Vídeo: “Coreia do Norte sabe que tem apoio da Rússia”

🗣️ Transcrição automática de voz para texto.

[Música] começa aqui mais um gabinete de guerra analisamos as os conflitos mundiais médio Oriente e Ucrânia com hoje com o Paulo Ferreira e também com a ajuda de Tiago André Lopes é professor de relações internacionais e diplomacia muito bom dia Tiago André Lopes Obrigado pel disponibilidade para estar mais uma vez connosco neste gabinete de guerra vamos olhar ainda para para a visita de Putin à Coreia do Norte o acordo foi assinado na quarta-feira ontem entre pyongyang e e e a Rússia que é um acordo que prevê a prestação de assistência mútua em caso de agressão isto segundo foi anunciado pelo presidente russo Vladimir Putin estamos aqui e perante acordos perante um desenvolvimento da relação ent entre estes dois países que pode trazer de facto resultados práticos para ambos ou estamos aqui essencialmente perante um ato de propaganda eh de dois líderes muito isolados internacionalmente Olá bom dia eh parece-me que estamos aqui perante dois acordos que são bastante importantes porque a expectativa que havia antes da visita era que houvesse apenas uma substituição quer do Tratado de amizade de 1961 quer do Tratado de amizade de de 2000 e a verdade é que o que nós temos aqui é um aprofundar da relação com a abertura desta eh desta relação a várias outras áreas e que pode ter um impacto de facto em conflitos eh para as duas frentes por um lado o acordo prevê a cooperação técnica ou militar não só ao nível de compra e venda de munições mas também ao nível do desenvolvimento de capacidades militares prevê um mecanismo de consulta permanente entre os dois estados no que toca ao sistema internacional e a questões que possam impactar a soberania de cada um destes dois estados e faz uma coisa e aí sim que é uma dimensão mais preocupante não tanto para a Ucrânia mas acima de tudo para a segurança da Península da da Coreia que é o facto de pela primeira vez deixar cair aquilo que era uma cláusula de 61 em 61 uma das cláusulas essenciais do Tratado de amizade entre na altura a União Soviética e a Coreia era que a unificação da península coreana seria por via de processos negociais essa cláusula caiu não está neste acordo tanto quantos até agora e portanto dá dá perspectiva de que se a Coreia do Norte quiser lançar numa aventura expansionista militar que a Rússia não irá travar essa eventual Aventura expansionista militar uhum H Putin descreveu este documento como verdadeiramente revolucionário eh foi a expressão do do do próprio estamos então perante e de facto este uma evolução de acordes nesse sentido revolucionários e eu eu não sei se se eles são revolucionários só porque nós ainda não conhecemos a letra do acordo na sua totalidade conhecemos algum tipo de declarações agora que ele é muito abrangente isso é basta nós termos noção da composição da delegação russa que é obviamente correspondida pela dimensão da da delegação da Coreia do Norte e percebermos que para além de Vladimir Putin acompanhavam ao mais alto nível dois conselheiros presidenciais três secretários de estado e cinco ministros de áreas bastante divergentes eh desde o ministério dos negócios estrangeiros às ao Ministério da Saúde passando pelos Transportes e pelos recursos naturais além necessariamente do Ministério da Defesa e portanto isso já nos dá conta do tipo de acordo de que estamos a falar e depois o Z temporal parece ser superior a 15 anos normalmente os acordos os tratados de amizade que a Rússia estabelece com vários países costumam ter um Horizonte temporal de 10 anos Este é um um Horizonte temporal um pouco mais alargado se for de facto esse Horizonte temporal porque volto a dizer nós ainda não conhecemos verdadeiramente a a letra do acordo e essa é uma dificuldade mas é propositado também já agora para clarificar quem nos ouve o facto de nem a Coreia do Norte nem a Rússia terem libertado a totalidade do texto cria um grau de expectativa e interesse na comunidade internacional mas também permite criar algum medo Na Comunidade Internacional que acaba por levar a isto que é estamos todos muito focados no que é que no que é que o acordo trará Qual é a potencialidade deste acordo e e isso eu acho que já por si vai marcando a agenda internacional para já uhum e mudando aqui um pouco de de foco Tiago André Lopes há uma escalada verbal entre Pequim e o ocidente a China acusou ontem noos Estados Unidos de difundir informações falsas esta eh isto depois do secretário de estado norte-americano Anthony blinken ter desafiado Pequim a deixar de apoiar o esforço de guerra eh Russo na Ucrânia eh também se recordemos umas horas antes o secretário geral da Nato também an stoltenberg tinha acusado a China de querer o melhor de Dois Mundos ou apoiar discretamente a Rússia e querer ao mesmo tempo manter boas relações com o ocidente stoltenberg indiciou mesmo que Pequim devia ter um custo económico por este apoio e Moscovo H Isto é só um escalar verbal entre Pequim e ocidente H estamos aqui quê a ver um posicionamento dos eh da dos dois blocos Se quisermos eh o que estamos a ver eu acho que a questão é muito pertinente É talvez a mais importante neste momento nós temos que fazer por um lado estamos a ver aquilo que eu que eu já dei nota aqui também no ente de guerra várias vezes o ocidente está a digerir mal ter acordado Finalmente uma realidade que já era muito claro há vários meses de a China fez uma escolha e durante vá os meses houve a ilusão de que a China não tinha feito escolha falava-se da ambiguidade estratégica falava-se de que a China eh eh não iria nunca escolhia nenhum dos lados porque não estava confortável com isso e a China H dado vários sinais claríssimos de que a escolha para a China era muito clara a China não compreende o recurso à violência da parte da Rússia mas tem dito sempre isto a China compreende os motivos políticos que estão por trás eh eh desta operação especial militar ou desta guerra dependendo da visão de cada um dos atores portanto a China já tinha feito uma escolha e quando a China Decidiu não ir à simeira da Suíça acabou por ser claro para alguns autores eh ocidentais que de facto a China já já está de um dos lados e tem dado respaldo diplomática que as viagens de Vladimir Putin ninguém é inocentro Vladimir Putin está na Coreia do Norte porque a China também abriu e fitou essa porta a China esteve na mesma Coreia do Norte em abril deste ano zegi número três do Estado chinês visitou o pyongyang há dois meses 2 meses e meio atrás portanto não há aqui uma Inocência ocidente como diger um pouco mal quando alguns dos seus percebidos parceiros parecem desalinhar com certas políticas acaba por ter este tipo de postura que não é inteligente nesta fase porque eu acho que esta postura um tanto ou quanto eh perdu uma fraqueza neocolonial e esta postura do ou alinham ou entram em castigos e sanções e punições verdade é que não é só a China que não alinha o Azerbaijão o turkmenistan o casaquistão há uma série de estados que se esperava que tivesse uma postura diferente nesta altura do conflito que ainda não tiveram e que não parece que vão ter e se entrarmos na Via das ameaças as ameaças alimentam a retórica da Rússia que quer na Coreia do Norte quer agora no Vietname desenvolve uma nova linha retórica que é a linha de a Rússia tenta ter uma relação de igual para igual com outros estados e não uma relação de imposição de vontade para com outros estados Hum E ainda neste neste capítulo envolvendo obviamente a China e a sua área de influência eh a administração biden aprovou ontem também uma nova venda de armas no valor de cerca de 350 milhões de euros at Taiwan estamos a falar sobretudo de centenas de drones com ívis e outros sem aías conhecidos como munições de longo alcan H estamos aqui a entrar numa zona sensível também eh com este apoio militar declarado dos Estados Unidos a Taiwan estamos a entrar numa zona sensível e até foi um tanto ou quanto surpreendente tendo em conta a proximidade cada vez maior da da reta final das eleições presidenciais Americanas que se abrisse este Capítulo numa altura em que já a península coreana estava banto inflamada no tipo de tensão militar e não só e entre os dois estados ainda na segunda-feira tivemos um Plutão norte-coreano a cruzar a fronteira o paralelo 58 e eh e depois obviamente a ter que enfrentar o fogo retatório da Coreia do Sul e depois o Plutão Fugiu de novo para a fronteira Norte na questão de Taiwan nós sabemos que dentro de Taiwan neste momento há um braço de ferro muito musculado entre o Parlamento e a presidência O parlamento controlado pelos partidos para o Pequim a presidência com um um com as forças eh pró independentistas e portanto eh acaba por haver aqui uma uma percepção de que há um reforço da da belicosidade da Ilha para contra a China Continental que que vai em linha de paridade com aquilo que aconteceu há CCA 2 anos atrás quando nci Pelosi decidiu visitar a ilha e inflamou durante o mês de agosto as relações entre os três Washington taipé e Pequim portanto eu acho que estamos a caminhar uma vez mais para aí mas isso não é benéfico para nenhum ator eh eh que haja um novo foco de tensão e eventualmente abrir um novo foco de conflito e numa geografia onde o ator mais prejudicado seria a Ucrânia Porque nós não temos ilusões já todos percebemos isso se houver um conflito em Taiwan os Estados Unidos vão focar o seu apoio na questão de Taiwan vão manter o apoio a Israel e vão reduzir e des escalar o apoio à Ucrânia Taiwan é mais estratégico para os Estados Unidos é mais relevante para os Estados Unidos numa altura em que se fala já há vários anos que se fala mas agora é muito claro do tal priv vou para a E acima de tudo de um reforço das parcerias com os estados asiáticos por causa da questão do mar do Sul da China como temos visto com a triangulação Estados Unidos Japão Filipinas que leva depois à triangulação que justifica a visita que nós começamos esta conversa entre China Coreia do Norte e Rússia muito bem Tiago André Lopes obrigado por nos ajudar a descodificar estes desenvolvimentos na cena internacional bom dia obrigado bom dia [Música] obrigado h