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[Música] Este é o [Música] azul Esta é uma boa altura do ano para visitar o vale carapito no sul da guarda uma área Rio welding onde a natureza encontra o seu refúgio logo à entrada Encontramos uma manada de cavalos suraia ele vive em regime semis selvagem ó eles viam ter connosco ó pepé então este senhor é o Nilo é o mais dominante aqui desta manada tá bom vá já chega ele gosta de mostrar a sua dominância de macho Esta é a manada do nilo tá aqui com quatro fêmeas adultas e já alguns descendentes acho que vai embora não quer assim tão perto show show Espero que não se importem com o vento eu sou a alim flor e neste episódio do podcast Azul a secção do público sobre ambiente CR e sustentabilidade ouvimos algumas partes da reportagem que fiz com o Tiago Bernardo Lopes para conhecer parte do trabalho da Associação Rio aling Portugal o coração deste trabalho está no Grande Vale do coa onde tem restaurada a paisagem com a abordagem do Rio aling uma forma de renaturalização em que se recuperam as funcionalidades dos ecossistemas uma espécie de empurrãozinho para que a natureza acabe por aprender a cuidar de si mesma eventualmente sem a presença humana quem nos guia nesta viagem é Pedro prata diretor executivo e líder da equipa da Rio aldim Portugal ainda antes da conversa descobrimos um membro novo da família do cavalo Nilo pois nasceu tá ali o bicho é novíssimo outro aqui ainda muito muito grávida portanto ali mas ela ainda assim com ar Canada portant É capaz ter sido recentemente mes ontem porque é assim o nosso estada teve cá segunda-feira segunda-feira mandou um vídeo a mostrar que ela ainda estava muito grávida hoje é to foi ontem é toda durante a noite onde é que nós estamos e o que é que está aqui à nossa volta ok nós estamos na propriedade da Rio Aldo em Portugal que se chama Val carapito e estamos no concelho de sabogal junto à aldeia de Vil arior é uma propriedade que foi adquirida há uns anos como área de demonstração de qual é que é o efeito dos grandes herbívoros neste ecosistema não é e atrás nós temos esta manada que tá cá já há vários anos e que tem feito Este trabalho de funcionalidade dentro do ecossistema que é consumir a biomassa vegetativa e transformar isto dar animação um ciclo de carbono e aumentar a disponibilidade de nicho para outras espécies portanto é isso que nós queremos maximizar o potencial Ecológico desta desta área uhum de que forma é que o trabalho que é feito aqui com estes grandes herbívoros se relaciona com por exemplo o trabalho que vocês fazem também noutros pontos até fora desta região mais e Coesa digamos assim do do do V do coa por exemplo em Vil noova de Paiva sim então esta é uma das peças Eh estamos aqui numa ilha eh de uma série de outras propriedades ao longo do Grande Vale do coa e a ideia aqui é começar processos que permitam a coerência de um corredor Ecológico este corredor é muito mais amplo do que só o Vale do C até porque trabalhamos com espécie que ocupam muito mais área nomeadamente eh os grandes predadores neste caso o lobo ibérico e que se espalha também para o Oeste para as Serras eh de de montemuro e arada eh onde há presença contudo são áreas de passagem e de permanência tanto desses eh predadores como dos herbívoros como dos necrófagos e também do Habit como como como um todo e portanto H Isto é um contributo eh que se centra aqui mas com o objetivo que radie e influencie à volta e como este espaço temos outros diversos espaços na mesma linha de pensamento e de estratégia para se influenciar com uma perspectiva a longo prazo de que isto se irradie e influencie todo este território aqui à volta uhum o projeto do o life of luux e tinha focava na questão da coabitação coexistência com comunidades humanas como é que digamos conseguiram ou estão a de conseguir isso na na por exemplo nos sítios onde nós e visitamos e de que forma é que também se coloca por exemplo numa numa zona mais densamente renaturalizar como é esta aqui como é que digamos como é que se fala esta linguagem para territórios diferentes sim então e a coexistência é a palavra-chave aqui que é encontrar é encontrar a e modelos de vivência entre atividades humanas e a existência de valores naturais nomeadamente o lobber como é que encontramos aqui possibilidades de coexistência entre estas duas realidades é por um lado encontrar boas ferramentas de prevenção da dos ataques do dano que o Predador possa ter eh nas atividades pecuárias eh com a introdução dos cães de gados as vedações melhoria dos sistemas de maneio Mas por outro lado encontrar alternativas para que esse mesmo espécie encontre H eh a Ecologia necessária para viver portanto mais habitar melhor protegido com mais e presas será a alternativa a ter que depender de de de de sobrevivência por via da da da atividade pecuária isto faz-se por a proximidade por estar disponível para ouvir entender compreender quais é que são as necessidades para que com existência aconteça e responder em conformidade ser rápido e eficaz e estar presente quando há um problema e solucioná-lo a tempo útil Porque caso contrário nós sabemos quais é que podem vir a ser as consequências e para as evitar temos que o fazer preventivamente e o W Flux que é um projeto financiado pelo Live Visa exatamente contribuir para a redução das ameaças socioecológico ibérico na subpopulação a sul do louro do lado português que é mais ameaçada de todo o conjunto ibérico e e porquê Porque esta para além de precisar de de condições para a viabilidade a própria expansão possível terá que ser e prevenida do ponto de vista do conflito mais à frente e por isso há que trazer estas boas práticas de coexistência para estes territórios para que o lobo encontra viabilidade possa crescer e se torne populações viáveis sem criar dano e por isso ser um resultado de coexistência uhum raliza são e esta tentativa de integrar dinâmicas pronto da vida selvagem não é é uma estratégia de conservação diferente de outras que que nós temos e depois como dizias também falasse um pouco mais sobre que desafios é que há por exemplo do ponto de vista burocrático de das outras estratégias ou do das regras que nós temos em Portugal de conservação da natureza quão diferente é que isto é das outras coisas e como é que se equilibra a legislação com a realidade sim H então na história da Conservação da natureza e do restauro Ecológico o rio aling não é novo ou seja restaur o restauro Ecológico é uma coisa com com um um corpo de estudo já alargado de diversas décadas portanto completar funcionalidades de ecossistema para permitir que esses ecossistemas se possam recuperar é uma estratégia O rio aling só lhe veio dar um nome assim mais agregador dessa nessa perspectiva e porquê Porque se foca em funcionalidade dos ecossistemas e dos elementos em falta que possam ser recuperados ou substituídos ou seja nós não podemos trazer de volta o cavalo selvagem mas podemos trazer um um primo próximo que faz as mesmas funções e isto é e uma estratégia de recuperação e para Além disso h não se foca em manter estádios estáticos seja a nível dos habits ou das populações de espécies sejam elas ameaçadas ou não entende-se que isto é dinâmico que depende das suas próprias forças internas ou seja os processos para recuperar e há que eh a admitir que o resultado não é finito nem definível à partida mas é um processo que se pode acompanhar h o costumo dizer que nós não estamos a a a a tentar recuperar nada no no no passado nem manter um presunto um presente inalterado nós sabemos conhecemos o presente inspiram-nos no passado mas imaginamos o futuro e o rio aling tem uma perspectiva de futuro no sentido queer não só eh eh parar degradação atual estancar esse declínio mas encontrar formas de o reverter Para o Futuro Queremos mais e melhor qualidade de ecossistemas completos com mais espécies mais abundantes e com melhores funcionalidades para que os ecossistemas e as populações de dessas espécies podam possam eh ser viáveis nós não queremos salvar espécies ameaçadas queremos encontrar espaço para que todas cá vivam nós não queremos plantar pequenas árvores queremos que as as grandes árvores morram de velhas Isto são processos não são eh estádios e por isso é que nos focamos tanto nesta questão de melhorar os os os os processos de ecossistema o as forças dinâmicas dentro desse sistema para se poder recuperar ora sendo uma abordagem relativamente nova E que desfoca e o papel principal da gestão humana nestas nestas condições H encontra o que o status quo criou ao longo de décadas que é alguma e atrito e isso nota-se por exemplo a nível de H financiamento os financiamentos estão focados para salvar uma espécie ou manter um Habit e nós estamos à procura de transformações de paisagens e a própria legislação nenhum desses animais está está legalmente descrito naquilo que está a fazer ele tá a fazer uma função e natural e selvagem mas ele continua a ser legalmente o animal doméstico e portanto Isto são tudo pequenas Barreiras que têm que se ir trab trabalhando não acho que seja um impossível Aliás não tem sido e é uma questão de trabalhar conhecer o presente inspirar noos futar no no no passado mas imaginar o futuro e o presente é aquele que temos e é com ele que temos trabalhar e portanto encontrar as estratégias para superar essas dificuldades encontrar soluções para para ter resultados uhum como então que nós lidamos com o mundo que está pensado para pôr tudo em caixinhas sim eu diria que que o mundo que nós temos atual também já foi a imaginação de alguém no passado que teve que encontrar as dificuldades que teve para para o resultado que temos hoje em dia portanto isto não é nada de novo e terá terá encontrado os mesmos apoi antid detratores que nós encontramos hoje em dia portanto há sempre quem com ideias novas eh adira e veja o valor que podem trazer e os outros que vão tentar resistir porque preferem a maneira como como como conhecem como sempre foi feito e este é o estádio acho que a lei do restauro eh é uma lei que foi imaginada ou foi proposta numa perspectiva interessante de mudar a estratégia política de conservação da natureza na Europa de uma perspectiva focada na manutenção preservação de habitados e espécies para processo e Recuperação mas como teve um longo processo de elaboração debate e de negociação efetivamente acabou por ficar uma lei que é muito a quém do Espírito inicial da proposta Isto é primeira eh coisa um dos principais fatores de resistência e foi o o setor agrícola e eu diria que o setor agrícola não é a agricultura perc Uhum é eh o o o o setor económico financeiro da indústria altamente da da Agricultura altamente industrializada que o suporta e esses é que viram os seus mercados os seus clientes os seus eh as suas cadeias de valor ameaçadas e que não querem mudar eh porque a agricultura Se nós formos à raiz daquilo que é agricultura a agricultura entende os processos naturais perfeitamente vive das condições climáticas do Sol da abundância de de de vida na de de biomassa na na no solo e e acima da portanto entende um dos primordiais processos agrícolas é um processo de renaturalização aquilo que nós referimos como poio que é simplesmente um campo que foi cultivado e que se deixa repousar por um período para recuperar a qualidade nutricional desse solo para se poder outra vez eh agricultar é um processo de renaturalização é deixar que a natureza os processos naturais aconteçam para recuperar a qualidade nutricional do Sol que permite então a agricultura Isto é é é é um conceito básico mas é um conceito de renaturalização o investimento nestas paisagens que neste momento para uma agricultura moderna industrializada E altamente eh eh específica nos seus processos estes territórios são marginais isto não serve para essa agricultura investir aqui em processo de renaturalização estamos a criar capital de solo para o futuro se algum dia daqui por 100 anos ou 150 anos as gerações que tiverem que lidar com esta situação acharem que estes solos do Grande Vale do coa estão riquíssimos porque tiveram 150 anos de recuperação ambiental porque se renaturalizar porque os processos estavam cá para permitir essa essa recuperação então teremos um capital natural realmente valioso pessas para essas continuarmos a insistir em gerir isto controlar isto para manter a paisagens e naturezas estáticas o que nos demonstra as últimas décadas dessa estratégia é que o declínio é permanente e portanto daqu a 100 anos isto seguramente nessa estratégia estaria pior do que se daqui a 100 anos deixarmos isto renaturalizar uhum deixa-me cá pensar onde é que e se calhar o contributo o que em que qual é a posição da rewilding ou a tua posição em relação a esta visão esta iniciativa este processo de movimento de renaturalização de Rio aling parte de uma premissa que é nós não somos o principal ator disto tudo estamos incluídos numa grande grupo e de seres vivos que compõe a biosfera deste planeta e que é interdependente para a sua própria sobrevivência neste planeta as funções do planeta funcionam por causa dos componentes vivos que cá estão e saber que nós não estamos a gerir todos os componentes nunca estivemos é impossível que algum dia estejamos a gerir todos os componentes para que isto funcione é conhecer a nossa humildade perante este sistema altamente complexo e saber que o melhor contributo que nós podemos dar é ser coabitantes responsáveis e Humildes com os outros e seres vivos deste planeta e a renaturalização vem um bocadinho trazer isto de volta dar esta dignidade ao ser humano dizer está aqui um espaço Tom o vosso tempo as vossas funções são altamente importantes para todos e portanto façam recuperar aquilo que nós desejamos ver e viver neste planeta que é uma um planeta rico o único que conhecidos com vida rico em vida e extremamente encantador olha vamos então lá ao outro sítio vamos vamos vamos seguimos viagem com Pedro prata e aproveitamos para saber mais pormenores sobre como surgiu este movimento Rio aling e já agora porque é que precisamos de uma palavra em inglês para nos referir Mas aí o o rio aling o que o que vê ou o que propõe é que os processos de renaturalização acontecem queiram os humanos ou não queiram Uhum E porque isto é uma grande angústia para que quem a gerir Claro porque é aquele é aquele spil que lhe que lhe foge do controlo acontece então admite-se que isto acontece e precis verbis vai sempre acontecer então para Além disso sabemos que esse esses processos resultam em mais valias ganho em termos de ecológicos então encontrar aqui soluções para permitir que isso aconteça o Wild vem de v e o vild que é natureza indomável no latim a palavra é Silvas o latim é Silvas Portanto o mais próximo do que é no português do do Silvas Latino porque o Silvas O que diz é a natureza entocada confusa e para além da compreensão humana é o conceito daquele daquele limite até onde é que o humano consegue controlar e gerir e a partir de um certo ponto aquil é a selva a selva é no português o que é o Silvas no latim ou no germânico E então selva ficou depois do descobrimento associada ao Tropical não é porque antes antes o Selva era antes dos descobri antes de conhecemos o resto do mundo era era isso eh depois de conhecermos passou a ser praticamente só a questão de da da selva Tropical amazónica né tipo imagino né quando lá chegaram aquil deve ter sido um Choque Cultural e e então o o atual seria o Silvestre uhum e portanto a palavra mais correta seria a silvestr momento pá mas a silvestr momento não é que tipo pi não vai chegar a lado nenhum né E então renaturalização até porque renaturalização já é um conceito que era usado na no lexicon da da da do restauro Ecológico ou seja se formos ler os papers do restauro Ecológico da década de 70 80 já aparecem lá não sei quê processo renaturalização aquilo já lá está Já já já existia já era conceptualizado Paul jepson que escreveu o Rio o livro do rding o manual o mais Pequenino que eu acho está ótimo assim para começar e para entender o conceito acho que é um bom livro Paul jepson costuma dizer que o rio apareceu A Conservação como Punk Rock na música nos anos 70 veio para destabilizar e para Do It Yourself nem Deus nem estado e não quer saber eu rej um bocado Nisso honestamente rej porque é muitas vezes o que me acontece né Este foi mais o episódio do azul o podcast da secção do público sobre ambiente crise climática e sustentabilidade já sabe se gostou de ouvir este Episódio siga o podcast na sua aplicação preferida para não perder o próximo se tiveres sugestões de temas e entrevistas Envie para o e-mail aline.fu PPT o público é o único jornal em Portugal com uma secção inteiramente dedicada à crise climática e sustentabilidade o azul tem como parceiros a fundação calos schol banken o projeto biopolis a lipor e a sociedade pon Verde mas para manter a sua fonte de informação de acesso livre sobre clima e ambiente também precisamos de Sim Não deixe de assinar o público o podcast azul é editado por minha Aline flor e volta daqui a duas semanas até [Música] lá o público fica no ouvido n