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Boa tarde a todos é um privilégio para mim moderar um painel que tem o nome de explicador o explicador vai parar todas as manhãs de segunda a sexta eh depois das 9 da manhã portanto em horário nobre quem ouve não sabe que o explicador é normalmente decidido num grupo de WhatsApp Onde estão 35 pessoas eh entre diretores editores do jornal e da Rádio produtores equipa das manhãs eh portanto dá algum trabalho enfim eh mas é eh normalmente é das rubricas mais discutidas do dia a dia da Rádio a e normalmente é uma entrevista ou um debate neste caso temos quatro convidados absolutamente excecionais qualquer deles daria para uma entrevista ou para para entrar num debate e do do explicador e alguns já entraram até portanto e eu gostava de de começar aqui por Luís menes que é geógrafo é professor do Instituto de geografia e ordenamento do território da da Universidade de Lisboa eh foi também Conselheiro informal da ex-ministra Marina Gonçalves eh no programa na preparação do programa mais habitação eh e gostava de começar por este tema precisamente a habitação que é se calhar uma das coisas que nos preocupa mais a todos como é que a habitação pode deixar de ser um problema tão grande daqui a 10 anos como é que daqui a 10 anos quem precisar de encontrar casa vai conseguir fazê-lo sem ter que pagar tanto dinheiro sem ou sem ter que procurar tanto bom Boa tarde eh Pedro Boa tarde a todos à audiência agradecer muito o convite É uma honra estar no clube dos 52 é também uma honra estar aqui a Celebrar o 10º aniversário do Observador tem dado um contributo fundamental para o esclarecimento e para aquilo que é a pauta da agenda pública e também política até portanto É uma honra estar aqui bom é um caderno de Carlos aquilo que me tá a questionar na verdade a investigação de uma vasta comunidade de geógrafos sociólogos economistas urbanistas etc tem demonstrado que a questão da Habitação é de facto um problema estrutural da nossa sociedade da nossa economia é um problema que não tem apenas 10 anos embora se tenha agudizado muito eh nas últimas na última década após crise económica social 2008 2009 e conseguimos invert em 10 anos ou não diga diga conseguimos invert em 10 anos vai ser difícil mas podemos dizer que para os próximos 10 anos precisamos de um digamos de soluções que são multinível que são compósitas que não se podem e fechar apenas H em ciclos eleitorais e ciclos políticos as medidas que precisamos têm que partir de uma visão e de uma missão nacional de consenso falou-se aqui muito mas sobretudo convergência e que consiga de certa forma despir-se de preconceitos ideológicos que existem a habitação é uma questão política mas não tem que ser entendida no âmbito da su da sua solução de uma forma tão profundamente ideológica como o tem sido e eu penso que é possível que exista convergência sempre foi esse também o meu o meu conselho H quer no no digamos nos Episódios de consultadoria pública ou privada que tenho tido quer como professor académico tem às vezes um viés mais digamos mais crítico sobre a matéria mas nunca deixa de ser consensual e sobretudo H digamos Aprazível para uma solução duradora de longo prazo e sustentável queer do ponto de vista económico ambiental e social mas havendo visões tão diferentes não é tão tão distintas nomeadamente entre os partidos que têm alter no como é que se consegue isso é quase preciso uma uma reunião como um grupo de trabalho como do aeroporto para que se necessário uma task force mas eu penso que é possível se existir entendimento e concertação e sobretudo existir uma tal visão que tem que ser uma visão pública obviamente eh de um estado portanto com um programa nacional de habitação que depois se desmultiplicador setores que são muito diferentes porque quando pensamos na habitação estamos a pensar em comunidade estamos a pensar em estádios estamos a pensar em mercado e essa visão tripartida ela tem que estar equilibrada Aliás a nossa Constituição da República portuguesa há quase 50 anos não é já agora estamos num ano celebração dos 50 anos 25 de Abril eh diz-nos muito claramente que os regimes de propriedade têm que ser equilibrados devemos ter Mercado Livre devemos ter eh também um regime de cooperativo de cooperativas um movimento de cooperativas forte e temos também tamb depois que ter e digamos habitação pública e social e esse Esse regime tripartido essa Tríade está claramente desequilibrada neste momento temos 98 de por de propriedade privada Portanto o stoque Habitacional é 98% é privado e 2% só público e portanto o que me leva a crer que o quadro regulatório e o estado aqui como grande Pilar de produção de território de do território não está a fazer o seu papel mas também enquanto proprietário de Habitacional o estado também não está a fazer o seu papel enquanto grande proi que é que o estado devia fazer relação a todo o seu património mais do que digamos até agilizador do mercado o Estado tem que ser regulador e tem sobretudo que ser Executor e provisor da Habitação como nunca o fez o grande processo que nós tivemos de produção pública de habitação foi o p o especial de de realojamento que teve a missão Nobre de erradicar eh muitas dezenas de milhares de barracas e realojar muitas famílias Mas neste momento o imperativo que se coloca é de temos 137.000 famílias com carência Habitacional ou em condições habitacionais indignas desde o abarracamento e esses problemas tem que ver com um estado que tem que por exemplo reabilitar e de forma urgente o seu património deuto que é muito que se sabe não se tem uma noção em termos cadastrais e de inventário segura mas que tem que dar o exemplo à frente do setor privado e antes de tomar posse ou de procurar expropriar tem efetivamente que H dar esse exemplo não só do ponto de vista regulatório mas também do ponto de vista como eu disse de provisor de Executor de direto de Construtor H da Habitação pública e eu acho que aqui a oportunidade da reabilitação e de mobilização de património público de voluto é de facto importante sobretudo para canalizá-la para os grupos mais vulneráveis uma classe média baixa e mesmo uma classe baixa que neste momento está numa situação muito comprometida tal como a própria classe média não é isso já é de de agenda mediática e sabe–se mas sobretudo deixar aqui uma uma ideia Clara Pedro eu penso que as medidas que se tomarem são medidas que se T que tomar múltiplas escalas multinível e sempre nesta convivência e consensual convergente entre estado mercado e comunidade não é e e penso que isso é fundamental exigir daqui um pacto de regime ou um acordo de regime que não se sinja eh ao bloco Central que está no espectro político da nossa Assembleia da República mas que se alargue e que envolva todo o espectro político e que perceba que esta é uma matéria que sequer menos ideológica política mas de uma forma transversal a vários ciclos e que envolve as três entidades Como disse mercado estado e comunidade eu quero já passar ao Pedro Pita Barros mas antes só em 20 segundos se for possível para não rebentar aqui com os tempos o programa mais habitação ficou muito marcado pela questão do arrendamento coero e isto não assusta os privados e não acaba por hostilizar os privados que serão uma parte essencial precisamente para resolver o problema da Habitação Sem dúvida na altura quando a medida saiu a minha proposta para a senhora ministra e para o senhor primeiro ministro foi no sentido e foi até uma proposta que foi muito depois reproduzida na ordem dos Arquitetos etc e e outros outros outros setores associativos e que era fazer uma digamos seria nem sequer seria necessário uma tomada de posse na verdade se partirmos daquela primeira medida que referia há pouco da mobilização do património Público do Estado nos seus diferentes nos seus diferentes níveis seria possível quá dar resposta a uma grande parte destas zenas menar de famílias que estão nesta situação de carência e depois com isto também um choque fiscal ou medidas positivas proativas que dessem o sinal ao mercado aos milhares e milhares de proprietários que têm devolutos de colocar em segurança esses devolutos na oferta privada agilizando o mercado alargando a oferta e quiçá baixando também os preços e o valor das rendas tenho mesmo de passar ao Pedro Pita Barros e não sobre habitação mas também está relacionado com isto Pedro Pita Barros é da casa é um professor de economia aqui da nova também é da casa da Rádio observador já teve um programa que foi gabinete de crise e para analisar a gestão de política da pandemia nesses tempos que parecem ao mesmo tempo longinos e tão próximos a outra via para resolver esta crise da Habitação é enriquecermos se tivermos muito dinheiro não é deixamos Deixa de ser um problema tão grande encontrar uma casa que consigamos pagar e para enriquecermos normalmente portanto isto prosperidade e rima com produtividade não é mas vem vem depois no dicionário como é que resolvemos esta questão da produtividade como é que como é que isto como é que damos a volta a isto que é sempre um problema do is muito boa tarde boa tarde a todos eu vou fugir à pergunta fazendo ainda bem que fazer essa pergunta utilizando outos os aspectos di segu até porque a intervenção anterior teve muito a ver com também com a produtividade de alguma forma que é para nós termos a 10 anos um aumento de produtividade temos que provavelmente pensar de uma forma menos dirigista na sociedade Portuguesa em todos os níveis isto porquê porque nós temos que escolhas de Dizer queer Di alguém decide por outros como devem viver e Tent fazer isso é a grande quando por exemplo se falava Impacto de regime parece queria dizer quase isso eh outra coisa é dizer temos que criar as condições para que as empresas consigam ser mais produtivas e pagar melhor que as empresas melhores sejam mais pagam melhor salários consigam crescer e que as outras Tenham que sair e fazer com que os setores que TM maior capacidade de pagar bons salários no futuro gerar riqueza possam crescer se diminuindo-se os outros aliás uma visita pelas ruas de Lisboa mostra profissões que desapareceram e portanto algum das profissões de hoje daqui a 100 anos vão nos aparecer eu dão que muitas vezes nós ficamos numa discussão que nos impede de aceitar essa mobilidade essa mudança e intr diia aqui a palavra mobilidade porque tem muito a ver com a habitação também e porque as pessoas se viverem todo toda a sua vida na mesma rua a trabalhar no mesmo local da mesma forma não utilizando a inteligência artificial que se falava há bocado nunca vamos ter esse salto de melhoria de níveis de vida em geral que até pode implicar no futuro trabalhar menos trabalhar de forma diferente trabalhar em áreas que nós não sabemos o que é que vão ser e essa e dar esses saldos provavelmente historicamente o que nós temos visto é que exige muitas vezes ter menos dirigismo e ter mais aceitar alguns aspectos falava-se há pouco da Inteligência Artificial e da e da nova regulação europeia Provavelmente nós estamos numa fase inicial em que não sabemos muito bem o que vai ser e portanto provavelmente hoje mais importante para Portugal criar as condições para que Portugal possa ser atraente para quem quiser trabalhar nessas áreas em Portugal e que todas as empresas em Portugal possam fazer isso e depois deixar crescer a partir daí po significar que se houver dimensões mínimas que as empresas têm que ter as pequenas e mdias eas pequenas e médias empresas têm que ter se calhar precisam de ter algum associativismo que lhes permita partilhar alguns instrumentos se calhar temos que as as ajudar a pensar que o o o fórum o local onde elas vão trabalhar vai ser uma Europa pelo menos e e não apenas Portugal e se calhar nós temos que pensar que a mobilidade dos alunos que falava H bocado do Pedro Oliveira mobilidade dos trabalhadores vai ser uma permanente também nisto portanto nós temos que pensar mais em termos de qual é o enquadramento que queremos o que é que significa a nossa visão sociedade Quais são osos nossos cinco objetivos como sociedade daqui a 10 anos para produtividade que possam ser generalizados de alguma forma em intervenções e dação que muitas vezes nós ficamos muito presos no momento e não pensamos na criação de condições e neste momento a a mobilidade seja dentro de empresas seja entre empresas do mesmo setor seja entre setores realmente um dos elementos importantes a mobilidade da Habitação é também uma parte central deste aspecto e e portanto não está não está desligada e sobre os aspectos económic dos pacotes de habitação nós poderíamos ver muitas coisas que são mais limitadoras de mobilidade do que ajudar à mobilidade e aos Tais grupos vulneráveis que todos queremos proteger e aqui algumas dificuldades que em que nós temos que provavelmente ter uma discussão mais dura no sentido dizer o que é que nós queremos de facto e Há muitas vezes o Consenso e daí para eu não gost vai me perdoar o LIS a ideia do pacto de regime parece-me muitas vezes ser o mínimo denominador comum uhum e Há momentos em que temos que ter um anjor um bocadinho maior eu acho que pensarmos H 10 anos em termos atividade seja na habitação seja noutras áreas temos que ter um um arroz um bocadinho diferente tivemos uma conversa antes deste deste painel não não não é segredo nenhum e queria partilhar aqui que chegou a referir-me que alguns destes conceitos foram defendidos também por Mário Centeno num ensaio para para para a fundação Francisco Manel dos Santos e depois perguntar-lhe então e depois quando Mário C Isto foi antes de ser Ministro não é quando chegou a Ministro O que é que fez pôs alguma destas coisas em prática pode Recordar aqui a sua resposta na verdade o não sei quantas pessoas sabem mas o profor Mário Centeno há mais de 10 anos escreveu um pequeno livro para a fundação Francisco Manuel santro sobre mercado de trabalho em que falava muito dos mecanismos que podiam ser usados para agilizar muitas destas mobilidades de trabalhadores e esse e tem muitas as ideias que consolidavam a literatura económica de muitos países experiências feitas conhecimento adquirido e nós podíamos aproveitar melhor essa essa lógica de mobilidade no caso do trabalhadores para ver como é que nós podemos chegar a maior produtividade sendo que há uma parte de iniciativa individual das pessoas se sentirem confortáveis no lugar onde estão e conseguirem mudar para outro lado e muitas vezes limitações de que parecem inócuas acabam por prender as pessoas a um local com medo do que possa acontecer no outro lado e isso é limitador do seu aumento de produtividade aliás ligando a uma intervenção de ab bocado o o o Nunes foi um foi um exemplo Claro de libertação sobre as sobre o que se prendia prendê-lo na na parte do direito e passou para a fotografia subaquática nós vimos calhar ter mais coisas dessas a acontecer a um a longo prazo Provavelmente 10 anos calhar vamos ter também ter uma discussão sobre como é que a Segurança Social se vai ter que adaptar a pessoas mudarem de carreira ao longo da sua vida sendo que provavelmente não vão querer terminar aos 65 aos 66 aos 6 67 anos a sua vida produtiva vão querer ser ativos depois disso se calhar não nos molos anteriores e nós não temos nenhum Sistema de Segurança Social hoje em dia que permita fazer isso bem e portanto nós vamos ter algumas discussões importantes para a sociedade noo longo dos próximos 10 anos mas qual é o principal travão que nos está a impedir de passar da da teoria à prática O que é que O que é que nos está a impedir aqui o que é que nos está a bloquear Ah mas se eu soubesse já tinha anunciado hh o qu que é que o principal travão é nós não termos é termos muitas vezes à versão experimentar há bocado fizeram uma pergunta ao Pedro Oliveira sobre a utilização da inteligência artificial no ensino eu como dou aulas aqui eh e como o Pedro nos dá liberdade para isso utiliz essas os instrumentos disponíveis com os alunos e nós temos regras para isso e e Já conseguimos perceber quando é que eles estão simplesmente a utilizar instrumentos de inteligência icial para se fugirem ao trabalho que tem que fazer ou quando estão a utilizá-lo de uma forma criativa Eu por exemplo eu peço aos meus alunos quando fazem um trabalho que me digam como é que utilizaram a inteligência artificial não vou dizer que não podem usar Eles vão usar quer o quera quer não prefiro saber como é que eles o fazem e depois tentar aprender com isso como é que eu devo formatar o que eles têm que fazer dar-lhes o enquadramento que aqu eles têm que fazer para isso e essa será provavelmente a experimentação um aspecto importante outro aspecto importante que foi há bocar também referido pela ver é a estabilidade se vamos criar regras vamos deixá-las com alguma estabilidade se não vamos criar regras vamos dizer qual é o contamento geral e deixar depois as coisas acontecerem est com atenção prevenir mas deixar acreditar na liberdade criativa das pessoas di quem está a ouvir com muita atenção e é seguramente sensível a estas questões da produtividade é a Adriana cardos a Adriana é farmacêutica cofundadora da academia próxima geração a comentadora na F mías também eh e no artigo que escreveu para O Observador para o clube dos 52 identifica como um dos principais problemas do país um decido Empresarial muito fraco que não consegue pagar eh salários sejam suficientemente atrativos para reter os jovens eh O que é que é preciso fazer agora Adriana para daqui a 10 anos isto não ser um problema tão flagrante Boa tarde Boa tarde a todos no painel a quem nos está a ouvir e queria dar os parabéns ao observador por 10 anos e de um dos melhores jornalismos que nós temos em Portugal e portanto é um prazer para mim estar aqui hoje e é muito importante que esta questão seja levantada mas também por pessoas da minha geração porque eu terminei o mestrado há um ano e perguntei quando fui dar o discurso de finalização do mestrado Eh quantos dos meus colegas pensariam ficar em Portugal e numa imensa multidão de 300 e poucas pessoas cinco ou seis levantaram as mãos eh vou agora começar a dar aulas e vou fazer exatamente o mesmo exercício e não estou convencida de que esta esta atitude Tenha tenha sido alterada eh e é mesmo Isso foi pedido à minha geração para fazer um salto de qualificações porque o país tinha um atraso de qualificações eh Portugal estava relativamente atrasado e em em relação a países eh muito próximos até em nível em nível económico e desenvolvimento económico estamos muito atrasados em termos de qualificações e nós fizemos esse salto de facto de qualificações contudo chegamos ao mercado de trabalho e um dos dados que eu que eu gosto mais mais de dar é que 30% dos quadros de gestão nas empresas portuguesas estão menos qualificados do que as pessoas que estão a entrar nas próprias empresas e foi dito há pouco num painel eh eh e tem com imensa razão de que eh esta atitude de nós eh diabolizar tudo o que é empresa grande empresa que consegue trazer eh investimento que consegue trazer capitalização e que por si só consegue gerar mais mais riqueza eh é um erro político e é um erro político Porque nós não Devíamos como modelo económico e como modelo de desenvolvimento do país e como H resposta para a minha geração pensar no micro mini mini mini eh é de nós nós valorizarmos pequenas e médias empresas e microempresas que não conseguem pagar um salário médio não conseguem pagar um salário mínimo muitas das vezes sem ser parcialmente subsidiados pelo Estado eh e tratarmos isso como um modelo económico de 99% do nosso tecido Empresarial assim assim ser tratado eh e é fácil de perceber eh porque nós perdemos e politicamente eu vez isto muito a acontecer perdemo-nos numa quase numa dicotomia de se a minha geração emigra por causa de impostos ou se emigra por causa de de facto de Salários eh e e e não se percebe que são as duas coisas e evidentemente é evidente que eh num país em que por si só os salários os salários são baixos e são baixos comparativamente com com a média europeia e com a Europa ocidental é evidente que níveis de IRS e taxas de esforço e tudo isso acoplado para a minha geração não permite que de facto nos dê ainda mais vontade de ficar portanto não tem que ser tratado como como uma dicotomia tem que se ir à raiz do problema porque eh não sei como é que é possível alguém acreditar que o modelo de desenvolvimento económico do país político seja eh passarmos campanhas eleitorais a falar de reformas de Segurança Social falarmos de salário mínimo e não pensarmos no problema enorme que é um salário médio em Portugal neste momento não dar para alguém da minha geração arrendar um T1 e ter uma vida que não seja miserável eh eu eu eu eu não me importo nada dizer isto eu com o meu único salário que eu trabalho na minha área neste momento não conseguiria viver num T1 sozinha eh e eu estou num top de rendimentos na minha geração portanto eh eh eu tenho que fazer todo um conjunto de trabalho eh que não devia ser aquilo que é que é pedido à partida para alguém da minha geração conseguir viver confortavelmente eh especialmente dado que nós estamos a investir nas nossas universidades que estamos eh por via de baixa de propinas por via de modelo de ensino superior eh a financiar futuros profissionais do Futuro que Depois acabamos por exportar para outros países e eu consigo garantir que e as pessoas que saem e e fala-se também muito nisto que é muito importante para para ganhar mundo sair o meu problema não é quem sai porque Queres o meu problema é que a grande maioria sai porque não consegue cá ficares eh portanto enquanto não debatermos se Será que o nosso modelo Empresarial a maneira como nós discutimos as empresas em Portugal a atração de investimento em Portugal é a base do Porquê não conseguimos ter salários altos continuarmos a falar sobre impostos e sobre e sobre salários mínimos consequentemente em campanha acho que a minha geração não vai ter as suas respostas qual era a medida prioritária a tomar para tentar inverter isso Qual era assim eu eu sei que isto é muito eu sei que isto é profundamente polémico mas eu não me importo dizer e é uma é algo que eu defendo o IFP neste momento subsidia e financia bolsas de investimento para setores e bolsas de de de salário para para pessoas trabalharem nomeadamente jovens para setores que em menos de 17% resultam num contrato de trabalho depois dessas bolsas nós não temos financiar setores por vias de bolsas e FP o nosso estado não tem que financiar setores que depois não conseguem dar um contrato de trabalho e apenas dão a uma geração inteira precariedade ponto final parágrafo em primeiro lugar e em segundo lugar eh se calhar e debatermos verdadeiramente se não faz sentido parar de Sub de dar subsídios e de de permitir que uma empresa só se consiga manter aberta não conseguindo pagar um salário médio se o tiver estiver a financiar porque eu pergunto qual é que é o valor social daquela empresa Aquele dinheiro não podia estar mais bem alocado não fazia sentido em termos de investimento público e de pensar ao país alocar aquele aquele aquele valor a outro a outro setor Será que tem que ser os meus impostos da minha geração e das Gerações futuras que vão subsidiar empresas que não se conseguem manter à tona Qual é que é o valor social dessa empresa muito bem vamos a ver aqui o João roquet agora João requet é CEO do esporão Eh que todos conhecerão pelos Vinhos e azeites enfim por outros produtos eh enquanto tentamos resolver estes problemas todos podemos ir bebendo vinho com moderação Claro eh vai demorar Portanto é melhor ir aproveitando eh as novas gerações eh têm consumido bebidas alcoólicas de uma forma diferente nota-se uma diferença no consumo não eh antes de mais boa tarde obrigado pelo convite eh em Portugal não nós somos uns uns acérrimos a fãs do vinho somos o maior consumidor per cápita de vinho do mundo já há várias décadas eim em Portugal não se nota e aumentou muito na pandemia ou não não é m aumentou bastante na pandemia talvez não pelas melhores razões mas aumentou hou uma quantidade de consumo que saiu da Restauração e que foi para dentro de casa portanto e e e e e foi e foi assim que que passamos também a parte da pandemia eh mas sim em alguns mercados anglos saxonicos como é o caso por exemplo dos Estados Unidos tá tá estamos a ver uma uma mudança de de comportamento principalmente nas nos consumidores mais jovens e acompanhando estas tendências de de de preocupação com saúde essencialmente e bem-estar h e e e e basicamente acompanhando a a a ideia de que e verdadeira de que o álcool consumido em em não moderadamente tem um impacto na saúde das pessoas portanto é um é um reequilíbrio que está a acontecer h e e e são tempos muito desafiantes de pensar h o que é que as pessoas vão ver porque as pessoas vão continuar a beber não é eh se vão beber menos álcool exatamente o que é que isso significa e portanto é uma é um dos pontos de interrogação da do setor onde eu estou mas exatamente como é que na sua empresa que é uma empresa com características muito especiais num setor muito especialis faz agora 50 anos esor Sim senhora como é que têm lidado com estas questões da produtividade da necessidade de reter talento também sente estes problemas e que soluções têm encontrado e para para para contrariar Sim nós nós nós não temos tido essa essa esse esse Desafio ou seja nós continuamos a ter uma capacidade de atração muito grande de de pessoas que querem de querem vir trabalhar connosco eh eu parece-me que isso se deve ao facto de à exceção e de uma parte muito concreta que não que que e que que são jovens também não jovens que tem a ver com o trabalho no campo que é um um tema absolutamente crítico e da nossa da nossa economia e da agricultura e é Um Desafio muito grande que temos também pela frente e mas mas em todas as outras posições não conseguimos encontrar pessoas com as qualificações que estamos a cura eh com e julgo eu que é pelo facto de de de de da nossa remuneração estar estar permitir essas pessoas terem uma uma vida digna com todas as dificuldades que eu reconheço que já foram aqui identificadas e h e e que e com as quais concordo mas também pelo facto do de de sentirem que que o esporão é uma empresa de de perceberem O que é que nós estamos a tentar fazer que vão trabalhar para um sítio em que existe um sentido de propósito Claro e partilhado entre as entre as pessoas que lá trabalho muitas das pessoas que vêm vêm trabalhar connosco algumas das melhores pessoas que temos a trabalhar são pessoas que nos batem à porta e que nos dizem precisamente isso nós sabemos o que é que vocês estão a fazer nós queremos ser parte eh dessa transformação queremos fazer parte dessa visão que existe eh e portanto não temos tido esse desafio eh mas isto é extensível a todo este setor do vinho é um setor onde se consegue remunerar as pessoas de forma mais ou menos acho que com todas as evoluções que nós tivemos e e uma delas foi seguramente a profissionalização de negócios porque o nosso setor é um setor uma base essencialmente familiar eh muito disperso com empresas com médias empresas e pequenas também eh mas e nesse sentido e eh a necessidade de profissionalização de de garantir que que existe a capacidade de quem tá a gerir as empresas de de de fazer isso com standars de gestão eh modernos atuais com inovação com com com com tecnologia também e e portanto isso aconteceu em Portugal nos últimos 30 anos acho que o setor dos vinos é um dos bons uns exemplos que temos disso mesmo eu eu eu acho que que atraímos grandes empresas para Portugal eu acho que que eu percebo o conceito mas eu eu sinceramente penso sempre mais no no valor acrescentado bruto do que no no produto interno bruto acho que e a setor onde estou um exemplo claríssimo disso onde pessoas se deslocam no território onde abrem o território onde cudam do do cuidam do território h para se instalarem e desenvolverem uma atividade absolutamente primária e essencial à sobrevivência da da humanidade que é que é produzir comida e fazer agricultura portanto quando falamos de agricultura e falamos de alterações climáticas L que as pessoas esquecem-se muito disso o que a gente faz na agricultura é produzir comida e há poucas coisas que eu delegaria e a nossa soberania e a nossa autossuficiência e e em quase tudo menos na agricultura acho que de facto temos que nos preocupar com isso com a nossa capacidade enquanto enquanto nação enquanto povo de de continuarmos a produzir comida eh num mundo que se habituou a comer tudo a toda a hora eh em todas as alturas do ano eh ao preço mais baixo eh e desenfreadamente basicamente é isso Onde nós estamos agora portanto as alterações climáticas Desculpe já estar a pegar no tempa não mas ia lhe perguntar is alterações climáticas vem ao Ricardo e a Maria João que eu queria ouvi-lo sobre isto que é impossível falar dos próximos 10 anos sem sem falar das alterações climáticas e tendo em conta que é uma empresa do setor agrícola eu gostava muito de outiva dif F fico entusiasmado ver em todos os painéis que foi um tema bastante Central quando se falou de dos próximos 10 anos e de facto e de facto é pmo em ver e que que que pmo não Sinceramente não não pmas e é é incrível ver que de facto as alterações climáticas ainda não chegaram à vida das pessoas as pessoas não sentem as alterações climáticas nada mudou tá um bocadinho mais quente tá um bocadinho mais frio há uma umas trovoadas que vêm 24 masis nada mudou mas quem tá na agricultura já mudou portanto as pessoas já vem as coisas a mudar e as e as alterações climáticas e a magnitude do problema que nós temos não é de todo já foi dito isto aqui também hoje não é de todo compatível com o sentimento e prioridade que se vê na opinião pública nos mídia na vida das pessoas não é e e e e mas vai acontecer portanto não há modelo nenhum científico Sério que não aponte para esse problema claramente Na minha opinião isso vai vir e vai entrar dentro de casa das pessoas via uma um via uma uma uma recessão via uma crise económica prolongada e não sei se Irreversível é aí que vai chegar estamos a ver por exemplo as questões do azeite nos últimos dois anos são as alterações climáticas não são as empresas de azeite que estão a ganhar dinheiro nem os nem os olivicultores são alterações climáticas não vai baixar o preço do azeite irá baixar Com certeza o preço do azeite quando quando não houver dois anos de contra safra que é uma coisa raríssima no azeite e que aconteceu na bacia do Mediterrâneo portanto em Espanha e Itália e que basicamente disparou fez disparar o o preço do azeite se este ano for Um An Um ano bom de azeite o azeite ir a baixar outra vez mas o que vai acontecer com a agricultura é precisamente isto os preços vão subir há 5 anos atrás as pessoas gastavam mais dinheiro em Portugal em telecomunicações em telemóveis em em em televisão do que em comida comprado no nos supermercados em casa isto é uma coisa incrível não é para mim pelo menos e isso vai mudar abut Inc até o Ricardo Conceição está comp pona de estar aqui em pé a Pressionar para acabar com esta conversa tenho a certeza que até ele gostava de continuar a ouvir não vai ser possível eh eh gostei muito de vos ter aqui neste explicador esperemos voltar a encontrar-nos daqui a 10 anos e com mais facilidade em encontrar casa com o país mais produtivo com menos jovens a a ter que sair daqui para fora e com um azeite mais em conta e e com o nosso vinho não é obrigado obrigado