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e começa aqui mais um gabinete de guerra esta manhã contamos com a análise do Bruno Cardoso Reis é coordenador do doutoramento em História e defesa do que e também da Academia Militar faz também parte dos cinco continentes que vai para o ar ao fim de semana aqui na rádio observador gabinete de guerra de hoje conduzido pelo Bruno Vieira Amaral Bom dia Bruno Reis muito obg Obrigado por estares connosco começamos por um impasse o o facto de não haver acordo sobre os nomes para liderar a união europeia é des estranhar será que vai ter impacto na gestão das Guerras e Bom dia Bruno bom dia a todos ehem eu penso que não não é realmente estranhar Ou seja no fundo ontem foi o início da da negociação e e no fundo os estados e usando uma técnica de negociação muito básica mas que não é propriamente inesperada eh apresentaram muitas vezes objeções com a ideia de extrair concessões em áreas que lhes interessam por exemplo eh nós falamos muito aqui dos cargos mais importantes presidente da Comissão Presidente do Conselho europeu mas depois há todos os outros cargos por exemplo na comissão europeia os diferentes Comissários eh que pastas é que vão ter não é e portanto aí Muitas vezes os estados querem ter garantias de que vão ter uma pasta importante que vão ter uma pasta demá que lhes interessa que eventualmente vão ser vice-presidentes portanto com alguma eh algumas as funções de de coordenação e de maior prestígio eh Há algumas garantias também em termos até dos dos nomes para esses carcos de Topo em relação a certos temas portanto tudo isso parece normal eh eu diria se eh isto se prolongar muito tempo se houver realmente um bloqueio eh Sério Aí sim eh pode começar a afetar No fundo aqui a perceção até de coesão da União Europeia eh num num contexto internacional que é realmente muito adverso eh nomeadamente por causa da questão da destas da da guerra na Ucrânia mesmo também da da da Guerra em Gaza enfim mas de um modo geral do mundo muito mais conflituoso e e portanto aí penso que sim e e poderia começar a ter algum efeito negativo mas para já não me parece que ninguém tivesse à espera propriamente que saísse já uma uma decisão deste deste jantar de ontem hum passamos agora para o conflito no médio Oriente o primeiro-ministro de Israel Benjamim natania dissolveu o gabinete de guerra que tinha sido constituído na sequência dos ataques do amas em 7 de outubro mas netan diz que vai continuar a consultar um organismo limitado antes de tomar as grandes decisões Bruno o que é que isto muda na estratégia de Israel bem eh pronto realmente acabou esse esse gabinete de guerra mas não o nosso portanto é importante deixar isso claro aos ouvintes mas eh até foi reforçado com com o Bruno aqui na nas manhãs mas eh mas a verdade é que eh não é propriamente também muito inesperado o o realmente o gabinete de guerra foi criado como uma exigência eh dos General gantes do líder da oposição mais moderada quando entrou quando aceitou criar uma espécie de de Coligação mais alargada eh num esforço de maior unidade Nacional depois do 7 de outubro para garantir que no fundo os ministros mais extremistas nadamente aquele o ministro Ben gevir temos ouvido falar muito eh da segurança interna eh não teria eh uma palavra eh Chave pelo menos um peso eh fundamental nas decisões que tinham a ver com a condução da Guerra eh isso foi sempre muito Contestado precisamente por esses partidos eh de direita mais radical mais mais belicistas mais ostis a qualquer compromisso eh e portanto saindo essa oposição moderada eh no fundo aquilo que poderia acontecer e que até estava a ser exigido por esses partidos era eles Passarem a fazer parte desse gabinete de guerra portanto no fundo é uma é uma uma versão muito reduzida só com eh cinco ministros eh da do do governo Israelita e portanto eh a opção de Nataniel foi no fundo dissolver isso eh e evitar o risco de ficar ainda mais nas mãos desse desses partidos mais mais extremistas até porque ele T de Contrariar aquilo que é o argumento eh do Benny gant para sair que é no fundo Nataniel eh confirmando as suspeitas de muitos nós muitos analistas de muitos líders também como o próprio Joe biden nos Estados Unidos que é de que natanel está a conduzir a guerra muitas vezes mais em função de um calendário político dele eh da sua sobrevivência política do que próprio propriamente dos interesses estratégicos de de Israel e durante o fim de semana Benjamim Nataniel também se mostrou surpreendido com anúncio das forças de defesa de Israel acerca da pausa humanitária no sul de Gaza afirmou mesmo que Israel é um país com exército e não um exército com o país Houve aqui alguma falha de comunicação entre a liderança política e as fias militares ou é mais um episódio dessa tentativa de netanel fazer render alguma coisa com com estas supostas divergências bem e eu gosto dessa citação que era geralmente utilizada em relação à à Prússia portanto no fundo ao estado que depois deu origem à Alemanha unificada dizia-se que os outros países tinham um exército no caso da pruss era o exército que tinha um país isso Acabou realmente por correr mal no final mas eh aqui a questão é em termos normais é evidente que a tutela e política a tutela de civis eleitos em relação às Forças Armadas é tem de ser inequívoca não é eh o problema realmente é que a situação em Israel é um pouco especial eh temos um governo muito frágil eh com pouco apoio na opinião pública eh e portanto temos sinais crescentes também de tensões entre civis e militares eh numa escala que eu diria que não tem muitos precedentes na própria história de Israel eh não foi só o general gantes a fazer estas críticas eh eh o próprio ministro da Defesa do partido licu do mesmo partido do primeiro-ministro eh também fez algumas críticas e e e dizendo que elas refletiam as preocupações das próprias fias militares e portanto realmente não é normal ser ser ser no fundo isto é uma decisão militar mas também é uma decisão política não é normal serem as fias militares a tomar essa iniciativa um pouco aparentemente à revelia e do governo isto também mas isto Israel Realmente é muito complicado isto até pode ser uma forma de Natan gerir a própria oposição destes partidos mais mais mais de direita mais radicais mais belicistas no no interior do próprio governo eh sendo que se ele estivesse assim tão contra esta pausa a a resposta normal e se achasse que havia realmente aqui uma uma deslealdade em relação ao governo a resposta normal seria demitir as fias militares mas lá está ele também não tem propriamente grande margem política para fazer isso num contexto em que o governo já está muito fragilizado mas portanto eu diria é mais uma confirmação de que realmente eh eh Há uma tensão muito grande entre os fias militares e e os fias civis e e em muitos casos são os militares e no fundo a querer travar a dimensão mais Militar do conflito e a insistir que é preciso aqui uma dimensão de gestão política também do conflito que passa por exemplo por pausas humanitárias por mais acesso de ajuda à população porque isso é a forma também de afastar a população do e do amas e e de evitar também problemas em termos da de Aliados Chaves de Israel como por exemplo dos Estados Unidos até para a própria continuação da Guerra hum Bruno Cardoso Reis vamos agora ao conflito na Ucrânia na simeira de paz realizada na Suíça no fim de semana houve uma declaração final mas que não foi subscrita por 20 países entre os quais Brasil África do Sul e México Qual é o significado da ausência destes países da lista final de subscritores da declaração bem não é propriamente uma uma grande surpresa Eh esses países estão muito apostados nesta transformação para uma nesta evolução para uma ordem multipol vários deles fazem parte dos chamados Bricks eh que no fundo em que tá também a própria Rússia e e a China eh e portanto eh no fundo eh a sua presença na na simeira também eh foi o resultado de muita pressão portanto eh foi uma forma de mostrar que não cortavam completamente as pontes com com a Ucrânia eh mas houve desde o início muitas dúvidas de que eles iriam subscrever aqui aquilo que era o plano de paz eh da da Ucrânia portanto e no meu ponto de vista também aqui o grande objetivo da da da Ucrânia não era propriamente esse era criar aqui uma Coligação Ampla com países de diferentes continentes e conseguiu isso eh houve vários países africanos ouve vários países latinoamericanos por exemplo o presidente do Chile fez uma uma intervenção bastante importante a explicar que não é verdade que isto tenha alguma coisa a ver com a Nato isto tem a ver com eh princípios básicos da da carta das Nações Unidas com eh o respeito pela integridade territorial dos países pela pela sua plena soberania e pela possibilidade de fazerem as opções que entendem na sua política externa eh que é aquilo que muitos países como o Brasil por exemplo dizem defender ou a Índia eh mas depois aqui aparentemente na Europa eh um país como a Ucrânia não pode livremente decidir que alianças é quer fazer eh com quem é que tem quem é que quer quer que sejam os seus aliados prioritários em termos de ação externa eh se não seguir a linha que a Rússia entende ISS Se daria uma espécie de direito à Rússia de invadir portanto no fundo isto permite eh à Ucrânia aqui uma certa clarificação do meu ponto de vista permite também colocar um pouco na defensiva eh estes países que insistiam muito na questão da Paz da paz eh e aqui o ponto fundamental sempre é mas uma paz em que termos quer dizer até o próprio Hitler aceitou vários eh acordos de paz mas basicamente era um era uma paz que foi uma rendição como a demonica em 1938 às sua às suas exigências e que acabaram por depois eh não não conseguir evitar uma guerra em grande escala porque isso foi interpretado eh por por Hitler como uma uma prova de fraqueza eh e e portanto no fundo até o estimulou a reforçar e as suas ambições eh expansionistas portanto no fundo eu a mim parece-me que aqui a estratégia da Ucrânia foi sempre ou pelo menos já há bastante tempo que era de e a procurar aqui alguma clarificação e evitar que a Rússia eh dominasse eh e e países no fundo com simpatias pela Rússia dominassem Aqui Esta narrativa da da Paz e e centrar a discussão naquilo que é realmente crucial que é uma paz mas em que termos uma paz mas compatível com aquilo que são os princípios básicos do direito internacional da carta das Nações Unidas ou uma paz que inclusive teria este preço que era no fundo voltar a consagrar uma espécie de Direito de conquista eh e eventualmente estimular novas agressões por grandes potências por países mais poderosos em relação a vizinhos mais fracos que é a que à partida não seria muito conveniente para muitos países por todo o mundo Bruno Cardoso Reis Muito obrigado pela análise um bom dia até amanhã Bom dia obrigado h