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muito boa tarde sejam bem-vindos à segunda Talk diabetes presente e futuro e obrigada também a todos os que nos acompanham via streaming no site e também na página de Facebook da Renascença e também na página de Facebook da PDP Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal nos próximos 60 minutos vamos debater o presente e o futuro da diabetes com um olhar especial para a prevenção para o tratamento não esquecendo um ponto fundamental o da Inovação para este debate contamos com a presença de quatro oradores quatro especialistas que têm de facto investido o seu saber e o seu tempo nesta área da diabetes José Manuel boavida endocrinologista e presidente da PDP Raquel Coelho pediatra Paula Leitão oftalmologista João Filipe Raposo endocrinologista e diretor Clínico da PDP sejam muito bem-vindos muito obrigada por estarem aqui hoje connosco nesta que é uma iniciativa da PDP e da Renascença em que pretendemos naturalmente refletir ir sobre o presente e abrir sempre portas para o futuro é também esse o objetivo e aquilo que nos traz aqui hoje José Manuel boa vida começo por si e traduzindo em números a realidade concluímos que mais de 10% da população tem diabetes e estamos a falar também de uma realidade que nos últimos 20 anos duplicou ou seja nos últimos 20 anos o número de pessoas com diabetes em Portugal duplicou o papel da da apdp tem sido fundamental no apoio no acompanhamento aos doentes que papel tem sido esse e qual tem sido também a vossa missão eh Muito obrigado pelas questões e realmente é um grande desafio a diabetes eh Desde há muitos anos mas que se acentua cada vez com mais com o envelhecimento da própria população com os hábitos que a sociedade moderna nos cria eh desde o sedentarismo andarmos sempre de automóvel até aos alimentos que são cada vez mais calóricos e são essas as principais razões eh do do aumento da diabetes acima dos 60 anos de idade cerca de 30% da população tem diabetes O que quer dizer eh que é muita gente e isto muita gente obriga-nos a sair um pouco das próprias paredes da da da da dos consultórios médicos e dos centros de saúde para irmos ter com a população e alertarmos para esta situação nós temos hoje uma ideia que haverá cerca de 30 a 40% das pessoas que têm diabetes que não sabem que a têm e que acabam por diagnosticar fortuitamente ou Porque vão ser operadas ou Porque vão fazer análise de rotina e não se sabe H quantos anos lá lá tão muitas vezes aparecem inclusivamente com complicações seja dos olhos seja dos pés seja do rim o o o que o o que era possível prevenir e portanto o diagnóstico precoce tem que se fazer hoje por fazermos análise por fazermos questionários de risco para saber se temos estamos em risco de vir a ter diabetes e esse trabalho a associação procura fazer desafia as câmaras municipais os municípios as coletividades as ipss e pediremos que nós estamos na disposição de irmos fazer esse trabalho esta é a primeira fase do aparecimento da diabetes para identificarmos as pessoas que estão em risco e evitar que venham a ter diabetes para diagnosticarmos precocemente as pessoas que já têm diabetes e para iniciarmos o tratamento no tratamento e é aquilo que mais diferencia a associação aquilo que nos parece mais importante é educação a diabetes é uma doença complicada para as pessoas porque está sempre a variar os valores valores do açúcar andam para cima e para baixo com suando comem com suando fazem exercício conforme o estado de espírito em questão o stresse faz aumentar os valores e portanto é necessário conhecer o próprio corpo e só as próprias pessoas os podem fazer o papel dos médicos e dos enfermeiros é muito dar-lhes os instrumentos para que eles se conheçam e sejam capazes de perceber o que é que lhes faz subir o açúcar O que é que quais são os alimentos piores para eles como é que o exercício é benéfico como é que a água e o beber líquidos e o hidratar-se bem é benéfico como é que as doenças fazem subir daquela forma o açúcar e depois perguntarem aos profissionais de saúde e aos médicos como é que hão de ajustar a medicação e portanto esta educação é muito a base da própria criação da Associação que começou por dar insulina e depois percebeu que não bastava dar o remédio era preciso ensinar a usar o remédio e há uma frase muito antiga da associação que diz que mais importante do que tratar as pessoas é ensinar as pessoas a tratarem-se a si próprias e esta é a grande máxima da associação de hoje em dia é dar sempre às pessoas os instrumentos suficientes para que sejam autónomas para que façam a sua vida para que trabalhem para que fru a vida e a felicidade da vida que não seja diabetes que os impede de serem de terem uma família de terem um trabalho e de terem as alegrias que para as quais nascemos Eh seguramente claro e esse papel que referiu que a associação tem de Educar e no fundo também de preparar para a doença eh falamos de um trabalho que é fundamental e que no fundo Ajuda também se calhar é que estas pessoas consigam definir aquilo que deve ser o seu acompanhamento e muitas vezes não tenham se calhar que recorrer a um hospital ou portanto há aqui Um trabalho quase que de cuidado intermédio muito importante que é dado pela associação claramente que com esta educação nós conseguimos prevenir os internamentos na sua grande maioria E mesmo quando as situações descompensa podemos através do telefone ou através de consultas imediatas conseguir evitar que a diabetes descompensa e é por isso que nós achamos que as pessoas não se devem dirigir nestas consultas não devem estar nos hospitais os hospitais devem ser para as urgências devem ser para os atos extremamente complexos e portanto é necessário encontrarmos aqui estruturas como da associação que são capazes de recorrer a mini urgências a urgências menos graves e são capazes de evitar que vão ocupar camas dos hospitais onde onde não se está bem Onde se está fora da família Onde está em ambientes muitas vezes muito complexos e portanto que não é necessário recorrer a eles eu penso que este tipo de estrut uras serve para a maior parte das doenças crónicas em que as pessoas ocadas com equipas multidisciplinares repar que a associação não tem só médicos da diabetes tem médicos pediatras médicos oftalmologistas Como estão aqui exemplificados mas tem também nefrologistas tem urologistas Portanto tem todas as especialidades que são necessárias para tratar a diabetes e é Neste contexto destas clínicas especializadas que eu penso que devem ser feitos os cuidados à diabetes a associação nasceu ao mesmo tempo que nasceu o IPO que nasceram as maternidades que nasceram os os os hospitais pediátricos exatamente para procurarem dar de uma forma mais integrada com mais disciplinas uma assistência às pessoas com uma determinada eh de doença que é neste caso a diabetes que tem todas estas facetas e podem ser dadas num só sítio sem ser necessário recorrer aos hospitais Claro referiu muito bem que de facto sendo uma doença crónica exige aqui um acompanhamento multidisciplinar e referiu também uma palavra sempre fundamental quando falamos nesta área da saúde que é a questão da prevenção é uma palavra chave na área da saúde também um dos objetivos da da apdp e por isso mesmo Raquel Coelho pediatra coordenadora médica do departamento de crianças e jovens da associação tem tido aqui um papel fundamental e acredito que grande parte do investimento que tem sido feito tem sido neste trabalho de Educar e de prevenir certo boa tarde h de facto a a educação terapêutica é fundamental quando quando abordamos a diabetes hh Eu trabalho com crianças e jovens 95% das crianças e jovens têm diabetes tipo 1 hh é importante fazer esta realçar que é uma doença crónica autoimune em que o o sistema imunitário do próprio eh impede as células do pâncreas de produzir insulina o que causa eh deficiência de insulina e consequentemente hiperglicemia elevação da glicose no sangue hã e a diabetes tipo um implica eh o tratamento implica a administração de insulina que pode ser feita através de múltiplas administrações diárias de insulina com canetas de insulina ou através de sistemas de perfusão subcutânea contínua de insulina que vulgarmente conhecemos como bombas de insulina hh a gestão da diabetes no dia a dia é complexa e eh implica eh que os cuidados sejam mantidos eh todos os dias ao longo das 24 horas hh e as doses de insulinas têm que ser adaptadas à à ao perfil da glicose no sangue que tem que ser monitorizada há aos hidratos de carbono portanto H alimentação e em particular aos hidratos de carbono que que vão ser ingeridos E ainda ter em consideração outras situações específicas do dia como a atividade física ou situações particulares como episódios de doença aguda obviamente que esta diversidade de aspetos a considerar eh H eh implicam a necessidade de uma educação terapêutica forte tal como eh o Dr boavida fez referência é fundamental capacitar as crianças os jovens mas também as suas famílias e os restantes cuidadores eh e as Crianças e os jovens passam uma grande parte do tempo nas escolas portanto aqui as escolas têm também um papel muito importante neste no tratamento para serem capazes de gerir a a diabetes o melhor possível e permitir que que estas crianças cresçam e se desenvolvam eh de uma forma normal eh com sem sintomas eh obtendo o o um controle metabólico desejável que minimize o risco de virem ter ações a curto e a longo prazo e que lhes permita estar totalmente Integradas quer a nível familiar como social escolar e mais tarde profissional portanto estes objetivos são ambiciosos mas fazem parte do nosso dia a dia e é a nossa missão H que isto assim aconteça e em termos de números consegue traduzir noos um bocadinho essa realidade quando falamos de crianças e jovens eh tem vindo a aumentar o número de crianças e jovens com diabetes tem vindo a aumentar também o o diagnóstico e a confirmação do diagnóstico porque há também aqui a questão D pessoas que não sabem que que têm diabetes eh como é que tem sido essa evolução eh na camada mais jovem da população hh em Portugal estima-se que existam entre 4.000 a 5.000 crianças com diabetes tipo 1 este número tem vindo a aumentar hh felizmente o paradigma da do diagnóstico e do tratamento da da diabetes tipo 1 eh está a mudar hh e porque eh eh um uma um dos aspectos eh mais recentes é que o diagnóstico pode ser feito antes do aparecimento da dos sintomas portanto a maior parte das crianças e jovens tem o diagnóstico de diabetes já quando tem sintomatologia sugestiva diabetes Nessa altura A grande maioria das células do pâncreas já foi destruída h e atualmente sabe-se que os autoanticorpos que causam a doença podem ser identificados no sangue eh meses anos ou mesmo décadas antes do aparecimento dos sintomas quais são os sintomas os sintomas eh eh mais frequentes são a criança eh urinar mais e mais frequentemente eh crianças que já não faziam eh eh xixi na cama passam podem voltar a a a de facto a ter esta caixa beber mais água portanto ter mais sede eh perder peso hh apesar de poder haver aumento da da da ingestão alimentar existe perda perda de peso e cansaço estes são os sintomas mais frequentes e perante esta sintomatologia é urgente eh fazer uma uma avaliação da glicémia e E caso se confirme a hiperglicemia o início de tratamento com insulina deve ser e o mais rápido possível portanto aqui quando falamos de de prevenção Falamos também de uma atenção se calhar redobrada que deve ser tida neste caso pelo pelos pais para os enfim para os educadores que percebam que existindo aqui alguns sinais de alerta devem procurar uma consulta eh de Prevenção ou uma consulta que lhos possa eh informar sobre a a questão da diabetes pode ser uma realidade H numa criança com queixas sugestivas de diabetes O diagnóstico é urgente deve ser imediato e portanto a pesquisa da glicémia deve ser imediata e a a a procura dos serviços de saúde também Portanto o início da insulina de forma atempada é fundamental para prevenir a descompensação aguda a chamada seto doose eh que é uma complicação aguda grave que implica internamento muitas vezes em cuidados intensivos que pode colocar a vida da Criança em risco Portanto tem uma morbilidade e mortalidade associada e que pode também ter consequências a longo prazo do ponto de vista de controle metabólico das funções cognitivas Essa é uma das razões por eh eh de por por ser importante diagnosticar a diabetes antes eh do início da sintomatologia e e e um dos dos da dos novos paradigmas é precisamente o rastreio da diabetes antes dessa dessas caixas aparecerem eh a apdp eh eh tem uma consulta específica de rrai destinada a crianças e jovens com idades entre os 3 e os 18 anos com familiares eh com com um familiar pelo menos um familiar com a diabetes tipo um hh e o que se faz é dosear os anticorpos que estão relacionados com a doença e isso permite-nos avaliar o risco da criança vir e a ter e eh diabetes hh é eh são vários os benefícios de identificar precocemente a doença um deles é é reduzir eh de forma muito significativa a a explicação aguda do que falei a descompensação aguda a a Ceto acidose diabética que é de facto uma uma uma manifestação grave da doença e que temos que fazer através da educação terapêutica e também da identificação precoce destas situações os possíveis para para reduzir a sua ocorrência por outro lado ao diagnosticarmos precocemente estamos a permitir que estas famílias e estas crianças também se preparem para um eventual diagnóstico de uma maneira mais gradual com e fornecendo-lhes educação terapêutica não é e e e também capacitando-os para quando a clínica surge e a necessidade de insulina eh H acontece eh estejam mais eh H eh capacitados e competentes e isso muitas vezes portanto facilita a adaptação a esta ao diagnóstico e e ao tratamento por outro lado também se se espera no futuro ter permitir que estes que estas crianças jovens com eh um risco elevado de proporção para para diabetes tenham acesso a tratamentos que venham a ser modificadores de doença que possam eh atrasar a necessidade de de do tratamento com insulina portanto que no fundo atrasem o início da da diabetes ou mesmo que o evitem eh e portanto Isto sim é uma perspectiva muito eh H enfim muito eh importante e favorável que nos obviamente nos deixa esperançosos de poder alterar aqui a a a evolução natural da diabetes que Até recentemente não não enfim tem tratamento obviamente mas que H esta perspectiva de podermos atrasar o o o início da diabetes ou mesmo evital é de facto muito eh importante e essa é também uma das neste momento uma de uma um dos planos de ação não é portanto um dos objetivos dúa h a nível Europeu também a PDP será H responsável pela implementação de um programa de rastreio a à população em geral entre de crianças entre os cinco e osum 12 anos de idade H prevemos que este que este projeto H cujo objetivo é rastrear 10.000 crianças neste grupo etário eh tem início ainda este ano eh no início do próximo ano escolar h e portanto isto demonstra bem a importância deste desta nova abordagem aqui no no diagnóstico da diabetes e a importância que isso que pode pir a ter no futuro Claro muito resumidamente e antes de passarmos à Dra Paula Leitão quais são assim as palavras chave perante um diagnóstico de diabetes na infância palavras chave para a criança e para a família hum eu acho que a educação terapêutica é sem dúvida um conceito muito importante eh quanto mais capacitadas estas crianças jovens e os seus cuidadores tiverem mais e fácil vai ser a adaptação e a aceitação deste do desta da diabetes h e é um verdadeiro trabalho de equipa em que e a criança a jovem A sua família a equipa de profissionais de saúde os restantes cuidadores os a família mais alargada como os avós ou a escola H temos que todos funcionar com uma com uma missão comum com o mesmo objetivo ter uma comunicação fácil e quanto mais e competentes formos a gerir uma situação H melhor será a sua aceitação e Menor vai ser o impacto que isto possa ter na vida da criança IMP Claro falamos aqui portanto de crianças e jovens que se podem deparar com um diagnóstico de diabetes crianças e jovens que vão crescer e que na sua vida adulta não a ter de lidar com esta doença Porque falamos de uma de uma doença crónica que tal Como já foi aqui tão bem referido exige um acompanhamento multidisciplinar eh Paula Leitão é oftalmologista tem colaborado com apdp nos últimos 13 anos e sabemos que esta é uma doença que provoca eh limitações visuais em alguns casos pode até levar à cegueira no fundo falamos aqui de algumas questões incapacitantes que não podem ser eh ignoradas pergunto-lhe que preparação é que devem ter os doentes para que o impacto seja minimizado Porque falamos de facto de um sentido Fundamental e que H é nosso aliado na vida pessoal profissional social eh que acompanhamento deve ser dado aos doentes Boa tarde é verdade precisam de acompanhamento quando chegam a uma situação em que haja baixa visão e há medidas há medidas de adaptação há estratégias que nós podemos com alguma simplicidade ensinar Estas pessoas para que lidem melhor com as dificuldades que vão encontrar no seu dia a dia são pessoas que pela sua limitação visual vão ter dificuldade na nas atividades diárias e nas atividades que são importantes para a autogestão para controlarem a a sua diabetes e eh muitas vezes estas limitações visuais acabam por ser H lentas na na na e progressivas na na sua instalação levando a que as pessoas se vão adaptando pouco a pouco e não se apercebam das dificuldades que vão ter no seu dia a dia eh É frequente em consulta nós ouvirmos alguém dizer eh eu espero pelo meu marido pela fazer para para ver a avaliação da da glicémia eu espero pela minha filha para ver atenção eu espero por alguém para ir fazer as compras e é precisamente isso que é importante nós ajudarmos h a ser ultrapassado ajudar as pessoas a ultrapassarem as suas limitações eh causadas pela visão para que possam ganhar a sua autonomia para que possam control ganhar de novo o controle sobre a sua doença esta situação felizmente eh tem vindo a a melhorar por da nas últimas décadas graças à melhoria dos cuidados das pessoas com com a diabetes portanto os casos de uma cegueira Total ou completa são cada vez mais raros mas há então aquelas limitações visuais que referiu aquelas limitações do dia a dia que roubam às pessoas qualidade de vida e podem ter impacto na gestão da sua saúde e é sobre essas que nós nos debruçamos Hum como eu disse os doentes muitas vezes não se apercebem das suas limitações os próprios Profissionais de Saúde também não se apercebem às vezes que as pessoas têm essas limitações portanto acaba porer uma realidade uma subv numa população que é um pouco esquecida em que não é detetada não como as crianças que nascem com a doença congénita da retina ou um doente que segue ao longo da sua vida em que aí há centros vários centros especializados para orientar esta população não é identificada e tem pouco apoio e às vezes são coisas simples mas também tem que exige uma abordagem multidisciplinar e nós na associação temos uma consulta que procura ajudar Estas pessoas e da qual fazem parte enfermeiros eh técnicos de ótica eh técnicos de reabilitação visual a assistente social porque o problema por vezes não é apenas o problema visual é mais o impacto que esse problema visual tem que leva depressão ansiedade isolamento social as estratégias por vezes são muito simples se nós pensarmos numa pessoa que que tenha que ter os seus cuidados de saú o diários começamos logo a pensar na tradicional Picada do dedo com uma limitação visual a pessoa tem dificuldade em emar a picada em fazer a expressão do sangue para a tira colocar a tira no no medidor da glicémia ver o valor da glicémia e algumas estratégias que ajudam como o os novos sensores de de medição contínua da glicémia que podem estar ligados a smartphones e os medidores de glicémia podem ter voz tal como os medidores de tensão arterial portanto Há muitas estratégias algumas delas acessíveis que Basta ter conhecimento delas e perceber que a pessoa tem essa dificuldade para dar uma grande ajuda no dia a dia H há estratégias simples como eh ensinar a pessoa a tirar benefício dos contrastes beber leite numa Caneca escura beber café numa Caneca Clara e e temos sempre depois as novas tecnologias os ampliadores de imagem eh os computadores comos softwares que permitem e a ampliação da imagem a melhoria da definição portanto há estratégias há medidas que não resolvem completamente os problemas mas acima tudo vão permitir as pessoas recuperar um pouco da sua autonomia um pouco da sua independência e Claro que isto depois vai ter reflexo na na saúde Global Claro e Imagino também que esse acompanhamento eh seja muito importante para as famílias porque no fundo isto acaba por ser uma doença tal como referiram que tem Impacto também para as famílias para as pessoas que estão próximas de quem efetivamente tem diabetes há também esse cuidado acrescido e essa preocupação com os familiares Sem dúvida Sem dúvida isto e eh uma pessoa com uma limitação visual que perc a sua autonomia tem um peso importante para a família para a sociedade portanto esta equipa multidisciplinar deve incluir as famílias devem ser também estas eh estas pequenas estratégias que nós divulgamos com o manual onde copilar algumas estratégias também são dirigidas a quem aos cuidadores cuidadores formais cuidadores informais portanto são eh são medidas simples que se forem difundidas e se forem conhecidas podem mudar a vida das pessoas há um trabalho importante também a fazer na sociedade em geral eh que no fundo eh quem não sofre da doença e falo por exemplo em contexto de trabalho nem sempre há uma sensibilização para aquilo que pode ser o impacto de uma doença crónica como é o caso da da diabetes Esse é também um um ponto Fundamental e um trabalho que tem de ser feito sim sim sem dúvida H é o tal papel educativo que nós todos temos e a educação da população pela para que tenh um conhecimento dos riscos e dos benefícios da prevenção e em termos de oftalmologia nós podemos particular isso na na importância da vigilância oftalmológica eh nós sabemos que um em cada três pessoas que vivem com diabetes irão desenvolver qualquer tipo de alteração de complicação ocular da diabetes ou chamada retinopatia diabética e desses um em cada três pode devira ter uma complicação que ameaça a sua a sua capacidade visual e a implementação do rastreio feito a nível populacional com a fotografia do fundo do olho em consulta médica mudou radicalmente o futuro das pessoas com diabetes nós atualmente podemos dizer que conseguimos prevenir a visão em nove em cada 10 pessoas com diabetes portanto Foi uma mudança radical e que nós temos que estar felizes por se ter conseguido fazer esta inversão da do futuro do destino das pessoas com diabetes portanto H é fundamental transmitirmos que a vigilância é fundamental a pessoa que vive com diabetes deve controlar a sua a sua a sua saúde controlar a sua diabetes estilos de vida saudáveis controlo da atenção do colesterol mas a vigilância oftalmológica deve ser generalizada para todas as pessoas porque as alterações oculares da diabetes não dão queixas a doença progride e progride para fases graves sem que haja queixas Claro falamos aqui de facto de medidas no presente que podem fazer toda a diferença eh no futuro e sobretudo também na qualidade de vida dos doentes que é aquilo que se pretende também salvaguardar ao máximo eh falamos de prevenção informação acompanhamento encaminhamento também são palavras que TM sido palavras chave no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela apdp João Filipe Raposo é endocrinologista é também diretor Clínico eh da associação que tem sido reconhecida internacionalmente pelo pelo trabalho que tem desenvolvido e pelo acompanhamento que tem dado aos doentes de que forma é que o vosso trabalho tem sido Pioneiro e o que é que gostaria também aqui de destacar nesta que tem sido uma atuação e que é um exemplo para a Europa e para o mundo da PDP então muito boa tarde a todos que nos estão a ver e a ouvir Boa tarde a todos que estão aqui também na sala bom em primeiro lugar vale a pena dizer que estamos realmente aqui esta essa segunda to que está enquadrada nos 98 anos da apdp e isso representa que nós somos a associação diabetes mais antiga do mundo e isto em si faz com que nós sejamos particularmente orgulhosos porque primeiro Não não é Possos os mais antigos mas é que ao longo de 98 anos conseguimos manter esta diferenciação e na prestação de cuidados e naquilo que para nós deve ser um modelo de associação que claramente é muito diferente de outros modelos de associação E é isto que começa cada vez mais a ser reconhecido porque num numa época em que cada vez mais falamos do papel dos indivíduos na ade estamos a falar de algo que há 98 anos atrás resultou daquilo que hoje chamamos movimento da sociedade civil portanto a associação não surge a pedido do equivalente do Ministério da Saúde não surge porque isso foi reconhecido nos cuidados de saúde que havia esta necessidade mas foi porque na verdade um médico começou por um médico que percebeu o impacto que o tratamento com insulina fazia na vida das pessoas com diabetes tipo um e o impacto era morrer sem insulina ou viver com insulina portanto um impacto muito fácil de medir mas rapidamente percebeu como o Dr B estava há pouco a dizer que hum aqui o papel do médico dos cuidadores de saúde era diferente porque tínhamos que transmitir esta informação transmitir a capacidade das pessoas se auto injetar repare que estamos a falar de 1926 um tratamento injetável era algo que se faria em ambiente hospitalar por profissionais de saúde de repente estamos a transmitir esta capacidade para pessoas e o nome original da apdp era a associação Protetora dos Diabéticos pobres portanto estamos a falar de população pobre analfabeta e que lhes dávamos para as mãos insulina agulhas seringas com um conjunto de regras que ainda hoje são altamente complexas e se nos projetarmos para 98 Anos Atrás a complexidade era maior porque incerteza era muito maior e conseguir que as pessoas assumissem a gestão da doença fazendo múltiplas injeções de insulina tivessem conhecimentos de alimentação e vivessem a sua vida como se não fossem doentes que é outro aspecto que a associação tem desde o seu início tem lá esta frase no Museu da apdp que convido quem quiser visitar poar lá essa frase que mostra como é diferente este papel da associação porque aquilo que nós queremos é que as pessoas com diabetes sejam elementos ativos da sociedade que sejam capazes de trabalhar ter um papel na sociedade como qualquer outra pessoa porque sabemos que isso é possível é possível se os cuidados tiverem organizados de um certo modo é possível se a sociedade ajudar as pessoas a viverem também desse modo E é isso que a associação tem sido e portanto a associação nós costumamos dizer que tem quatro papéis fundamentais o modelo que nós temos estado aqui a falar que é um bocadinho o modelo da Clínica multidisciplinar e a clínica multidisciplinar significa Exatamente isto temos profissionais diferentes médicos de várias especialidades enfermeiros psicólogos nutricionistas técnicos de para fazer os exames dos olhos de laboratório di são 150 pessoas que trabalham diariamente na associação porque tem diferentes valências e o objetivo é que alguém que tenha diabetes tipo um tipo do tenha todo o padrão de cuidados que merece ter organizado de um modo centrado nas necessidades da pessoa e não no modelo que é o nosso modelo clássico de cuidados que é enfim se pensarmos fora daquilo que acontece na apdp a pessoa vai à sua consulta de diabetes no seu centro de saúde no Hospital precisará de um apoio de oftalmologia é referenciado para a consulta de oftalmologia do hospital onde será visto eventualmente no meio de outras consultas de oftalmologia irá sua consulta de Cardiologia se necessitar onde terá também um apoio da cardiologia no meio de todas as outras situações não estamos a falar que estes profissionais não estão capacitados para tratar as pessoas com diabetes estamos a dizer que o ambiente para tratar Estas pessoas provavelmente não é o adequado perdemos capacidade de dar melhores cuidados de saúde e em vez de defendermos aquilo que nós hoje em dia quando falamos de cuidados de saúde não vê em nenhum sítio falar senão de cuidados integrados e as pessoas no centro do sistema de saúde na verdade a realidade não nos mostra muito Isso mostra que continuamos a prestar cuidados fragmentados e as pessoas na verdade têm que se adaptar a um sistema de saúde que não foi desenhado para este tipo de doenças e portanto este modelo da consulta multidisciplinar é apenas uma das partes em que nós queremos ser um exemplo e que somos um exemplo mas na verdade associamos a isto este papel educativo também que estávamos aqui a falar porque desde o início se reconheceu que temos que tornar as pessoas parte da solução Uhum E na verdade são a maior parte da solução e isso só se consegue se Os Profissionais de Saúde também estiverem devidamente capacitados a transmitir esta capacidade para as pessoas e isto não é uma questão de bom senso Por parte dos Profissionais de Saúde não é algo que nós aprendamos só porque somos médicos ou enfermeiros há treino específico para transmitir estas capacidades e é algo que na associação já fazemos também há muitas décadas treinamos a nós e treinamos a outros profissionais do serviço Nacional de saúde ou de outros sistemas de saúde porque achamos que isto é uma competência Fundamental e que tem que ser treinada e adquirida e portanto esta é mais uma Valência E porque é que isto também é importante porque se nós fazemos as nossas consultas se nós temos este nosso modelo quando estamos a falar para os nossos colegas daquilo que achamos que deve ser o padrão de cuidados estamos a falar daquilo que nós fazemos da nossa realidade não estamos a falar de conhecimento teórico estamos a falar realmente do que nós praticamos no dia a dia e isto na verdade faz toda a diferença também porque Hoje sabemos numa sociedade de informação como é a nossa a informação está por aí e portanto se calhar não estamos a dizer nada de muito diferente se as pessoas procurarem informação mas Treinar e ver na prática faz toda a diferença para lhe dar um exemplo hoje nesta história da economia da saúde que é um dos assuntos provavelmente mais chatos de falar mas que é importante porque o dinheiro na verdade sabemos que é importante também há um conceito que chamam unidades de prática integrada é um conceito teórico significa que para doenças que são muito prevalentes que têm números muito elevados como a diabetes é o caso se tivermos um centro dedicado para esta patologia esta doença com profissionais devidamente treinados com sistemas de informação dedicados com o apoio da tecnologia dedicada os custos em saúde diminuem significativ e a qualidade do serviço de saúde melhora consideravelmente este conceito teórico é estudado há 10 anos em muitas faculdades de economia da saúde e de vez em quando mesmo de outros países vê ter connosco para perguntar se o conceito faz sentido e de repente percebem que há 98 anos que o conceito é aplicado em Portugal nesta Associação mais antiga do mundo e porque isto foi desenvolvido porque fazia sentido e portanto é este conhecimento que começamos cada vez mais a ter fora do de Portugal também e porque pertencemos e trabalhamos com a Organização Mundial de Saúde com a Federação Internacional de diabetes e toda a gente na verdade procura que os cuidados em saúde melhorem porque temos cada vez mais tratamentos temos cada vez mais tecnologia andamos há muito tempo a dizer que estamos mais perto da cura da diabetes mas na verdade continuamos a ter demasiadas pessoas com diabetes continuamos a ter muito as pessoas com complicações da diabetes continuamos a falar dos custos da diabetes sempre a aumentar e parece que fugimos da questão fundamental que é também será que nós temos os cuidados organizados de melhor maneira para envolver as pessoas e para ter os melhores resultados de saúde e a nossa resposta para isso é claramente nós não estamos organizados perdemos os sistemas eficientes perdemos recursos de saúde não envolvemos as pessoas na tomada da decisão continuamos a ter modelos muito diretivos porque nós estamos devidamente treinados e portanto se perguntarmos às pessoas que nos estão a ver e que tiverem diabetes se alguma vez perguntaram como é viver com a diabetes pergunta aparentemente simples mas provavelmente nunca ninguém perguntou nem na altura do início do diagnóstico perguntaram tem alguma ideia do que é a diabetes uhum quando provavelmente Todos nós temos uma ideia do que é viver com a diabetes porque já entre colegas familiares Alguém já viveu com isso E se nós partirmos deste de uma questão tão simples como essa para a seguir explicarmos então o que é que é necessário fazer para que aquele Panorama seja evitado se a pessoa tem uma visão negativa ou se até minimiza a diabetes perceber que há outro tipo de consequências que se podem ter como já foram faladas aqui se nós envolvemos a pessoa tão cedo Quanto possível nisso e não se tornarmos a pessoa só espectadora de recomendações médicas ou de enfermeiro isto fará toda a diferença no pão de de cuidados e é isso que nós temos que evoluir E é isso que cada vez mais o nosso exemplo é Ouvido à PDP Tem surgido em em muitos webinars para outros países já não só da região Europa na Ásia médio Oriente América do Sul porque aquilo que nós fazemos em termos de dos cursos às pessoas dos cursos para aos profissionais de saúde deste modelo de cuidados daquilo que fazemos a investigação e desta E deste facto único de termos tudo isto numa única instituição isto é uma mais valia que na verdade em todo o mundo não existe provavelmente mais do que um ou dois centos que tê características vagamente semelhantes a isto que nós fazemos e por alguma razão Somos aqui esta pequena Aldeia de gauleses no meio de um padrão que não funciona e que dia após dia ouvimos falar dos custos e da diabetes como uma ameaça não só à sustentabilidade de um serviço Nacional de saúde nosso ou de qualquer outro mas que a diabetes como outras doenças crónicas são uma ameaça até ao desenvolvimento económico Global porque todos nós falamos de quanto é que custam novas terapêuticas quanto é que custam as novas bombas de insulina mas se não fizermos nada para travar o número de pessoas que lá chega na verdade afundamos Claro famoso caminho não é claro muito obrigada pela pela sua partilha e também por este exemplo que nos deixa aqui do trabalho que tem vindo a ser envolvido pela associação H José Manuel boav vida como era viver há 20 anos com diabetes e como é agora ou seja de que forma é que o acompanhamento a terapêutica como é que as coisas têm evoluído e e que Esperança também tem sido alimentada para os doentes e aquilo que que é mais que salta mais à vista é a diferença do que era uma sala de espera de uma consulta de diabetes há 20 anos do que é uma sala de espera hoje eram pessoas invisuais eram pessoas amputadas eram pessoas relativamente mais novas hoje não hoje temos uma sala de espera igual a qualquer sala de espera de comboio ou de uma camioneta e portanto são pessoas que não têm e as as complicações as consequências da diabetes visíveis e portanto isso mostra bem todo o trabalho Fantástico que foi feito nestes últimos 20 anos eh graças a uma compreensão maior da diabetes Graças seja uma compreensão de que a diabetes não é só o açúcar elevado é também a tensão arterial é também o colesterol é também eh todo um conjunto de situações que têm que ser abordadas globalmente e portanto termos uma visão Global da diabetes é hoje fundamental eh e penso que os medicamentos que têm surgido na última década tem vindo vão revolucionar ainda mais a diabetes a diabetes é neste momento ainda considerada a primeira é ainda a primeira causa de insciência renal a primeira causa de baixa visão na na população adulta a primeira causa de amputações não traumáticas e é esse mundo que queremos transformar eu recordo-me quando foram lançadas as consultas de pé diabético nos centros de saúde eh como algo que que que que era visto como será possível fazermos isso claramente que é possível começar a ver quem são as pessoas que têm os pés em maior risco e depois enviar as pessoas que estão com maior risco a consultas mais diferenciadas E é isso que a associação tem a associação tem a maior consulta de pé diabético do do país eh que quando se compara por exemplo as feridas da Associação das pessoas com diabetes nos pés das nas pessoas da associação com Hospital as do hospital têm bactérias que são resistentes aos antibióticos as da associação não porque o meio hospitalar não é um bom meio para as pessoas estarem e é nestas pequenas diferenças que se podem fazer os tais ganhos económicos e ganhos de saúde o professor João Filipe Rapouso estava a falar há pouco e que é importante Importante fazermos eh algo que também modificou muito portanto e pode modificar muito aquilo que a Dra Paula falou da da da do rastreio da retinopatia diabética que Obrigatoriamente deveria ser feito em todos os centros de saúde todos os anos a toda a população infelizmente não tem sido conseguido Mas onde tem sido conseguido os resultados são fantásticos e esse trabalho que a associação tá a fazer eh já há mais de de de de 15 anos que faz eh persistentemente Este trabalho de ir aos centros de saúde de ver como como funciona este rastreio é absolutamente fundamental muitas vezes com a colaboração das autarquias E mais uma vez aqui chama as autarquias que são fundamentais para que este serviço há população seja feito e agora que que se aproximam daqui a 2 anos a campanha eleitoral das autarquias é é altura de chamar a atenção onde não o fazem que têm que o fazer e também em relação ao rim e é é hoje possível termos medicamentos que mudam a História Natural da insciência renal e não ainda de uma forma tão eficaz como conseguimos na oftalmologia como como conseguimos nos pés mas para lá caminhamos principalmente com o controle da tensão arterial que é fundamental para evitar a evolução para diálise eh Mas queremos também aqui forçar a que hajam novas formas de tratamento da insciência renal que a diálise evolua que não manté ainda o mesmo sistema tão traumatizante para as pessoas que a diálise em casa possa ser acessível para as pessoas que outras formas de de de diálise sejam possíveis a cada vez mais pessoas e no fundo aquilo que procuramos é diminuir as ências que a diabetes traz por conseguirmos prolongar a vida das pessoas com diabetes porque nos primeiros anos da associação aquilo que era a grande preocupação era a sobrevivência a sobrevivência veio trazos as consequências hoje em dia queremos que essas consequências não existam e portanto já não queremos só sobrevivência queremos essencialmente a qualidade de vida a integração social e uma vida absolutamente igual à das outras pessoas quantas pessoas acompanha atualmente a associação a associação vê habitualmente todos os anos cerca de 20.000 pessoas a na associação mas contando as pessoas com a quem faz o rastreio a nível da população eh se vai para as 50.000 eh e se começarmos a contabilizar aquilo que é intervenção na comunidade aquilo que nós chamamos as casas da diabetes ou seja um grupos de pessoas com diabetes que que organizamos para uma vez por mês ativar uma discussão sobre temas relevantes educativos para poderem cuidar melhor de si e cuidar melhor da diabetes estamos a falar já em próximo de uma centena de milhares de pessoas e portanto e a ambição da Associação É claramente chegar cada vez a mais escolas a mais municípios a mais coletividades para podermos sair da própria Associação porque a associação hoje está limitada pelo espaço em que está Gostaria de poder criar outros espaços onde intervir e desafiar aqui outras zonas do país que que que se que avancem que nós os apoiaremos porque não não não queremos exportar para lá Mas queremos que nasçam localmente as forças que serão capazes de criar aquilo que nós chamamos as Mini pdps para no futuro se tornarem grandes ap pdps também eh pensamos que que é essa a função da associação continuar a crescer porque este modelo que o apoio aos cuidados primários que apoia aos médicos de família e que evita que as pessoas vão aos hospitais é o modelo de futuro e é o modelo que trará seguramente maior economia para a sociedade e melhor qualidade de vida para as pessas e maior equilíbrio também na área da saúde que é uma palavra tão tão importante nos tempos que vivemos eh Raquel Coelho pediatra já aqui referimos de facto a importância deste acompanhamento multidisciplinar E deste trabalho em rede que é necessário também eh não só só na associação nos hospitais nos centros de saúde nas próprias autarquias E no caso dos mais jovens há aqui também um papel importante e das escolas e dos pares claro que sim é fundamental temos que ter em consideração que as crianças e e os jovens até uma determinada idade estão dependentes de ter um adulto cuidador devidamente capacitado para a prestação de cuidados eh e a gestão da diabetes tem que ser mantido ao longo das 24 horas todos os dias inclusive em ambiente escolar e portanto é fundamental que as escolas estejam devidamente capacitadas para h eh manter a prestação de cuidados de saúde e garantir que esta criança permaneça na escola em condições de segurança e sendo totalmente integrada eh no ambiente escolar com oos mesmos objetivos eh que teria se não tivesse diabetes e com as mesmas portanto aqui com uma com uma um grande relevância da total da sua Total eh inclusão H nesse sentido A H A apdp também tem um papel educativo e de parceria com com com as as escolas e portanto existem cursos de formação para As equipas escolares que decorrem a de forma regular de forma gratuita eh e portanto com uma inscrição fácil e em que todas as escolas mesmo de crianças e jovens que não são seguidos na apdp podem H participar e portanto é fundamental que de facto a escola seja um ambiente seguro onde estas crianças estejam totalmente Integradas claro eu eh há uns tempos eh cruzei com um artigo uma reportagem eh de um jornal internacional em que falava da questão das doenças crónicas e referia a questão da diabetes como uma das doenças que exige de facto aqui uma adaptação sobretudo Quando surge na infância uma altura em que a liberdade é uma palavra enfim tão valorizada e tão importante a liberdade de brincar de estar solto de viver sem qualquer tipo de preocupação e no artigo havia a partilha de uma mãe Eh que dizia Ainda bem e que o meu filho é da era tecnológica porque se isto me tem acontecido a mim há uns anos com a tecnologia que há hoje em dia eu não saberia mexer em nada disto nem responder a Isto ou seja temos aqui também nesta área a a tecnologia como aliada e estas novas gerações vão também beneficiar eh destas novas tecnologias e desta proximidade que tem com aquilo que é a evolução tecnológica Claro que sim felizmente nos últimos anos houve uma evolução tecnológica considerável no no que se refere à à monitorização da da glicose atualmente é possível monitorizar a glicose sem que isso implique uma picada no dedo e e por outro lado também estes As bombas de insulina tiveram uma evolução eh muito considerável e existem bombas atualmente que fazem uma administração automatizada de insulina consoante o perfil da glicose estas bombas designam-se por híbridas porque o utilizador continua a ter que introduzir os hidratos de carbono que vai ingerir e permitem de facto de facto e melhorar o controle metabólico minimizar o risco das complicações quer agudas com quer a longo prazo e facilitar a gestão no dia a dia e deste modo também contribuem para melhorar a qualidade do Sono quer das crianças como também dos seus familiares que é extremamente importante não é e e de uma maneira geral na qualidade de vida portanto esta este avanço tecnológico eh tem sido de facto muito útil e com grandes benefícios no tratamento da diabetes eh queria aproveitar também falou também aqui da experiência dos pares eh e de facto também é um um dos aspectos que valorizamos muito eh porque de facto a partilha de experiências entre pessoas que enfrentam os mesmos desafios pode contribuir bastante para que a aceitação da diabetes seja mais fácil e portanto a promoção de dessas oportunidades como Campos de férias que decorrem eh de forma regular anualmente de atividades desportivas eh de atividades de convívio ainda hoje tivemos na apdp H uma uma manhã dedicada à leitura de um livro A Maria descobra diabetes que contou com a sua escritora eh com a Catarina Mendanha e que em que as crianças neste caso crianças até aos 10 anos de idade e os seus pais puderam eh num ambiente de consulta neste caso esta atividade correu na apdp mas puderam partilhar ali um momento de de discussão informal de partilha de experiências de troca de contactos dessa rede que se cria também eh online porque hoje em dia é muito fácil trocar contactos e e pelo WhatsApp pelas redes sociais fazer esta essa essa partilha de ideias é muito importante em entre quem enfrenta os meus os mesmos mosas exatamente eh Paula Leitão referiu também há pouco que a própria comunidade eh médica eh começou a olhar para a diabetes de forma diferente se calhar também a valorizar mais este trabalho de equipa Este trabalho em rede eh é também importante que que isso aconteça e esta partilha que Imagino que tenham eh na associação e não só é é fundamental para que as diferentes áreas não sejam esquecidas e se atu no momento certo sem dúvida sem dúvida e e particularizando é para todas as áreas que estão que trabalham com a diabetes mas na oftalmologia também porque nós oftalmologistas e recebemos o doente com a lesão ocular que será já uma fase avançada de doença a prevenção da cegueira começa muito antes começa com a prevenção da diabetes panto nós recebemos o doente e contactamos com a pessoa que tem a diabetes depois de ter falhado a prevenção da diabetes depois de ter falhado a prevenção da diabetes depois de ter falhado a prevenção da retinopatia diabética e depois de ter falhado a complicação ocular portanto falhado no sentido de que não conseguimos prevenir nós sabemos que as que às vezes as situações clínicas têm a sua a sua evolução a sua vida própria Mas também sabemos que conseguimos intervir e na na na parte ocular se nós sab os que com o controle da doença o controle da diabetes e dos fatores de risco nós conseguimos lentificar o desenvolvimento das complicações oculares e daí vem a importância da da ação multidisciplinar da oftalmologia com os diabetologist os endocrinologistas os pediatras porque a partilha deste conhecimento e a sensibilização isso vai se refletir no acompanhamento dos doentes para nós oftalmologistas é fundamental o diagnóstico das alterações oftalmológicas numa fase inicial porque é nessa fase inicial alo que nós vamos poder tratar sem que haja compromisso da Visão portanto precisamos da ajuda para manter a visão a saúde da Visão boa nos nossos doentes nós precisamos da diabetes incontrolada precisamos dos das restantes especializados a lembrarem o doente já fez a sua vigilância oftalmológica anual e é desse trabalho conjunto que nós conseguimos ter um sucesso que é o preservar a a visão do doente mas há pouco na na sequência da pergunta que fez o que mudou nos últimos anos aqui há uns meses um doente uma pessoa que eu sigo na consulta fez uma pergunta muito curiosa Quando é que eu vou cegar e eu fiquei fiquei surpresa com a pergunta porque já não é a nossa realidade Isso mudou muito nos últimos anos isto era uma realidade há 20 30 anos Neste momento o que nós queremos é a identificar as alterações numa fase em que podemos tratar e quando temos uma pessoa que nós acompanhamos na qual não conseguimos preservar a perda da visão aí é um insucesso e felizmente são cada vez menos esses casos portanto neste momento nós não a nossa luta não é a prevenção da cegueira é a prevenção da limitação visual aquela incapacidade de que falou no início que é variável de pessoa para pessoa porque depende da exigência visual e das necessidades que cada pessoa tem uma pessoa com 70 80 anos terá uma exigência visual que não tem uma pessoa com 30 ou 40 portanto Exige uma personalização eh dos cuidados da orientação mas o paradigma mudou e essa prevenção naturalmente que só pode ser feita com as consultas de rastreio e portanto com todo este acompanhamento multidisciplinar que temos estado aqui a falar eh João Filipe Raposo visão de futuro é coisa que não tem faltado de facto à associação eh se nos encontrarmos daqui a uns anos eh 2 C 10 diga-me o João Eh o que é que gostaria O que é que acha que vai destacar como aquele que que que é o papel fundamental e medidas que gostariam de implementar h para ter de facto um impacto Positivo na realidade e na vida das pessoas com diabetes estão para tentar responder rapidamente mas tenho que pegar na questão que fez inicialmente a Dr boa vida também porque é que porque é que era a diabetes há 10 anos atrás ou há 20 anos atrás e na na nossa visão de profissional de saúde e ouvimos Aqui Esta visão mais otimista de que muito se conseguiu Uhum mas para quem é diagnosticado hoje com dia diabetes a diabetes continua a ter um peso demasiado elevado na sua vida portanto a pessoa não tem ideia assim há 20 anos eu tinha que fazer cinco injeções Hoje tenho uma bomba de insulina mas eu há um mês atrás não tinha uma bomba de insulina não tinha diabetes de repente eu tenho aqui a minha vida e a vida da minha família mudou e isto tem continuar a ter demasiado peso na vida das pessoas na vida da sociedade e há um outro lado que a diabetes continua a representar é que tá ligada à estigma a discriminação e a culpa e esta não mudou assim tanto em 100 anos de história da insulina e portanto ligando então aquilo que me estava a perguntar eu gostava muito de ser capaz de dizer que daqui a 5 anos tínhamos uma sociedade melhor para quem vive com diabetes no sentido em que eles não as pessoas não sentissem a culpa que ainda sentem não sentissem Discriminados e com o estigma que T na sua sociedade porque isso Já devia ter sido possível hoje aquilo que nós ouvimos é que a história da diabetes é diferente hoje as pessoas já não têm as mesmas complicações não tem com a mesma Gravidade o que significa que podem ser membros ativos não deviam ser penalizados em termos de escolha de profissões de futuro ou na sua profissão atual não deviam estar permanentemente em julgamento Por parte dos seus pais dos seus familiares dos seus colegas de trabalho e isso nós já Devíamos ter conseguido e portanto eu a gostaria mesmo que em muito poucos anos este Panorama tivesse sido evitado e que já tivessemos a falar de uma sociedade em que olhássemos para as pessoas com diabetes Porque vão continuar a existir mas que tivéssemos uma outra visão sobre o que é a diabetes provavelmente nestes anos não teremos a cura da diabetes ainda nem da tipo um nem da Tipo dois teremos com certeza aquilo que do nosso lado de profissionais de saúde representam melhores soluções Mas precisamos de ter melhores soluções para oferecer a todas as pessoas o tratamento da diabetes como o tratamento de outras doenças pelos custos que nós falamos pode já levar a mais desigualdades entre as pessoas que têm diabetes Nem todas as pessoas vão ter acesso provavelmente a estes tratamentos é também aqui o nosso papel enquanto Associação mas acho que é o papel de todos nós cidadãos de lutar firmemente para que estas desigualdades não aconteçam reparem que há 98 anos a associação SUS para defender os diabéticos pobres porque era um grupo vulnerável que morria sem acesso à insulina em certas zonas do mundo continua-se a morrer sem acesso à insulina mas discutimos hoje no nosso país quem é que tem acesso a algumas terapêuticas e aquilo que vem e portanto se nós não conseguimos ter uma visão global de desde o início para prevenir a maior parte dos casos para que termos as melhores condições para tratar quem realmente necessita e depois dar o melhor tratamento estaremos daqui a 10 anos a falar mais ou menos do mesmo e de como a diabetes é uma ameaça eu gostava de deixar esta uma mensagem positiva porque acredito que temos a capacidade de olhar para bons exemplos Como é o da apdp e de reorganizarmos a nossa forma de funcionar no lado da Saúde mas lembramos quando falamos de diabetes estamos a falar muito mais do que a saúde ou estamos a falar da Saúde nas outras políticas do trabalho da escola do ambiente todas essas áreas têm um impacto provavelmente ainda maior do que a organização de cuidados mas daquilo que nos diz respeito somos obrigados a olhar para os cuidados e a mudar aquilo que nós temos porque quem tem diabetes merece certamente melhores cuidados e é por isso que nós estamos aqui muito obrigada eu gostava de com com José Manuel Boava começamos consigo e acho que devemos terminar consigo Que mensagem Fica para os doentes fica uma mensagem enfim para a sociedade em geral para as diferentes áreas da sociedade que TM de estar T que ser responsabilizadas têm de estar atentas têm de ser também solidárias neste caso com a diabetes mas também com outras doenças crónicas que a todos podem afetar mas para os doentes em concreto Que mensagem Fica primeiro questionar o termo doentes porque de maneira nenhuma a diabetes os caracteriza como pessoas unicamente com diabetes continuam a ser pessoas na sua integralidade no seu trabalho na sua família na sua nos seus amigos e portanto continuem a viver a vida a vida não é a doença a vida é a sua própria e natureza e isso é o problema fundamental a grande mensagem que queremos que as pessoas com diabetes tenham é aquela que dissemos no início que vivam e trabalhem como se não fossem doentes para isso t que aprender a lidar com isso para isso podem contar com a associação podem contar seguramente com a maior parte dos com a maioria com a totalidade dos Profissionais de Saúde todo o país mas precisam de perceber que a culpa da diabetes nomeadamente na tipo do é a culpa da própria evolução da sociedade é culpa da nossa própria natureza e não é a culpa deles é ção de que não é culpa deles e que é fundamental neste neste ponto e que eles serão capazes conhecendo bem a doença conhecendo bem o seu corpo e unindo-se bem aos profissionais que os tratam unindo-se bem entre eles e criando associações fortes serão capazes de levar a cabo a sua vida com felicidade com alegria que é aquilo que desejamos a todas as pessoas e percebendo que a doença não os define não é não os define de maneira nenhuma eles são pessoas com direito a viver como qualquer outra pessoa uhum gostaria só também que nos dissesse de que forma é que as pessoas podem procurar a associação e deixar também a mensagem de que as portas estão abertas não é nomeadamente na questão do rastreio da prevenção e que isso é também fundamental que se perceba que as associações funcionam de porta aberta não é nós temos um e-mail que é muito simples diabetes @ap dp.pt para onde nos podem mandar sugestões pedidos de apoio eh para procura de de de realização de rastreios de sessões educativas de tudo aquilo que possamos ajudar a construir este mundo que queremos no fundo nós temos um grande lema já há vários anos com que o foi um desafio que fizemos à Fundação cus gulban e ao Ministério da Saúde e ao governo português foi criarmos um país sem diabetes o Portugal sem diabetes continua a ser o nosso lema o caminho continua não é se por o caminho continua obrigada muito obrigada o nosso tempo de debate está a terminar Quero Agradecer aos quatro convidados especialistas nesta área da diabetes que que estiveram aqui hoje connosco obrigada também a todos os que nos acompanharam eh nesta TOL promovida pela Renascença e pela apdp associação que há 98 anos se dedica às pessoas com diabetes 98 anos de trabalho dedicação ao nível dos cuidados de saúde da Inovação dos tratamentos e sobretudo da esperança que é também transmitida aos doentes este debate fica disponível no nosso site no site renasc rr.pt não deixe também de procurar o trabalho da PDP obrigada a todos Até breve