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do mundo Rural o tema não podia ser mais atual há de novo agricultores europeus a protestarem em vários países sobretudo realizaram-se este fim de semana as eleições europeias onde as preocupações do mundo Rural acabaram por se traduzir em alterações no Panorama político com um tema a dominar todos os outros pode a Europa prosseguir com o seu Green Deal sem arruinar a agricultura Este também é um tema português há alguns meses também tivemos protestos precisamente por causa das verbas disponibilizadas para estes programas até por causa das novas regras que aí vêm daí questões ou algumas questões que queremos debater por exemplo será que podemos comprometer o Green Deal por causa de um setor que representa apenas uma pequena parte da população e no caso português Será que a nossa agricultura é uma história de sucesso ou será que se transformou num pesadelo de crimes ambientais como alguns defendem José Manuel Fernandes Bom dia neste debates de que lado é que te colocas Onde estás bem eh Bom dia luí bom estamos aqui onde estou em santaré Exatamente estamos aqui no meio de vários standes devemos entre as encostas de xira e o e a carne de porco Alentejana e Car das anciães também e Portugal orgânico daqui a bocadinho bem ok O que é que o que é que eu penso sobre esta matéria acho que aquilo que é muito importante em todos os processos de transição e nós com a transição climática estamos a viver um processo Como o próprio nome diz de transição é importante manter as pessoas dentro dentro do Comboio dentro da Carruagem comprometidas e desse ponto de vista é necessário sempre fazer equilíbrios entre o o o ótimo e o possível o ótimo é inimigo do bom como diz o o ditado E no caso concreto nestes casos concretos que muitas vezes metem questões técnicas e e científicas aquilo que que são as certezas dois e nossa convicção e aquilo que é muitas vezes a vontade dos técnicos tem que ser equilibrado com as possibilidades no no terreno e no fundo com o Consenso o mínimo de consenso social e eu sinto que frequentemente na digamos na tecnocracia na burocracia na euroc há uma espécie de espírito missionário e dirigista superior portanto são pessoas que se sentem superiores às outras e que acham que têm que forçar um andamento isto aconteceu inúmeras vezes no longo da história sabemos que das dos alguns dos maiores desastres eh políticos sociais e económicos foram provocados por utopias e desse ponto de vista eh o facto de viver uma democracia obriga-nos sempre a procurar consensos porque se não procurarmos esses consensos No Limite podemos acabar fora das democracias bem é ignorância ou ideologia ou é a mistura dos dois às vezes é ignorância do que se passa no terreno e da da evolução que está que está a existir e por outro lado é também um tentações utópicas digamos de fazer tudo muito muito depressa e e desse ponto de vista por exemplo a comissão europeia que é que é um que é a burocracia mais bem paga da Europa e e que tem uma e que se acha superior iluminada às vezes é às vezes é perigosa e desse ponto de vista é necessário chegar a alguns equilíbrios até porque nós temos Recordar algo que é muito importante a Europa foi boa parte construída em cima da política agrícola comum a política agrícola comum históricamente as pessoas às vezes tentem esquecer isso historicamente foi quase uma forma de Alemanha pagar lições de guerra à França porque foi uma forma de no início da União Europeia a Alemanha ser um contribuinte líquido para um grande recetor líquido que era a França porque a França tinha um setor agrícola e Rural muito importante isso era o ideal não não era o ideal Mas isto foi foi evoluindo e foi-se adaptando e desse ponto de vista é muito interessante ver o que se passou em Portugal há um enfim há um estudioso destas matérias que é o Professor Francisco aviles enfim já hoje é um professor aposentado eh mas que era que era alguém que trabalhou muito sobre agricultura portuguesa ele tem vários estudos enfim tem até um pequeno livro da fundação frel dos Santos mas que já foi atualizado depois disso sobre eh os vários períodos da nossa agricultura nos últimos nos últimos anos sendo que olha eu costumava dizer uma coisa Às vezes até para provocar eh enfim um pr Espado contracorrente às vezes para provocar e o nosso mundo os nossos agricultores e que era que os agricultores portugueses têm quatro problemas que é o inverno a primavera o verão e o outono pão sempre achar se chove mais chove menos eh faz mais calor faz menos calor mas a verdade sendo objetivo é que a a agricultura está é muito contingente ao estado do tempo como se costuma dizer não é e ainda mais prov ventor em Portugal onde nós temos condições climáticas eh que não são as melhores em muitos aspectos Não há nada como voltar ao Orlando Ribeira a nosso grande geógrafo e ele tem uma frase que é muito significativa ele dizia assim Portugal tem tem clima onde não há sol e sol onde não há clima o que é que ele quer dizer com isto Solo Solo Solo Solo o que é que ele quer dizer com isto nós temos bons solos para a agricultura no sul do país mas no sul do país temos e um clima menos favorável porque temos muito menos chuva alentejo Algarve e não temos solo onde temos um clima mais favorável que é a fachada Atlântica norte do do do tej e do mondigo sobre tudo e por isso a nossa agricultura nunca foi rica nunca foi rica foi sempre em muitos aspectos uma agricultura de subsistência uma agricultura relativamente pobre uma agricultura com onde são eram raríssimos os solos de excelência e pá lembra-me desde instrução primária de falarem do milagre que era aos solos os Barros de Beja a quem já os romanos D tinham dado atenção mas que eram raros no país Bem dito isto a verdade É que olhando para aquilo que se passou nas últimas décadas e vamos até aos anos 60 até hoje Portanto os últimos 60 70 anos o Francisco giles distingue seis períodos seis seis fases se quiseres uma fase que vai até ao 25 de abril e que é uma fase em que o modelo o modelo de exploração agrícola se tinha estava a escutar estava-se a esotar porque já não era já não funcionava apenas como modelo de suporte às cidades tinha havido foi um período deito Rural de grandes transformações aoral para as cidades e para a imigração não nos esqueçamos é aí que começa o esvaziamento do do do interior Depois temos um período que vai do 25 de Abril até à adesão à Comunidade Europeia que é um período também não é não é de forma nenhuma favorável a ao mundo agrícola eh quer porque há uma grande controle de preços portanto é um período com grandes preocupações de controle de preços que dorci muito eh o mercado quer porque houve também grandes compulsões sociais designadamente a reforma agrária criou in imensos problemas no que diz respeito ao capital necessário para investir Depois temos um período que vai vários períodos têm a ver com a a integração Europeia o primeiro período vai desde 86 até 92 porque em 92 há uma reforma da pac é um período que apesar da da mitologia é positivo na na na opinião dele para os agricultores portugueses que reagem de forma positiva aos desafios da da da integração e e que começam a sair da da daquele mundo de preços fixos em que nós vivíamos antes há depois um um um período que vem a seguir que que H que é o período 92 até 2003 em que há uma nova reforma da pac não é um é um período desfavorável na na sua perspectiva o o a evolução do setor foi complicado o desempenho económico caiu e isto não melhora com essa reforma da pac verdadeiramente só vai melhorar com com com o período que associamos à troika portanto nesse período da intervenção da troika há há algo que ele chama atenção que é há uma enorme resiliência portanto há uma uma reação positiva do mundo agrícola a à situação difícil e às novas regras e a partir daí nós vamos ter uma grande transformação os últimos 10 15 anos são de facto grande transformação na na na agricultura portuguesa é e e olhando cumulativamente nós verificamos mesmo que é o período mais positivo destes últimos 60 anos em termos de eh de produtividade com o crescimento o crescimento que ele calcula é de 2,6 por ao ano o que é um crescimento muito bom repara para o crescimento da nunca a economia portuguesa o conjunto da economia portuguesa não cresceu este ritmo Neste período portanto a agricultura cresceu mais depressa que o resto da da da da economia e hoje temos um mundo agrícola muito muito diferente de e do que era só para dar uma ideia por exemplo havia e muito aquela ideia de Portugal tinha que produzir aquilo de que se alimentava e portant autossustentável e houve muitos momentos em que se procurou eh fazer isso Eh mas isso muitas vezes lev levou muito levou muitos problemas a mais famoso desses problemas são as as famosas campanhas do xiis ou campanha do trico que levou a que terras que não eram próprias para a cultura tivessem sido utilizadas com consequências ecológicas e ambientais terríveis de quase exes ficação nalgum destes solos estamos a falar da zona do baixo alente sobretudo baixo alentejo mas houve outras zonas do país nas Beiras em que isso também também aconteceu nós chegamos a a digamos ao ao ao há 30 anos atrás 92 93 nós ainda mesmo assim ainda tínhamos eh 27 por 28% dos nossos solos não de auto de perdão tínhamos 28% da capacidade de de auto auto aprovamento de trigo Isto é de termos a parte produzida em Portugal que cobria as nossas necessidades em 10 carcaças três eram de origem exatamente em 10 carcaças três eram origem portugais portugueses mas em Portugal a a a produtividade da da dos cereais é muito má é muito má É porque por hectar por eh investimento por água utilizada é uma uma produtividade que fica num quarto num quinto França de França é é exigente pona dos recursos e não produz principamente não produz e tem a ver com o clima e tem a ver com o clima o nosso clima não é favorável e com a qualidade dos solos mas também com o clima não tem nada comparável com a França ou com a Ucrânia não é que nós agora falamos tanto hoje em dia só produzimos eh menos uma em cada olha em cada 25 carcaças só uma que é Contri Portuguesa e é o que deve ser e é o que deve ser porque nós estamos a esforçar o ambiente para produzir aquilo que ele não está preparado para produzir houve outros outros outros produtos em que isso também aconteceu por exemplo há 30 anos quase toda a batata que nós consumimos era produzida em Portugal praticamente 94% hoje em dia estamos num terço portanto deixamos de de de andar a cavar batatas para vc ser porque é mais é melhor outros são melhores outros produtos eh em compensação por exemplo há uma coisa que é muito muito interessante que foi o que aconteceu com eh com com o Olival o Olival eh é um é um teve vári passou por várias fases e houve uma altura em que nós nem metade do azeite hoje produzimos o dobro da necessidade de consumo de azeite porquê Porque temos um temos algumas H consideras por exemplo que o Olival da zona do alqueva é em todo o mundo provavelmente aquele que melhor produz e produz de forma mais sustentada sustentada do ponto de vista do rendimento económico e do ambiente ao contrário da mitologia eh e de facto quem vive nas cidades quando imagina Oliveiras são os Oliveiras que ele vê quando vai aos quando vem a um Orto e há lá umas Oliveiras muito bonitas ficam bem no meio do Jardim mas que não são para produzir azeitona e e sabemos ainda e são caras não é se quiseres comprar uma Oliveira antiga aquelas todas retorcidas porque é uma verdadeira escultura eh fica bem no Jardim fica confer fica bem Fica bem no Jardim mas não é não é aquele não se transforma em garrafa de azeite ideia a ideia posso só interromper que venho de uma zona on onde há esses olivais sim dá azeite mas o esforço de de de de apanhar aquela azeitona quer dizer as pessoas é uma questão afetiva e não é só isso é o esforço é é a mão d’obra é a azeitona que se perde ela produz ela não produz produz pouco aquilo aquilo aquilo que vamos lá ver em termos de de rentabilidade O que é que interessa ao agricultor é que e por unidade de terreno e por unidade de por exemplo de investimento que ele faz nele designadamente em rega em água a produção seja maior e a produção de uma Oliveira é maior se a Oliveira for pequena eh não crescer muito portanto for sendo podada e ao fim de certo tempo for substituída porque é nessa altura que ela produz mais e produz Oliveira com uma rentabilidade por por eh metro cbico de água que é uma que é um fator crítico Sobretudo com atrações climáticas muitíssimo maior do que Oliveiras maiores eh mais redondinhas que têm em que a água e o sol vai para Ramos que não produzem azeitona dizendo uma coisa de uma forma que eu acho que as pessoas podem perceber melhor e portanto o Olival intensivo e super intensivo é do ponto de vista do Balanço ambiental mais favorável com o Olival normal o Olival que nós gostamos um Olival com 100 e Oliveiras por hectar e é que não é mais amigo do ambiente com Oliv com Olival com 2000 Oliveiras por hectar por vend para por produção final até será menos favorável porque produz menos para o mesmo investimento em termos de espaço e de e de água no entanto o discurso público no entanto o discurso público é um discurso público que V aquilo como como uma coisa olha não sei não te sei dizer Porquê quer dizer e sobre esse ponto de vista eu creio que o discurso público nas cidades não tá a entender o a transformação porque está a passar o mundo agrícola porque ainda imagina que tudo se faz à moda antiga portanto que para para regar mulheres a varejar Oliveiras para apanhar a meia-noite para apanhar meite não pode ser Porque os passarinhos não gostam queria ser de manhã e e e mas depois também temos o problema me noite não porque é no outono início do inverno e está muito fri implica implica muita mão deobra e depois também temos o problema da mão deobra na agricultura portanto é uma imagem que não é mínimo amente compatível com a realidade pois pois pois pois repara por exemplo uma das coisas que nós notamos na na na na cobertura na nossa cobertura agrícola é que nós temos uma mudança das chamadas culturas temporárias para culturas permanentes o que é que isto quer dizer passei de culturas anuais portanto os cereais por exemplo ou as leguminosas para e árvores portanto no fundo são culturas permanentes e passei para para produzir as Oliveiras mas também as Amendoeiras e também uma coisa que se fala muito pouco que é o Pinheiro Manso que dá pinhão e que não é só uma um produto da zona do alcácer do Sol que é aquilo que tá no nosso Imaginário eu neste enfim há pouc há poucos dias estive na região Centro do país e fiquei surpreendido porque depente o vizinho da casa onde eu estava tinha acabado de plantar numa zona que tinha sido e atingida pelos incêndios de 2017 o que ele tinha acabado por decidir plantar foi Pinheiro manso e disse-me que a produtividade ali é porventura superior à produtividade da do sal é um fruto muito apetecido e que tem valor de grande criminalidade há muito roubo de sim sim sim sim sim sim bem e portanto e cortiça também ou seja nós estamos passamos por uma transformação que que é bastante grande e e essa transformação não devia ser valorizada nós hoje temos um texto aqui no no observador do do Miguel Miranda Jorge Miguel Miranda o antigo presidente do ipman que é precisamente sobre isso ele vai estar hoje connosco também porque há Houve aqui uma capacidade por exemplo de de utilizar bem a água que é um que é um é de facto um fator crítico um fator particularmente crítico se pensarmos em alterações climáticas uma capacidade e algo que foi radicalmente hoje é radicalmente diferente quer dizer não é apenas termos trazido para Portugal e terizado aquilo que foi um método inventado penso que pelos israelitas no deserto para a chamada rega gota a gota muito diferente de abrir uma vala para passar o a água que vem do do R que era como se elevada como se fazia tradicionalmente é completamente diferente A água tá tá dito é gota à gota só cai no sítio Onde está o o o que se pretende regar o pé da planta não anda para aí dentro mas hoje em dia não é só isso que acontece hoje em dia ISO já representa eu tinha aqui o número mas já representa penso que quase 50% da rega portanto a rega por expressão que que é a rega que nós muitas vezes vemos por aí não é que apesar de tudo é uma regra já mais sofisticada que a regra do do Rego não do Rego e é já não representa a maioria da da da da da das formas de regar mas há os sistemas mais modernos que hoje não são tão caros como isso portanto tornaram-se acessíveis ao capital que está investido na agricultura eh permitem por exemplo medir o grau de stresse árvore A árvore quase planta a planta no solo e portanto a através de sistemas de de de de de Inteligência Artificial não enfim e disso estamos a falar saber se se deve regar gota gota e me duas gotas ou que for necessário Naquele dia naquele momento eh em função de elementos podem ser a humidade no sol mas também podem ser a circunferência da árvore e o grau de stress sdico da daquela planta e com uma circunstância muito importante que é pode até ser acionada à distância não é É aut ou seja dispensa a presença do Agricultor agricultor hoje em dia por exemplo o trabalho na agricultura é mais diferenciado do que era tradicionalmente até porque é difícil encontrar trabalhadores indiferenciados sabemos que quando precisamos de trabalhadores indiferenciados hoje em dia vamos buscá-los à imigração em em em grande número e Em contrapartida é mais Há Mais Emprego digamos assim para trabalhadores eh já com algum grau de diferenciação que podem ser desde o tratorista até o engenheiro agrónomo que ou até o o programador informático programa essas coisas todas portanto há aqui uma uma uma mudança também do do do padrão habitual que nós tínhamos tido e há muita ignorância sobre esta matéria portanto agora deixa só aqui fazer um parêntese no outro dia tomei nota tomei conhecimento do salário pago um tratorista e estás a ponderar e e e não estou a ponderar mas fez pensar eu só queria acrescentar aqui uma coisa em relação o Zé Manuel está a falar da questão dos israelitas em relação ao gotta gota mas não é só isso é aproveitamento de águas residuais ISO outro outro fático quer dier porque nós também temos muito aquele discurso neev o neev é regado com lá não é portanto existe sempre aquela ideia de que efetivamente a agricultura um deserto a agricultura usa e uma muita água não é mas a questão é que água é que pode ser utilizada portanto há há muito um discurso sobre a utilização da água pela agricultura como se fosse um desperdício não é pois agora e agora repara por exemplo voltando ao exemplo da da da Oliveira que é um exemplo que é é muito controverso vale a pena falar dele e vou já dar o exemplo de um outro de um outro produto que também é é odiado pelo por certas olha urbanitas aqueles que nunca saem das cidades só conhecem os jardins e e mais nada nós tínhamos h não é Aim T tempo 30 35 anos tínhamos 338.000 haar de de Olival com por ade por hectar de 0,8 toneladas nós hoje temos um pouco mais não houve assim uma expansão brutal portanto temos 374 portanto é mais de 10% diária apenas só que a produtividade passou de 0,8 toneladas por hectare para 2 2,5 toneladas por hectar é completamente diferente completamente diferente é outro mundo portanto repar é quase o triplo é o triplo é o triplo é o triplo é o triplo é mais do que o triplo portanto como a área O que justifica fica o facto de nós termos défice de azeite há 30 anos e agora termos um um um sucesso exportador outro outro fruto onde isso acontece então caro que and azeites Manel e pá estamos porque tivemos um ano muito mal e o e o mas preço permite perceber que aquilo é tem rentabilidade existe repar outra coisa por exemplo o o tema do abacate abacate o abacate é uma espé FR moda é o fruto da moda é o mas é o fruto que toda a gente diz mal não se pode plantar já houve decisões do Ministério da Agricultura a proibir mais plantações de abacate o abacate consome menos água que os citrinos portanto a laranja e o limão a laranja e o limão que ninguém contesta no alar que é basicamente o que está em causa aqui é um o o eh por exigem exige qualquer exigem mais água que que a Oliveira naturalmente muito mais quer um quer outro mas o abacate é mais é é menos exigente de qualquer uma destas destas explorações portanto mais uma vez eu acho que sobre isto há muito mais preconceitos do que do que informação e que nós temos que ter informação para eh poder olha para poder ter agricultura num país onde 80% da área agrícola não é grande coisa não é grande coisa portanto nós temos que que ter ap partido do e não é grande coisa porquê olha 83% são sólidos ácidos que não são bons para uhé or portanto não não não precisam são quase estéreis e a drenagem é má a topografia é complicada nem parte do território Enfim no sul não e há há grandes por exemplo nós temos água no norte mas temos um complexo em trazer essa água do Norte para Sul designadamente para o Algarve fazer chegar a água do alqueva onde de facto há uma uma reserva o alqueva permitiria em anos de seca sem sem que não fesse quase nada nada aquilo aguentava 4 anos porque é que não se partilha aquela água com o sistema de barragens do Algar como está planeado há décadas porque houve uns problemas porque podem passar uma quer dizer há nada na vida não tem não tem há sempre nada na não há ossos grátis portanto Há sempre um custo mas o problema é Balancear os diferentes os diferentes os diferentes custos e às vezes eu não estava a ouvir precisamente uma coisa do Francisco aviles eh em que ele eh dizia que irritava muito a ideia dos dos das chamadas não era bem hortas urbanas é uma coisa mais sofisticada que horta urbana que no fundo é tentar produzir o que se consume o que se consome nas cidades perto das cidades para porque são produtos perecíveis eh e porque se pouparia no transporte Se pouparia Enfim uma série de coisas que têm de facto impacto ambiental e ele dizia Olha eu fico muito irritado com isso porque nós não podemos nuns Dias dizer que estamos preocupados com a certificação do interior e noutros e querer trazer para as cidades o pouco quem dá no interior portanto entendam se não não não queiram tudo ao mesmo tempo que não é possível e eu acho que isto é um aspecto que é que é muito importante e que temos e que deve ser considerado em tudo o que tem a ver com estes equilíbrios porque é muito difícil por exemplo dizer aos agricultores vocês não podem usar a molécula a ou a molécula B como e fertilizante ou como enfim o nome já não tá na moda pesticida ou os outros nomes não podem usar isso e ao mesmo tempo que diz-se que se diz isto permite que sejam comercializados no mercado europeu eh produtos que vêm do Brasil que vêm da Argentina que vêm dos Estados Unidos que vêm provavelmente da Ucrânia onde tudo isso é utilizado e portanto permite e consum mais baratos e eu para acabar só dizer o seguinte estamos estou a estender um pouco que é durante a maior parte da vida da humanidade é parte do tempo em que a humanidade viveu 99% da nossa história na terra a preocupação dos homens era ter comida para o jantar isso não é assim hoje em dia e não é assim ho em dia primeiro por ca revolução industrial e depois por conva revolução Verde eh E é isso que suporta não vou entrar muito aqui em detalhes é isso que suporta eh eh a população que existe à face da terra há muito a fazer para evitar o desperdício que ainda hoje existe pode-se fazer muito melhor mas mas eh sem aquilo que a tecnologia foi trazendo em No que diz respeito às moléculas usadas para eh tornar as coisas possíveis a maior de todas as revoluções foi a revolução que permitiu que nós eh pudéssemos adobar a terra sem ser com matéria orgânica portanto os nitratos eh os nitratos que foram pequeno parênteses a a invenção da fórmula do de produção dos nitratos não se deveu a uma necessidade agrícola de- a necessidade dos dos dos alemães fabricarem explosivos na primeira guerra mundial às vezes H é isso que permitiu e que que eles inventassem a fórmula de trato da món que deu um prêmio Nobel bem mas Engenharia Genética que permite organismos modificados são é É continua a ser relevante pant nós não podemos ter medo de tudo e achar que voltando por exemplo o objetivo de 25% que é um objetivo do Green Deal de e culturas orgânicas culturas orgânicas tem uma produtividade que pode ser 1/3 1 quinto e da produtividade de culturas não orgânicas e eu no meu pequeno minha pequena quintinha que é minúscula eu eu tenho culturas orgânicas pronto OK é a minha é culturas orgânicas mas sei que aquilo não não não há lá um um vizinho tenho pesos pcos de Colares os pcos Rosa de colares e há um vizinho que se ri todos os anos então as árvores já comeram todos resistiu algum na árvore é verdade quer dizer Aquele é preciso ali fazer uma batalha constante para que não não desapareça tudo e agora eh mas pode ser esse problema Esse problema um problema desse portug pode ser dramático numa escala grande transformar aquilo na escala de produção para alimentar as pessoas não estou a dizer que volte ao século 18 ou 19 em que o objetivo era ter comida na mesa ao jantar mas seguramente que ten dificuldades em alimentar os 9000 milhões de seres humanos que existem à face da terra ou para lá caminhamos a não ser que estejamos ou então disponíveis para pagar muito pela nossa alimentação pois mas isso leva ao mesmo tempo no momento em que se acontecer há quem não possa Exatamente exatamente estamos a falar de agricultura precisamente aqui em santaré na feira Nacional de agricultur cultura que vai decorrer até ao próximo domingo dia 16 vamos ter vários convidados ao longo das próximas hora e meia aqui no contracorrente o primeiro convidado é Álvaro Mendonça e Mouro Presidente Álvaro Mendonça e Moura Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal muito bom dia bom dia bom dia o José Manuel fez aqui a introdução ao programa de hoje falando aqui da questão da perceção em relação ao mundo Rural ao mundo da Agricultura ainda existem muitas ideias feitas muitos preconceitos em relação à agricultura portuguesa alvar M se Moura Bom dia muito obrigado pelo pelo convite eu acho que valia a pena eh focar aqui dois dois pontos primeiro é que existe algum preconceito eu não diria muito preconceito mas exto algum preconceito e da parte de pessoas que entendem que o ideal seria termos um mundo idílico eh provavelmente regressando aos tempos do ponto selvagem em que as pessoas viveriam na nas nas cidades e teríamos um mundo Rural Verde alinhado Bonito onde as pessoas iriam ao fim de semana obviamente que isto é uma uma figura de de retórica mas para dizer que há um sector da sociedade que vê a agricultura em oposição ao Verde em oposição ao ambiente e esse é um erro de base porque é exatamente o contrário precisamente Porque queremos defender o ambiente é que temos que apoiar a agricultura porque os agricultores são os mais interessados em defender os seus solos em defender as suas Produções as suas árvores e convém e este é o segundo ponto para tocar naquilo que man Fernandes disse há bocadinho convém lembrar como é que chegamos a este este Green Deal e convém Recordar que a ideia do Green Deal vem da da da pretensão de levar a união europeia a contribuir para o acordo de Paris e para a realização do acordo de Paris só que o que aconteceu é que por razões políticas e não esqueçamos que a presidente fon Len e só teve uma maioria de nove votos na sua eleição no Parlamento europeu e portanto a senora fonder precisou do apoio dos verdes dos socialistas dos dos liberais e e dos verdes porque a sua maioria era de facto uma maioria muito reduzida no Parlamento europeu Ela acabou por ter que fazer compromissos e no fundo a agenda agrícola desta comissão que termina agora o seu mandato foi uma uma agenda completamente dominada pelas preocupações ambientais ou seja durante 5 anos nós não tivemos um comissário agrícola e nós tivemos basicamente o vice-presidente timmermans a liderar tudo o que dizia respeito à agricultura porque era ele que impunha as regras que depois a agricultura tinha que seguir e estto é que foi esta foi a realidade política dos últimos 5 anos o que é que aconteceu e o Zé Manuel Fernandes de alguma forma disse isso é que estabeleceram-se metas que são inatingíveis por exemplo a redução de 50% dos pesticidas até 2030 por exemplo não tem nenhuma base científica não há nada que me diga que tem que ser até 30 ou tem que ser até 32 ou tem que ser até até 29 e que tem que ser 50% isto não faz sentido estabelcer metas destas sobretudo porque é preciso e de novo comoel Fernandes dizia é preciso trazer as pessoas connosco eu não posso pedir um agricultor que deixe de usar um determinado produto se não tiver alternativas porque o que é que vai acontecer se o agricultor fizer isso deixa de produzir ou deixa de produzir na na quantidade que faz mas as pessoas não deixam de se alimentar as pessoas não deixam de ter que comer todos os dias pelo menos três vezes por dia e portanto o que vamos fazer é diminuir a produção europeia e aumentar as importações de alimentos para a Europa com os custos ambientais por um lado do transporte e por outro como também já aqui foi dito porque vamos importar de países em que o uso de pesticidas e substâncias eventualmente nocivas é muito maior do que na Europa Portanto vamos prejudicar a saúde dos europeus e prejudicar o ambiente portanto Isto é um Lu tal como está estabelecido agora nós temos efetivamente que caminhar para uma maior proteção do ambiente não há nenhuma dúvida nenhuma dúvida sobre isso o que nós pretendemos é que isto seja feito numa base científica não seja feito numa base ideológica mas seja feito quando soubermos exatamente ou quando sabemos exatamente quais são as substâncias que são prejudiciais para a saúde humana e não apenas e não Aquelas que nós eventualmente pensamos que são não isto tem que ser feito com uma base científica e depois com uma base realista que nós temos temos que acelerar também a investigação para precisamente podermos operar esta mudança mais rapidamente o no está a dizer é que há um aparente divórcio entre os decisores políticos e quem anda de facto a pisar a Terra no dia a dia os agricultores e não não mas há mas há pelo menos um problema de comunicação entre os dois ou não não não também não não Isto é um puro raciocínio político o que aconteceu foi que o decisor político percebeu que para se manter no poder precisava do apoio de alguns sectores e aliou-se a esses sectores e o que nós vimos foi que a comissão mudou ou começou a mudar algumas das suas posições quando notou duas coisas por um lado uma rebelião de uma parte da população dos Agricultores em geral na Europa por diferentes motivos não é sempre por o mesmo motivo e as manifestações de agricultores tê causas específicas que vão variando de país para país mas que tem no fundo uma base uma base comum e depois o segundo ponto quando o decisor político se dá conta de que vê aí as eleições para o Parlamento europeu e portanto precisamente com o objetivo de alterar a correlação de forças o poder político faz uma mudança que é uma mudança de um ponto de vista político lógico Mas confiamos estamos a falar de política pura e dura não estamos a falar nem de ambiente nem de agricultura estamos a falar de foi isso que aconteceu e é só isso que justifica as alterações que a comissão propôs de que forma é que o Green Deal afeta a agricultura Portuguesa álvar mendona e Moura da forma que lhe que lhe expliquei e o Green Deal tem um objetivo louvável que é o objetivo de contribuirmos para a defesa do ambiente e e e e a União Europeia contribuir para a realização do acordo de Paris mas tem metas que são impossíveis que são injustificadas e que obviamente levariam a uma diminuição da nossa produção e nalguns casos mesmo numa impossibilidade de cultivar determinadas determinadas culturas uhum eh torna mais difícil o acesso dos Agricultores portugueses à capital público por exemplo não não é uma questão dos Agricultores portugueses é dos Agricultores europeus em em geral quer dizer como lhe disse há há pouco se para para conseguirmos uma redução de 6% de determinados produtos nós temos temos que ter alternativas e por isso é que eu digo que é completamente artificial estabelecer o ano X para se chegar à percentagem Y quando nós não temos neste momento indicação de quais são as as matérias alternativas possíveis utilizáveis e o e o o equilíbrio que nós temos que procurar é entre caminhar para a defesa do ambiente e a preservação da nossa produção alimentar na Europa sem a qual e de novo estamos na política pura e dura e não na agricultura percé sem a qual não há autonomia estratégica da União Europeia é disto que estamos a falar sem produção alimentar não há autonomia estratégica se queremos autonomia estratégica temos que ter produção alimentar na Europa e zel Fernandes ainda H bocadinho também o lembrou Convém convém não esquecer que a política agrícola comum é a primeira política primeira política comum da da União europeia a união europeia visou primeiro a paz objetivo da Paz e segundo eh eu julo que o zel Fernandes há bocadinho não o disse por menos não não retive eh e o segundo acabar com a fome na Europa danel Fernandes falava era 57 57 foram 12 anos depois da segunda guerra mundial o ambiente quer dizer era uma um ambiente diferente ainda não é completamente diferente completamente diferente e embora na altura não fosse membro da União Europeia mas deixa-me dar este exemplo ainda havia fome na Áustria é disto é é disto que eu eu sei na altura Áustria não não estava na União Europeia entrou muitos anos depois em 57 mas só para dizer Era este o ambiente na Europa no conjunto da Europa era o ambiente que se vivia e portanto A grande preocupação de produzir alimentos e hoje quando nos damos conta depois do do do que se passou com a pandemia e com as cadeias longas depois do que se passa com a guerra na Ucrânia nós damo-nos conta que nós temos que ter autonomia estratégica na na União Europeia e a base é termos alimentação portanto nós temos que manter e aumentar a nossa produção na na União Europeia e devemos efetivamente aumentá-la com objetivo também económico de exportar nós temos que ser um competidor a nível Mundial Nós já somos nós eu falo da Europa Nós somos o maior exportador mundial de alimentação mas é preciso preservar preservar isso portanto Esta é uma é uma luta e eu tenho o tenho muita esperança que a próxima comissão europeia esta que será eh eh que será estabelecida Eh agora na eh depois brevemente nos próximos meses Nós não sabemos exatamente agora ainda quando ainda ainda estamos na fase de discutir os top Jobs não é mas mas depois durante o verão teremos indicação certamente dos Comissários enfim veremos eh mas até ao fim do ano teremos a comissão europeia eu tenho muita esperança que comissão europeia tenha e um comissário Agrícola de novo e não apenas formalmente mas e que Estabeleça uma uma política agrícola forte e uma política agrícola que vise competir com com os Estados Unidos com a Austrália etc alvar Men noa e Moura vamos ter a oportunidade de falar mais vezes aqui no contracorrente em direto da Feira Nacional de agricultura até ao meio-dia H temos em linha já o próximo convidado do contracorrente de hoje Luís mira da Silva professor universitário Bom dia bom eh bom dia bom dia a todos Obrigado pelo convite Espero espero que me estejam a ouvir Melhor do que eu estava a ouvir-vos estava aqui com alguma dificuldade estamos a ouvir muito bem Luís mira da Silva a primeira pergunta que lhe coloco é a agricultura portuguesa é uma atividade com elevado potencial económico eu gostava de pegar na agricultura e e e no ambiente que era o tema da da da proposta Eu acho que obviamente Sim mas temos nós temos poderia dizer pelo menos duas agriculturas temos uma uma agricultura de minifúndio de pequena propriedade mais familiar e uma agricultura mais Eh mais profissional eh de maior dimensão eh e mais produtiva mais mais eficiente também e eu acho que isso é importante perceber que existem várias agriculturas e que elas têm um um papel económico e um papel social que são distintos o há aqui eu ouvi ouvir a introdução que foi foi muito interessante já estava com vontade de convidar o José Manuel Fernandes para para nosso Embaixador de uma de uma iniciativa que temos agora há cerca de quase um ano que se chama b Rural B Rural eh e e temos um standin na feira acho que vale a pena visitar eh cujo moto é a agricultura evoluiu só você é que ainda não viu eh e e e fala muito desta transformação da Agricultura Portuguesa que tem acontecido no nos últimos anos isto neste momento é uma iniciativa de todo o setor ou seja nós temos a maior parte das associações eh estão connosco nesta iniciativa e o objetivo é muito simples é comunicar a agricultura ou seja vai um encontro muito do que foi dito aqui que é comunicar a agricultura de forma positiva eh e e e e e fazer ver que a agricultura é uma atividade eh produtiva e económica com com um papel social importantíssimo e no desenvolvimento do território mas hoje em dia também uma uma uma atividade também cada vez mais próxima mais próxima do ambiente e eu às vezes só fazer aqui um uma uma questão que que acho importante e tenho aprendido talvez no último ano muito com esta iniciativa que é eu acho que às vezes quando começamos a conversa a falar nos ambientalistas e no preconceito e nos urbanistas nos urbanitas peço desculpa eu acho que às vezes corremos o risco de no minuto a seguir já não nos estão a ouvir eh e eu acho que temos que falar para todos porque se não falamos para todos não conseguimos convencer aqueles que são menos convencidos e eu acho que não há dúvida neste momento não há dúvida se olhar e ISO foi dito foi dito aí também que não há D di que há eh se olhar para as estatísticas dos últimos 10 20 anos há uma redução da utilização dos pesticidas há uma redução da utilização do esp do de fertilizantes e há uma melhor utilização da água mais eficiente na agricultura e isto se isto é verdade no total mais verdade é porquilo produzido que isso o José Manel Fernandes disse de forma eh não explícita mas ficou implícito mas eu queria dizer de forma explícita hoje em dia gasta-se muito menos a produzir 1 kg de de de azeitona ou 1 kg de milho e do que se gastava há 10 ou 20 mas muito menos do que se gastava há 10 ou 20 anos atrás e e e gasta-se muito menos água gasta-se muito menos frizante e gasta-se muito menos pe deidda e esta por esta utilização de recursos por kilo é o que é de facto relevante se não caímos em extremas e porque é que a maioria das pessoas não sabe disso eu eu Isso volta volt não eu acho que voltam à aquilo que eu disse atrás que eu eu estava aqui Não não quero parecer demasiado Ingo mas às vezes eu vinha aqui a pensar também quando li hoje de manhã quando li o o o tema do o ambiente e a Agricultura sim eh eu eu eu não gosto nada de ver o ambiente a agricultura em dois Logos a post eh eu vinha a pensar eu vinha a pensar no carro de manhã e eu acho que é como os casamentos quer dizer acho que num casamento estamos sempre a desconfiar Se temos sempre se há alguém que tá sempre a desconfiar do outro senão eu acho que e para mim o ambiente e e a agricultura são duas Fes mesma moeda quer dizer e e acho que quem se preocupa mais com o ambiente e quem se preocupa mais com com a agricultura e estas relações têm que ser baseadas em respeito mú e em confiança e E é isso que nós temos que construir e este respeito mútuo e e confiança é é no dia a dia trabalhar em conjunto eh e e acho que esta questão é fundamental para construirmos mais Pontes eh e e menos divergências entre o ambiente a agricultura são Montes que podem ser compatíveis é isso eu acho que são mais do compatíveis quer dizer nós nesta atividade nesta nesta iniciativa do B Rural o eu eu acho que foi dito também pelo presidente da Cap não os agricultores são os primeiros preocupados com a sua casa com a sua terra com o seu solo quer dizer eu a frase que me ocorre os agricultores são os guardiães do templo quer dizer eu não vou destruir aquilo que é meu a minha até por uma questão económica nem sequer é ambiental que é uma uma uma das da uma das questões que é mais do ponto de vista económico uma das questões que é mais importantes para os agricultores é a valorização da terra Ora se eu destruo a minha exploração se eu destrui meu S eu não tenho preocupações ambientais todos valorizaram um património que é meu por isso a questão da valorização e do ambiente eu acho que é o agricultor é o primeiro preocupado em preservar o solo em gastar menos pesticida emar menos pesticidas em ser mais eficiente naquilo que faz Luís mira da Silva agradeço-lhe muito obrigado por ter por ser juntado a nós aqui em direto na Nacional de agricultura para o contracorrente de hoje muito obrigado muito obrigado bom dia Fazemos aqui o habitual pausa das 11 da manhã no contracorrente na segunda parte vamos continuar a olhar para a agricultura em Portugal Será que os agricultores e os ambientalistas estão de costas voltadas regressamos já seguir até já che são 11 horas olhamos agora para as notícias que marcam esta quarta-feira Carla Jorge de Carvalho e começamos em França Emanuel macron afirma que as máscaras caíram é assim que o presidente francês critica as alianças que têm surgido nas últimas horas os partidos de esquerda já anunciaram o acordo para as eleições legislativas antecipadas também a direita moderada se aliou à extrema direita numa declaração ao país Emmanuel macron fala em alianças não naturais o presidente francês adianta que o bloco Central não é perfeito mas garante que está unido e Claro na relação com a república e macron repete também que e não vai demitir-se são para já os destaques desta conferência de imprensa que ainda decorre a esta hora ainda na atualidade internacional o Líbano disparou quase 200 mísseis contra o norte de Israel numa altura em que as sirenes continuam a tocar no território o ataque aconteceu nas últimas horas não há para já informações de vítimas mas surge depois da morte de um comandante do H bolá num outro primeiro ataque Israelita o Líbano confirma a utilização de quase 200 mísseis apontados diz apenas para alvos militares Luís Montenegro e Marcelo Rabelo de Sousa estão na Suíça sinalar o dia de Portugal com a comunidade portuguesa o presidente da república e o primeiro-ministro acabam de dizer que o atual Governo está para durar foram os dois questionados pelos jornalistas se acreditavam que iam voltar a Celebrar o 10 de junho lado a lado no próximo ano Marcelo ruelo de Sousa insiste que um governo de longa duração é de interesse para todo o país ao lado Luís Montenegro lembrou que a legislatura Só só chega ao fim em 2028 e que até lá espera estar presente em todas as celebrações oficiais os dois insistem também que a relação entre Belém e São Bento é excelente a sociedade Portuguesa de medicina interna Repete que o plano de urgência para a saúde apresentado pelo governo dá respostas erradas aos problemas Luís Duarte Costa lembra que a principal questão se prende com a afluência de doentes sem critério de gravidade às urgências hospitalares e que o caminho escolhido pela ministra não faz sentido São declarações à rádio observador numa altura em que a ministra está no Parlamento onde já assegurou que o SNS não vai limpar doentes das listas dos médicos de família quer sejam Imigrantes quer residam em Portugal o plano de emergência para a saúde previa que o médico de família fosse retirado a todos os portugueses que estejam a viver no estrangeiro ou os estrangeiros a viverem em Portugal se estivessem 5 anos sem ir a uma consulta Ana Paula Martins repete agora que ninguém vai perder médico de família e vai apenas ter criada uma lista de reserva até ao final de agosto a ministra garantiu ainda que todas as cirurgias oncológicas vão estar a Fernando Santos é o novo selecionador do Azerbaijão a Federação oficializou o acordo com o treinador português e explica em comunicado que o objetivo é formar uma equipa competitiva para o apuramento do europeu de 2028 Carla Jorge de Carvalho com as principais notícias desta quarta-feira ao meio-dia voltamos a olhar para a atualidade observador 98.7 muito bom dia são 11:3 já a seguir a segunda parte do contracorrente Hoje em direto da fera Nacional de agricultura em santar se andar por perto passo por lá vamos gostar muito de o conhecer estamos de regresso para a segunda parte do contracorrente hoje a partir da Feira Nacional de agricultura em Santarém com uma pergunta muito provocadora Helena Matos Será que os agricultores são inimigos do ambiente são a pergunta isto é para manter viva a audiência tá bem claro Então deixa-me falar do tubérculo que o José Manuel aqui referiu para explicar-te o que é que porque é que estamos aqui a fazer essa pergunta José Manuel referiu aqui a batata e eu gostaria de voltar a um tempo produto produto milagroso não é porque deita-se uma à Terra raç em sete pois é pois é João Miguel mas é que o país já parou politicamente falando por causa da Batata de semente agora que a assembleia da República tanto discute a questão do 25 de novembro eu quero lembrar que houve uma altura que uma das grandes dores de cabeça dos políticos em Portugal era a batata de semente porque os agricultores ameaçavam cortar a linha do Norte isto no pós-25 de novembro por causa da questão da Batata de semente e do preço tabolado da Batata de semente ou seja nós estamos aqui e muitas vezes isso é muito escamoteado e nota-se muito até quando se fala do passado e agora a propósito destas questões 25 de Novembro não se refere ou quase nunca se refere refere-se a parte da indústria refere-se a parte objetivamente militar e a questão dos territórios ultramarinos e da descolonização mas não se refere que um dos setores que teve uma das intervenções mais profundas politicamente falando foi a agricultura hoje praticamente não se fala de uma coisa que se chamou reforma agrária foi porventura um dos maiores tabus da política portuguesa a reforma agrária já se discutia as questões da descolonização mas a primeira vez que na RTP que então era o único canal de televisão existente em Portugal eh a primeira vez que se consegue debater aflorar minimamente a questão da Agricultura é em 1976 e com imensa Parafernália de discussão e em que o Lopes Cardoso vai discutir exatamente com o presidente da Cap e tudo aquilo ali com algodões não é porque a agricultura era efetivamente tinha sido o objeto da grande reforma aqui no território porque a outra grande reforma reforma quer dizer a outra grande mudança tinha acontecido nos outros continentes em África com com a com as independências entre as grandes nacionalizações na indústria de que nós falamos Hoje houve uma foram diferentes não tiveram um impacto dessa a natureza no território tiveram na economia mas não tiveram no território e por outro lado a terra tem ali um um um lado muito mais sanguíneo por assim dizer eh temos também de perceber que a par desta questão política nós temos uma mudança e eh estrutural de população e que já estava a acontecer quando vem o 25 de Abril porque a agricultura não era em 1974 a mesma que se praticava em 1950 19 40 ou em 1930 já estávamos a passar por uma agricultura com muito muito menos mão deobra e muito mais uma agricultura eh já orientada por outros por princípios de uma maior racionalidade económica e estou a falar da deste tipo de agricultura porque é claro depois tínhamos uma parte da população na chamada agricultura de subsistência há países e isto não é de maneira nenhuma processo exclusivo de Portugal é comum a muitos outros países por exemplo os franceses há um século teriam qualquer coisa como 14 milhões de agricultores atualmente terão 400.000 ou talvez menos portanto há uma mudança profundíssima estrutural na população e na forma como se ocupa eh o território todos nós ouvimos falar e agora para te dar o exemplo dessa mudança estrutural que já estava acontecer quando se vê o documentário sobre a torre bela a ocupação da Herdade da Torre Bella que que ocorre fora daquilo que se chama o âmbito da zona de forma agrária da Z Irã porque é que acontece a ocupação em boa parte porque uma parte do daquilo que era a Herdade já não estava para fins agrícolas e não estava para fins agrícolas porque os seus proprietários consideravam que ela não tinha racionalidade económica não era uma parte seria lucrativa a outra parte não seria ag eh eh não seria eh lucrativa aliás um dos grandes imaginários do da da reforma agrária era a ideia do latifundiário absentista a pessoa que de alguma forma não eh não não aproveitava Todo todo todo o território todo ou o que eles consideravam que era o potencial da terra porque aquilo que nós vamos ter na reforma agrária é em boa parte a replicação do modelo agrícola dos anos 30 só com agr com tratores de origem Soviética e com e e com aquelas cooperativas que se chamavam à manhã vermelho estrela estrela Estrela do do Sul e coisas assim portanto aquilo que n que nós temos é muito na reforma agrária a tentativa de recuperar um modelo agrícola que de certa forma já tinha já se tinha visto a sua inviabilidade nós vamos ter depois um período que também é muito pouco falado é curioso que é um período de grande violência de grande violência no campo que passa pelo período das desocupações e em que vamos emergir vamos ver emergir uma figura que também já desapareceu hoje praticamente que era a figura do rendeiro porque o SAC Carneiro depois quando começam a as devolução das terras não pode ser feita ao latifundiário portanto vai começar muitas vezes pela figura do rendeiro Este é um processo politicamente tão longo que eu penso que só encerrou mesmo há muito poucos anos com quando encerrou o capítulo da chamada Herdade dos Machados mas quando nós vamos ver a Herdade dos Machados encontramos um modelo Agrícola de que nos falam muito pouco porque a Herdade dos Machados que é ocupada Claro no no em 75 a Herdade dos Machados já tinha uma loja para venda de produtos agrícolas em Lisboa na praça do areeiro ou seja temos um modelo de agricultura já apostado e estamos a falar antes 25 abil em ser algo muito diferente daquilo que é a imagem que nós temos congelada do tempo dos anos 30 isto não é um problema exclusivamente português depois em termos daquilo que é o Imaginário do Agricultor chegamos aos anos da pac não é entrada na então CEE e se formos ver em termos daquilo que é a imagem folclórica do Agricultor desses tempos é muito aquela agricultura de subsidiação todos nós quando vamos ver os jornais daquela época encontramos aquela ideia de que se se tinha giraço para cortar os giraço se plantava se pagavam para para para para para produzir e não e depois colher e deitar para o Lio assim à cabeça lembra-me dois exemplos caricatos tabaco e cana do Açúcar em danh Nova ah aconteceu gira sóis eu lembro muito dos gira sóis e depois chegamos agora e e praticamente a agricultura é claro que nos anos da nessas décadas os Comissários já aqui foi referida à questão da perda de importância do comissário para agricultura a agricultura foi perdendo centralidade em termos daquilo que era a própria política da União Europeia o seu peso não é e ao mesmo tempo vai-se cristalizando e agora aqui estou a falar do caso português uma imagem quase de Ranch folclórico da Agricultura não é como se estivéssemos todos a apanhar azeitona a cantar as saias quer dizer e aquelas aquelas Oliveiras a minha família tem várias que ficam assim NS socalcos estão três num socalco duas noutro socalco depois está uma perdida no meio do do Olival de outra pessoa e é aquela imagem de que se anda a apanhar a azeitona cantam as saias de manhã estou a falar claramente aqui desta zona que vai para para cima para al ferr Mação Castelo Branco não é e que é assim uma uma ideia quase de que eh Há um decrescimento quer dizer de que é uma terapia ocupacional por assim dizer e isto é simultaneamente acompanhado de uma crescente burocratização para quem de facto encara a agricultura como uma atividade económica como qualquer outra em Espanha Eu segui com particular atenção aqueles jovens criadores de gado que resolveram pôr online aquilo que eles chamavam O Diário da vaca O Diário da vaca era o conjunto de requisitos diários que eles tinham de fazer online para e para para as suas vacas para cada uma das suas vacas não é eu divirto-me se ficou mais difícil o requisito mais difícil é acordar-se cedo não é não não é nada disso tu viste aquela burocracia a Ainda ainda ainda ainda há tarefas mais difíceis do que acordar muito cedo eu tenho-te dizer que um dos textos que fiz no observador com mais popularidade não tem nada a ver com política era o registro Nacional das Galinhas poedeiras Ah sim e daqueles dias em que a pessoa não não olha ou não há matéria não há assunto não há não sei qu pensa olha tirme ao registro Nacional das Galinhas poedeiras porque de facto era um tal conjunto de Absurdos que a certa altura quer dizer a pessoa pensa quer dizer acabou-se S vou ter meia dúzia de Galinhas que é para não quer dizer se eu pensasse em ter muitas galinhas tinha desistido para não meterem trabalhos esta cresc partil lá connosco O Diário da da ah o diário da vaca é uma coisa que existe em Espanha Não é que vários jovens criadores de gado resolveram fazer para mostrar exatamente a crescente a crescente burocratização e não só por exemplo nas questões da proteção animal muita desta legislação emana de países do Norte ou é muito influenciada por países do Norte por exemplo Deixar ficar os animais ao ar livre e que chocava-se acontece muito em algumas políticas da União Europeia muito condicionada por uma visão do mundo dos países do Norte Pois houve aquela e depois isto também por exemplo em relação às queixas Não é por causa do Lobo ibérico não é e da proteção do Lobo até que aconteceu aquela olha aquela circunstância do p e da senhora úrsola eh pronto ter acabado assim também a nas bocas de uns Lobos e aí a comissão europeia ficou mais sensível à questão da convivência entre lobos e e e e gado ou seja nós hoje em dia o que temos basicamente e aqui volta à tua irritants pergunta não é um conflito não me estás a chamar Irritante A mim Ah um bocadinho Ah não faças isso um bocadinho não é um conflito entre agricultor e ambiente o que nós temos é um conflito entre uma atividade que é a agricultura e que é essencial para o próprio território não é e para a população e simultaneamente é uma visão cristalizada no tempo e estereotipada e preconceituosa desta atividade é quase como se se imaginasse que aquelas pessoas vivem ali no campo produzem umas coves e e uns e uns produtos partículas e que era assim que deveria ser tudo a uma escala eu eu eu não o meu marido tem uma uma uma minúscula horta em Lisboa além da fraca rentabilidade que o José Manuel aqui referiu não é só fraca rentabilidade é o que se quer dizer se alguma vez se gastasse para produzir aquela ridicularia que morríamos todos de fome quer dizer porque não não é minimamente viável nem desejável e depois houve assim de repente um estp um estrépito com a questão agrícola quando percebemos por por outras circunstâncias que a agricultura existe está lá e tem até outro tipo de impacto neste momento discute-se muito a questão da mobra estrangeira na agricultura e de repente começou a perceber-se que existe uma atividade agrícola que precisa de mão deobra que ela não é respondida pelo mercado nacional e pelo pelo país e portanto Mas afinal a agricultura não é toda só uma terapia ocupacional há um Há um novo foco sobre esta atividade económica Dep depois pode acontecer isso também tem acontecido que politicamente a questão também se torne complicada para lá da concentração do do voto agrícola em alguns países em determinados partidos nós podemos ver mesmo como a questão agrícola levou na Holanda a que em 2023 no ano passado não é um que traduzido para português será partido de agricultores dos dos países tenha mesmo gan uns atos eleitorais portanto de repente os a agricultura e os agricultores voltam à discussão e aquilo que é posto em antagonismo não tem nada a ver com o ambiente A não ser que por ambiente se entenda um decrescimento económico ou uma regressão cambodiana tipo que vermelho Vamos todos para os campos não é mas não não há de ser isso necessariamente que nós menos não E tu que tens óculos põe-te logo a andar porque eles também não gostavam muito dos óculos não é portanto eu não tenho portanto aa escapo e e portanto aquilo que temos é entre uma visão daquilo que se entende por razões ideológicas que deveria ser agricultura Mas isso não tem nada mas mesmo nadinha a ver com o ambiente porque a agricultura em Portugal é preciso que se perceba não há espaços que não sejam humanizados é uma boa é uma boa deixa para o próximo convidado do contracorrente é o Henrique Pereira dos Santos arquiteto paisagista a quem nos socorremos tantas vezes aqui no contracorrente e também na rádio observador sempre que olhamos para estas questões da agricultura do ambiente e também do mundo Rural Bom dia Henrique Bom dia olá viva Henrique se os se os agricultores são assim de facto os principais modeladores da paisagem já ouvimos aqui dizer que sim porque é que há tantas ideias feit e tanto preconceito em relação à agricultura não só como atividade económica mas até como atividade humana que tem impacto na natureza bem porque os preconceitos são Isso mesmo são preconceitos são difíceis de desfazer não é e de facto estamos a falar de preconceitos eu quando me fazem a pergunta de base nesse nesses termos sobre a sustentabilidade lembro que nós todos nos alimentamos a partir da da descoberta da síntese deboch Isto é da possibilidade de ter adubos de síntese e e que a própria vida é química e no entanto temos uma sociedade profundamente quimiofobia nós achamos que poderemos prescindir dos Químicos seja o que isso for visto com a água é químico Mas enfim achamos que podemos prescindir dos Químicos de síntese quando na verdade se de repente voltássemos a ser incapazes de produzir fertilidade nas f que é o o que passou a acontecer a partir do momento em que nós descobrimos a síntese da amónia e e passou a ser uma uma coisa enfim passarmos a produzir adubos azotados nas fábricas voltaríamos ao sistema anterior enfim ao século XX digamos assim a meados do século XX em que a fertilidade tem que ser garantida à volta da exploração Sobretudo com Pastoreio com estrumes e por a fora agora isso é pior do que é mesmo em em do ponto de vista estritamente ambiental não diria que é pior porque é diferente nós neste momento o que temos é espaços altamente artificializado altamente produtivos onde a questão central de sustentabilidade tem a ver com eficiência é disso que se trata de eficiência é de não pôr não utilizar químicos a mais não utilizar recursos a mais não utilizar energias fósseis a mais isto é ter uma agricultura chamemos-lhe assim de precisão em que utilizamos exatamente o que precisamos E esses são os espaços altamente e eh humanizados intensamente usados e que de facto alimentam o mundo e alimentam toda a gente a preços baixos eh eu eu dou muitas vezes este exemplo nós hoje gastamos uma ridicularia é ridícula percentagem de dinheiro que gastamos dos nossos ordenados em alimentação mas um trabalhador em em em Lisboa no fim do século XIX gastava 70% do seu rendimento em em em alimentação dos quais 30% era pão portanto a portanto gastava alimentava-se mal não é quer dizer gastava muito e alimentava-se com o que havia a discussão sobre o que é bom ou mal enfim comia mais feijoadas comia mais grão e comia menos carne seguramente mas também estavam lá as proteínas no feijão no grão n favas sim ou não comia quase carne nenhuma não comia quase quase carne nenhuma para uma família normal a norte do Tejo um porco dava mais ou menos para o ano inteiro eh mas era usado quase como tempero não é não era quer dizer não não não são asas feijoadas que ho fazemos a que temos temos que andar à procura do feijão no meio da carne não era assim era feijão e feijão e feijão eventualmente covos ou navos mas e depois tinha lá umas coisinhas e para para temperar aquilo um bocadinho essa Sera a base da Feijoada portanto e e na verdade gastava lurdi de recursos para para comer para produzir relativamente pouco o que quer dizer que éramos muito menos eficientes portanto nesses sítios de agricultura altamente industrializada Se quisermos eh nós precisamos de ser cada vez mais eficientes e somos de facto cada vez mais eficientes ao sermos muito eficientes e ao produzirmos muito nessas áreas nós libertamos todas as outras áreas que eram usadas para gerir a fertilidade nomeadamente Pastoreio o caso Aguiar tem falado em quatro ou 8 hectares de área pastoreada por cada hectar da área de produção de alimentos diretos é da Agricultura O que significa que nós temos imenso espaço hoje que não tínhamos lá atrás que podemos dedicar à biodiversidade por exemplo é por isso que os ursos estão a recuperar é por isso que os lobos estão a recuperar e é por isso que a vegetação autó está a recuperar porque de facto dois ter3 do território deixaram de ter a pressão que tinham e portanto Pô o problema das das disfunções ambientais em cima dos Agricultores é é é uma perí na verdade é em cima dos consumidores nós somos muitos e consumimos mais e e apesar de sermos muito mais eficientes isso tem determinados impactos ora o o European Green Deal infelizmente raciocina num termo nos termos completamente inversos a este a base do do European Green Deal No que diz respeito à agricultura mas também no que diz respeita à biodiversidade é a de que a nossa atividade é uma atividade intrinsecamente má intrinsecamente errada e portanto ser mais verde é gerir menos ora isso não está certo é gerir mais é gerir com mais cabeça é gerir com menos recursos é gerir mais eficientemente mas não é retirar as pessoas do processo não se trata disso trata-se trazer as pessoas para processo aliá na parte da biodiversidade estritamente a biodiversidade do European Green Deal É extraordinário porquê Porque nós andamos a definir metas biodiversidade há anos há muitos anos para trás uhum andamos a definir metas de biodiversidade que nunca são cumpridas e quando se verifica que não são cumpridas em vez de nos perguntarmos bom então o que é que podemos fazer de forma diferente para obter melhores resultados não aprofundamos os erros das estratégias erradas anteriores e portanto continuamos a não ter os resultados entendemos toda esta discussão à volta dos Agricultores resulta de facto de preconceitos e e de preconceitos de pessoas que sabem muito de umas matérias mas sabem muito pouco de outras uhum a discussão permanente sobre o papel do fogo como é que se e é é é permanente em pessoas às vezes altamente qualificadas dizerem como é que é possível estar-se a pensar em gerir o território com fogo quando precisamos de diminuir as emissões ó senhores utilizar bem O fogo é captar carbono no solo utilizar mal o fogo é mandá-lo para a atmosfera portanto não se trata de usar ou não usar o fogo da mesma da mesma maneira que não se trata de usar ou não usar os químicos usar ou não usar as máquinas usar ou não usar os animais trata-se de usar bem racionalmente com com com E e essa é a base da sustentabilidade a eficiência na utilização dos recursos é disto que se trata Infelizmente o European Green Deal e a sua relação com a agricultura parte do pressuposto errado do que o que é preciso é termos uma agricultura que alguém achou que era ótima and andam os contribuintes europeus a pagar agricultura biológica e ninguém sabe porquê Porque de facto eh como diz a agricultura bioecológica consiste em pôr uma planta uma planta e um animal entre o saco de adubo e a produção porque na verdade também Ela depende dos excessos de produção que são que são possíveis a partir da tal utilização de dubos azotados é completamente absurdo pensar que nós agora vamos vamos produzir o que hoje produzimos a partir enfim retirando da equação os adubos a química de ses a química em si mesmo quer ser depois a bioquímica depois a parte da manipulação genética tudo isso são avanços como todos os avanços tecnológicos têm virtudes e defeitos podem ser bem ou mal usados Henrique Pereira Santos muito rapidamente parece-lhe que a Europa vai ter que corrigir o Green Deal dizer a Europa e o mundo inteiro eu não tenho a menor dúvida de que o Green Deal não vai ser aplicado agora Se quiserem não corrigir não corrijam mas enquanto estiver assim ele não vai ser aplicado não vai Ou melhor dizer não vai dar os resultados que que é suposto Ah isso garantidamente que não se queem corrigir ótimo se não quiserem muito bem ficam com o mesmo mas os resultados não vão ser aqueles que são previstos Henrique freira dos Santos obrigado por ser juntado ao contracorrente hoje aqui em direto OB obrigado a partir da Feira Nacional de agricultura h Pereira dos Santos arquiteto paisagista um dos convidados do contracorrente já temos em linha o próximo convidado Jorge Miguel Miranda antigo Presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera Jorge Miguel Miranda bom dia bom dia bom dia estamos a olhar aqui para o mundo da Agricultura para o mundo Rural o Zé Manel no início da sua intervenção dava conta de que os agricultores portugueses têm quatro problemas que é o inverno a primavera o verão e o inverno e a Agricultura é muito dependente das atmosféricas os agricultores portugueses vão ter que se adaptar a um mundo novo que vem aí que dá pelo nome de alterações climáticas bem adaptação seguramente que já começou há bastante tempo eu aliás tenho acompanhado daí o meu o meu foco muitas vezes na agricultura tenho acompanhado o esforço tem sido feito pelo setor para para para se adaptar às novas situações de clima é preciso dizer que essa adaptação tem muitos planos não é tem um plano tem a ver com culturas diferentes tem um plano que tem a ver formas diferentes de condução das culturas mas é evidente que quando nós começamos a ver uma transição de um tipo de culturas para outro ou de variedades para outras variedades isso é é já adaptação é já adaptação e é possível compatibilizar essa adaptação com o cumprimento de enfim de regras ambientais inscritas no Green Deal com as preocupações com o ambiente ou estamos a ir longe demais e a impor demasiadas regras aos agricultores Portugueses e europeus agricultura como nas outras áreas todas a realidade tem uma força muito grande e portanto o que vai ser necessário é que tem que tem que ser necessário compatibilizar a capacidade de adaptação do sistema até em termos económicos com os objetivos que se pretendem alcançar e eu devo dizer que a agricultura é seguramente uma das áreas da economia que mais cedo percebeu a transição climática e a sua necessidade porque nada é mais dependente da agricultura do que o ciclo anual de uma planta obviamente e contudo é evidente também que a a Inovação está a atravessar a agricultura de uma forma transversal a Inovação permite que a condição das culturas seja mais protegida do que propriamente as culturas chamadas ao ar livre e a irrigação sofreu está e está a sofrer alterações enormes do ponto de vista da sua performance do consumo da água e a própria utilização de energia está aer grandes alterações portanto a agricultura do futuro não vai ser a agricultura do passado e esta mudança que é simultaneamente inovação e adaptação vai desenhar o que vai ser a agricultura portuguesa das próximas décadas uhum quer desvendar um pouco do que é que poderá acontecer nos campos agrículas portugueses daqui a 20 30 40 50 anos já é possível antever um futuro ou não o que vai o que vai acontecer não lhe posso dizer eu posso dizer o que é que eu espero o que é que eu gostava que acontecesse vamos lá muitas culturas vão ser protegidas e vão ter que ser protegidas porque os episódios os eventos extremos estão aqui estão para chegar tem sido visto em todo o mundo e portanto nós vamos ter uma grande irregularidade tanto do consumo de água eh como do da sua falta como do seu excesso e portanto muitas culturas vão ser que ser protegidas O que significa que apesar de poderem ter alguns impactos até eh do ponto de vista paisagístico deselegantes Vai ser necessário haver provavelmente maior quantidade de deáreas que são que são de tipo estufas com todas as suas variedades segunda questão nós vamos que ter ter mais área em parque natural portanto a agricultura intensiva veio para ficar em ela Provavelmente em parque natural em parques naturais nós vamos ter que provavelmente fazer conviver parques naturais o mais renaturalizar possíveis com zonas agrícolas que sejam economicamente sustentáveis é a ideia que nós vamos ter eh a a capacidade financeira de estar a pagar a não utilização da da da das áreas rurais é na minha opinião profundamente realista muito bem eh Vasco Vasco não peço desculpa eh H Álvaro Mendonça e Moura queria queria comentar sim Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal gostava de fazer um comentário só para não deixar eh esta imagem para quem nos já ouvir eh de que as pessoas pensam todas eh numa agricultura eh que a que el procurou eh caracterizar de uma forma eh de uma forma ridicularizada digamos assim de uma de uma imagem dá dá 100 anos não é do Agricultor que como se tivesse saído um rancho folclórico Agri exatamente Ora bem porque embora Ach quem pense isso e haja quem gostasse que voltássemos como eu disse no princípio eh à ideia do mito do bom selvagem não é mas que a agricultura hoje é completamente diferente a agricultura hoje é essencialmente uma organização econ Empresarial e nós tivemos aqui restruturações e restruturações fundiárias e esse é um processo longo necessariamente longo mas que vai continuar a acontecer mas foi esta organização e empresarial esta transformação da agricultura em organização Empresarial com inovação eh transformando a agricultura largamente numa agricultura de precisão que nos fez passar a ser de importadores em exportadores de azeite somos uma o sexto eh a nível a nível Mundial somos o sexto a nível Mundial produtores de amêndoa impensável aqui há há há uns anos atrás exportamos mais de 10000 milhões de euros o ano passado 10000 milhões de euros em frutas e legumes absolutamente inimaginável há 10 anos atrás há 15 anos atrás e Isto são transformações dos últimos 15 anos tornam-nos efetivamente competitivos agora há que pensar em duas coisas por exemplo no azeite nós somos hoje um dos grandes exportadores mundiais não é mas curiosamente tendo ganho uma série de prémios de azeites a nível mundial em termos de qualidade onde é que ganhamos esses esses prémios com as qualidades com as e as variedades tradicionais portuguesas é muito interessante ver isto Nós Somos exportadores muitas vezes não são não é das variedades tradicionais mas temos ganhos prémios a nível mundial com as variedades tradicionais isto quer dizer no fundo o quê que há espaço para os dois que há espaço para para agricultura de grande grandes quantidades de grande exportação mas também há espaço para a agricultura de nicho de qualidade de manutenção das das variedades próprias portanto há aqui um grande espaço e eh ambos economicamente viáveis porque lembrem-se sempre disto quando se fala sustentabilidade ambiental e social que são obviamente objetivos a prosseguir há um pressuposto que é viabilidade económica Porque sem sustentabilidade económica depois não há nem sustentabilidade ambiental nem social Portanto o que eu queria era salientar a transformação que já houve e a Empresarial eação da Agricultura ficou CL Ficou claro deu exemplos do que há instantes dizia o Jorge Miguel Miranda que continua em linha que foi presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera era isso que queria dizer Jorge migel Miranda quando há pouco dizia que os agricultores portugueses souberam adaptar-se às alterações e eu eu o exatamente eu penso Alias eu concordo integralmente com o que foi dito e agora aqui assim pelo e pelo senhor responsá Moura da Cap alv Manel se Moura exatamente eh aliás eu na cap trabalhei com a cap muitos anos aqui há muitos anos e sempre com grandes resultados eh e devo dizer o seguinte a empresari realização é completamente Irreversível contudo evento ualmente e evidentemente há espaço para outros tipos de agricultura reparem é como na na na na no vestuário não é nós temos o pronto a vestir e temos Alta Costura e depois até temos o o pronto vestido de massas Portanto isiste o mercado sempre tem as suas variabilidades mas o que é evidente é que do ponto de vista do país do ponto de vista da economia e a Agricultura tem tido resultados fantásticos e esses resultados não estão a ser reconhecidos a nível político por nenhum setor Na minha opinião e e e e hoje por acaso por mas por por coincidência eu publiquei um pequeno artigo de opinião no observador sobre este assunto que é das coisas mais intrigantes que que que para mim existem em Portugal é o facto que até agora apesar das dos dos resultados que TM sido alcançados Nunca vi ninguém assumi-los nunca hav ninguém assumi-los vê-se facilmente por exemplo um um governante chegar a uma empresa que acabou de se instal em Portugal e que tem uma tecnologia muito muito avançada sem perceber que hoje em dia a agricultura é tão inovador como os serviço e como a indústria e portanto é preciso não é retirar o aspecto romântico a agricultura tem porque também faz parte e faz falta mas é preciso também afirmar que existe uma uma uma comunidade que é mais jovem se não deidade pelo menos de Espírito está a fazer diferente e essa diferença é importante para o equilíbrio Nacional Muito obrigado Jorge Miguel Miranda muito obrigado por ter participado por ter aceitado o nosso convite para estar aqui conosco no contracorrente estamos em direto da Feira Nacional de agricultura Álvaro e Mendonça e Moura queria queria responder não não queria não queria dizer então deixa-me fazer-lhe uma pergunta porque é que acha que há este preconceito em relação aos agricultores do ponto de vista dos decisores políticos há eu acho que os os decisores políticos e como qualquer político os agricultores não votam é isso não e a questão a questão é é é muito esta Qual qual é o número de Deputados que são eleitos pelas zonas rurais Qual é o número de Deputados que são eleitos pelas cidades eh é é muito isto não é um não é um party perig contra os agricultores é um foco nas zonas onde podem obter maior maior apoio para para as eleições isto isto é o que se chama política pura e dura não não isto não é uma elogia é uma crítica mas mas é uma realidade com que temos que que temos que contar e que nos levaria muito longe inclusivamente levar noos e a pensar se em Portugal para as nas eleições para o Parlamento nós Devíamos ter só uma representação das da população ou ou não Devíamos também ter algum equilíbrio com a representação do território mas isto é uma pergunta que deix porque esta levava-os muito longe é outro debate é outro debate é outro debate e este já está na reta final temos em linha a próxima convidada Susana sassetti diretora executiva da Associação dos olivicultores e Lagares de Portugal fal aqui muito de azeite na primeira parte com muitos exemplos do José Manel a dar conta do desenvolvimento do setor e do aumento da rentabilidade nos últimos anos com enfim a introdução de uma nova visão sobre a agricultura sobre as espécies e h e sobre sobre as espécies no fundo que permitem a produção do azeite Susana sassetti o azeite em Portugal valouro ah Olá bom dia a todos obrigada aqui pelo desafio para para para estar presente eh SIM neste momento eh parece que sim não é eh o velho ditado de ou ouou essa velha eh referência de que o azeite é ouro não é hoje em dia H parece que sim não é eh em todos em todos os quer dizer para mim sempre Valeu ouro não é e acho que para quem gosta de azeite é um é o ouro não é Mas neste momento em termos de preço sim sem dúv vida H Como é que está a produção do azeite em Portugal Tem sofrido uma grande alteração grandes alterações nos últimos anos há mais área cultivada de Oliveira há maior rentabilidade O que é que nos pode dizer sobre este Setor sim eh o aumento da produção foi foi muito grande não é nos últimos 20 anos eh houve em termos de de de Talvez de hectares eh tenha aumentado pouco mas houve uma transformação não é e forção aqui do Olival eh Tradicional em Olival E aproveito para para emendar alguns termos que têm sido utilizados de Olival intensivo aou super intensivo não eu acho que nós usamos hoje em dia mais o Olival em copa não é que é aquele Olival que sendo mais tradicional eh tem tem maior número de árvores por hectares não é mas ainda em forma de copa e depois o Olival em cbe que sim que é o equivalente a a ao que estão a chamar Olival super sensiv e que no fundo São aquelas cebes de de de arves e que nós e que temos visto não é no em todo o país que também a aparecer não é o alival em ceba que é o alival mais moderno h mais intensivo exatamente quem é que está a investir no Olival em Portugal são sobretudo agricultores portugueses ou também H capital estrangeiro sim eu eu penso que existe de tudo não é existe aqui a reconversão são eh de olivais tradicionais e e olivais os tais olivais em copa também olivais eh mais modernos e regados não é vê-se principalmente e até por causa da da barragem também do do alqueva Houve aqui um grande investimento eh por parte de e já se falou no programa tive a acompanhar e também com acompanhar com imenso interesse eh o o vosso programa h e e e estava-se a falares não é que no fundo houve uma uma grande transformação do da Agricultura não é e principalmente as culturas anuais e quando estamos a falar do milho do do Trigos não é em H na aposta no Olival na nas culturas mais permanentes as árvores não é as aqui em termos do do Olival H eh tanto do Olival e por isso daí a paisagem e do do principalmente que nós vemos a maior mudança foi a nível do alentejo Embora tenha acontecido também no no No resto do país a esta transformação de Olival mas sim é é é capital português essencialmente capital português e depois algum capital essencialmente espanhol sim o o chamado Green Deal o pacto Ecológico europeu coloca desafios aos produtores H aos olivicultores Susana sim é assim eu eu ouvi há pouco tempo e por acaso já não me recordo quem é que disse que dizia eh que os agricultores são os guardiãos do Guardião Guardiões do do do do tempo foi o foi o Luís mira da Silva professor universitário Ah eu disse mas é que eu ouvi dizer mas já tinha ouvido dizer noutra noutra Então se calhar foi ele crei que citou crei que citando citando alguém exatamente t e qual e e e eu acho que isso é hoje em dia é muito muito Evidente A grande preocupação dos Agricultores eh por esta pelo ambiente eh e e hoje em dia por exemplo o nosso o nosso papel sempre enquanto ol também somos a associação de de olivicultores e lagar de Portugal acabamos por estar preocupados também essencialmente também ajudar os agricultores a atingir estas metas e estes estes os critérios esgs não é do do do do ambiente do Social do do económico não é primeiro que tudo porque economicamente um Olival que que que não seja viável também não não não vai muito longe não é quer dizer também não não vamos conseguir nada com com Olival que não seja e depois todas as preocupações ambientais e todas as preocupações sociais H são são muito evidentes e e tão muito na ordem do dia no que diz respeito aos a aos olivicultores que é que é que é a área que que que eu sigo mais não é mas nos outros agricultores também eh e portanto há há grandes preocupações em ver como é que as coisas podem ser feitas como é que podem ser bem feitas eh nós temos Amanhã vamos ter na na feira um seminário sobre chamamos azeite em perspectiva e e chamamos também sustentabilidade inovação e e Futuros não é e também e é sempre a para muitas pessoas eu acredito que que ainda possam não ter ouvido falar ou não sabem o que é o termo de sustentabilidade ou como é que como é que se podem eh como é que podem ter o termo sustentabilidade na sua exploração não é mas a maior parte delas já já já tê essa preocupação não é e portanto tudo o que foram O que foi dito aí no também no programa no no uso eficiente da água não é na preservação do Sol que é super importante em termos de de da conservação do Sol e manter porque o próprio agricultor eu é o mais interessado em que o solo em que o solo esteja em condições em que tenha água disponível não é o é o seu recurso primário Susana sassetti seria seria um erro não lhe perguntar tem que lhe fazer esta pergunta porque é que o azeite está tão caro Se se há mais rentabilidade Porque é que o azeite está pela hora da morte responda-me a esta pergunta essencialmente e assim de uma forma muito muito simples para que para que todos também possam compreender eh isto no fundo eh nós estamos muito pendentes embora por exemplo a nossa a nossa campanha esta última campanha Foi uma boa campanha mas hh nós nós nós estamos muito pendentes do que é o preço do azeite a nível mundial e portanto eh e principalmente dos nossos vizinhos espanhóis que são o maior produtor de de Olival a nível mundial e portanto como foram duas campanhas muito eh muito baixas em termos de produção h no fundo o o preço Isto é a lei da oferta e da procura não é e aqui também em termos de do preço e e é muito acaba por o preço baixar não é e E baixa para todos não é não baixa só para para os produtor para para os consumidores espanhóis Mas baixa a nível do mundo inteiro não é portanto portanto perspectiva-se uma descida do preço do azeite nos próximos tempos é isso é sim sim perspectiva uma boa produção espanhola pelo que eu já já tive a oportunidade de de ver e de de ter conhecimento e portanto eh sim que o preço aumente que diminua eh porque a oferta vai ser vai ser maiores e portanto H sim às vezes é também a falta de stoque de azeite não é que pode também não existindo stoque de anos interiores e não havendo produção suficiente não é para o consumo acaba sempre por o preço aumentar Muito obrigado nada obrigado por ter juntado a nós aqui em direto conseguir ter aqui para quem quiser conhecer mais à manhã no nosso seminário é amanhã na fora Nacional da Agricultura ali na sala estúdio às 9:30 da manhã portanto aproveito para fazer a divulgação muito bem Está feita a divulgação estamos em direto a partir da Feira Nacional da agricultura em Santarém Obrigado Susana sete e José Manuel Fernand a caminho já das notas finais a Susana STI dava aqui conta de um facto novo que provavelmente não provavelmente não não existi iria seguramente em 1975 logo a seguir ao 25 de Abril hoje temos um mercado agrícola Global com produtos indexados em bolsa e e em mercados muito complexos portanto tudo mudou nos últimos anosos sim havia mercados que já eram globais não é os ches tinham mercados havia um bols em Chicago salvo erro quando estas coisas se passam há muito há muito era muito importante na produção mundial de café bem mas independentemente disso eu acho que eh eu acho que aquilo que é muito muito relevante é é a transformação eu há um produto que provavelmente as pessoas conhecem melhor do que o azeite o azeite das pessoas ainda não estão habituadas a por exemplo perceber as diferentes variedades as diferent o diferente os diferentes tipos de azeitona mas se falarmos de vinho já é um pouco diferente não é não é só o tom do vinho Se é branco tinto ou rosê mas também as castas e há uma coisa que eu creio e o azeite prova-se e aqui na naal se o azeite está a começar a provar se as pessoas estão a começar a aprender eh os o gosto do azeite o gosto do azeite e identificar mas o vinho já é mais antigo e to e eu tenho a sensação que há 20 30 anos os portugueses diziam que tinham o melhor vinho do mundo era porque não percebiam do vinho do mundo não é agora eh as Mas as coisas mudaram mudaram e hoje em dia há uma produção completamente diferente no entanto é muito curioso ver isso hoje a nossa produção tem muito mais mais qualidade está muit é muito mais exportável está muito mais por todo lado e a produção em quantidade eh é igual do que aquilo que era há 30 anos portanto não mas em área diminuiu cerca de 30% passou de 300 Não 250.000 haar Para e 175.000 haar portanto perdeu e uma área muito significativa mas Manteve a produção e aumentou a qualidade eu acho que esta transformação que no caso do vinho as pessoas percebem porque hoje em dia entram numa na zona de vinhos de supermercado ou vão a uma loja de vinhos e t um problema é que já não se entendem o problema é quando só conduzem eh pelo lenteja abaixo e vem que há menos área cultivada não é e e deduzem que estamos a abandon produção mas cultivada com quê Pronto não lá está houve uma diminuição em 30% da área de cultivada de vinho Mas porquê porque há uma não é só área cultivada de vinho porque n chamada o vinho é uma uma cultura permanente olhamos para os números das das culturas permanentes elas mantém em termos deáreas mantém o mesmo as pastagens é que aument aumentaram muito e a produção animal aumentou também bastante as chamadas culturas temporárias é que desceram muito como eu já referi há pouco aqui a batata o número para a batata é impressionante é mesmo impressionante as batatas ocupavam 100.000 haar há em em 89 panto há 35 anos hoje em dia ocupam 13.000 ha é mais importante ainda o feijão o feijão eram 60.000 ha hoje em dia são 4000 haar portanto há uma transformação muito grande aqui mas em compensação por exemplo o Pinheiro mano disparou o as Amendoeiras e triplicaram a área não as Amendoeiras não triplicaram a área aumentaram a área o que triplicou a área foram as alfarrobeiras as alfarrobeiras e as Nogueiras quer dizer há aqui transformações muito muito muito muito significativas não é portanto e mesmo na vinha por exemplo eu lembra-me de ir para o Douro olha num vale que atualmente já não se pode circular lá porque está inundado por uma barragem enfim há sempre compromissos que é o v do do do do tua do tua do tua onde havia a linha do tua eu fiz uma vez essa linha e era muito impressionante ver algo que eram os chamados mortos os mortos eram os digamos os socalcos que foram abandonados quando foi a filoxera portanto abandonados em 1870 pante 150 anos e que ficavam e que ficaram sempre abandonados e hoje em dia nós vamos para o dor e a paisagem é parecida e diferente o que é que quer dizer com isto já não tem os cálculos em vez de serem muito juntinhos porque eram feitos pelo homem tal a paisagem construída pelo homem continuam a ser feitos pelo homem mas estão preparados para máquinas e e são socalcos um bocadinho com a terra um boquinho mais inclinada mas maiores porque permitem que hajam que entr entrem ali máquinas a produtividade aumentou imenso e a qualidade também e a qualidade também os vinhos do d o o Doro só produz prodia Vinho do Porto hoje em dia produz alguns dos melhores vinhos portugueses quer dizer quando só digo só produzia produzia sobretudo Vinho do Porto hoje produz alguns dos melhor vinhos portugueses que todas as pessoas conhecem portanto esta transformação é uma transformação que às vezes foi invisível as pessoas não deram por ela mas não se passou só com o vinho passou-se ainda há pouco falou eu queria corrigir os dados porque aqui estou a ver melhor aquilo uma uma árvore por exemplo que todas as pessoas achavam que tinha desaparecido Castanheira Castanheiro uma uma o a área castanheiros passou de 15.000 ha para 51.000 ha portanto mais do que triplicou e estou a falar num período de 30 anos 35 anos quer dizer as Nogueiras enfim aí é menos é menos área mas também aumentaram muito portanto nós estamos com uma produção completamente diferente eu acho que as pessoas que só vão aos supermercad só viem algumas coisas às vezes antigamente a maior parte das coisas vinham de Espanha hoje se virem nas grandes superfícies de onde é que elas vêm já vêm de Portugal bem Tem que ir à Terra não é Helena sim e Mas também se forem ao supermercado porque já encontram por exemplo pacotes de castanhas congeladas para cozinhar José Manuel referia aqui a questão dos vinhos quer dizer como é que se passou de ser o país onde se fazia vinha martelo Isso quer dizer imenso sobre a não qualidade o não controle para um país que tem Vinhos e o José Manuel saberá muitíssimo todos vocês saberão muitíssimo mais do que eu sobre a a qualidade dos vinos portanto é passamos das caixas de cartão para garrafas cheias de as atenção as castas de cartão são são muito eficazes são muites passamos foi daquelas garrafas cinco estrelas isso exato de litro agora só falta a questão da comunicação e e e mostrar que esta é a agricultura que existe e que não não se apanha a azeitona naquelas corredoras a cantar as sete saias logo de manhã muito bem chegamos ao final do contracorrente de hoje em direto da Feira Nacional da Agricultura tenho um desafio para o José Manuel e também para a Helena Matos Helena Matos falaste aqui gaste aqui a tua h Vais ter que trazer amanhã cerejas da tua árvore de certeza que tens lá cerejas ou não t cere l espinos maravilhos tens que trazer espines e o José Manuel Fernandes amanhã traz uma cesta de ovos da sua galinha poira que é muito gada na redação não sei se ten ginjas mas não sei se os pássaros ainda deixaram lá algás foi o contracorrente até amanhã Amã C