há muito mais sensibilidade e muito mais atenção à dimensão da Saúde Mental mas até agora nós tínhamos um temos um país conservador eh temos eh esta dificuldade aem entender problemas de saúde mental qu conservador o que é que quer dizer um país conservador que eh que na realidade esteve sempre muito mais eh concentrado naquilo que são os problemas de saúde física eh menos atento aos problemas de saúde mental porquê porque havia o estigma eh de que a saúde mental estava associado a processos eh eh psiquiátricos mais complexos a problemas eh eh graves eh da Saúde Mental quando nós falamos da Saúde Mental nós não estamos e nunca podemos referir a saúde mental como eh simplesmente a presença de uma de uma de uma perturbação psicológica ou a ausência dessa perturbação quando nós falamos de saúde mental falamos muito mais além do que isso estamos a falar de eh deixar e promover nas pessoas a possibilidade de viverem a a a sua vida e o seu propósito de vida no com o máximo da sua potencialidade humana portanto todo o ser humano tem um potencial eh que eh que deve ser realizado e um propósito de vida que deve eh ter espaço para emergir e isso é cuidar da saúde mental por exemplo eh se se eu portanto eu estar eh com uma boa saúde mental não é só eu não estar de comida eu não estar não é pela negação da doença eu estar com uma boa saúde mental é eu sentir-me eficaz produtiva no meu local de trabalho é eu estar bem na relação com os outros é eu tomar boas decisões mas dizer isso não pode levar muitas pessoas a Pens a fazerem um autoexame dizer assim eu não estou bem com o meu trabalho portanto estou mal da minha saúde mental Quando Às vezes podem ser apenas estar mal no trabalho e ver ali out outros problemas não têm nada a ver com a saúde mental eh nós temos que olhar para para a nossa saúde mental como um conjunto de competências e que nós temos seja de interação seja de resolução de problemas seja e competências eh mais até de autorregulação emocional de contenção emocional quando estamos perante determinado tipo de desafios de capacidade de superação e e não somente na dimensão da doença no âmbito da Saúde Mental e portanto quando nós nos focamos eh nessa lógica Sim todos nós podemos ter uma necessidade eh de de apoio e de suporte psicológico para eh podermos eh melhor desenvolver as nossas competências e para podermos ser mais na na no na nossa sociedade mais no local de trabalho no caso das crianças e dos jovens mais eh na na escola mais do ponto de vista da participação cívica eh mais do ponto de vista também eh até da da própria proteção social Porque podemos dar e melhor decidir e e procurar por exemplo e as ajudas e de apoio social necessárias e isso implica uma tomada de decisão que implica uma boa saúde mental e portanto nós estaremos de falar sempre numa perspectiva de prevenção e promoção esta linguagem ainda é um pouco difícil para a maior parte da população porque a maior parte da população quando tem um problema de dor de cabeça um problema de saúde físico procura o médico numa Perspectiva da remediação sintomas os sintomas agora como é que eu sei os sintomas começou a falar-se muito de saúde mental quando foi a pandemia como referiu mas Quais são quais são os sintomas são porque an triste porque ando cont temp quer dizer porque as duas coisas podem ser sintomas andar triste ou andar al andar eufórico eh é eh o o o que aquilo que são os indicadores de eh nós nós podermos precisar de um apoio mais especializado ou não precisar é quando nós não é o facto de nos sentirmos menos bem ou de estarmos mais tristes ou mais ansiosos porque isso é normativo por exemplo se estiver perante uma situação de morte eh de alguém não era normativo se eu tivesse uma reação diferente de estar triste e de sentir a perda da pessoa mas quando esta eh eh ansiedade ou quando a tristeza ou quando a nossa dificuldade em lidar com problemas do dia a dia a nossa dificuldade em nos levantarmos para ir para o local de trabalho em nos sentirmos eh agradados com aquilo que é o nosso dia a dia quando isto permanece no tempo e portanto a permanência no tempo ou quando é muito intenso portanto a intensidade aqui e isto vai de facto impactar muitíssimo e vai nos fazer perceber que de facto nós temos aqui indicadores de que não nos sentimos bem de que não estamos bem não é circunstancial a um momento mas é algo que já dura algum tempo e que requer uma mudança de comportamento uma mudança de ponto de vista emocional para poder lidar com a situação habitual do dia a dia mas por exemplo e a medicação o a vontade de H medicamentos isso é porque as pessoas eh fala-se muito que por exemplo essa tendência para termos um consumo tão grande de ansiolíticos tem muito a ver com automedicação essa automedicação resulta de quê resulta de eh as pessoas não querem ir ao médico resulta de ser fácil comprar nas farmácias resulta de falta de acompanhamento quer dizer seguramente uma mistura disto tudo mas como é que identifica cada um destes problemas resulta de um conjunto de circunstâncias Mas acima de tudo resulta de um sofrimento psicológico que faz com que a pessoa queira resolver de imediato esse sofrimento e aquilo que e que acontece quando se procura e a utilização de psicofármacos é uma necessidade eh urgente de resolver aquele sentimento de mal-estar naquele momento e portanto isso tem no fundo é procurar uma intervenção remediativa por um lado neste caso quando não é acompanhada clinicamente eh nem nem é é e é uma automedicação eh ainda tem um aqui um um pior uma pior interferência porque na verdade a pessoa não se deve automedicar mas na mas também não há uma consciência pública de que a procura eh de de de uma intervenção por exemplo de um psicólogo uma intervenção mais especializada que não recorre à utilização de psicofármacos deve ser uma primeira linha de intervenção mas isto não é caro para as pessoas não H uma barreira económica aí por isso é que quando nós olhamos para o futuro do nosso país e o caminho já está a ser feito mas ainda há muito caminho a fazer eh a a a possibilidade o acesso eh à saúde mental e o acesso a serviços especializados de saúde mental não me não me refiro só nos cuidados de saúde primárias mas também por exemplo nos contextos educativos eh nos contextos de trabalho eh nos contextos por exemplo de proteção social da área da Justiça Portanto o acesso à à saúde mental e aos serviços especializados é algo Eh que que virá eh no fundo contrabalançar esta dificuldade mas sim hoje em dia apesar de eh haver já eh serviços de psicologia no no setor de Saúde Público eh apesar de haver psicólogos já a dar apoio nas nos locais de trabalho eh apesar de haver psicólogos nas nas nas escolas isto não é suficiente não é suficiente nós temos já há também já um conjunto de seguradoras Eh que que apoiam o financiamento de consultas de Psicologia eh isso é um passo já também muito significativo mas mas quer dizer vamos ver a proporção e o número de psicólogos Face ao número da população o número de psicólogos por exemplo nos cuidados de saúde primárias Face à à população é é é absurda eh e por isso o mas de qualquer das formas pensando no futuro do nosso país e pensando nos próximos 10 anos nós aquilo que sabemos é que hoje mais do que nunca a saúde mental é tão importante como as questões do ambiente a saúde mental é tão importante eh e integrada e está integrada com a dimensão da Saúde física porque nós também sabemos que muitos dos problemas de saúde mental não não tratados eh depois interferem em problemas de saúde física e vice-versa muitos problemas de saúde física também tem uma componente de saúde mental que é importante que é importante intervir e portanto nos próximos 10 anos eu creio que a saúde mental é vai ser a grande e tem que ser a grande aposta para que nós possamos de facto até ter muito mais sustentabilidade até do ponto de vista económico e social mas di uma coisa nós ainda há bocado identificamos eh identificou que o período da pandemia chamou a atenção para o problema o período da pandemia as pessoas percebem que há ali uma disrupção da da das rotinas o is lamento as crianças deixam de ir à escola as pessoas deixam de ir ao emprego de repente H estão fechadas em espaços circunscritos e portanto todas as pessoas entendem com facilidade que isso pode gerar desequilíbrios agora quando nós estamos no dia a dia nós temos por exemplo ainda há bocado de um indicador que é negativo que é o consumo de psicofármacos fármacos nós podemos dar outro indicador também consultando os relatórios da ocde que é positivo temos uma taxa de suicídio que é das das mais baixas eh na na nos países ocd é muito diferente de outros países que têm até mais são mais ricos digamos assim tem mais capacidade económica eh como é que na sua perspetiva quem está quer dizer quem não é especialista quem não não foi treinado para detetar os problemas pode de alguma forma perceber que eles e que eles existem ou até que ponto é que é que às vezes começar a falar-se de coisas eu não digo que estejam na moda Mas podem tornar-se muito comuns como Ah eu tenho um barnaut ah e o meu filho é hiperativo essas coisas não acabam por criar outro tipo de instruções porque não é mesmo não é fácil não é se eu tiver uma dor de cabeça ou uma um pé torcido eu sei que tenha uma dor de cabeç ou um pé torcido um Bernal embora a dor de cabeça pode ter sido causada por diferentes F associada a diferentes tipos de doenças se for uma dor de cabeça assistente ou sei que tem que ir a um médico agora eu sentir-me cansado Pode não querer dizer nada não é é muito importante e isso é um caminho que também só está a começar a ser feito agora a literacia no âmbito da Saúde Mental porque a literacia no âmbito da Saúde Mental não é só conhecer eh O que é que são as diferentes tipos de expressão do sofrimento portanto seja a expressão através da ansiedade a expressão através eh da da depressão ou até de outro tipo de problemas de saúde mental mas também acima de tudo eh o reconhecimento de sinais de alerta Este é o ponto número um reconhecimento de sinais de alerta e e eh Identificar qual é o momento a partir do qual a pessoa deve procurar ajuda especializada e claro que a disponibilização de literacia em Saúde Mental não pode ser eh indiscriminada portanto ela ela deve acontecer por por e e e as pessoas também devem ser Preparadas para procurar informação sobre eh as questões de saúde mental em fontes fidedignas e ou seja nós sabemos que há aí muitos e para psicólogos vamos dizer assim ou eh eh outro tipo de intervenções que não são baseadas em em em em evidência científica e que portanto não podem de forma alguma e até podem ser muito mais prejudiciais eh para as pessoas vou dizer quando por exemplo nós vou-lhe dar um exemplo concreto que é assim eh nós temos e enfim barnaut é uma é uma é uma situação específica e eu não sei definir mas seguramente que sabe não é agora quando de repente vemos muitas classes profissionais a dizer muitos sindicatos a dizer ai ão estamos todos em bernalte isso não cria também uma perceção errada do que pode ser esse tipo de doença certo essa banalização do uso de de determinado tipo de linguagem associada eh mais à Saúde Mental é um problema eh também na nossa sociedade e de facto utiliza-se muitas vezes e essas expressões para designar tudo e mais alguma coisa inclusivamente até quando falamos Nas questões do estigma Por exemplo quando nós eh eh fazemos comentários do género eh Tu pareces um autista faça à aquilo que eu estou que eu estou a dizer portanto nós no fundo tendemos a a a atribuir uma etiqueta a diagnosticar noos a nós ou aos outros em função daquilo que escutamos mas que não tem uma base eh científica E daí que é preciso muito cuidado eh e um cuidado adicional e e e de facto esta esta dimensão da literacia em Saúdo mental vai permitir também às pessoas distinguir aquilo que é uma banalização do uso de um conjunto de termos e daquilo que é eh enfim daquilo que é cientificamente adequado E para isso é é preciso muita eh muita educação eh psicológica vá da própria população e eh dos dos líderes dos outros profissionais de saúde e outros profissionais das outras áreas porque de facto há um risco muito grande e nós sabemos não é só com não é só com a área da Psicologia mas há um risco muito grande de se banalizar em estes termos e e as interpretações eh deste tipo de situações eh por exemplo nessa nessa dimensão do Burnout nós sabemos que o barnaut por exemplo é uma doença profissional eh e e há muita gente que utiliza este termo de barnaut eh quando está a falar de de de da da do seu mal-estar noutros contextos às vezes por is simplesmente seu cansaço não é por is simplesmente só o cansaço e portanto porque a avaliação da intensidade E de uma determinada situação do impacto que ela tem na pessoa eh e de e da sua permanência no tempo essa avaliação tem que ser feita por uma pessoa especializada naturalmente que a população eh tem que estar sensibilizada para detectar os sinais de alarme mas detectar os sinais de alarme é apenas apenas serve para poder dizer esta esta pessoa precisa de procurar apoio ou esta pessoa está tem apresenta aqui um conjunto de sinais e estes sinais têm que ser vistos por um especialista por exemplo nas doenças enfim nas situações de desequilíbrio na saúde mental Nem todas são vistas com da mesma forma não é por exemplo eu dizer tenho uma depressão muitas vezes tem um ónus é uma coisa vista como sendo uma fraqueza uhum eu dizer tenho um Burnout voltando esse tema porque tá muito na moda é dizer eu tenho um patrão que não gosta de mim ou eu tenho um patrão que tem exigir demasiado das coisas ou eu sou muito trabalhador e não estou a aguentar mas é sempre quer dizer tem componentes muito diferentes que levam à necessidade de algo que não é apenas acha que só se faz com pedagogia Isto é muito difícil de explicar não é na na a pedagogia é importante para poder orientar as pessoas para aquilo que que que deve ser procura de uma ajuda mais especializada evidentemente mas repar numa coisa por exemplo quando a pessoa está com uma dor de cabeça e vai tomar um um um benuron passa expressão ou um outro tipo de medicação também se está automedicar Face à aquilo que interpreta a ser uma dor de cabeça uma coisa eh sem grande exão o próprio sistema quer dizer tem está previsto para isso não é e não tenho cada vez que que estou constipado não tenho que ir a um médico certo e cada vez que ten um um sintoma de tristeza ou de ade também não tem que ir procurar a ajuda de um psicólogo portanto é preciso de facto que eh eh que que haja uma maior abertura eh para que as pessoas falando mais também diminuindo-se o estigma e há pouco falávamos por exemplo da questão do conservadorismo eh em Portugal em Portugal há muito esta esta ideia de que eh nós temos que ser fortes nós temos que ser capazes de enfrentar os nossos problemas nós temos que ser bons no local de trabalho temos que ser bom como como pais B isso é bom ou é bom é É mau se se leva a que as pessoas depois tenham receio de apresentar aquilo que estão a sentir de falar sobre aquilo que estão a sentir de de falar sobre o impacto que determinado tipo de situações está a ter na sua vida eh com base nisso ou seja eh se eu vou se eu penso se eu sinto que se eu falar daquilo que estou a sentir é um sinal de fraqueza eu se calhar não vou falar daquilo que eu estou a sentir e esta inibição ou esta eh ou ou por exemplo mascarar esta situação dizendo que estou com barnaut porque não quero dizer que afinal eh eu posso eventualmente estar deprimida e porque se calhar é mais aceito socialmente dizer que estou cansada ou que estou com Burnout do que dizer eh que estou deprimida eh Então isto de facto interfere muito naquilo que é o comportamento das pessoas como é que se combate isto combate-se com muita literacia eh nesta área porque de facto eh nós vivemos aqui um risco de eh ou banalizar excessivamente um conjunto de de sintomatologia vá do ponto de vista da da Saúde psicológica ou por outro lado ignorar essa sintomatologia com base num preconceito porque é sinal de fragilidade e nós temos já evoluído muito portanto quanto mais se fala de saúde mental mais eh isto tem vantagens e tem desvantagens não é quanto mais se fala de saúde mental mais as pessoas se sentem abertura para poder expressar eh o que estão a sentir sem essa dificuldade e sem essa entrave de de de sentirem que estão a ser fracas ou a mostrar-se frágeis Claro que isto ainda é algo que tem vindo a mudar mas por exemplo eu posso lhe dizer que eh neste momento a maior parte das crianças e jovens Se nós formos um contexto educativo já estão muito mais sensibilizados para estas questões da Saúde Mental pedem apoio psicológico eh para para por exemplo para tomadas de decisão para desenvolverem determinado tipo de competências eh falam com os pais em casa sobre as questões eh sobre aquilo que estão a sentir e sobre os eh as o seu sofrimento psicológico eh e os seus eh problemas de saúde mental e portanto isto já eh começa cada vez mais a ser menos Tabu e a ser mais falado Qual é o reverso da medalha é de facto eh poder-se fazer aqui sobre interpretações e eh e Haver aqui um conjunto de pessoas que eh se se vai autodiagnosticar eh se eh vai eh eh também eventualmente pensar que tudo é um problema e de saúde mental tudo é um problema e isto eh e e ou então vai pensar que o ideal é não viver e é não é não é eh enfim é que é que tem é que temos que ser perfeitos e não temos que sentir sofrimento psicológico isso não é possível nós temos que olhar por exemplo quando nós falamos especificamente da ansiedade A ansiedade pode ser estimulante eu se eh pode pode pode me puxar para que eu vá agir perante uma determinada circunstância ou seja E se eu e por exemplo se eu estiver perante um animal feroz eh e aquilo me causar medo e esse medo é importante para que eu tomo uma atitude de fugir do animal de me proteger do animal e portanto Este é uma atitude até protetora portanto ansiedade a depressão a tristeza tem um tem fatores também protetores agora se se de facto eu eu Se ultrapassar vá um deter uma determinada intensidade desse sofrimento Então ela já poderá estar a ter um impacto negativo na minha vida e aí eu tenho que procurar apoio bem muito obrigado o tempo fou acabamos mais esta entrevista Muito obrigado mais novamente