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[Música] Célia Macedo formou-se em arquitetura e trabalhou nas universidades mais reconhecidas do Reino Unido mas trocou o ritmo acelerado das grandes cidades pela calma de Montoro novo noo é oleira e é a história que lhe vamos contar no G com bom interior desta semana Olá eu sou a Célia tenho 43 anos sou oleira e hoje estamos em Montemor [Música] novo ão base em arquitetura trabalhei como arquiteta em Lisboa uns anos depois mudei-me para Inglaterra fui fazer o meu mestrado e depois um doutoramento e depois deixei a arquitetura e comecei a trabalhar na universidade portanto fui académica tive 12 anos em Inglaterra a trabalhar como docente dirigi um mestrado fiz investigação na na universidade em em sheffield e em Oxford e e depois progressivamente na na fase final do meu doutoramento eu comecei a ter aulas de cerâmica porque foi uma uma fase muito difícil acho que para a minha saúde mental e precisei de qualquer coisa para desovar e quando comecei a ter as minhas aulas de cerâmica percebi que que era aquilo pois tudo o que se passou até voltar para Portugal em 2019 foi um um caminho que fiz para descobrir como é que eu podia tornar isto na na minha profissão [Música] eu sou Riana não não tenho raízes aqui mas voltei para o alentejo vim diretamente a Inglaterra para São Pedro do corval porque quis aprender a cerâmica portuguesa com com quem sabia de facto então fui para um centro Oleiro em Portugal São Pedro do corval bati à porta do mestre Oleiro e contei-lhe a minha história e disse-lhe que queria aprender a sua arte foi o mestre Joaquim Tavares que me acolheu como se fosse família passei 7 meses na sua aaria na roda ao lado da dele a aprender tudo o que havia para aprender sobre a cerâmica tradicional desta região e quando me senti confiante abri o o meu espaço lancei a minha marca e comecei a fazer o meu próprio trabalho deixando-me ficar aqui pelo alentejo que acho que era onde fazia [Música] sentido eu acho que existe uma diferença na forma de fazer cerâmica e no do alentejo em relação ao resto do país e eu sei que o fazer da cerâmica está a ficar muito na moda mas acho que se contam pelos dedos das duas mãos Quem são de facto as pessoas que estão a fazer como sempre se fez [Música] aqui na arte da da Olaria da Olaria pura e dura acho que tem-se verificado uma decadência sobretudo em relação ao número de pessoas que a faz segundo a forma tradicional de de a fazer trabalho Sobretudo com encomendas para revenda ou para restauração Portanto tem essa que vai mais para lojas eh peças utilitárias eh feitas na roda do Oleiro tudo feito à mão desde o início até ao fim do processo e depois em paralelo com isso comecei assim relativamente há pouco tempo a desenvolver uma linha que é que eu chamo a linha de chefe que são peças em grês eh já pensadas para a restauração mais para para a alta cozinha eh tem peças presentes em alguns restaurantes da região e até um pouco mais longe e depois os clientes fora de Portugal que disponibilizam produto português para o mercado da saudade que é um mercado muito interessante de das Comunidades portuguesas que vivem fora [Música] Montoro novo tem uma coisa super interessante que que não existe noutros sítios do alentejo que tem uma cena artística muito presente a vários níveis temos aqui uma série de associações e sempre teatro música cultura de uma forma geral e depois tem uma uma Startup uma incubadora de empresas do município com rendas comparticipadas que que é excelente para quem está a começar e e com condições para ter negócios deste [Música] tipo eu dou workshops aqui no Ateliê assim algumas vezes gostava de dar workshops de roda que é uma coisa que eu ainda não faço mas preciso ter mais rodas para isso então mesmo para trabalhar a sério a técnica da roda do Oleiro que eu acho que aquilo também é aquilo que demora mais a aprender e por isso requer mais mais atenção os alent anos são eh pessoas muito especiais são difíceis às vezes são difíceis de de chegar à sua essência mas quando se chega estamos em família sempre sinto-me em casa eh em montem moro novo sinto-me no meio de uma comunidade que acolhe muito bem e sinto-me parte dessa comunidade sou muito feliz eu cada vez que cheg aqui de manhã eu para já Adoro estar no Ateliê adoro e cada vez que cheg aqui de manhã e abre a porta do Ateliê e e entro e olho para isto tudo às vezes penso que estou a sonhar que não não pode ser verdade que que consegui isto sou muito [Música] feliz Y