🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
Esta é a história do dia da Rádio observador O que é que aprendemos com os rankings das escolas foram divulgados os rankings das escolas o ensino privado continua a apresentar melhores resultados Malditos rankings que não que não que não têm não interessam a ninguém e que dizem os rankings das escolas não interessam a ning os próprios Ministérios da educação desses países concluírem que os rankings de escola promovem valores anti educativos promovem uma competição pouco saudável entre as escolas está a chegar ao fim mais um ano letivo e esta sexta-feira ficamos a conhecer os rankings das escolas Serão estes dados Malditos Como disse o ex Ministro da Educação João Costa promovem valores Antia como se queixava a fenprof estes dados das escolas são divulgados todos os anos desde 2001 O que é que aprendemos com eles faz sentido ordenar as escolas do país pelas notas conseguidas nos exames nacionais vou falar com Nuno Crato Ministro da Educação entre 2011 e 2015 também professor de matemática e estatística da Universidade de Lisboa e presidente da iniciativa educação eu sou a Teresa AB cacis e esta é a história do dia de sexta-feira 12 de julho professor Crato bem-vindo Muito obrigado passaram 23 anos desde que os rankings das escolas são divulgados O que é que aprendemos Com estes números Aprendemos muitas coisas umas pessoas aprenderam umas coisas outras outras e Mas aprendemos que é importante que estes dados sejam divulgados e é importante que os dados sejam divulgados atempadamente deixa-me fazer um voltar um pouco atrás pelo seguinte a a pergunta eu não quero ser ofensivo de forma alguma mas a pergunta de certa modo de certo modo está viciada porque estamos a falar de rankings ora o que está em causa não são rankings não são Ordenações de escolas o que está em causa é o direito que as pessoas têm de conhecerem os resultados médios das escolas ISS é o problema que está em causa e durante muitos anos até 2001 salvo erro portanto estava-me a dizer isso até 2001 foi desde 2001 Sim foi foi o primeiro ano não foi ora durante muitos anos o estado não divulgava os resultados das escolas porque achava que não se iam divulgar que isso eram coisas que as pessoas não não deveria não não tinham o direito de saber que podiam ser mal aproveitados etc que é um argumento que eh é um argumento um bocadinho ditatorial um bocadinho eu vivi ainda um pouco no tempo de São Lazar e portanto lembro-me disse é o argumento de que o povo é estúpido o povo é melhor manter o povo ignorante e portanto os dados não deviam ser divulgados entretanto houve uma uma reação de várias pessoas jornalistas de fazedores de opinião portanto pessoas conhecidas e de instituições que disseram não desculpe há uma lei que é a lei da da disponibilização dos dados administrativos que diz que os dados que estão na posse do Estado Desde que não sejam de segurança nacional e que não sejam confidenciais têm de ser divulgados portanto qualquer pessoa ou um Jornalista pode pedir a divulgação dos dados e assim foi e a partir daí os dados foram divulgados só que as há pessoas que não gostam que os dados sejam divulgados e outras que gostam que os dados sejam divulgados eu sou daqueles que gostam que os dados sejam divulgados e que acho que é um direito do público conhecer o que se passa nas escolas como é um direito de saber qual é e qual é a duração média das das listas de espera nos hospitais públicos temos o direito de saber eu acho que a pergunta aqui também é o que que depois fizemos com esses dados fizemos pouco eu acho que fizemos pouco mas alguma coisa fizemos Porque mal apareceram os dados das escolas portanto mal apareceram os resultados perceberam-se várias coisas uma das coisas que se perceberam que se perceberam é que havia escolas que tinham bons resultados e que eram de meios favorecidos e escolas que tinham os mesmos bons resultados e eram um meios mais desfavorecidos e que havia escolas com resultados maus tanto ou com resultados menos bons tanto em ambientes favorecidos como em ambientes desfavorecidos ou seja imediatamente se verificou uma coisa é que não é uma fatalidade o os problemas da educação não são uma fatalidade são algo em que a escola tem um papel e portanto a divulgação destes resultados vem mostrar que há um papel da escola e veem trazer um outra uma outra coisa muito importante vai trazer como que uma vigilância no bom sentido so esses resultados as famílias os pais os professores ficaram a saber mais ou menos o que é que se passava com a sua escola e passaram a exigir mais da escola O que é natural e portanto eu acho que isto é tudo muito saudável uhum o que se passou entretanto foi que sobretudo nos últimos anos estes dados foram bem passaram-se duas coisas primeira coisa que se passou foi que nunca mais se discutiu se deviam ser divulgados dados não deviam ser divulgados dados porque os dados estavam a ser divulgados era uma questão legal mas começou-se a dizer se os rankings eram maus ou bons confundindo as duas coisas os rankings falos quem quiser mas a divulgação de dados é uma obrigação do Estado panto os rankings fazem dos Jornalistas fazem faz quem quiser faz os rankings Assim como nós dizemos gosto mais deste Jardim e menos daquele Jardim temos o direito de fazer e para que nós não possamos dizer que gosto mais deste Jardim do que daquele o estado não vai proibir ver os jardins seria uma coisa ridícula o estado eu agora faço um ranking dos Jardins em públicos em Portugal Uhum mas por outro lado também estava a dizer há pouco que fizemos pouco não é em relação aos dados que temos disponíveis exatamente fizemos pouco fizemos pouco em relação aos dados Devíamos fazer mais nos primeiros anos sobretudo fez-se bastante mais agora está-se a fazer menos e agora está-se a fazer menos por várias razões uma delas é que ou aliás duas razões principais uma é que estes dados dizem cada vez menos porque cada vez eles são baseados em exames e cada vez menos os exames têm critérios comparáveis de ano para ano cada vez menos os exames desempenham o papel que deveriam desempenhar de aferir a aprendizagem dos alunos e isso é a primeira razão a segunda razão é que estes dados começaram a ser divulgados muito tarde ou seja nós temos exames que são feitos em junho julho e esses exames os resultados desses exam junto com os resultados internos das escolas junto com uma série de outros estados que também agora se tornam públicos acabam por ser anteriormente eram divulgados em novembro dezembro o que eu acho que já era tarde depois passaram a ser em Janeiro feveriro Março e agora estão a ser Pratic agora estamos em Julho Não é final do ano letivo portanto que Impacto é que isto tem isto é mais ou menos o mesmo que falar dos hospitais e dizer ah a lista de espera dos hospitais de Coimbra olhe era assim Sim há um ano Uhum eu não quero saber o que como é que era há um ano eu quero saber como é que a minha escola está quero saber o que se passa nas escolas quer poder intervir poder poder dizer olha que eu acho que isto precisa de ser melhorado aquilo precisa de ser melhor trabalhado etc portanto Este é o segundo fator o primeiro fator foi os exames foram desvalorizados não só não só o governo durante uma série de anos andou a dizer que o que os os os isam não não representavam nada que era uma coisa má etc como depois começou a alterar os critérios os critérios dos exames e depois a seguir divulga isto tardíssimo uhum sem Impacto nenhum há há aqui um um dado que tem saltado à vista todos os anos que é as escolas no topo da tabela destes rankings não é que medem e as médias dos exames tanto do nono ano como do secundário são maioritariamente eh quando não apenas compostos por escolas privadas O que é que isto nos pode dizer também sobre o ensino e sobre as lições que estamos ou não a tirar não era assim reparse há uns anos não era assim há uns anos repare-se nos últimos anos o o governo não tem e estado preocupado como deveria com a qualidade da escola pública o governo começou por eh começou por AB bastard dar o currículo começou por dizer que o currículo era muito exigente e que não era necessário começou por dizer que que os as avaliações faziam mal aos jovens depois começou a dizer que o importante era a pluridisciplinaridade e não as disciplinas em si e e portanto começou a aboliu as metas de aprendizagem depois aboliu o mesmo as as aboliu mesmo os programas substituídos por aprendizagens essenciais que são coisas muito vagas ora escolas privadas não não segue ex esses critérios já voltamos à conversa com Nuno Crato antigo Ministro da Educação na segunda parte vamos falar sobre outros dados que nos poderão ajudar a compreender a realidade das escolas era um grupo de gente completamente à margem e todosos da raiva Esta é a operação papagaio mais de sempre para derrubar Salazar uma emissão pirata declarando o fim do fascismo e esperando uma revolução uma série para ouvir em seis episódios que faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim Miguel Guilherme com banda sonoro original de Rita Red Shoes estamos de regresso à conversa com Nuno Crato professor de matemática e estatística e antigo Ministro da Educação há aqui uma ideia de que os estes rankings servem para os pais que podem poderem escolher a escola onde querem ou não colocar os filhos estes rankings estão a ser usados no dia a dia das escolas para decidir estratégias educativas não lhe sei dizer mas os rankings ou ou melhor os dados divulgados sobre as escolas cada vez significam menos eh cada vez os exames significam menos e cada vez estes dados saem mais tarde portanto é muito pouco provável que sejam utilizados pelas escolas como poderiam ser por exemplo os que estão a sair agora em julho referem-se ao ano anterior portanto enfim vai-se corrigir o quê vai-se corrigir aquilo que se passava há um ano nós queremos corrigir é aquilo que se está a passar agora portanto e é pouco provável que estejam a ser aproveitados como deveriam alguma coisa dizem e as escolas continuam a olhar para estes resultados continuam sobretudo as escolas mais preocupadas continuam preocupadas exatamente com os resultados e continuam interessadas em melhorá-los eh O professor foi ministro da educação entre 2011 e 2015 qual é que foi a sua experiência com estes dados quando eles saíram A Minha experiência é que isto que estamos a discutir discutia-se já na altura nós tentamos que estes dados se fossem publicados muito mais cedo não não conseguimos tão cedo Quanto quereríamos Mas conseguimos que saíssem muito tempo antes do do que está a acontecer agora conseguimos que saíssem depois das do verão e isso podia ter um impacto diferente daquele que eles estão a ter agora e outra questão que nós que demos muita atenção também foi dar mais dados de contexto porque se estes dados dizem alguma coisa mas não dizem muito deveriam dizer mais Então o que se passa não é esconder estes dados o que se passa é dar mais informação às pessoas ou seja se nós temos escolas que talvez não possam ser comparáveis porque são de meios sociais muito diferentes então expliquemos demos dados sobre esses meios sociais demos dados sobre a história dessa escola nos anos anteriores etc portanto dar mais dados ora a minha experiência quando eu fui Ministro foi procurar sempre dar mais dados às pessoas procurar sempre dar dados de contexto aqueles que podem ser dados nós estamos sempre a falar aqui em médias como é evidente não estamos a falar deste aluno e daquele e os os investigadores depois podem usar esses dados para tentar discutir as políticas públicas ver o que funciona não funciona etc e com esses dados de contexto as pessoas também ficam a perceber melhor o que é que se passa porque se facto se de facto há escolas que têm eh dados têm um meio social tem uma um historial tem muito diferente as pessoas conhecendo esse historial conhecendo esses dados de contexto também podem relativizar as suas conclusões Eu acho que isso é muito importante uhum eh Há pouco falávamos também na diferença entre as escolas privadas e as escolas públicas pelo menos nestes dados que dispomos eh a verdade é que também elas trabalham em contextos diferentes O que é que poderia ser feito para aproximar as duas realidades i a dizer que há quem defenda uma maior flexibilidade na contratação de professores por parte das escolas públicas isso poderia ser uma das medidas que poderia ajudar sim isso é uma coisa isso é uma das coisas que têm sido mais discutidas e que TM tido mais oposição eh Há de facto repar uma coisa para voltar às escolas públicas e privadas a há escolas públicas boas escolas públicas que não são tão boas há escolas privadas boas e escolas privadas que não são tão boas e no seu conjunto E as coisas São relativamente paralelas portanto não é tanto o ser público ser mas é importante no ser privado uma coisa que é a escola privada tem mais liberdade e haver alguma concorrência entre as públicas e as privadas entre as privadas entre si mesmo entre as públicas entre si é algo importante porque ajuda todos a melhorar os seus resultados termina aqui um bocado como como comecei o episódio o Professor defende a divulgação destes dados eh e os rankings fazem sentido ainda fazem sentido como está os rankings quer dizer ordenar os dados de acordo com certo critério são uma simplificação das coisas as pessoas gostam de coisas mais simples se fossem os dados divulgados todos sem ordenação nenhuma seria mais confuso eu Julgo que os rank os rankings são uma simplificação muito grande da realidade e há os jornais divulgam doos porque H uma maneira simplificada de fazer as coisas eu não vejo que isso seja um crime lesa Majestade O que é importante é que as pessoas percebam que não o que está em causa não é ordenação o que está em causa são os resultados das escolas e que esses resultados devem ser interpretados no contexto em que as escolas trabalham Obrigada Professor Nuno Crato obrigado eu Nuno Crato foi ministro da educação entre 2011 e 2015 é professor de matemática e estatística da Lisboa e presidente da inicitiva educa Este episdio foi prarado com contribui de Mariana Marques Tiago no site observador pode encontrar os gráficos as curiosidades e anlise aos dados das escolas esta Foi a hist do dia a sonoplastia do Artur Costa a música do genérico É do João riro eu sou bom fim de semana h