Vídeo: Documentário «Portugal na Europa – raízes e horizontes» parte II

🗣️ Transcrição automática de voz para texto.

[Música] vivendo na Ucrânia eu devo ser sincera eu pouco sabia da União Europeia o assunto falavam os professores nas aulas sabíamos pouco disso Ou pelo menos na altura quando eu vivi na Ucrânia depois claro quando nós mudamos para cá começamos a nossa vida cá adaptamo-nos à novas regras ao novo estilo de vida outras pessoas tu Olhas para outro mundo tu de repente começas a perceber que tu também começas a mudar a mentalidade e pensar como os europeus não é por acaso que a Ucrânia diz sempre Nós também somos europeus não é só geograficamente mas mentalmente também quando olhamos a Europa e o mundo nos dias de hoje percebemos uma realidade da que conhecíamos no início do século vivemos o tempo da transformação digital da transição energética e em que há metas ambientais muito importantes a cumprir Este é também o momento em que os Estados Unidos e a China competem política e [Música] economicamente na Europa há uma guerra em curso que nos obriga a repensar a segurança e o investimento na defesa e temos também no horizonte mais um alargamento a novos países na União Europeia neste cont O que é que Esperamos que seja o futuro da Europa e o de Portugal enquanto estado membro da União o país e os portugueses terão seguramente uma palavra a [Música] dizer os meus pais tinham uma loja de roupa abriram em 94 por causa da crise tiveram que fechar em 99 e de repente eles ficaram sem sem dinheiro sem algum dinheiro para sustentar as duas filhas para pagar as contas para comprar comida para sobreviver aos invernos na Ucrânia porque a roupa tem que ser diferente por isso o meu pai queria encontrar vários modos onde é que ele podia ganhar mais dinheiro para poder ser cá está o homem da família não é porque é que o meu pai escolheu Portugal foi muito simples porque ele já tinha um amigo cá que trabalhava cá então quando ele falou com esse amigo ele disse olha aqui os salários são mais elevados aliás muito mais elevados 10 vezes mais elevados vem cá então aí a minha família decidiu experimentar eu vivo aqui 24 anos eu vi é muita diferença da vida muita diferença ân e eu dis o primeiro aqui trabal leis funciona leis leis de de trabalho leis da saúde muita não para Portugal a decisão de se juntar à União Europeia ou à comunidade económica europeia dependeu mais de considerações políticas do que considerações económicas o esforço ou desejo português de consolidar a sua democracia isso também foi foi o que se passou em quase todos os outros alargamentos com a Polónia e com a Hungria com a República Checa com a roménia e agora com os países do mais do leste europeu seja dos balcãs como a Albânia ou a macedónia do norte ou Montenegro ou mais recentemente da Geórgia da moldávia e da Ucrânia O Que Eles procuram não é tanto uma integração em mercados mas uma participação numa estrutura política que os faça sentir europeus que os faça sentir Democráticos e que os proteja para o [Música] futuro eu vim cá para para acompanhar o meu marido depois de adquirir a nacionalidade portuguesa isso abriu eh abriu fronteiras montei o meu pequeno negócio eh que é são traduções já trabalho paraa comunidade ucraniana ajudo mais na na parte da legalização essa liberdade que eu estou a sentir a ser uma cidadã sem palavras única dia 1 de agosto de 2005 e eu mas a minha irmã chegamos a Portugal de repente obtendo aqui o diploma europeu tu tens possibilidade de trabalhar em toda a Europa tu podes podes Podes ficar aqui mas também tu podes ir à Itália tu podes ir a França tu podes ir qualquer país onde tu encontrares ou onde te sentires melhor E claro também a aprendizagem de muitas línguas também já aprendi italiano e foi em [Música] Portugal o espectável alargamento tem que ser visto como algo positivo parece-me que a entrada destes países tem as oportunidades evidentes de termos mais cidadãos e mais consumidores se quiser do ponto de vista económico e mas também tem os seus riscos naturalmente a entrada destes países traz desde logo uma dinâmica diferente por exemplo na na gestão dos Fundos Porque a Europa é democrática neste sentido entrando países que têm um estádio de desenvolvimento menor que o nosso é para esses que os Fundos serão canalizados para eles recuperarem e convergirem para os países mais bem sucedidos na Europa do ponto de vista económico [Música] Portugal tem que se preparar para que o país vá ficar sem os apoios que tinha até agora e tem que perceber que da mesma forma que nós fomos apoiados estes novos países também têm que ser apoiados Não há dúvida que Portugal vai perder peso relativo ou seja Nós entramos num clube que tinha 12 estados membros éramos um já para um entre 27 passos para um entre 37 obviamente ainda vamos ter menos peso [Música] relativo o início da guerra na Ucrânia com essa invasão da Rússia aquilo que aconteceu foi aquilo que nós já estávamos à espera Claro vieram muitos ucranianos a Portugal [Música] ST a guerra na Ucrânia foi do meu ponto de vista um dos grandes acontecimentos na história contemporâne n útimas décadas ou seou radic texto geopolítico geoestratégico Rússia deixou de ser um parceiro bastante imprevisível e e e enfim incerto passou a ser uma enorme ameaça a ameaça mais próxima em termos geográficos mas também uma ameaça muito séria uma ameaça imperialista expansionista que utiliza argumentos em relação à Ucrânia que podem ser utilizados em relação a países que são estados membros da Nato e da un europeia por exemplo a união europeia como União Europeia e os estados europeus perceberam percebem que precisam de investir muito mais em defesa e do meu ponto de vista tem estado a aparecer muito mais também na agenda nas prioridades oficiais dos países [Música] [Música] [Música] ção fo de construir a vida a vida delas aqui e elas conseguiram conseguiram um bom emprego uma boa formação um bom emprego já instalar as suas vidas aqui tem amigos estou [Música] feliz o alargamento também traz algumas também trará algumas oportunidades desde logo aumenta muito o peso da União Europeia portanto à partida um ator no palco internacional se tiver mais população se tiver uma economia maior a nível de todos esses indicadores de poder à partida a união a união europeia cresce não é torna-se um ator com mais peso a nível a nível internacional eu diria para os países membros que com Portugal o fundamental é é pensarem numa estratégia de resposta a estes novos desafios não é tentar reduzir minorar os efeitos negativos na medida do possível tirar o máximo partido de novas oport oportunidades até de novas [Música] parcerias o pacto Ecológico Europeu é tanto uma resposta ambiental como uma estratégia económica é o plano ambicioso para fazer da Europa o primeiro continente com impacto neutro no clima e mesmo autossuficiente em termos energéticos estamos num processo de mudança rumo a uma economia moderna e circular com recurso a tecnologias limpas e criação dos chamados empregos verdes Isso é uma grande oportunidade para a indústria das energias renováveis implica no entanto também custos acrescidos seja para os agricultores as empresas Ou os consumidores e isto tanto no contexto de país como Portugal como no todo da união [Música] europeia antes da Adesão à chamada na altura comunidade económica europeia Portugal tinha realmente uma legislação fortíssima e estou a ser obviamente irónico porque o que se dizia é que era proibido polir e era uma lei que já tinha muitas décadas obviamente não tinha qualquer h efetividade não tinha qualquer tradução real no terreno havia muitos casos de poluição principalmente na altura ao contrário dos dias de hoje nas zonas industriais nós estávamos atrasadíssimos e portanto o que é que nos traz a Europa no pós adesão PS 1985 traz-nos em primeiro lugar algo de absolutamente crucial que é o financiamento para nós conseguirmos mudarmos tudo aquilo que tínhamos em termos por exemplo de tratamento da água para abastecimento humano portanto da nossa água de beber do tratamento das águas residuais portanto dos esgotos de passarmos a ter que cumprir legislação no que respeito às emissões das fábricas de tudo aquilo que prejudicava a qualidade do ar que passou a ter de cumprir valor União finamente decis a Quando nasceu teve logo como objetivo intervir nestes processos de construção da legislação ambiental e na áa da sustentabilidade Mas também de verificar se essa legisla esta ou não a aplicada em pug [Música] transição energética traz com El imensos desafios mas também muitíssimas oportunidades em termos de desafios Começando por exemplo pela transição justa portanto essa transição tem que abranger todos e não só aqueles que possam eh comprar carros elétricos ou colocar painéis Solares eh nas suas casas Portanto tem que beneficiar todos a chamada tradição justa mais a mais num país como Portugal que tem uma grande percentagem da população e que é considerada em pobreza [Música] energética pacto Ecológico europeu toca em tudo tive um grande objetivo climático de redução 55% das emissões de gases com efeito estufa que causam o aquecimento global é entre 1990 e 2030 nós vamos ter aqui Um Desafio enorme do ponto de vista estrutural já estamos a sentir o drama de uma economia que precisa de materiais críticos como lítio como outros elementos que tem uma competição fortíssima e a missão que a própria União Europeia tem para ajudar os os países em desenvolvimento os mais pobres que necessitam de financiamento para lidar com as consequências das alterações climáticas esta transição energética irá a a prazo trazer muitos benefícios para Portugal e para a Europa no seu conjunto em termos de maior soberania energética menor dependência externa nomeadamente dependência de países que TM a tendência de usar a energia como uma arma política não há volta a dar o caminho é por aqui o que temos é que ter o bom senso de ter metas que sejam execve e é preciso ter algum Realismo a quando se pede esforço quando se pedem esforços às empresas e elas ainda estão preocupadas com outros assuntos com a sua própria sobrevivência com a sua as suas próprias e dinâmicas porque as empresas a primeira responsabilidade delas é é estarem ativas pagarem os seus salários e as suas contribuições os seus impostos E é isso que lhes dá o foco no seu dia a dia mas parece-me que não há não há outro caminho que não a Europa querer ser líder de um movimento no que diz respeito às emissões de carbono No que diz respeito à economia circular No que diz respeito ao tratamento responsável do plástico à qualidade dos oceanos à navegabilidade à segurança tudo isto são valores europeus e que nós não podemos negar nem podemos voltar atrás os portugueses estão entre os mais da União mas os níveis de participa política refletem Essa realidade Isso é verdadee para geração mais jovem aquela que já nasceu no tempo da Europa unida aproximar os cidadãos todos eles das decisões comunitárias é um passo fundamental para que o projeto europeu seja no futuro aquilo que coletivamente ambicionamos [Música] em 1996 vim para Portugal para fazer licenciatura em engenharia civil e fiz a minha licenciatura no instituto politécnico Castelo Branco houve um campo de oportunidades que se abriu quando adquiri a nacionalidade e passei a ser cidadão português mas também cidadão europeu recentemente fui à Turquia e senti logo o impacto não estar num estado membro da União Europeia princípio isto aqui é uma realidade completamente diferente a partir de agora comportamento a moeda não diria a cultura porque tá aí mais uma coisa que a União Europeia nos traz que é a diversidade de culturas tenho muitos amigos que gostam de de discutir não só assuntos europeus mas também assuntos políticos mas a união europeia acaba por ser o nosso tema de conversa quase sempre quando nos encontramos a questão do debate sobre a união europeia entre os jovens eu acredito que é das mais importantes que pode pode existir na atualidade a gente tem nas nossas mãos um instrumento que dá voz aquilo que são as nossas opiniões que Eu voto que nós podemos usar para tentar influenciar Ou pelo menos demonstrar aquilo que são as nossos anseios e as nossas as nossas preocupações com relação à Europa que que queremos para para nós hoje para para o nosso futuro ah mas para para isso não é mandá-la abaixo não é mandar abaixo à União Europeia não é tentar melhorar como ela [Música] funciona há muito esta ideia de um de um desafio populista de um desafio Liberal eh que eu acho que é real torna a Europa mais vulnerável a isso é e uma avaria da mobilidade social uma série de crises sucessivas eh que muitas vezes revelaram grande incompetência da das elites governativas das elites económicas e muitas vezes também associado a isso corrupção negociatas portanto posturas bastante duvidosas do ponto de vista ético e e Portanto acho que tudo isso dá realmente força aos extremos associado a isso há realmente um contexto internacional que também é um pouco mais favorável a Rússia e a China ativamente promovem sobretudo da Rússia a desinformação financiam alguns destes movimentos extremistas há realmente alguns problemas Associados à à às imigrações sobretudo à imigração ilegal a tendência geral na União Europeia também vamos ser Claros independentemente de concordarmos ou não com ela que o que é fundamental é travar a qualquer preço a imigração ilegal mesmo seja preciso pagar a países terceiros que estão vizinhos da União Europeia e que são países de trânsito importantes para travar essas vagas [Música] migratórias agora a maior parte realmente das análises sérias mostram que os grandes problemas do mercado do emprego do mercado da Habitação realmente não t a ver no essencial com esse tipo de dinâmicas e migratórias nós temos essa responsabilidade quanto a mim é uma responsabilidade partilhada de deixarmos alguma herança para quem virá depois de nós Assim como nós recebemos uma herança de qu veio antes de nós H imensas coisas que nós hoje tomamos por adquiridas logo a paz é um dos exemplos me vem a mente imensas coisas que a gente toma por adquiridas que não Devíamos tomar por adquiridas porque exemplos como que está a acontecer agora na Ucrânia nos lembram da importância de preservarmos a paz e os valores por exemplo que nosem Eos por eles daí eu achar que a questão da participa dos jens um [Música] imperativo eu acho que para Portugal e não há uma boa alternativa em relação à União Europeia em termos de prosperidade segurança h e também estou convencido que a União Europeia e se olharmos racionalmente paraos interesses e para os valores dos europeus faz todo o sentido ou seja no mundo cada vez mais conflituoso mais perigoso em que temos grandes potências continentais em extensão como a China e a Índia com populações com dimensões gigantescas se os europeus quiserem continuar a ter alguma influência na agenda Global algum peso na agenda Global precisam realmente procurar convergências de procurar o máximo de coesão e Para poderem no fundo contrabalançar estas potências emergentes que têm dimensões colossais em termos de população dimensão territorial como a China como a como a Índia é irrealista pensar que Portugal seria mais soberano fora da União Europeia Portugal ganha soberania na medida em que ganha eficácia governativa e também ganha poder de influência para decisões que são que são importantes e que acontecem no seio da União Europeia e que se Portugal estivesse de fora da União Europeia não estaria sequer à sentada à mesa o Reino Unido saiu eh do da União Europeia para ser mais soberano mas a verdade é que como o principal parceiro comercial do Reino Unido é a União Europeia o que a saída da União Europeia fez foi que atualmente o Reino Unido tem que adotar todas as regras e todas as leis necessárias impostas pela união europeia para fazer comércio com ela e no entanto como saiu da União Europeia já não consegue influenciar essas leis nem essas regras Portanto o Reino Unido perdeu ou ganhou soberania com a sua saída eu acho que perdeu na Europe globalmente somos um grupo de pequenos países ou países de de média dimensão mas em conjunto somos uma potência económica uma potência económica que tem voz e capacidade de influenciar as relações comerciais no mundo a globalização que tem capacidade de influenciar os grandes movimentos financeiros a nível internacional em relação a cada um desses aspectos cada país da União Europeia teria incapaz de fazer ouvir a sua voz e Dante a união europeia tem certamente o impacto um impacto diferente não é possível ter espírito europeu eh e não é possível criarmos esta dinâmica europeia se não tivermos cidadãos conscientes e informados e parece-me que aí falhamos todos eh falhamos todos todos os europeus todos os estados membros ainda têm muito que fazer sobre esse ponto de vista somos muito r rápidos a criticar a Europa e somos muito lentos a elogiá-la e e a Europa é muito mais do que Fundos comunitários é muito mais do que projeto Erasmos é muito mais do que sanções é muito mais do que apoios e livre circulação de bens pessoas e e capitais a Europa é um um espaço livre um espaço dinâmico h uma região economicamente sustentável que tem um um efeito muito positivo na vida das [Música] pessoas a própria globalização seráo frente nas próximas décadas porque está em transformação a relação tanto política e económica da Europa Face à China ou aos Estados Unidos e o eventual alargamento da União a mais 10 países vai redesenhar a Europa alterar a distribuição dos Fundos e mexer também com a forma de nos governos é que há interesses europeus múltiplos não há uma visão única da Europa pelo que é mesmo obrigatório procurar consenso o diálogo entre os decisores políticos e o envolvimento Cívico são essenciais para combater o populismo e ao mesmo tempo fortalecer a união europeia faça a tempos que serão seguramente mais incertos mas qual será a final o lugar da Europa no mundo cada vez mais fragmentado e em conflito Neste contexto tão desafiador há uma certeza Portugal vai ter um papel tão decisivo quanto de qualquer outro país na definição do que será a união europeia do Futuro [Música] p [Música] [Música] [Música] 2 [Música] [Música] [Música]