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[Música] está aberto o gabinete de guerra na rádio observador vamos falar de conflitos em curso essencialmente em gaz e também na Ucrânia estamos com Bruno Cardoso rei estudador e Bruno Boa tarde começamos com zelensk ficou hoje a saber-se que o presidente da Ucrânia vai visitar Portugal durante a próxima semana Recordar que em 2023 também foi noticiada a vinda de zelenski no final de setembro nesse ano H A propósito do grupo de Arraiolos da reunião mas isso acabou por não acontecer desta altura parece que vai mesmo acontecer Qual é a importância desta visita h e também eh O que é que Portugal terá a dizer a zelens que também no momento dessa visita e eh Boa tarde Boa tarde Miguel Boa tarde a todos bem eu eu penso que é é uma visita que corresponda a este esforço que zelens que vai fazendo de enfim conciliando as urgências da gestão da Guerra Não é que obviamente impõe algumas algumas algumas vezes alguma urgência e dificulta deslocações ao estrangeiro com com muita frequência mas zelenski depois de uma primeira fase em que basicamente isso era impossível começou de uma forma mais ou menos metódica a procurar fazer algumas viagens e tem alargado esse âmbito agora no e nos últimos neste último ano nestes últimos meses por exemplo foi à posse do presidente mili na na Argentina aproveitou para parar no em Cabo Verde para falar com vários presidentes latino-americanos portanto houve realmente essa expectativa quando foi da reunião do grupo da roles mas eh no fundo Nessa altura zelens que optou por por ir a Bruxelas não é onde no fundo se encontravam depois todos os chefes do executivo dos Estados membros da União Europeia inclusive aqueles que faziam parte do do grupo da roles que só enfim que entre aspas eu acho que até é uma boa iniciativa portuguesa mas a partir da reúne os chefes de estado em regimes semipresenciais portanto não têm poder executivo portanto apesar tudo entre encontrar os primeiros-ministros e os presidentes de países com esse tipo de regime fazia mais sentido e sobretudo acrescentavam se todos os outros estados membros da União Europeia Portanto acho que obviamente não houve em nenhuma digamos nenhuma hostilidade a Portugal ou a Espanha foi realmente uma questão prática Eh agora parece-me que zelens que quer no fundo manter viva a questão da da Ucrânia em termos de agenda mediática sabe que ela está em competição com outros temas à medida que a guerra se vai arrastando h a tendência para perder alguma alguma visibilidade em termos do debate público e portanto é uma forma de garantir isso e apesar de tudo há aqui um aspecto mais concreto que no fundo é a formalização de uma garantia de apoio continuado à Ucrânia muitos estados europeus têm estado a fazer isso eh um pouco para compensar a impossibilidade pelo menos no imediato e sem alteração dos critérios de adesão por exemplo da Adesão à Nato não é como sabemos para já aquilo que que tem sido a regra nos últimos nos últimos anos e é é há muitos anos é que realmente um estado que está em guerra e que não controla todo o seu território não pode aderir à organização e portanto uma forma de tentar no fundo compensar isso é dar aqui uma garantia de segurança bilateral em vez de ser pelo formato multilateral que seria fundados ao anato e portanto ao tratado Washington com o seu famoso Artigo 5º que tem essas essa garantia de segurança múa de de todos os estados membros Portanto acho que tem tem alguma importância eh em relação a Portugal acho que geralmente zelenski no fundo procura também utilizar estas ocasiões para fazer algum algum Lobby alguma pressão adicional para alguma eh algum anúncio adicional de apoio Portanto vamos ver se o governo consegue dar aqui alguma boa notícia desse desse ponto de vista o governo anterior com o acordo do principal partido da oposição deu um apoio importante a umas semanas de sair que foi aquele anúncio dos 100 milhões para para este programa de de ajuda de emergência em termos de compra de munições até para compensar as dificuldades do lado americano que entretanto se resolve veram mas continua a haver muitas outras dificuldades e portanto espero que realmente haja também a possibilidade de fazer algum anúncio novo nomeadamente de apoio militar eh acho que Portugal pode Poo S Portugal já tinha tido compromisso também naquilo que será no futuro a reconstrução creio de parte escolar na Ucrânia também tinha-se comprometido com ajudar naquilo que é o processo de adesão à União Europeia pela experiência de Portugal nessa nessa nessa parte espera-se agora Talvez uma posição também sobre a eventual ajuda militar e nesta esta visita de zelenski H quanto à questão Sim Bruno Bruno sim ah não EA parecia que me estavas a interromper e ia perguntar quanto à questão entre São Tomé e Rússia e esse acordo hoje falou o presidente de São Tomé disse que nem Portugal é fator de bloqueio ao acordo de cooperação militar entre São Tomé e Moscovo Nem Há razões para crispação eh isto depois de ter já falado com Marcelo rubel de Sousa como é que vês este recente desenvolvimento também sobre este este acordo que criou também um certo irritante naquilo que é o setor político português bem e e para ser justo também criou alguma digamos algumas levou algumas críticas no interior do próprio do próprio país de São Tomé da parte da própria oposição que veio questionar nomeadamente Porque é que o acordo foi aparentemente negociado em segredo e foi assinado em segredo e ainda não é conhecido eh e Portanto acho que por exemplo aí é normal que Portugal pergunte mas então qual é quais são os termos do acordo nós temos de saber podos imaginar por exemplo há aqui um acordo de partilha de informações militares sensíveis Portugal Tem uma cooperação militar muito intensa com são tomet e a tem reforçado eu aliás durante muito tempo defendi que São Tomé e cab Verde deviam ser as prioridades das prioridades em termos de cooperação portuguesa eh porque são países relativamente pequenos com recursos limitados que não são geralmente e aqui não isto não é ofensa para ninguém quer dizer Portugal também não é a prioridade dos Estados Unidos na Europa é a grã-bretanha ou a França ou a Alemanha eh São Tomé não é é a prioridade dos Estados Unidos ou de outra grande Potência em África não é tem outras outras prioridades portanto aí Portugal podia fazer alguma maior diferença já agora não me recordo de muitas destas vozes mais críticas e mais surpreendidas com o acordo terem defendido isso no no passado mas portanto eu e estou relativamente à vontade eh acho que mas acho que apesar de tudo algum esforço houve para intensificar essa cooperação acho que ela é muito importante para São Tomé e estas declarações mostram que apesar de tudo o governo de São Tomé sem querer comprometer esta questão de princípio que é um país soberano Eles é que decidem que acordos é que fazem também não está interessado eh no fundo em comprometer a cooperação com Portugal inclusive no campo da Defesa portanto apesar de tudo é uma situação bastante diferente daquela que por exemplo Temos visto em relação à França em várias das suas antigas colónias em África eh onde no fundo esta assinatura de acordo com eh de acordos com a Rússia é acompanhado de apelos públicos à saída da da França com o máximo de rapidez desses países portanto não estamos Nesse contexto apesar de tudo Acho que isso é um sinal positivo sobre a avaliação que é feita pelos santomenses da cooperação nomeadamente militar com Portugal agora teremos de ver como é que isto evolui o meu ponto aqui é eh quer dizer acho que temos de ver na prática O que é que o acordo tem temos de ver o que é que vai ser efetivamente implementado temos de ver que implicações é que isso tem na própria política interna e externa de São Tomé e se levar por exemplo a derivas antidemocráticas autoritárias golpismo como tem acontecido noutros países africanos é legítimo que um país como Portugal repensa a sua cooperação não estou a dizer que corte completamente Eu também acho que mesmo com regimes autoritários às vezes é importante pant manter algumas pontes e por exemplo Portugal durante o estado novo foi muito importante haver alguma cooperação militar por via da Nato muitos dos oficiais que Depois vieram a apoiar a democratização foram os chamados oficiais da geração Nato tinham feito treino em países Democráticos tinham visto que era possível haver uma democracia pluralista sem que isso resultasse no caos ou na tomada do Poder pelo pelos comunistas etc que era o grande papão do regime e Portanto acho que mas certamente acho que isso justificaria algum alguma recalibragem ou mesmo se significasse uma o nível de cooperação militar com a Rússia tal que pusessem em até em risco a própria segurança operacional por exemplo destas lanchas rápidas que estão eh portuguesas que estão lá ao serviço da cooperação com com santomé e também do combate à pirataria e ao Crime Organizado no golfo da Guiné ainda em território europeu há uma questão na na Geórgia e protestos que TM avançado tudo por uma lei tem sido apelidada lei russa é o projeto que exige que os meios de comunicação se registrem como organizações sobre influência estrangeira se receber mais de 20% de financiamento estrangeiro o que está a causar aqui irritação na Geórgia e e como podemos ver uma possível influência russa também eh em tudo o que está a acontecer bem esse parece ser o receio da própria oposição Geórgia parece ser o receio da própria presidente da Geórgia portanto não é propriamente uma agente estrangeira não é eh mas que realmente está alinhada com a posição embora não tenha grande poder pode por exemplo vetar estas leis embora tal como em Portugal depois a maioria no Parlamento pode Ultra passar isso mas é a própria presidente da Geórgia que diz esta lei ela própria ironicamente é um sinal de influência indevida estrangeira porque é realmente uma lei que é modelada que é copiada de uma lei semelhante que foi introduzida na Rússia por Putin no fundo nesta fase de crescente repressão de crescente dimensão autoritária do regime portanto no fundo uma tentativa de limitar a capacidade da oposição que tem muitos me muito uma capacidade muito limitada de captar apoio financiamento na Rússia por causa da pressão do Estado eh no fundo aparecer como deslegitimada não é como sendo simplesmente uma voz de interesses estrangeiros etc e portanto no fundo parece haver aqui o receio nos vários setores da oposição na Geórgia que isto seja um um primeiro capítulo tal como essa lei foi um primeiro capítulo numa fase digamos de crescente eh reforço da dimensão repressiva autoritária do do regime e dea crescente também aproximação da Rússia e afastamento em relação à à União Europeia que a maior parte dos georgianos parecem considerar como sendo uma boa opção esta questão da Adesão e portanto Aliás o atual governo empenhou-se nisso eh apesar de ser visto como tendo alguma uma posição um pouco equívoca em relação à Rússia e à Ucrânia mas eh mas realmente em dezembro foi aprovado o seu estatuto de país candidato e portanto tudo o que seja limitações de liberdades nomeadamente liberdade de expressão sabemos que vai ter implicações basicamente congela o processo de de adesão portanto há essa desconfiança também de que é uma forma inclusive de conseguir também isso por uma via indireta sem o governo assumir abertamente isso portanto eu agora eu diria que é realmente uma situação perigosa porque não me espantaria se a situação no fundo se agravasse e a crise se agravasse que isto pudesse ser um pretexto para por exemplo pedir algum tipo de intervenção à Rússia ou a Rússia assumir isso como um pretexto para algum tipo de intervenção Espero que não seja o caso até porque apesar de tudo a Rússia Está muito ocupada com militarmente com a Ucrânia portanto não estou a dizer que é certo ou até que seja provável mas não parece que seja completamente impossível hum eh quanto ao conflito em Gaza hoje temos umas declarações eh tem merecido destaque do Ministro dos negócios estrangeiros português numa entrevista ao el país um jornal espanhol Paulo Rangel eh recusa a ideia de genocídio H da diz que é injusto dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano H diz também que a catástrofe humanitária Exige uma condenação eh Bruno como é que lês as palavras de Paulo Rangel nesta entrevista ao el país bem eu estou no fundamental de acordo ou seja acho que é um é realmente é um equilíbrio que muitas muitas pessoas parecem achar que é inaceitável mas que me parece corresponder aos factos ou seja eh aliás muitas destas pessoas que acusam Israel de genocídio agora já acusavam Israel de genocídio antes sequer do 7 de outubro eh dá ideia que não admitem que a seguiram um ataque como o 7 de outubro por parte do amas que foi o início desta crise Israel não decidiu de repente atacar Gaza porque lhe apetecia ou porque queria eliminar a população palestiniana de Gaza foi porque foi alvo de um ataque de uma brutalidade digamos sem precedentes eh e que revela bem também as intenções do amaz em relação à população à população Judaica ao mesmo tempo é possível dizer Israel tem direito a defender-se mas não tem direito a defender-se como quiser não é à leis da Guerra eh e e portanto E aí é é verdade que houve uma série de indícios eh sérios de que houve realmente uma série de violações dessas leis da Guerra eh e inclusive por exemplo na questão da restrição da Ajuda humanitária sobretudo na fase inicial da Guerra entretanto as coisas melhoraram muito graças também à pressão internacional por exemplo dos Estados Unidos Mas mesmo dos dos países europeus portanto parece-me que é uma posição equilibrada e corresponde bem àquilo que são os valores e até os interesses de Portugal Neste contexto uhum ainda para para fecharmos uma última questão sobre as falhas de proteção nesse ataque de 7 de outubro em Israel Hoje houve uma declaração que fez uma menção a isto o chefe dos serviços de informação de Israel reconheceu que os serviços de segurança interna falharam na proteção dos cidadãos durante os ataques do amaz de 7 de outubro do ano passado uma confirmação daquilo que fomos dizendo ao longo dos Últimos dos últimos meses sim eh esse esse falhan é mais ou menos Evidente quer dizer depois percebeu-se com com mais detalhes que até havia alguma informação havia informação de países eh amigos eh países armes moderados havia informação do próprio terreno portanto nomeadamente soldados digamos eh responsáveis por por por vigilância e informação de Gaza tinham procurado alertar para para a situação mas que como isso não correspondia no fundo àquilo que era a orientação política que era muito desvalorizar gasa considerar que o amas no fundo estava satisfeito com a situação em gasa e que a ameaça estava sobretudo na C Jordânia procurar até jogar enfim o amas contra a autoridade palestiniana e vice-versa toda ess essas ideias essas teses da do governo Natan no fundo levavam a desvalorizar a ameaça uma ameaça que viesse de gasa e e e realment pagou Israel pagou um preço terrível eh por isso quer em termos de não ter evitado esse ataque quer depois da da enorme dificuldade em responder em tempo útil à aquilo que estava em perceber aquilo que estava a acontecer e em responder àquilo que estava a acontecer e e portanto é por isso que realmente Natan está numa posição de grande fragilidade política e e que há também todas estas desconfianças que ajudam muito os críticos de Israel mas que são desconfianças que t o mínimo de justificação sobre Quais são as reais intenções do governo Israelita em Gaza é simplesmente eh de facto bater o amaz ou vão para Além disso e sabemos que temos ministros radicais que dizem abertamente que são por exemplo a favor de de um processo de limpeza étnica que é obviamente inaceitável muito obrigado por mais uma participação no nosso gabinete de guerra obrigado [Música]