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a canção que te faz sonhar tem tanto para contar pois o caminho a seguir é a missão de incluir nós vamos desvendar melodias Olá este é o desvendar melodias o podcast rfm onde falamos sobre música e inclusão das pessoas com deficiência e surdas eu sou a Marta Vitorino e já estou aqui preparadíssima para ter mais uma conversa que de certeza não vais querer perder mas antes de te apresentar a nossa convidada de hoje deixa-me dizer-te que podes ouvir o nosso Podcast nas plataformas de podcasts no YouTube e nas plataformas da rfm é lá que tens também uma versão com legendas para que as pessoas surdas também possam acompanhar mas agora está na hora de conhecermos a nossa convidada de hoje ela começou muito pequenina e o primeiro Casting que fez estava doente e com febre mas deixem lá porque nem isso AD demoveu mais tarde cantou em bares durante muitos anos e disse que foi lá que conheceu a sua identidade enquanto cantora e foi aí num dos concertos que não estava a correr assim tão bem que alguém a encontrou a ela e à sua banda eu hoje poderia estar a conversar com o vocalista dos Azulejos voadores ou até dos Azul cereja mas nada disso aconteceu talvez a conheças como a vocalista de projetos como Dona Maria ou amor Eletro entretanto fez também um dueto com a Ária e um doeto que Portugal inteiro e ela própria nunca vai esquecer com António variações hoje tem um projeto a solo e eu estou muito muito feliz por tê-la cá Obrigada por ter vindo ou melhor Obrigada por teres vindo obrigada eu Marta sabes muita coisa sobre mim Obrigada obrigada também tive que ir procurar Claro notas aqui bastante trabalho muito obrigada obrigada como é que aquela menina pequenina que foi à empresa da mãe e que viu concertos onda sho decidiu é isto que eu quero para mim tu já sabias que a música Era Eu não diria o teu caminho mas que era aquilo que que tu querias fazer e que gostavas de fazer ah pronto continuei pequenina Na verdade quase do mesmo tamanho dessa altura Hum eu sabia que eu queria cantar eu eu sabia que eu gostava de cantar nessa primeira na na na primeira vez que eu vejo os Ona choque em palco eh passou um bocadinho do gostar de cantar para eu quer fazer isto mesmo sem ter a mínima noção do que é que era o meio musical e e do que é que era necessário para ter uma carreira eu só queria ir para cima do palco e cantar e depois com o passar dos anos h não me chegou a cantar queria também compor queria escrever queria produzir e queria basicamente que a minha vida H vivesse à volta de uma coisa que me fazia feliz que é música a música e os meus filhos que vieram depois e que ultrapassaram a música obviamente estiveste 12 anos a cantar em bares eu acho que foi quase isso sim mas eu não tenho muita noção de de tempos e de e de anos e quando é que fiz as coisas pronto não sou muito boa com datas mas foi certamente muito tempo e disseste numa entrevista que nada acontecia mas que tinhas uma certeza que poderia ser assim a vida toda mas que não ias deixar de cantar o que é que te levava muitas vezes a cantar para quase ninguém o que é que te levava a não desistir ao fim de tanto anos eu acho que é o que me levá é aquilo que leva a muita gente que que que tem uma paixão tremenda e pela música Porque Não é uma questão de de ires para a música H tu quando vais para a música É porque costas cantar e porque queres mas quando manténs a tua vida nisso eu acho que é por necessidade eh acho que há uma necessidade Clara teres a música na tua vida e Houve várias noites em vários bares onde á iam poucas pessoas ver o o show H mas não era isso que me que me parava Até porque não é a quantidade de pessoas que vai ver o show que me faz continuar é a própria música e a necessidade que eu tenho de cantar e de expressar as minhas emoções que me mantém eh obviamente que ter a abertura das pessoas ter ter Malta que gosta daquilo que eu faço dá-me força para continuar H mas se não acontecesse e é pá já tenho 41 anos portanto tenho a certeza que eu não iria parar nunca Nem que fosse numa Sociedade Recreativa quando o João Pedro Pais vos encontra Ah pá tu sabes muita coisa sim muita investigação sim e quando o João Pedro Pais vos encontra e decide falar com alguém que provavelmente pode fazer mais pela vossa carreira do que ele poderia e acredita em vocês e insiste insiste insiste para vos virem ver quando vocês são descobertos num concerto que não estava assim a ser incrível o que é que tu pensaste é agora ou ai logo hoje isto não vai dar não na verdade pensei eh faz o concerto como normalmente o João Pedro Pais adorava Dona Maria e adorava uma das músicas Ai que eu agora não me estou a lembrar do nome da música TS a ver pronto tinhas que ser Tu sabes mais da minha vida do que eu Ah também não sei de qu onestamente Ah mas era uma música Dona Maria que eu agora não me estou a lembrar do nome eu ao acho que era há há amores assim ok ele não parava de falar dessa música e entretanto eu saio de Dona Maria faço uma banda de bar chamada catwalk e o João Pedro estava constantemente a dizer à palula homem que ela tinha que ver a banda e que tinha que me ir aou vi cantar e nós estávamos a tocar num hotel e onde as coisas realmente não estavam correr muito bem não tínhamos quase público nenhum e aconteceu uma data de problemas de som mas a pá homem foi já não me lembro bem com quem não foi sozinha e no final desse concerto ela quis marcar uma reunião connosco ah e o primeiro diso de amor Eletro chama-se cai o caro e a Trindade exatamente por causa disso porque se não corresse bem aqui ir o caro e a trindade para Nós já estávamos há anos a tentar alguma coisa na música e e e não pá tava a funcionar de uma maneira ou de outra mas não da forma como nós gostaríamos ou então se corresse bem caí o Carme Trindade também de qualquer uma das formas positiva ou negativa e caiu o Carme a trindade para o lado bom H Foi a única vez que caiu o Carme Trindade para o lado bom Pronto foi aqui ah e Mas foi muito bom Foi sim senhora pá tivemos uma uma recepção a máquina foi foi uma máquina foi uma máquina Pronto foi uma máquina que teve teve no coração e na vida das pessoas durante muitos anos e e depois disso seguiram-se muito Muitas outras canções que que levaram que nós déssemos muit dos concertos Hum E que vendemos muitos discos felizmente eh até que agora estou com Com estes gira sões e temp estados e o ep mensagens de amor e com mais coisas a sair daqui para a frente mas quando eu falei há pouco em azul cereja era para ser o nome dos amor Eletro Mas tu dizes que não porque para ti a banda amor Eletro tinha que ter amor no nome porquê certo porque porque foi uma banda que foi feita realmente por amor eh nós éramos quatro amigos todos tocávamos todos cada um tinha os seus projetos Hum e éramos inseparáveis Hum E chegou ali uma altura que não fazia sentido sermos tão amigos e cada um ter o seu projeto e não termos um projeto juntos e então a pal e nessa altura já com Dona Maria mas mesmo com amor Electro não era não havia muita gente a cantar em português estávamos numa faz onde muita gente cantava em inglês e a palavra amor e era visto um bocadinho como foleiro sabes aqui há uns anos tu dizeres amor até numa letra Ok principalmente como banda como nome de banda Ok Ah e eu achava Como acho a GIA a palavra amor das mais bonitas de sempre e então eu sabia queria ter essa palavra no nome de banda e também queria que que que que o nome expressasse a música que nós fazíamos e em vez de me estarem sempre a perguntar Que tipo de Son é que vocês fazem e est noos a pôr em caixinhas de tu fazes Regi Tu fazes rock Tu fazes e eu olhava para amor Eletro e não achava que aquilo pertencia a caixa nenhuma sim sim mas quando ouvia a música aquilo que ouv era amor porque eram canções de amor eletrónicas H portanto achei que que que sempre que nos perguntassem Que tipo de Son é que nós é que vocês fazem nós podíamos responder fazemos amor Eletro porque vocês também tinham sido construídos com esse amor não é exatamente B fizeste um dueto com o António variações certo e foi foi um dueto que aí está na altura que aconteceu falaste muito mas entretanto já passou algum tempo e aquilo que eu gostava de saber eh não é aquilo que esse Dueto te deu na altura Quando descobriste que o ias fazer e quando o fizeste mas o que é que já te deu ao longo destes meses que andas a cantar esta canção boa Marta a primeira vez que me fazem essa pergunta obrigada esta música foi H foi a música que abriu a minha a minha carreira a Sol sim e é a música que faz só meu concerto e é a canção que uma das mas até agora da minha carreira A Sol é a canção que mais une as pessoas e un as pessoas com propósito de de real mente de União sem diferenças não é ou com a aceitação dessa diferença eh e com uma perspectiva de de de esperança e de futuro e onde possamos ser muito melhores uns para os outros e para nós hum esta canção vai ficar para sempre na minha vida e este doeto Ok eu não tenho o consentimento do António porque ele já não tá cá mas teve o consentimento da família eh e é e é aquela canção que eu que eu não deixo-te a cantar em qualquer concerto Porque sim é impossível não só não falar sobre aquilo que a canção fala eh não trazer a voz do António para toda a gente e tudo aquilo que ele que ele nos deu e significou para nós apesar do de Eu não o ter conhecido ele foi uma das referências que eu tive de de liberdade e de podermos ser quem nós somos Hum quando na verdade não estamos a cometer nenhum crime nem a magoar ninguém estamos só a viver e a tentarmos sermos fiéis à nossa essência e é isso que eu explico nos concertos E é isso que eu relembro cada vez que a canto para mim e para os outros e teres ido passar férias ao país mais feliz do mundo deu-te uma nova ideia de felicidade ah essa viagem deu-me ideias de várias coisas que que me ajudaram muito apesar de quando eu vim da viagem estava preparada para ser livre em todo lado e veio a pandemia e fiquei trancada em casa eh mas deu-me uma liberdade mesmo estando fechada em casa porque claramente a liberdade está dentro da nossa cabeça em primeiro lugar eh falamos muito em liberdade e de e darmos Liberdade uns aos outros mas parece-me que ainda somos todos muito presos dentro de nós mesmos e que julgamos muito o que está de fora porque nos estamos a julgar a nós constantemente E então também é mais fácil julgar os outros porque assim eh pnos num patamar todos iguais não nos julgamos só a nós julgamos os outros então parece mais fácil uhum eh o putão ensinou-me que essa Liberdade genuinamente está dentro de nós o amor que podemos dar a evolução que podemos fazer h a capacidade de errar e aceitar isso de seguir em frente eh a frase que eu tatuei depois também na na no meu corpo que foi a frase que eu mais ouvi no Putão foi keep walking hh quando já tava de rastos a subir montanhas e pensava que não ia conseguir mais eh tu continuas a andar porque o mundo está em movimento tudo está em movimento e e e acho que houve aqui uma parte Nossa da humanidade eh que parou esse movimento a parte emocional e a parte de evoluir emocionalmente eh Parou avançamos em an de Campos não é da tecnologia de de eh sei lá de tudo e mais alguma coisa e que foi importante para todos nós obviamente eh mas aquilo que não nos está a deixar evoluir e e termos uma vida bastante mais feliz e é é é a parte emocional e a sanidade mental hum por isso é que temos um mundo com tanta guerra e com tanta coisa que eu acho que vem daí eh o putão ensinou-me que quando nos centramos naquilo que somos quando aceitamos eh Há realmente eh esperança de sermos melhores e Isso foi o que eu vi lá eu vi pessoas eh livres e quando eu estou a falar de Liberdade Não tou a falar de Malta a correr no meio da rua eh aos gritos estou a falar de uma de uma paz interior que eu nunca tinha visto uma liberdade emocional uma liberdade emocional Sim este podcast tem também uma componente para falarmos aqui um bocadinho sobre a inclusão das pessoas com deficiência e surdas e eu gostava de te perguntar como alguém que está no mundo da arte há tanto tempo que começou muito pequenina eh dentro destes S que dentro destas leads digamos assim sim eu queria perguntar-te se te deparasse muitas vezes com as questões da inclusão se sentes que é mais falado agora como é que é sinto claramente que é mais falado agora sinto que dá muitos anos que eu tou e sempre houve esse cuidado eh de Termos Nos concertos ao vivo forma das pessoas com alguma deficiência poderem estar à frente e assistirem ao concerto sinto que ainda há muita muita coisa a fazer hum aliás temos temos fãs que falam exatamente nisso nas suas páginas que às vezes é difícil eh em alguns concertos poder ter eh acesso uhum tentei eh ultimamente NS concertos meus ter aqueles coletes sensoriais sim mas que ainda são muito caros Portanto acho que devia haver um apoio do governo para essas coisas não terem que ser alugadas terem que ser eh dadas às pessoas sim eh em cada eu não estou a falar só em concertos estou a falar em todos os aspectos culturais eh que pudesse haver é pá como há cadeiras para as pessoas sentarem certo sim portanto há uma data de de de coisas que são impostas eh porque são necessárias como HS casas de banho há casas de banho há cadeiras só ver Calor a maior parte das vezes há ar condicionado portanto porque é que não há rampas porque é que não há esqueletos Isso faz parte da Necessidade eh de algumas pessoas como as cadeiras fazem parte da necessidade de outras eh e acho que há só algumas necessidades que estão a ser h Hum ai ajuda-me falta uma palavra que estão a ser cumpridas né sim e portanto eu acho que ainda há muita muita coisa por fazer acho que agora se fala mais mas acho que estamos no início sentes que agora se fala mais porque as pessoas estão a tomar consciência ou porque é moda a falar sobre isso eu acho porque quem tem deficiência está a falar sobre isso eu acho que claramente quem está a pôr isso em cima da mesa São pessoas que já devem estar e com toda a razão fartas de não serem ouvidas ou vistas e e que as suas necessidades não sejam cumpridas e eu acho que aqui a internet tem um papel fundamental de todas as páginas pessoais de pessoas com deficiência ou surdas que começaram a falar sobre isso de todas as páginas onde tu podes H eh onde tas páginas com língua gestual explicarem as as as canções das das músicas por exemplo já se há un há um tempo na informação na televisão e pá mas devia fazer até nos programas daytime também até mas que antes não havia Antes era só na informação depois passou para os programas daytime mas realmente devia haver em tudo né sim devia haver em videoclipes devia haver em telenovelas devia haver em filmes devia haver em tudo o que é necessário para toda a gente conseguir perceber e isso não só a sonoplastia eh eh para quem não consegue ver h aliás devia haver um plano com como há um plano há planos para tantas coisas e depois os os planos que realmente como a gente tava a falar ainda há bocado que fazem tanta falta ainda não estão em cima da mesa mas acho que e falando contra mim mesma acho que ISO está a mudar não pelas pessoas que não têm deficiência eh porque não tem diariamente H que lidar com isso portanto é uma coisa que que não está no no no no teu cérebro diariamente o tipo Olha tenho que tratar disto porque não não acontece contigo E então não acontecer contigo é como na guerra né sim não acontece contigo tu estás longe até alguém te dizer olha não acontece contigo mas acontece comigo e não é fixe Sim eu também quero ter a oportunidade de fazer essas coisas como tu h e ainda bem que está começar a acontecer e acho que agora é é é dizer em alto e bom som não falta não chega a falar como tu estavas a dizer falta a girir portanto Bora lá elaborar um plano onde em todos os concertos toda a gente possa e em todos os espaços culturais Eh toda a gente possa usufruir daquilo que se está a fazer porque a cultura é necessária para seguirmos em frente eu até me risco a dizer que não é só entre as pessoas com deficiência ou sem deficiência que está um bocadinho esta Barreira do eh sabemos Então vamos lutar por e sociedade que não sabe eu própria pessoa com deficiência há muita coisa sobre outras deficiências que eu não sei e que estou aqui a aprender eu estou a aprender imenso neste podcast e temme dado um gost imenso fazer isto porque há muita coisa mesmo dentro do próprio mundo das pessoas com deficiência que eu não sei e que acabo por saber e por ficar super Surpreendida e acho que é super interessante e nem toda a gente é obrigada a saber tudo sobre tudo mas saber um bocadinho vão ver que que é interessante inário né mar aquilo que tu estás a fazer é é é pá é abrir uma porta claramente para as pessoas poderem aprender muito mais e estares à frente da defesa de de de que olha vamos aprender e vamos fazer alguma coisa parabéns mesmo Obrigada na tua vida foste te cruzando com pessoas com deficiência ou não Sim sim e tenho tenho uma pessoa com deficiência na família tenho sempre me cruzei o eu pronto tu nos coner conheces muita gente sim tem falado muito disso aqui sim conheces muita gente portanto há há como conheç pessoas loiras e como conheces pessoas magras e altas e baixinhas e gordinhas também pessoas com deficiência estamos a falar de pessoas portanto Conheço pessoas eh de todos os os os os feitios eh tamanhos e feitios h o que me deu também na minha profissão e uma uma empatia e uma sensibilidade diferente acredito eh em relação a pessoas que passam um dia interno no escritório e que não t contacto com ninguém que que possa ter uma deficiência h não só tenho contacto e conheço como já tive as conversas sobre aquilo que que pode ser alterado e o que é que achas que tu Marisa enquanto artista podes fazer falar sobre isso H tentar obviamente que nos concertos que dou que essas eh que algumas dessas estruturas estejam e garantidas Mas neste momento ainda há muita coisa que eu não posso fazer eh Porque é necessário apoio do governo como por exemplo a parte dos coletos que eu tava a dizer sensoriais são caríssimos não há hipótese não não não há como nós conseguirmos alugar isso para as pessoas que lá estão em cada concerto que damos até num concerto especial e que foi tentado era extremamente caro para ser possível com o dinheiro que que se tinha H portanto eu acho que aquilo que se está a fazer aqui aquilo que tu estás a fazer é um é um é pá é um caminho e que que que inicia H aqui muita coisa eu acho que falar sobre isto é dar a entender às pessoas Malta estamos a falar sobre isto e chegar a um ponto Onde esta conversa chega realmente a quem possa fazer uma diferença [Música] estrutural mas se isso não acontecer para quem pode é o povo todo estar informado de que isto não tá certo e de que temos que alterar essa realidade e posso fazer mais obviamente promovendo cada vez mais essa mudança nas tuas músicas não achas que poderia ser um tema tratado não sei como é apenas uma ideia isto porque no momento há pouco disseste que não não precisavas só de cantar precisavas também de de compor de certa forma como é que achas que a música pode estar junto das pessoas com deficiência não Só através das Letras mas o mundo da música acho que é uma ótima ideia acho que posso tentar compor uma canção H tentar pôr-me num num sítio H se eu tivesse algum tipo deciência como é que seria o que é que eu iria sentir ou as dificuldades que se apresentam e aquilo que tu me Estás a dizer leva-me para um pensamento por isso é que nós estamos cá para aprender onde eu sempre vi a arte e a cultura como uma expressão sim uma expressão daquilo que nós somos todos uma expressão daquilo que nós vivemos daquilo que nós vemos e daquilo que nós sentimos sim e claramente nem toda a gente está a ser representada nisso Hum o que me dá aqui um desafio gigante para ver se componho uma canção diferente daquelas que que eu estou habituada a arte e a cultura são essenciais quer se ten uma deficiência ou não H Pela expressão daquilo que nós somos e é uma é uma forma de ligação entre nós porque às vezes Nós não sabemos o que é que os outros sentem e às vezes ouvimos uma música e percebemos que todos sentimos o mesmo sim eh que todos já tivemos aquelas emoções que que e e que se calhar se não houvesse essa música essa conversa nem sequer se teria iniciado H música teatro cinema pintura dança H tu tu tudo o que passe por Sensações que que e emoções que na verdade são é aí que tu tratas delas é aí que nós vamos de Encontro à nossas emoções em conjunto hah hum portanto é pá eu não consigo ver a Vida Nem a minha nem a de ninguém sem arte e sem cultura Ah e ela tem que ser para todos e para todas como todos somos merecedores de amor apesar que algumas pessoas pensem que não também todos somos merecedores de cultura e de arte e acho que que estão ligados lado a lado porque quando estamos a falar de arte estamos a falar de emoção e a emoção é aquilo que nos conduz seja ela emoções boas ou emoções ou emoções mais Ah vamos vamos vamos pôr as chipres todas nas melhores que é isso que eu queria dizer não queria não est a falar de Emoções más agora quer é dizer é Bora pôr as chipes nas emoções boas exato eh mas as emoções más também têm que ser trabalhadas e têm que ser sentidas para se poderem tornar melhores exato acho quando e é como a Isto não vale a pena a gente fingir que não acontece elas não existem que elas não existem e acho que é por fingirmos que elas não existem que depois não sabemos lidar com elas como a as coisas boas têm um motivo e as emoções boas têm um motivo para acontecer as mais também têm um motivo para acontecer e só sabendo esses motivos é que as podemos resolver Exatamente exatamente com a deficiência se a gente a gente só sabendo que acontece é que pode resolver e alterar isso o facto de eu por exemplo ter a sorte e ter a a resolução mental de hoje estar tão bem que se chegasse aqui um médico e dissesse olha Marta Bora encontrei a cura ideal para para a tua cegueira eu ia dizer não não me faz sentido é uma característica minha como outra qualquer e construiu-se enquanto pessoa Então se calhar é isto que falta eu acho que a sociedade está muito ansiosa por resolver o problema no sentido em ver é que é fixe e estou dar o exemplo de ver podia ser todos iguais é que é Fix sermos todos iguais é que é fixe e e se calhar não e se calhar não porque a vida tu não tivesses isto já não tinha esta conversa exatamente pronto mas sabes que dá muito jeito e principalmente aos ditadores que nós chamos todos iguais e que a Malta Não pense e que a Malta não sinta porque se nós fos todos iguais ninguém levanta ondas ex e ninguém anda aqui a dizer Olha mas eu eu gostava disto Olha eu sou diferente aqui nesta questão isso dá muito trabalho eh é muito mais fácil sermos todos um parece um bando fechado não é em em sei lá com Estacas de madeira ou uma coisa assim sim e e e alguém nos dizer agora vocês vão todos para ali e agora fazem todos isto e vestem-se todos desta maneira e toda a gente vai gostar de amarelo isto não existe a humanidade não existe desta forma h a nossa diferença é que faz com que com que isto seja especial e com que a gente tenha alguma coisa para aprender porque se fôssemos todos iguais amanhã iria continuar tudo na mesma eh e não sei se seríamos nada felizes digo-te já quer dizer também não só eu acho que não somos felizes porque não aceitamos essa diferença e não aceitamos não é só a diferença dos outros é a nossa é aquilo que tu estás a dizer eh para começar a não julgar os outros temos que não nos julgar a nós portanto aceitando as nossas características e as nossas diferenças conseguimos melhor aceitar os os outros e tá tudo certo queem ainda tá a fazer esse caminho de aceitação tudo é um caminho é um processo a questão é que seja com ajuda seja sem ajuda Cada um faz o seu caminho como acho Ach que o deve fazer mas no final do dia o importante é que nós sejamos felizes e vivamos à nossa maneira sem prejudicar ninguém eu tenho andado num num processo de de de aceitação do meu transtorno phda e que que me traz muitas limitações e dificuldades e que trazia cada vez mais porque eu não o aceitava e queria ser entre aspas normal no sentido de porque é que eu estou sempre interromper as pessoas porque é que me cérebro não para porque é que eu não consigo dormir porque porque é que eu sou eu sabes qual ponto porque é que eu sou eu em vez de dizer eh em vez de aceitar esta sou eu e eu não tenho que me adaptar eh obviamente tenho que me adaptar a uma sociedade mas eu não tenho que alterar aquilo que eu sou Porque deixa aos outros mais confortáveis porque isso na verdade deixava os outros mais confortáveis mas a mim Ah não vou dizer uma asneira mas deixava-me num buraco ex sim h Hum o que não estava a resultar e a partir do momento em que eu comecei cada vez mais a aceitar isso e a explicar isso a quem estava à minha volta eu acho que quem tá à minha volta também começou a lidar muito melhor E na verdade a perceber que que isso também não resultava para eles eu não aceitar aquilo que eu era no fundo depois o facto de tentares tanto agradar aos outros e àquilo que os outros supostamente idealizam que é o melhor para ti que é o padrão da sociedade faz com que tu não sejas tu própria e no final do dia é a tua família e os teus são os teus amigos se forem aqueles amigos verdadeiros que te vão aceitar e vão te aceitar como tu és seja interromper as pessoas seja seres uma pessoa mais calada seja andar de cadeira de rodas seja estando no espectro seja o que for no final as pessoas que verdadeiramente gostam de ti não vão gostar da pessoa que anda a fazer um esforço para agradar porque no final depois no fundo eles vão gostar de quem de uma personagem que tu criaste mas sabes que é eu acho que andamos todos a fingir simplesmente quem tem uma quem tem uma deficiência visível não dá para fingir mas na verdade andamos todos toda a gente anda a tentar ser uma coisa que não é porque toda a gente se anda a julgar portanto é assim eu acho que sempre fui uma pessoa muito sincera com a minha Essência eh mas fazia um esforço tremendo para não ser exatamente eu mesmo em vários momentos principalmente sociais eh porque me custava imenso eu fao faz-me confissão a luz faz-me confissão estar com muita gente isso foram tudo coisas que eu escondi durante muitos anos e que h e que era possível te esconder porque estava dentro do meu cérebro uhum eh uma pessoa com deficiência não consegue esconder isso h o que torna-me eh O que é que eu queria dizer com isto olha isto faz parte do meu transtorno que é começar uma frase e depois não fazer ideia do que é que estava a falar então estavas a dizer que h e aceitar isso não andar aqui a tentar fingir que sei o que é que eu estou a dizer acho que nós estamos invadidos de padrões padrão de casamento padrão de maternidade padrão de trabalho padrão do que seja padrão de roupa padrão há padrões em todo lado e e há pessoas que não se encaixam nos padrões e nós temos que aceitar isso temos que aceitar sem julgamento porque provavelmente quase ninguém se entrega se se se se se incerde num padrão eh muitos de nós estamos em padrões porque não pensamos realmente no que é que nós somos em quem é que nós somos então é mais fácil ir para um padrão se eu não sei quem sou vou fazer aquilo que os outros fazem eh e para saber quem é nós somos temos que ter e despender esse tempo emocional hh para nos descobrirmos para ouvirmos o nosso coração o nosso coração sear bate de forma diferente o meu bate de forma diferente do teu Mas eu só vou saber isso se eu realmente tiver atento a ouvir o meu coração e depois de conhecer o meu coração conseguir ter o respeito e a empatia e o tempo para ouv o teu as pessoas com deficiência no geral são obrigadas entre muitas aspas a sair dessa zona de conforto sem terem tomado a decisão de sair dessa zona de conforto dos padrões pré-definidos certo foram basicamente essas pessoas tiveram porque não conseguiam encaixar um padrão que tá feito isto que eu vou dizer eu não acredito para todos nós achamos nós que tá feito para a maioria das pessoas e o que é que é a maioria das pessoas é que eu não sei o que é que isso quer dizer é verdade sabes a maioria de nós O que é que mas nós quem das mulheres dos homens dos T olhos azuis dos tem met 60 dos que são médicos a maioria do quê Sim nós somos todos tão diferentes que que é pá que a maioria somos todos Portanto tem que haver eh formas e sem ser comp padrões Tem que haver eh caminhos para todos e para todas não é só para a maioria porque a maioria somos todos não há não há mais ou menos e não nos dizerem que não é possível numa das entrevistas que eu tive aqui com com o artista ele disse uma coisa muito interessante e vai um bocadinho ao encontro daquilo que nós estamos aqui a falar às vezes há muita tendência de colocar as pessoas com deficiência no que supostamente é mais fá fácil para elas e ser o o mundo seja a família seja aos amigos seja aos professores na escola seja o que for a decidir o seu próprio destino certo e isso assusta-me isso é uma coisa que me assusta muito que é tu não seres tu por teres uma deficiência a decidir o teu próprio destino assusta-me saber que existem pessoas da minha idade e que a única coisa deficiência que tem é ser cegas e saber que foi a mãe que escolheu o curso para elas tirarem ah susta me saber que se calhar há pessoas que gostavam de fazer alguma coisa e que na escola eles disseram não vai para aqui que é o caminho melhor para ti e poas não é por tu teres uma deficiência que tu não podes escolher o teu próprio destino totalmente Marta eu lidei com isso numa escola de música onde me disseram que eu nunca iria ser cantor por vários motivos pela minha dificuldade de me concentrar nas aulas pela e por todas as as características que o meu transtorno apresenta h e e as pessoas é muito mais fácil tu decidires era aquilo que nós estávamos a falar da carneirada sabes sim é muito mais fácil quando para ti há uma coisa diferente à tua frente em vez de tu pensares sobre isso em vez de dar espaço a essa pessoa decidir e de perceber Olha é diferente para mim mas é possível eh perdes Muito menos tempo a dizer Olha nem sequer penses nisso não vamos perder tempo com isto Tu vais fazer isto e acabou eh isso torna-se mais fácil para os outros mas não para nós eh não para ti eh não para uma pessoa que tá de cadeira de rodas H cada um deve ter autonomia de decidir aquilo que vai fazer na vida e aquilo que vai ser na vida para ti incluir é para mim incluir é ser eh acho que é isso incluir é é sermos o que somos e aceitarmos o que os outros são Hum E quando Nós aceitamos vai ser impossível não incluir não vais conseguir dormir se não o fizeres porque quando não aceitas alguém não te estás a aceitar a ti portanto estás a viver onde obrigada por esta conversa tão interessante para a semana h mais conto contigo para vires comigo [Música]