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[Música] Esta é a história do dia da Rádio observador os juros baixaram e o preço do Azeite Vai finalmente baixar de maneira nenhuma podemos considerar o azeite como um produto luxo eu no outro dia foi mostrar ol no Congresso mais uma vez foi mostrada uma garrafa de um azeite qualquer sal ver grego que tinha meio lro e custava 240 € aí sim aí sim é um produto luxo Gonçalo Morais Tristão é presidente da CEPAL o Centro de Estudos de promoção do azeite do alentejo e aqui foi entrevistado por Alexandra Machado avança várias explicações para o aumento do preço do azeite o assunto até foi tema num congresso no início deste mês já lhe chamam Ouro Verde ao azeite um produto que faz parte das nossas vidas há milhares de anos e também faz parte da nossa cultura enquanto portugueses o preço disparou e está a levar alguns consumidores a optar por gorduras mais baratas mas muito menos saudáveis e há até criminalidade associada ao aumento do preço Afinal como chegamos aqui a estes valores e haverá algum sinal de possível descida do preço do azeite é sobre azeite e preços que vou conversar com Alexandra Machado editora de economia do Observador eu sou o Ricardo Conceição e esta é a história do dia de segunda-feira 17 de junho bem-vindo Alexandra hoje se calhar Devíamos ter trazido um bocadinho de pão para este Episódio não Pão e Mais qualquer coisa para para se pôr no pão não sim mas um bocadinho de pão com azeite É sempre bom azeite parece-me bem e eu quando era miúdo ainda comia pão com azeite e açúcar V bem Ei Isso era muito ricos anos 80 isso é pornográfico é quase Alexandra vamos falar de azeite Ah bom e vamos tentar perceber o que raio se passa porque o azeite está mesmo mesmo muito caro é está mesmo muito caro também claro Depende das carteiras é um produto que já deci é mais caro do que outras gorduras alimentares uhum eh mas agora de facto no último ano em particular aumentou muito de valor segundo o Observatório de preços no final de 2019 o preço do azeite virgem por litro eh e aqui tem que basear nas minhas culas por litro ao consumidor estava segundo esse Observatório nos eh 3,6 € por litro e a partir daí foi só eh subir quanto é que tá agora no Pico que atingiu já em fevereiro deste ano está em 9 € Este é o preço médio 3 para n 3 para n uhum eh 6 € que aumentou em enfim eu fiz aqui a comparação covid-19 porque era o o o ano antes da pandemia que mudou todas as nossas vidas eh se analisarmos o o o produto que é mais caro que é o azeite virgem Extra Então os valores passam também de 3,9 para 9,78 9,78 que significa que tá quase nos 10 € e enfim também o pico foi atingido em março deste ano e claro que se fizermos umas pesquisas em sites de de vendas consegue-se ver coisas a 11 € por litro e a 20 € por litro e até eh enfim nos nas pessoas que que têm a oportunidade de ter Aqueles sites mais de quase para colecionistas a 1.00 € Já chegamos a ver menos de 1 l menos L 1 l menos de 1 l de azeite menos de 1 l de azeite sim deve ser um mas pronto isso também é já é outro patamar não é ser um rico azeite realmente sim e nós aqui em Portugal acho que há um exercício interessante que podemos fazer quer oras para um bocado tentar comprar azeite que não seja virgem Extra praticamente não há é muito é muito difícil porque também houve uma maior produção agora de virgem Extra porque de facto tem supostamente maior qualidade melhor qualidade e logo preço mais elevado Mas esta subida no preço deve-se quê é um aumenta a procura não há vários motivos mas o consumo até até diminuiu h a produção eh o consumo diminuiu em Portugal e cerca de 11% dados da da casa do azeite eh mas diminuiu também a nível global e logo há uma quebra de consumo Global mas a produção também caiu em particular na campanha eh anterior de 22 23 e em particular por maior produtor mundial de Espanha eh por causa da seca a produção caiu muito em Espanha Espanha é responsável 40% da produção mundial e eh enfim teve a pior campanha dos últimos 20 anos e isso Arrasta Tudo o resto Eh Ou seja de Espanha nem bom vento nem azeite na realidade porque a queda em Espanha levou que os estoques nesse país também baixassem e os outros países ao lado nomeadamente aqui na bacia mediterrânica Portugal e Grécia eh Venderam para Espanha algum algum alguma da sua produção nomeadamente a granel azeitona e azeite também azeitona e azeite a granel azeitona para azeite e azeite a granel eh Venderam para Espanha porque de facto o toques em Espanha caíram muito em Portugal por essa via das exportações também caíram os estoques eh mas aqui o fator decisivo da da da da desta queda de produção foi o mercado espanhol sendo que em Portugal também caiu ligeiramente em 22 em 2022 eh também houve queda de produção em Portugal e a razão principal eh nesta nesta região é seca e as alterações climáticas então a procura caiu a produção também diminuiu sim e isso tudo a nível global e portanto nos números Gerais globais mundiais e os dados do iné eh nesta fase Já e já já apontam para subidas em 2023 da produção em Portugal faça 2022 eh mas não compensa o que se perdeu e nomeadamente a reposição dos estoques hum isto só um parênteses Porque a produção cair não quer dizer que tenha havido menos azeite nas prateleiras precisamente por causa destes estoques que existem armazenados nos produtores e que que acabam por chegar às prateleiras portanto não houve menos azeite nas prateleiras H apesar da produção ter [Música] caído já voltamos à conversa com Alexandra Machado editora de economia do Observador e deo Será que o preço do azeite poderá [Música] baixar a diferença que vai entre uma paranoia umaid normal é uma linha difíc Esta é a história do padre obsecado com infiltração do comunismo na igreja que tentou matar o Papa em Fátima Episódio 5 não é pecado matar o papa é uma série para ouvir em seis episódios e faz parte dos podcast Plus do Observador um novo episódio a cada terça-feira os assinantes do Observador tem acesso antecipado a todos os episódios desta série já disponíveis em observador.pt os podcast Plus do Observador tem o apoio da Kia estamos de regresso à conversa com Machado editora de economia do Observador e uma apreciadora de bom azeite Alexandra quando atravessamos o alentejo e se formos Então à zona do alqueva isso é mais flagrante vemos hectares e hectares de Olival Ou seja a produção mudou nós agora temos aquilo que se chama uma cultura intensiva e super intensiva e super intensiva e isso é bom é mau nós ouvimos um pouco de tudo não é é a se é bom ou é mau o que o que significa é que esses olivais intensivos e super intensivos e permitem melhor rentabilidade do Olival uhum e ou seja produz-se mais por hectar nesses intensivos e super intensivos claro que esses olivais comparativamente aos tradicionais também acarretam outros outros problemas parais já são áreas enormes de uma monocultura digamos assim com necessidade de de muita água e por isso é que o alqueva permitiu esses olivais intensivos e super intensivos no alentejo que não tinha a possibilidade de ter Olival por causa da escassez da água e o alqua eh levou-lhe a água que precisava para esses eh para esses olivais eh a produção de facto mudou neste momento eh Portugal tem cerca de 377.000 hectares de Olival e quase 25% estão em plantação intensiva e super intensiva há 10 anos Era cerca de 9% eh portanto é é uma mudança muito grande essas plantações intensivas e super intensivas para termos uma ideia têm densidades médias superiores a 300 árvores por hectar e daí tira uma maior rentabilidade e maior produção eh e são mais mecanizadas do que o Olival e eh tradicional mas aquele Olival mais tradicional que faz parte do nosso Imaginário em que se estende o pano no chão e é preciso andar ali com uma vareta esse ainda existe não é ainda ainda existe existe o Olival tradicional ainda domina eh em Portugal tal como aliás domina em Espanha H em Espanha também 70% do Olival está em tradicional Espanha ainda de sequeiro e portanto são eh precisam de menos água que estes outros olivais H só que como como dizia os olivais intensivos e super intensivos e de regadio que é o que se passa ali na zona do alente tejo eh permitem eh Produções por hectares maiores e tem um custo de produção também por outro lado menor o que significa que para o produtor é mais rentável aliás Gonçalo Morais Tristão presidente da cpal que é o Centro de Estudos e promoção de azeite do alentejo lembrou numa entrevista e ao observador que os custos de produção nestes olivais H nestes olivais tradicionais são muito elevados e que estima-se que só um preço a por litro acima de 6 € é que se consiga rentabilizar este tipo de produção eh Aim aproximando do que tá a acontecer no no intensivo e no superintensivo o superintensivo consegue custos de produção mais baixos embora nos tempos correm a água seja um um fator que que vai aumentar de preço e tem outro tipo de de de de de custos de produção em matérias primas que eh aumentam muito e o preço subiu de tal maneira que agora Temos vários casos de furto de azeitonas e de azeite adulterado que é vendido online e queç sa aí n alguma esquina ou n alguma cava eu não tenho os dados estatísticos mas eu admito que o azeite adulterado sempre se tenha vendido em Portugal neste caso azeite a martelo depois do vinha martelo essa é outra história do dia ex exato outra história do dia mas Furtos sim e a GNR aliás durante 2023 mais intensamente Teve até fez campanhas a alertar para o o o o furto da azeitona e é uma é algo que o setor tem chamado bastante à atenção pedindo até mais fiscalização se calhar não tanto no Olival porque era impossível ter um um polícia por Olival eh mas pedindo fiscalização junto de recetores da azeitona ou seja eh rapidamente a azeitona é colhida e é ou vai para um lagar para para ser processada ou é entrega intermediários que esses sim levam aos Lagares e esse aqui este percursos intermediários é que suscita ao setor e alguma apreensão e a carecer de fiscalização até porque dizem que há muitos casos que os intermediários funcionam quase como o lavador da azeitona como se fosse lavagem de dinheiro a a azeitona forada ou legítima entrega ao intermediário é misturada e é toda toda entrega ao lagar sem se saber o que é que foi fortado e o que é que não foi fortado e o setor reclama uma fiscalização mais acentuada Junto desses recetores eh mas a GNR em 2023 duplicou eh sentiu a duplicação do furto de roubos da zit duplicação e temos de olhar também para outros exemplos como Itália Grécia Espanha principal produtor já explicaste que tem eh no azeite o azeite deste este países é um em si em si mesmo uma marca uma marca de renome mundial já o azeite português não é muito conhecido não é não não é uma marca precisamente Um dos problemas que nós temos neste setor não é um problema é um negócio é a exportação de azeite a granel esse azeite a granel é exportado vai para e os os nossos maiores compradores são Espanha e Itália é é vendida Espanha e Itália a granel e eles chegam eh onde onde o azeite chega à granel e é colocado em garrafas posto um rótulo e vendido a muito mais alto preço ou seja em Nova iork eu posso estar a usar um um um azeite italiano num restaurante italiano de Nova York que ainal é aite portug AF final é aite português Exatamente pode haver e gregos espanhóis enfim eh e o o setor também eh isso é um negócio é legítimo uhum cada produtor faz obviamente o que quer com o seu com com o azeite que produz eh mas o setor diz que por aí se perde algum valor acrescentado eh nesta nesta indústria agrícola as exportações já valem cerca de 1000 milhões de euros eh em Portugal do azeite total é muito azeitona é muito azeite 1000 milhões de euros mas imagine-se se lhe puséssemos valor acrescentado E se o que fosse exportado não fosse a granel mas tivesse lá um um selo e uma garrafa e made Portugal e não podemos também ter por cá um turismo associado ao azeite já está Já temos um turismo do vinho O enoturismo não podemos também ter um azeite a turismo ou Liv a turismo sim eh podemos e enfim Alguns produtores de vinho que fazem enoturismo já estão a fazer Olivo turismo por arrasto quase e o setor da da da da Oliva cultura H quer que seja fomentado mais essa essa vertente é preciso também que Portugal seja reconhecido como um um produtor bom de azeite para que chame pessoas por exemplo o caso da toscânia vende a gastronomia como um todo e é isso que Alguns produtores querem que se faça que se vende a gastronomia portuguesa o vinho o azeite o queijo e eh só com marca e com a perceção de que o azeite em Portugal é bom é que se conseguirá chamar turistas S tuscania realmente é um exemplo perfeito disso porque vende tudo não é vende a paisagem a comida até o Jorge coluna a temperatura exatamente e por tudo isso que já explicaste e o preço do azeite poderá ou não baixar que diabo até o bce baixou Ou começou a baixar as taxas de juro o azeite não pode baixar o preço estima-se e isto enfim é a futurologia a funcionar e é a perceção que o setor tem eh que o preço sim possa baixar eh não tanto como eh como para níveis de há uns anos mas que possa baixar precisamente pela estabilização da produção e espera-se que a campanha eh de 2023 seja melhor e portanto ajuda a repor aqui algum equilíbrio eh mas enfim isto é uma cultura é é agricultura tudo depende de uma coisa que que as pessoas não têm poder sobre elas que se chama clima Uhum E mas espera-se que sim Que nestes próximos tempos h o com a estabilização da produção e até do consumo que pode que possa retomar de alguma forma com ao baixar o preço é uma gordura saudável é uma gordura e mais saudável que que outras gorduras que tem regras que deve ser usada no aprender a comer da rádio observadora Mariana Chaves tem vários Episódios só dedicados a Exatamente é bom que que também se pense isso e mas e como eu disse deve com a estabilização tanto da parte da produção como do consumo espera-se que os preços e consigam vir um um pouco mais abaixo eh e portanto que que que seja que baixe um um um pouco agora em Portugal também temos outra situação este ano que é houve o fim do Iva zero eh logo eh este ano vai sempre sempre prejudicado Porque existe a acrescentar o Iva nos produtos que o ano passado por esta altura não tinha eram isentos e portanto vamos esperar que o azeite diminua um pouco de preço até para não ser substituído Obrigado Alexandra Obrigada Ricardo Alexandra Machado é editora de economia do Observador esta foi a história do dia a sonoplastia é do dioc casinha a música do genérico do João Ribeiro eu sou o Ricardo Conceição até manhã [Música]
1 comentário
"Já nos acomodámos"? Para não te acomodares, votas num partido que em vez de cortar 35% do subsídio biológico e 25% na produção integrada dê mais ajudas aos agricultores. Enquanto tiveres gasóleo agrícola caro, maquinaria ao dobro do preço, fertilizantes e pesticidas a 4 vezes o valor normal supermercados a engolir a maior percentagem do valor do produto, ninguém a querer trabalhar no campo etc etc não esperes ter azeite 5€ por 75 CL, porque para tu poupares dinheiro no supermercado algum agricultor não vai ter rendimentos para sobreviver. Pior ainda, o mundo teve uma redução de 23% na produção de azeite. Sendo que em Espanha foi quase 50% por falta de água. E muito agricultores prefere vender a espanhóis por exemplo, porque a oferta é muito superior que em Portugal, não abram os olhos portugueses, que estão no bom caminho.