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a canção que te faz sonhar tem tanto para contar pois o caminho a seguir é a missão de incluir nós vamos desvendar melodias Olá este é o desvendar melodias o podcast rfm onde falamos sobre música e inclusão das pessoas eficiência e surdas eu sou a Marta Vitorino e já estou aqui com mais uma convidada para termos aquela conversa que de certeza não vais querer perder mas antes deixa-me só dizer-te que podes ouvir o nosso Podcast nas plataformas de podcasts e em www.rfm.com.br ela começou a escrever poemas desde pequenina foi a The Voice Portugal mas não virou uma única cadeira e no entanto saiu de lá a festejar talvez ainda não soubesse mas apesar de não ter virado uma única cadeira era mesmo na música que estava o seu caminho há quem diga que há sítios onde os sonhos têm teto Mas Ela mostrou que se há tetos para romper é o teto dos sonhos e hoje ela canta para muitas e muitas pessoas e mostra que se nós quisermos alguma coisa não há tetos que nos detenham obrigada por teres vindo Bárbara Tinoco Olá bom dia Obrigada Marta por me receberes obrigada eu Começando aqui com esta questão do The Voice é curioso tu já disseste em várias entrevistas que pensaste que naquele dia era ali que o teu caminho se iria decidir na música ou não tu não viraste nenhuma cadeira e no entanto saíste de lá a Celebrar mas exatamente naquele momento tu pensaste que não seria por ali o caminho ou já sentias que apesar de não teres virado uma única cadeira talvez fosse mesmo por ali eu não sei eu acho que a coisa engraçada de ser jovem e novo é mesmo a ingenuidade é assim que se diz Esta palavra Marta ajuda-me ingenuidade acho Ah o meu cérebro bloqueou pronto essa palavra é da coisa ou seja eh eu acho que à medida que nós vamos crescendo eh eu acho que é por isso que os adultos quando nós somos adolescentes dizem Ah tu espera que tu vais ver ou tu espera que e nós achamos sempre não vou nada e eu é que sei e todas essas coisas e depois crescemos e os adultos tinham toda a razão é que eu acho que nós vamos perdendo essa coisa vamos ficando mais céticos vamos Ficando menos esperançosos porque as as coisas onde nós vamos apostando começam noos a correr às vezes mais mal do que bem ou ou às vezes ao contrário e portanto eu era Ainda sou miúda mas pronto ainda era mais miúda eh tinha Paraí 20 anos agora tenho quase 26 também não é muito diferente mas mas mas faz muita muita diferença e e pronto eu acho que era ingénua e portanto estava esperançosa sem estar esperançosa e ao mesmo tempo esperançosa não sei se isso faz sentido mas é não não tinha bem noção real do que é que podia acontecer na verdade e hoje Já tens noção de que isto é real ou ainda andas a pensar será que isto está mesmo a acontecer sabes agora acho que já tenho já tenho noção que é real agora os medos são outros e e lá está essa é a coisa de crescer mas acho que continuo bastante ingénua tanto que eu estou sempre a fazer coisas novas e e gosto de não ter perdido isso ainda h de chegar a dia em que é que achas que essa ingenuidade te ajuda no teu trabalho ajuda-me a a não ter medo de fazer coisas diferentes ajuda-me a a não ter medo de arriscar ajuda-me a aceitar perder também ajuda-me a falhar melhor ou seja eh eu acho que acho que lido sempre mal quando as coisas não me correm bem mas a verdade é que não eu na verdade até lido bastante bem é olha pronto isto não deu próximo e Ok vamos fazer outra coisa então Eh e acho que isto eh obviamente quando as coisas não nos correm bem nós ficamos com medo que se calhar nunca mais vão correr bem na vida mas mas eu mesmo com medo lá está mantenho a minha genuinidade e eu forou na mesma alguma vez acreditaste já depois de teres a tua carreira consolidada que o Caminho não seria por aqui ou agora é que já estás mesmo disposto a lutar até ao fim faço esta pergunta porque disseste numa entrevista que não te imaginarias como aqueles artistas que iriam estar a vida toda a tentar a tentar tu dizias que se não desse Logo no início que ias à tua vida e tava tudo certo era outro caminho sim eh hoje em dia eu acho que o meu caminho é na na música e se não for como cantora ou se não for não sei como compositora há de ser dentro da música de qualquer das formas eu acho que vou para sempre estar na indústria do espetáculo e na indústria da música mesmo que um dia as pessoas deixem de ouvir e já Não gostem de para oco mas eu vou fazer outras coisas porque isto é isto é a mesma coisa que eu sou apaixonada eu acho que quando nós somos apaixonados por uma coisa nós damos 200% nessa profissão e e esta profissão já me deu muitas coisas e o teatro como é que entrou na tua vida Olha o teatro foi um um sonho como tantos que nós vamos tendo eu sempre quis fazer um musical e e juntei-me com a minha melhor amiga que também sempre quis fazer um musical e e depois nós acabamos a representar mas eh Pronto Olha foi também uma foi também uma coisa que me ajudou a valorizar a minha indústria porque eu penso ya eu de facto Eu eu amo mais fazer música gostei muito de fazer este espetáculo e foi absolutamente inacreditável esta experiência adorei compor as canções eh mas eu acho que gostei mais de compor as canções do que representar quer dizer uma vez é giro todos os dias dizes que precisas de compor e que gostas de cantar Consegues imaginar a tua vida só a cantar ou só compor só a compor sim uma boa vida eu vi os meus gatos em casa só a cantar não sei acho que a minha vida acho que ia acho que ia sentir um vazio muito grande por acaso acho que não não chega para mim eu preciso de criar mesmo coisas pode não ser só música montar espetáculos ter ideias Ou seja a parte da Imaginação e da criação é intrínseca no meu corpo e fazeres espetáculo sobre uma temática tão importante o que é que te faz sentir Olha nós no meu último concerto Havia duas crianças pí com 7 8 9 anos no máximo duas amigas elas tinham um cartaz roxo e pintado em glitter as letras tipo a dizer fascismo nunca mais e eu tipo nunca imaginei a ver duas crianças na fila da frente com cartaz em glitter a dizer fascismo nunca mais tipo com borboletas e assim só que a frase que elas escolheram para o cartaz era fascismo nunca mais e eu acho que a coisa especial do nosso espetáculo foi Relembrar os mais velhos que saem de lá muito emocionados e explicar aos mais novos o que é que foi eu acho que nós tornamos o 25 de Abril fixe eu senti isso a ver aquele cartaz eu pensei uau tipo sem querer nós fizemos com que esta temática para os mais jovens que se calhar já não iam ligar tanto ou já não ligam tanto Ou nem sequer sabiam bem as coisas agora para eles é fixe porque a pessoa que elas gostam de ver cantar acha aquilo fixe eh e não sei há um não sei é um é um na minha casa é um é um dia importante é celebrado é e e portanto gostei de ter feito um projeto tão importante como esse ao lado de pessoas tão especiais como as que trabalharam connosco sentes que para Estas pessoas mais novas que não viveram o 25 de abril e que muitos dão a liberdade como um dade adquirido fazer um espetáculo como este e um espetáculo que tem uma componente musical Ou seja eu posso estar em casa e posso ouvir aquelas músicas que T uma mensagem sentes que as músicas deste musical podem ser consideradas de certa forma as músicas de intervenção de hoje em dia não sei não é mas obviamente Espero que sim e e há as músicas do 25 de Abril São as músicas do 25 de Abril h de ser sempre eu amo cantar o Granda Vila Morena é uma das assim eu não gosto muito de fazer covers mas por acaso Amo cantar essa canção Ah e mas espero ter escrito uma canção nova sobre a mesma coisa sobre o mesmo dia que também que também sirva para para Celebrar para homenagear e para lembrar espero tanto eu como a Carolina acho que sentimos isso com as nossas canções que fizemos especificamente sobre o Dia do 25 de Abril eh a dela chama-se Abril a minha chama-se a madrugada que eu esperava eh se são ou não eu acho que só o tempo dirá mas espero que sim claro sentes que ter crescido no meio de instrumentos musicais te ajudou de alguma forma ou não tendo em conta que tens uma mãe contabilista e que as contas não aconteceu não eu acho que sim eu acho que eu já já vinha no meu sangue eu sou neta de um cantor e de um poeta e e depois cresci numa casa cheia de música e uma família super musical de um lado e de uma família que que gostava muito de ler do outro portanto uma família que me deu muitas coisas para eu me ter tornado a Bárbara Tinoco Na verdade achas que os sonhos têm teto ainda eu acho que não acho que ou seja eu acho que também é fácil para mim hoje em dia dizer isso e e eu acho que se calhar as pessoas quando tão numa tão a começar uma carreira ou TM um sonho e não sabem como é que o podem atingir ouvem este tipo de discurso e dizem claro também é fácil dizer isso para ti eh é um no milhão eh e às vezes podem ter razão porque é que as pessoas gostam das minhas canções e não gostam de outras ou porque é que não gostam das minhas e gostam de outras é uma coisa que não se explica ninguém consegue explicar nós podemos tentar ter teorias sobre isso mas efetivamente é muito subjetivo eu acho que tem a ver com a paixão mesmo com o foco com o trabalho mas a paixão e o foco eu sou mesmo obsecada com a minha profissão Eu amo a minha profissão Eu amo fazer canções eu sou eu fico sou é mais do que ser feliz é é mesmo intrínseco em mim ou seja eu não sei mesmo viver de outra forma ou seja não não teria um trabalho não criativo provavelmente só que só descobri agora a sorte dá muito trabalho Ah dá muito muito muito muito muito muito trabalho meto muitos muitos aí este podcast tem uma componente para falarmos um bocadinho sobre inclusão e picando aqui naquilo que eu te perguntava H pouco de os sonhos terem teto muitas vezes para as pessoas com deficiência colocam ainda mais tetos aos sonhos eh às oportunidades eh à vontade de ser uma coisa que simplesmente as pessoas com deficiência querem ser e não o que os outros querem para elas e muitas vezes eh a inspiração para qualquer pessoa não só para as pessoas com deficiência vem da música inspirar-se numa determinada música Pode ser inspiração para lutar por algo diferente por algo melhor de que forma é que tu tens componente inclusiva nos teus concertos ou se Isso faz parte dos teus objetivos olha tava cheio de medo de vir ao teu podcast mas aceitei na mesma Obrigada porque porque eu percebo eu não não gosto nada de falar de coisas que eu não percebo muito porque tenho medo de dizer alguma coisa estúpida ou tenho medo de pronto lá está tenho muitas pessoas jovens a ouvir aquilo que eu digo e então eu tento evitar falar de coisas que eu não sei e e de alguma forma passar mensagens erradas mas o assunto da inclusão é um assunto que por acaso me interessa bastante por acaso não devia interessar a toda a gente mas e mas por acaso eu particularmente sempre sempre tive interesse e e sempre tive eh de uma forma ou outra algo um tipo de contacto com com vários tipos de não só deficiência mas às vezes outras componentes até mais psicológicas e coisas assim sim e e portanto sempre tive interesse e sempre fui e e todos os projetos que de alguma forma eu consiga apoiar visitar e e dar algum contributo com aquilo que eu puder eu normalmente aceito sempre e e vou e e faço o que me pedirem eh porque acho que esta coisa de normalizar mas criar condições eh ou seja nós não podemos dizer Eh vamos tratar exatamente igual é para tratar exatamente igual mas a pessoa não vê como tu na mesma não é Marta portanto precisa de ter uma forma de se deslocar até um concerto Claro eh portanto é é um assunto que eu penso eu acho que nos Meus concertos eh não existe não eu não sei como é que funciona porque há uma parte prática ou seja eh Há uma eh sei que existe sempre lugares para mobilidade iada sei que existe sempre cuidados eh Se mandarem um e-mail eh são sempre todas as pessoas que alguma vez nos contactaram a pedir coisas especiais para situações especiais os pedidos são atendidos e respondidos todas as vezes Eh agora não sei se por defeito tá uma coisa construída e acho que não eh até até nem sei que tipo de necessidades eh para além das óbvias é que e as pessoas algum tipo de deficiência gostavam de ver incluídas nos espetáculos e e daí acho muito interessante este teu podcast e acho muito interessante Obrigada eh estares a fazer isto e a falar sobre isto e a convidar-nos a nós eh artistas e a a ensinar-nos que acho que isto é um podcast onde tu podes ensinar e podes dizer-nos Olha nós gostávamos Eu Tenho pensado e na minha vida na prática isto era fixe para eu ver um espetáculo ou isto era o que era preciso Olha tenho vários amigos com este tipo de características tipo de característica e do que nós falamos isto era uma coisa boa e ensinar-nos porque eh eu estou disposta a aprender e acho que toda a gente Tu disseste várias coisas muito importantes aqui primeira questão de existe uma diferença entre igualdade e Equidade Todos nós somos diferentes e é um facto seja por questões eh mais visíveis seja por questões não visíveis nós Somos o fruto das nossas vivências independentemente de termos uma deficiência ou não nós vamos olhar sempre para cada uma situação à nossa maneira neste caso a questão da inclusão nos espetáculos é uma coisa mesmo prática e prática em termos eh físicos é preciso mobilizar meios e e afins eu acho que não se deve procurar uma igual uma igualdade deve-se procurar uma Equidade porque era aquilo que tu estavas a dizer eh deve-se tratar toda as como igual Óbvio facto agora eu vou ser cega ou seja ninguém pode tratar de uma forma totalmente igual a uma pessoa que vê porque senão não vai correr bem é isso eu acho que tens toda a razão é são dois conceitos que que não se podem confundir é uma a igualdade implica e cuidade na verdade implica os dois conceitos estão tão ligados eh e há pouco falávamos o Nandinho fez no no meu Arena dele foi a primeira vez que que eu vi e até ele ter feito na verdade nunca tinha pensado sobre isso e achei até interessante ele ter feito isso porque me fez pensar sobre isso que é ter coletes para e as pessoas com deficiência auditiva tou a dizer bem estou dizer bem Ah pessoas surdas Ok pronto Pois é lá está há uma há há esse tipo de coisa que é eh Às vezes a pessoa não quer ser Indelicada e eu nem nem sei bem como dizer a coisa para não ser ah Inconveniente ou para não magoar sem querer mas neste caso pessoas surdas dizemos assim pronto isso é um tema interessante a questão das palavras e dos termos Porque na minha opinião eu acho que obviamente e este podcast eu tento também desmistificar um bocadinho isto Este não é suposto ser um um podcast técnico as pessoas sabem que os termos existem eu posso num instante ir à internet e pesquisar como é que se diz pessoa surda ou pessoa com deficiência mas mais do que eu saber os termos todos e isto eu tenho que também dizer da das minhas vivências eu não quero saber se uma pessoa me chama cega se uma pessoa me chama invisual se uma pessoa me chama baixa visão não é isso que me importa a mim importa-me a intenção por trás daquela palavra a intenção por trás daquele ato obviamente que os termos são importantes que as palavras são importantes mas pensem também muito na na intenção com que elas são ditas por acaso tu dizes e tu falas disso de uma forma muito poética e se calhar nunca tinham dito ou nunca tinhas perido por Dios não estava com pessoas que viam e eu sou uma pessoa que não vejo ou seja há pessoas que ouvem e há pessoas que não ouvem e eu acho isso uma forma muito bonita de dizer mas é um facto é é um facto Mas ou seja de facto deficiência auditiva é horrível não é não é poético não dá para pôr numa canção Mas há pessoas que vê há pessoas que não vê e é bonito a forma como tu dizes eh é bonita pronto eu achei engraçada a boado estávamos antes de entrarmos estavas a dizer Pronto tava com pessoas que viam e eu pensei isso é uma forma muito bonita de dizer isso eh sim eh e obrigada até por ter esclarecido pronto é isso eu é isso que eu acho que não sei se toda a gente sente isso mas às vezes eh o excesso de zelo da nossa parte e acaba por se transformar num num tratamento diferente que nós não queremos dar ou eu não quero nunca dar só que é o é excesso de zelo é excesso de fogo eh não quer mesmo pôr o pé na possa estás a ver então Claro eh como é que eu Agora digo isto semum pronto e acho que acho que tu explicaste bem que tem mais a ver com a intenção e que as pessoas sabem as intenções não é as intenções são são explícitas ex e eu percebo o excesso de zêlo porque há pessoas que efetivamente ainda estão fragilizadas e tem um caminho a fazer eu eu já fiz esse caminho há muita gente que já o fez há muita gente que ainda nem começou a caminhar e que está preso no mundo das ideias pré-concebidas da sociedade e que se é assim que dizem que sou Então se calhar é assim que eu tenho que ser há outros que estão a fazer o caminho e e tá tudo certo então eu percebo que seja perfeitamente normal haver o cuidado mas também não deixar que o chess de zelo H corte também um bocadinho a comunicação porque às vezes também há tanto medo de falar que depois a comunicação não é fluía Entendes o que é que eu quero dizer compreendo perfeit foi o que eu te disse eu estava cheia de medo de vir aqui falar sobre isto porque tinha mesmo medo de dizer alguma coisa que me que estúpida mesmo tipo por Por ignorância mas acho que eh Ainda bem que me convidaste Ainda bem que estou aqui porque vou sair daqui uma pessoa mais consciente portanto já mudaste um artista boa palavras tuas disseste que vais sair daqui mais consciente achas que até agora não estavas tão consciente para isso porque achas que a sociedade não tá naturalmente consciente ainda M artístico seja eu acho que nós vamos tanto conscientes para as coisas que nos são próximas seja isso bom ou mau provavelmente é mau mas eu acho que é verdade ou seja se a tua mãe tiver Alzheimer o Alzheimer é uma doença que te toca pessoalmente se o teu irmão estiver no espetro Isso é uma doença que toca a ti pessoalmente e se calhar tu aliás muitas das pessoas que fazem coisas para mudar o mundo nesse sentido eh normalmente Tem alguém na família que passou por algum tipo de tá a passar por aquela por aquela doença ou por aquela deficiência ou para aquela circunstância e tu vais tendo empatia porque TS a viver aquilo na pele eu nunca tive um amigo eh nunca tive ou seja nem mais do que amigo eu não conheci na minha vida eh ninguém eh invisual ou ou surdo ou com deficiência eh com mobilidade com ou seja não tive ninguém a dizer-me olha Bárbara mas já pensaste sobre isto ou seja nunca tive nunca fui ou seja nunca me aconteceu ter de pensar assim tão a fundo sobre o tema porque não conhecia pronto e isto se calhar é é é parve não é mas mas eu acho que acontece com toda a gente não é tipo ou seja e eu também concordo eu concordo a 100% com o que Estás a dizer e e acho que acho que não é parvo o que eu acho que é parvo é quando nós somos expostos à situação ou vamos à procura mas quando nós vamos à procura Nós já não temos a mente fechada Para isso e agora quando nós somos expostos a uma situação e nos explicam e nós continuamos com as ideias preconcebidas então aí é parvo porque tu já foste exposto à situação já te explicaram e tentaram explicar-te como é que é e tu continuas com a mesma ideia porque simplesmente queres continuar uma coisa é porque não Entendes outra coisa porque simplesmente queres continuar e quando isso acontece acho que isso aí é é parv é dar das Ferramentas para as mãos é darem olha podes fazer desta forma e a pessoa continua com a ideia anterior então aí é que não faz sentido exatamente nos teus concertos tu já alguma vez contactasse com pessoas com deficiência sim mais mais sim mais deficiência cognitiva e mobilidade condicionada isso em quase todos os concertos existem sempre pessoa eh lá está Eu também estava a pensar sobre isso se calhar eh para as pessoas que são surdas eu eu nem sequer sei se eles se divertem aí ver um concerto e a questão do Nandinho que me fez pensar foi isso olha se calhar na verdade eles divertem se precisam é só que alguém lhes dê ferramentas para eles se divertirem exato eh porque pensei pronto não conseguem ouvir se calhar não têm muito interesse mas na verdade conseguem ver e conseguem sentir e a forma deles experienciarem o mundo é diferente da minha portanto a experiência dele vai ser obviamente diferente da minha do que eu acho que é fixe num concerto para ele vai ser outra coisa Qual é que é o feedback que essas pessoas estão andando hist Exatamente é exatamente igual verem eh pessoas com mobilidade condicionada ou com algum tipo de deficiência cognitiva a uma pessoa que não tem nenhum tipo de deficiência ou que Ou seja é exatamente igual o feedback gostei muito ah foi divertido Eh Ou seja nada de de diferente simplesmente ou seja lá está a questão da Equidade as as pessoas de mobilidade condicionada têm um sítio específico para ver o concerto mais de perto do palco para poderem ter boa visibilidade e Para poderem experienciar melhor o concerto e e no fundo é isso e e acho que ficam contentes com com essa com essa lógica quem é que não gosta de ficar na fila da frente né exato recebes mensagens de pessoas com deficiência se calhar sim mas elas não se identificam assim e eu acho que ainda bem não é coitadas também a única coisa sobre as pessoas com deficiência não pode ser eu tenho uma deficiência não é e portanto Provavelmente sim eh recebo lá está recebo muitos pedidos especiais era por aí que eu tava gantar ahok OK desculpa Marta P op pá devem mandar não sei mas não se identificam eu não ando por favor Claro Ah sim recebo muitas mensagens pedidos especiais de eh lá está dos mais jovens que gostavam muito de ver o concerto mas que tem algum tipo de condição e que precisa de uma atenção especial e e lá está era o que eu estava a dizer sempre que nos manda um e-mail para a primeira linha com esse tipo pedidos nós atendemos sempre a primeira linha é a minha agência uhum eh e nesse ou seja para mim é óbvio fazer isso é é a parte óbvia da coisa e mas a parte não óbvia se calhar é a outra parte que eu acho que que também se fala aqui neste podcast que é como é que sem ser um pedido especial ser só um pedido normal ex hh isto porque por exemplo nós nós autógrafos Só fazemos eh em concertos e em espaço fechado em espaço aberto não fazemos eh porque não há muitas vezes condições eh porque ficamos muitas horas e às vezes temos concerto no dia a seguir e não é mesmo possível e então para ser justo para toda a gente a questão da igualdade e da da Equidade decidimos que que não fazíamos mas muitas vezes atendemos esses esses pedidos porque mas lá está essa para mim é a questão da Equidade São pessoas que não podem se calhar deslocar sequer a outra terra para ir ver um concerto num teatro para poderem ter o autógrafo ou para tirar a fotografia ou pronto então atendemos sempre eh os pedidos das pessoas que efetivamente não de outra forma não poderiam ter a mesma experiência que as outras pessoas mais facilmente conseguem ter tu gostavas de ter os teus concertos mais inclusivos faço esta pergunta porque tu Ass respondia que não agora imagina não essa pergunta só tem uma resposta a desculpa acaba a pergunta desculpa não eu faço esta pergunta específica porque Tu disseste há pouco que estavas a aprender e eu acho que é muito importante também termos esta capacidade de dizer eu ainda estou a aprender eu ainda quero perceber mais sobre isto e quero saber o que é que posso fazer e e a minha pergunta era gostavas de ter os teus concertos mais inclusivos e como é que tu acreditas que isso pode ser feito ou seja a resposta primeiramente É óbvia sim sim já tínhamos estabelecido e e a segunda Na verdade eu acho que e acho que há toda uma uma comunidade ou na verdade várias comunidades de pessoas que têm a mesma característica física ou psicológica e na verdade acho que essas pessoas é que nos têm de dizer o que é que para eles facilitava o acesso ao concerto e melhorava a experiência deles de ver um concerto ou de ver um espetáculo de teatro ou de todas as coisas que eu faço H ou seja e que nos ensinassem ou seja na na prática Porque isto trata-se de coisas práticas na prática O que é que nos falta fazer em Portugal e à Bárbara Tino no meu concerto no meu m Arena O que é que me falta fazer para o espetáculo ser mais inclusivo e na verdade para ser para toda a gente que na verdade é o que é e e e nesse caso lá está acho que teria de me sentar com várias pessoas com vários tipos de característica física eles explicassem Olha a mim eu preciso disto a mim eu na minha experiência já vi três ou quarto concertos o que me falta é isto ou então dizerem olha não a forma como vocês até fazem até funciona eh não sei vai que até fazemos alguma coisa bem H acho que é isso ou seja a aprendizagem Passa muito por alguém me explicar porque eu eu acho que por minha própria recreação eu nunca vou perceber porque eu ou seja não perceber vou eu nunca vou eh conseguir chegar à conclusão sozinha porque eu lá sabe que eu sou uma pessoa que vejo eu sou uma pessoa que oo portanto eh eu não vou conseguir perceber o que é que falta num espetáculo a uma pessoa que não vê uma pessoa que não ouve mais uma vez eu deixo aqui o desafio aos ouvintes com deficiência enviem mensagens aos vossos artistas favoritos digam aquilo que gostariam de ver no os concertos digam aquilo que achariam que tornaria os concertos mais inclusivos porque estavas a dizer há pouco que quando enviam mensagens para a tua agência tu tentas aceder aos pedidos já não és a primeira artista que vem aqui e que diz isto Portanto vamos aqui tentar também fazer um trabalho mútuo de os artistas Estão dispostos a aprender Então bora lá Malta Bora lá dizer o que é que melhoraria o que é que nós pensamos Às vezes as coisas não são possíveis logo às vezes se calhar os artistas nem sequer tinham ideia que isso era possível ou que isso podia ser feito se calhar agora ainda não pode mas se calhar daqui a 10 ou 20 anos vai dar porque foi preciso alguém sonhar com coisas que são feitas hoje para que elas sejam feitas sim eu acho que ao longo ao longo dos dias nós vamos passando na rua vamos vendo o mundo não é e vamos às vezes às vezes eu vejo coisas que são criadas para mobilidade condicionada que eu penso só se a pessoa for pro em em cadeira de rodas porque não vai conseguir descer isto de certeza ou vai descer e depois vai com a boca contra oposto e porque isto de mobilidade condicionada tem muito pouco ou às vezes ou seja às vezes penso os acessos foram criados mas na prática quem é que vai utilizar aquele acesso porque não é possível h e depois vou contactando com alguns projetos que eu acho muito interessante interessantes por exemplo o café joia Se Tu conheces Marta sim eh que emprega pessoas neste na verdade não sei não sei ao certo se é só com deficiência cognitiva ou se é com eu acho e peço desculpa a quem conhece o projeto e a quem criou o projeto que é um projeto interessantíssimo se estiver a falhar mas eu acho que é só com deficiência cognitiva mas não tenho a certeza também não tenho a certeza mas que visam em e empregar e ensinar e jovens com algum tipo de ciência cognitiva que normalmente acabavam por não ter nenhum trabalho não ter nenhuma Independência e e é um projeto que eu contactei que Achei super interessante e de repente eles abriram eles agora começaram por ter um café tem um café em Lisboa Uhum E muito fixe podem ir lá eu vou lá muitas vezes e agora a a a Zara Home tem tem colaboradores dentro do do projeto do café joya e é interessante como eh de facto aquelas pessoas fazem absolutamente tudo igual igual e não são iguais efetivamente mas ninguém lhes está a pedir para eles serem iguais mas eh estamos a pedir para não os excluirmos só porque eles não são iguais e não lhes dar um emprego ou nem sequer lhes dar a hipótese porque aquele jovens conseguem aqueles jovens podem Eles simplesmente nasceram com uma nasceram diferentes efetivamente têm uma deficiência cognitiva mas conseguem ter o emprego e esse foi um projeto que eu aquele projeto ensina mesmo toda a gente eu acho que toda a gente que vai ao café Joy pensa ya nós estamos a fazer tudo mal nós escondemos Estas pessoas Estas pessoas não têm dependência achamos que eles não conseguem fazer que não vão conseguir e é mentira nós é que definimos para aquelas pessoas que elas não conseguem fazer porque elas conseguem e são muito mais felizes e são iguais a nós ah portanto lá está esse foi foi assim um projeto que que eu acho muito interessante partilhar e divulgar para eles poderem expandir e poderem P ainda mais pessoas e empregar ainda mais pessoas e de repente Portugal é mesmo inclusivo no verdadeiro sentido da palavra sentes que no mundo artístico falta um bocadinho isso imaginas pessoas com deficiência ou mais pessoas com deficiência a trabalhar no mundo artístico Quando eu digo mundo artístico produção e afins tudo o que envolve Sim era o que eu estava a dizer nós eu não conheço ninguém ou seja e não deve ser porque Ah porque não há assim tantas pessoas deve haver assim tantas pessoas eu é que nunca contactei com ninguém porque no meu meio e de facto eh não encontramos deve ser raríssimo eu não encontro eh pessoa com algum tipo de deficiência seja física seja cognitiva a fazer um trabalho e na música Eu nunca contactei com ninguém e a regra e a a lógica aplica-se àquilo que eu disse eh provavelmente e e eu acho que Muito provavelmente tem a mesma aptidão para fazer a mesma coisa que uma pessoa que vê ou que ouve depende do trabalho não é se calhar um produtor efetivamente tem de ouvir mas eh mas ou uma pessoa que vai gravar um videoclipe tem de ver mas se calhar uma pessoa mas o contrário já pode ser ou seja eh ou seja os trabalhos têm características que têm e que tu podes não ter as características físicas para fazer aquele trabalho mas pronto também há trabalhos que eu não tenho características físicas dizer isso isso é como tudo na vida não é exato É como tudo na vida e nós temos de nos adaptar Às nossas características e às nossas capacidades e jogar com elas na verdade e fazer delas a nossa maior Valência eu eu não sou muito alta eh eu nunca vou chegar à prateleira de cima pronto ten um banquinho em todas as divisões da minha casa e tenho vi obviamente não não estou a comparar e não é a mesma coisa mas estou a dizer que eh também cabe-nos a nós dar dar essa oportunidade e e caba às pessoas do outro lado como estavas a dizer também dar-se a elas próprias essa oportunidade sim porque é que tu achas que não há tantas oportunidades assim eu acho que talvez porque nós queremos as coisas muito rápidas e fáceis e as pessoas com algum tipo de característica física que as impeça ou que torne mais difícil fazer terminar trabalho vão levar um bocadinho mais tempo a a aprender uma coisa ou a inde o que for ou seja não é tão rápido não é tão eficaz não é implica tempo implica e nós estão sempre a dizer nós vivemos muito rápido então parece que já não há já não há tempo eh para dar essa oportunidade ou seja nós queremos uma coisa muito rápida e eficaz mas mas como assim não há tempo não é acho que essa é a pergunta que temos de fazer tipo tem de haver tempo eh uhum eh eu acho que muitas das vezes passa por aí eu no Café joia senti isso ou seja já são eles conseguem fazer tudo mas vão demorar tempo a aprender e tu tens de lhes dar esse tempo para eles aprenderem para eles crescerem e para eles conseguirem a chegar lá não podes estar a exigir o mesmo timing para duas pessoas que têm características diferentes mesmo sem nenhuma deficiência Agora imagina com alguma deficiência eh e acho que acho que tem mais a ver com isso acho que tem mais a ver com queremos as coisas rápido e fáceis e e [Música] acho que tem a ver com isso eu eu concordo com a questão do tempo Acho que a questão do demorar mais tempo a aprender acho que depende um bocadinho acho não é Depende da pessoa e daquilo que é que da pessoa e do que é suposto fazer-se Ou seja eu se calhar como não vejo um caminho eu vou demorar mais tempo a aprender um caminho mas se calhar mexendo um programa de áudio eu vou demorar o mesmo tempo que qualquer pessoa mas eu concordo com a questão do tempo porque o facto é às vezes não é o tempo de eu aprender a fazer alguma coisa ou da pessoa com deficiência aprender alguma coisa Às vezes essa é a questão mas não só porque às vezes é também a questão do do fazer do fazer algo diferente e do perceber o que é que é preciso ser feito eu acho que é muito fácil dizer ol vem aqui uma pessoa cega trabalha para a rádio Ei mas isso vai dar tanto trabalho e não é instalar um programa de som no computador meter Brail na mesa de som e tá tudo ok e é uma coisa tão simples e às vezes nem sequer se perde tempo a pensar no o que é que será preciso para ou se calhar que tempo é que isto vai demorar aem instalar ou às vezes nem sequer se quer perder o tempo de ir ver o que é preciso e de ir instalar as coisas ou de adaptar as coisas que se calhar é mais uma semana e o que é que é mais uma semana na vida de alguém portanto concordo muito com a questão do tempo para terminar Para ti O que é incluir é o que tu dizes é igualdade justa é Equidade Obrigada Bárbara Tinoco por teres vindo aqui ao podcast obrigada obrigada obrigada por teres vencido os teus medos e por estares aqui para a semana há mais eu conto contigo para vires Y