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viva e bem-vindos a mais um dúvidas públicas a entrevista de economia da Renascença para ouvir sempre esta hora e que ficará disponível em podcast e em rr.pt Esta semana vamos falar muito de Finanças Públicas de dívida de défice de inflação de crescimento económico temas densos que tentaremos simplificar mantendo uma conversa que tenha utilidade para que todos os que nos ouvem veem ou leem a nossa convidada de hoje é licenciada mestre e Doutora em direito pela unidade de Lisboa mas é também licenciada em economia pela Nova sbe quem a conhece diz que é focada responsável ponderada organizada e preocupada com os colaboradores quero saber se eles se sentem valorizados e reconhecidos pelo que fazem lecionou em várias universidades portuguesas e estrangeiras investigadora tem vários livros e artigos publicados sobretudo nos domínios das Finanças Públicas da orçamentação pública e da Segurança Social a acredita que o que não nos mata nos torna mais fortes não sabemos se a torna mais forte mas confessa que lhe faz bem ouvir música ler e umas idas à praia sempre que isso lhe é possível as suas férias de sonho tê aliás uma receita Clara misturamos praia paradisíaca água quente areia branca e muitas Palmeiras uma visão inspiradora agora que o calor do verão está aí Nazaré da Costa Cabral é presidente do conselho de Finanças Públicas desde 2000 e é também a nossa convidada de hoje esta entrevista será conduzida por Sandra Afonso e arso Reis Agradeço desde já a nossa convidada ter aceitado o convite o bce Manteve esta quinta-feira as taxas de juro inalteradas adiando o segundo corte uma decisão já antecipada pelo mercado na sua opinião a inflação continua a ameaçar as economias muito bom dia muito obrigada pelo convite para estar aqui hoje em nome do Conselho das públicas h de facto o comportamento da inflação tem sido um comportamento descendente enfim a taxa de inflação tem vindo a decair de acordo com a a indicação do iné em junho essa taxa fixou-se em 2,8 e portanto relativamente ao mês anterior prosseguimos essa trajetória descendente do ponto de vista da inflação e agora é evidente que isto não significa que não existam ainda alguns riscos que podem de alguma forma comprometer aquilo que é o objetivo que as autoridades e nomeadamente as autoridades monetárias têm eh riscos esses que se põe essencialmente na Fronte e na frente externa designadamente eh relacionados com o quadro geopolítico e militar que ainda estamos a viver e que podem de alguma maneira eh levar a que surja um novo choque inflacionário sobretudo ao nível do preço dos produtos energéticos e portanto eu penso que aí daí e eh enfim a cautela que eh dado o quadro instável que ainda estamos a viver daí a cautela que o banco central europeu eh mantém a este respeito por outro lado eu creio que o banco central Europeu também está atento àquilo que é a decisão aquilo que são as decisões política monetária da Fed norte-americana Portanto o Banco Central norum americano E aí sabemos que tem havido alguma prudência algum conservadorismo eh naquilo que é definição da política monetária por parte da Fed ainda não fizeram nenhum corte Ora bem portanto Isso significa que o bce também tem que ter em conta isso mesmo e portanto a estratégia aqui não pode ser uma estratégia digamos eh demasiadamente brusca porque Há esses riscos em cima da mesa e portanto Suponho que será isso que está a a a levar esta política mais cautelosa momentaneamente mais cautelosa mas ainda assim com alguns sinais de que essa nova descida possa surgir em setembro ainda que o FMI tenha voltado aar esta semana para os preços nos serviços H Isto pode significar para todos nós ou pelo menos P para aqueles que têm préstimos e coisas do gnero que a descida do juros está bastante mais lenta do que aquilo que seria expectável fa à subida que eles tiveram num período tão curto bom é evidente portanto na medida em que as taxas de mercado também refletem acabam por refletir aquilo que é a a decisão relativa às às taxas de referência não é é evidente que se eh eh Há uma decisão de conter ou de eh suspender essa trajetória de descida que que estava em marcha ou pelo menos de a tornar mais lenta é evidente que isso depois também se reflete naquilo que são as taxas de mercado e e no preço do do custo do crédito ou fim ao F ao cabo no custo do crédito que as famílias e as empresas têm de suportar e para que esse é o caminho ponderado eu parece-me que neste momento é o caminho que a situação Internacional e o quadro internacional exige exato e portanto como eu estava a dizer em Face dos riscos que ainda subsistem H creio que é a decisão que se justifica e é evidente que ela foi tomada de uma forma ponderada enfim as autoridades monetárias o pce eh terá feito essa ponderação segundo dados do Banco Central europeu a procura de crédito à habitação aumentou na zona euro no segundo trimestre é a primeira vez desde 2022 que isso acontece ou seja desde que a inflação começou a disparar eh com esta descida dos juros há condições para as famílias se endividar mais ou seja esta tendência de aumento preocupa h eu eu creio que eh nós temos vindo a assistir nos últimos anos e acho que isso é um dado importante que Aliás a própria comissão europeia recentemente reconheceu uma estratégia que é Global para todo o país não apenas para as famílias empresas Portanto o setor privado mas também para o próprio setor público como é sabido e que é uma estratégia de desendivida creio que esse esforço de desendivida importante porque ele depois tem reflexos a vários níveis nomeadamente aquilo que é a situação financeira Global do país e até mesmo enfim dos bancos enfim de todas as instituições do país como eu digo do setor privado e do setor público e essa estratégia de desendivida importante porque de facto uma das marcas eh eh que nós tivemos nos anos mais recentes há uma década atrás foi precisamente o estado excessivo endividamento da economia no seu todo e e portanto Creio que não podemos abandonar E desde logo o estado e essa é uma das preocupações que o conselho das Finanças Públicas também tem feito não podemos abandonar essa preocupação de prosseguir de facto uma estratégia de desendivida análise é a própria situação externa é a situação de dívida externa Que também está aqui em causa de endividamento externo eu acho que se nós queremos aumentar a solidez financeira a solidez e a independência do país faça o exterior isso também passa muito por um esforço de desendivida a todos os setores da atividade económica e E quando é que a situação pode ficar descontrolada ou seja estamos agora no no um a virar a esquina quando é que podemos sentir o o os alertas a soarem bom isso é o banco de Portugal que tem que fazer esse acompanhamento Como sabe é é essencialmente cabe no âmbito das funções e das competências do banco de Portugal eh ir acompanhando eh o modo como as famílias se endividam e portanto aquilo que são no fundo acompanhando os rácios de endividamento os rácios financeiros das famílias das das empresas Para justamente fazer esses mesmos alertas não pode justificar novos apertos na concessão de crédito não sai isso é uma uma uma avaliação que compete ao banco de Portugal fazer portanto no conselho das Finanças Públicas nós não temos essa competência e portanto caberá justamente à entidade competente fazer esse acompanhamento o iné diz que os preços nomeadamente na habitação continuam a subir e aumentaram pelo menos 5% no primeiro trimestre é uma pergunta recorrente bem sai mas há riscos reais de uma bolha mobiliária em Portugal ou não porque de facto os juros ainda não atingiram patamar que permitam mas as habitações não o preço da habitação não parou de subir eh enfim eu não não não não parece-me um pouco excessivo falar numa bolha no no setor imobiliário enfim é um risco que pode sempre colocar-se agora o que eu me parece e isso é uma uma é uma decorrência digamos de todo o sistema regulatório e de supervisão que neste momento existe em Portugal ao nível designadamente eh da concessão de crédito por parte dos bancos é que hoje existem regras de facto bastante mais exigentes e portanto ao nível da da supervisão e ao nível da regulação eh de facto existem limites existem eh eh rácios que funcionam simultaneamente como limites para a concessão de crédito e que os bancos devem cumprir e portanto eles devem na sua atividade de concessão de crédito Dev devem eh estar atentos àquilo que são os indicadores que quem pede crédito apresenta e portanto deve fazer o seu papel que é atuar com prudência e dentro das regras que estão definidas pelo reg B paraos dois lados é bom para a banco é bom para quem e é bom para o país é evidente portanto se nós tivermos uma situação em que não existem riscos de e criação de de de de inflação de de de de ativos ao nível do preço dos ativos nomeadamente dos ativos imobiliários contenção desses riscos de uma inflação e de uma bolhas eh que possa surgir nesse setor evidentemente que isso é importante para o país eh Há quem en contte estas medidas de que facilitam o acesso à habitação até aos 35 anos porque agravam as condições de mercado para os restantes e criam desigualdades partilha desse receio em relação às medidas eh que estão que estão em cima da mesa em em matéria nomeadamente fiscal entre outras sim sim Maso pacote todo o pacote deção na prática bom eh eu não me quero pronunciar eh também é preciso fazer notar isto eu não me quero pronunciar em concreto sobre medidas de política que tenham sido recentemente adotadas mas por nós pode mas e enquanto Presidente do Conselho das Finanças Públicas devo me abster de fazer comentários e medidas concretas de política agora nós sabemos de facto qual é que é a justificação para essas medidas e portanto havia o reconhecimento de que havia um problema H que tem que ver com a necessidade de reter jovens de reter talento no país há essa preocupação de evitar que haja uma eh emigração massiva de de de jovens quando eles foram formados aqui no país e portanto Esse pacote insere-se justamente nessas preocupações portant a questão é se ele é justo em função da realidade que temos no país pois não queria estar a fazer esse tipo de apreciação a preocupação que devo ter e na medida e essa sim posso assinalar é isto é que na medida em que essas medidas e algumas têm e digamos assim Impacto orçamental eh na medida em que essas medidas possam ter Impacto orçamental aquilo que me parece fundamental é Fazer uma avaliação da sua eficácia ou seja não é e e cual que o o enfim os decisores políticos aprovem medidas que depois possam não revelar eficácia nos seus termos na sua implementação não h e e enfim portanto creio que é importante fazer essa avaliação Para saber se elas devem se elas foram bem desenhadas se foram bem implementadas e se não foram evidentemente ser repensado e se tiveram efeito portanto isso é que me parece fundamental eh Aliás o conselho das Finanças Públicas tem feito sempre esse apelo a necessidade de qualquer medida de política Ela dever ser acompanhada de um esforço de avaliação da sua eficiência da sua eficácia para se perceber se ela é de facto consequente vamos fazer essa pergunta sobre o IRS jovem porque não é a primeira vez que há um um alívio fiscal para os jovens eh que Visa nomeadamente retê-los no país se este se este alívio eh fiscal especificamente tem ou não efeito não sei pois ele está agora a ser eh ag ser bom mas aquilo que é importante verificar e com este pacote que tem as suas particularidades as suas especificidades e volto justamente o ponto que estava a fazer é o de que ter se há que avaliar a eficácia desse pacote desse pacot fal simim mas minha questão é se o conselho das Finanças Públicas já avaliou este tipo de medida tendo em conta que já foi aplicada antes eh em termos de aquela nomeadamente aquelas medidas que já estão neste momento em vigor H eh que foram aprovadas e recentemente e cujo Impacto e que não estavam inicialmente previstas no orçamento para 2024 mas que que acabaram por ter já efeito em 2024 nós temos feito essa esse esse análise desse Impacto não é portanto é um impacto que que já está e calculado na ordem dos 480 milhões de euros portanto isto se pensarmos nos efeitos estritamente orçamentais portanto não estou a ir mais longe e naquilo que é o seu Impacto e para este ano para este ano orçamental que está em curso portanto esse esse essa análise está está está feita portanto é uma análise que na medida em que nós tínhamos inform na medida em que nós saibamos exatamente tínhamos informação e acesso aos dados eh nós depois fazemos os cálculos e e ass exercíci foi isso foi o custo da medida o que gostava a perguntar é em termos do efeito porque começou por por por sublinhar e lembrar e bem que o objetivo da medida era a retenção de talento eh não não compete ao conselho das Finanças Públicas fazer esse tipo de avaliação Ou seja no que diz respeito aos objetivos mais profundos os objetivos últimos da medida deve ser o decisor que é responsável por ela fazer a avaliação Porque isto é algo que se põe já no campo da avaliação da própria política pública e portanto essa a minha pergunta que não está propriamente no guião mas e era question sobre isso se acha que falta algum tipo de avaliação das políticas públicas em Portugal eu creio que esse é um problema crónico infelizmente que nós temos no país é que de facto nós muito muitas vezes fazemos grandes planos digamos a priori não é exante grandes planos que parecem também programas muito bem desenhados mas grandes no sentido de de bondosos de bondosos e com boas intenções de facto mas depois temos muita dificuldade em fazer a a posteriori avaliação do impacto a avaliação da política pública porquê e haverá com ceroc normal é falta de vontade política é uma conjugação de fatores Admito que haja dificuldade do ponto de vista das competências e ao nível da administração pública para fazer esse tipo de exercício muitas vezes também não haverá grande vontade política eh depois os governos vão se sucedendo no tempo e e e deixam de sentir que é necessário fazer esse esforço de avaliação eh e portanto no meio de todas estas de todos estes fatores acaba por se perder de facto a h digamos o foco naquilo que é perceber se se aquela se se os efeitos que que estavam inicialmente pensados não é se foram devidamente alcançados ou seja se a medida foi foi de facto eficaz se aquela política pública foi consequente em relação aos seus objetivos iniciais ainda para para fechar a habitação hh o SL van derl foi esta semana eh reeleita e e no discurso eh em que apresentou as estratégias para o próximo mandato eh eh deu um grande destaque à habitação eh que é uma coisa que que que eh um programa que não estava eh não tinha relevo eh até agora na comissão europeia eh isto era era uma medida uma posição que faltava na comissão europeia este apoio inequívoco a todos os estados membros nas políticas de habitação repare H eh enfim não não o que o que eh creio que é interessante é que hh a comissão europeia a união europeia tem tido nos últimos anos sobretudo desde a pandemia uma eh uma uma ideia de construção da Europa que é um bocadinho diferente daquela que nós estávamos habituados e isto e digamos a a presidente V Lion expressa bem um pouco essa nova filosofia e que é a ideia de que e a a a união europeia deve crescer para áreas que são áreas eh novas algumas delas eh estão justificadas pelo facto de serem áreas que na verdade dizem respeito ao todo eh europeu caso por exemplo da defesa é paradigmático portanto estamos a falar verdadeiramente de de um de um bem que é um bem público global no sentido de dizer respeito a a toda a união europeia e depois temos também eh eh a tentativa de entrar em segmentos de políticas públicas que habitualmente de facto são reduto dos Estados membros o caso da saúde é um caso exemplar durante o processo de gestão da pandemia e agora o caso da Habitação Como está a referir portanto e é curioso de facto que e e isso seja assim porque mostra que existe a nível europeu e um conjunto de preocupações que são comuns embora as áreas em si não sejam porque devem ser naturalmente áreas da responsabilidade e dos próprios estados membros não é no entanto os os estados membros partilham exatamente dos mesmos problemas e das mesmas preocupações e portanto aquilo que eu observo é evidente que não parece que a comissão europeia nem a união europeia vai ter vá ter aqui competências no sentido de dizer como se deve construir ainda de que forma agora Admito que haja aqui a tentativa de mobilização de alguns recursos financeiros e que haja novas formas de financiamento que a nível europeu sejam concedidas aos Estados membros para Justamente obviar a um problema que é um problema que é sentido como comum na União Europeia vamos olhar um pouco para o orçamento o Presidente da República disse recentemente que deve fazer-se tudo para que é o orçamento de estado para 2025 passe Uhum que implicações económicas e sociais para o país tê um na sua opinião obviamente um eventual chumbo do orçamento Bom Há uma há uma uma uma questão que é uma questão desde logo política eu diria não é que é uma avaliação que o governo o próprio governo vai ter de fazer se isso acontecer não é Se o se o se o orçamento não for aprovado portanto se nesse caso o o governo vai ter que avaliar se tem condições políticas ou não para para se manter em funções não é H depois ter-se há que ver se isso não acontecer portanto se se se o orçamento continuar em vigor o orçamento que neste momento está em vigor 2024 aquilo que nós verificamos é que a lei a própria lei de enquadramento orçamental desde logo prevê já um conjunto de regras que regulam no fundo esse esse pero durante o qual o orçamento de 2024 Será aplicado em 2025 por ausência de um novo orçamento da gestão doos que tem depois vários problemas é um regime é um regime que em termos técnicos se denomina de regime transitório de execução orçamental e que define as regras que justamente se devem colocar à execução do orçamento da Receita e da despesa pública ess essa questão da da utilização por do décimos que tem sido sempre muito colada ao regime transitório Isto é sempre que há uma prorrogação de vigência do orçamento Aliás ela é usada devo dizer com alguma falta de propriedade do ponto de vista técnico isto porquê Porque o princípio da utilização por do décimos que significa que a despesa tem que ser usada rateados do ano eh pelos meses do ano ao fim ao cabo que é um princípio de contenção no uso das dotações que estão alocadas a qualquer despesa é um princípio geral ele é um princípio geral da execução orçamental e portanto mesmo quando o orçamento está em vigor digamos assim eh eh nos seus trâmites e termos normais Esse princípio é por regra aplicado depois por outro lado existem exceções a Esse princípio o que a explicar é que pode-se gastar um bocadinho mais nos primeiros meses Desde que não se gaste eh eh de igual modo nos últimos meses não o que eu estou a aplicar a explicar é que em termos normais ele deve ser justamente e gastado de uma forma do o decimal digamos fiada e em termos iguais e há despesas em que isso se justifica plenamente não é São despesas que todos os meses mais ou menos é aquilo que se vai gastar neste caso at fará sentido o problema é o resto não é agora a questão é durante o período transitório este este princípio assume uma uma importância acrescida porquê Porque como é um período que tem uma duração curta porque a expectativa é de que haja um novo orçamento que depois vai ser aprovado e portanto a situação depois volta a ser normalizada portanto como aquele orçamento vai ser eh executado eh uns meses e durante aquele ano poderia haver a tentação por parte do Executor de gastar as verbas todas logo em dois ou três meses verbas pensadas para serem gastas a longo de ano e por isso é que ele é digamos um princípio de contenção no uso da própria dotação orçament bom agora isso não significa que não existam exceções e a atual lei de enquadramento orçamental até prevê exceções que dão muita flexibilidade no uso das dotações ou seja permitem exceções ao próprio utilização por doos o que significa que por exemplo eh despesas como pagamento de prestações sociais despesas associadas a direitos dos trabalhadores essas despesas podem ser eh gastas ou realizadas para lado do o1 que lhes caberia porque a própria lei que prevê para salvaguarda dos direitos digamos assim dos direitos das pessoas que se possam antecipar um pouco ir antecipando um pouco os doos para que as pessoas vejam paga integralmente a sua a sua pensão e o seu salário enfim o que for que está coberto por essa mesma exceção portanto h o que eu digo é que não é por falta de mecanismos eh legais que eh eh digamos assim o orçamento pode constituir um entrave à governação em 2025 Se isso tiver que acontecer o país não para estar ser governante em doos Ora bem o o o o regime este regime transitório ele por um lado ele quer evitar o vazio financeiro no estado e quer evitar just examente isso que estava a dizer que é o feixo de atividade no estado a paralisia de atividade no estado e desse ponto de vista as regras estão lá estão definidas no artigo 58 da lei de enquadramento orçamental e elas e têm uma função e e e e e servem e servem para objetiv mas de alguma forma impedem opções estratégicas ou não é verdade só que eh de certa forma é verdade porque também estamos muito habituados a olhar para o orçamento desse ponto de vista Isto é como grande instrumento da Estratégia pública não é orha e eu creio que neste momento há um documento que deveria já estar a merecer muito mais atenção do ponto de vista eh da opinião pública da atenção política por parte de enfim dos vários responsáveis e que está já a ser preparado pelo governo e que é o novo plano estrutural Nacional de Médio prazo que o governo vai ter de apresentar no ano âmbito da revisão do do sistema de regras orçamentais eh e esse plano sendo um plano de Médio prazo ele é também como o próprio nome indica um plano estrutural e é um plano que vai incluir um conjunto de reformas desde logo o próprio Plano Nacional de reformas e e este é que deveria ser daqui para a frente o grande plano estratégico eh Mais até do que o orçamento e portanto vê-se Sempre que há uma grande atensão mediática em relação ao o orçamento que é um documento contabilístico a fim ao cabo de inscrição de receita e despesa e os documentos que de alguma maneira podem corporizar uma estratégia de política e de de política orçamental de política económica acabam por ser um pouco descorados em termos de atenção mediática reforçando o que está a dizer até porque o próprio Ministro das Finanças já disse que eh medidas como a descida do IRS e do irc vão ficar fora do orçamento de estado repare eh a receita a receita que é evidente mas isso repare é evidente Mas isso pode perfeitamente acontecer porque aliás até me parece que deve acontecer devo dizer Esta é a minha opinião é uma opinião que eu tenho já Já devia acontecer por regra por regra ou seja as matérias estruturais de natureza fiscal elas não devem ser decididas no orçamento é essa é a minha posição aliás tenho tenho escrito e defendido porque uma coisa é o ser digamos utilizado para fazer uma atualização de uma taxa enfim de algo que não seja verdadeiramente estrutural a partir do momento em que é uma decisão de política fiscal estrutural ela deve ser autonomizada em termos do processo legislativo ou seja ela deve ser um deve constituir um processo legislativo próprio autónomo porquê por uma razão de dignidade democrática da própria matéria as matérias fiscais são matérias estruturantes e portanto quando elas são enxertadas no orçamento do estado no meio daquela profusão de matérias que por vezes lá há o debate fica diluído o debate fica diluído e elas perdem a sua dignidade e em matéria fiscal Isso não pode acontecer ou seja deve haver um debate próprio autónomo com uma incidência em que todos possam discutir todos os atores os grupos parlamentares possam discutir e discutir aquela matéria e portanto Essa é a minha opinião desse ponto de vista portanto também não vejo mal que assim seja na última campanha se não estou em erra Apelou digamos à responsabilidade dos partidos nas propostas que Uhum acha que eles têm sido responsáveis ora e o que é que eu posso nomeadamente já agora em relação ao próximo orçamento que estamos a agora em vias de perceber como ser há uma Enfim uma verificação que temos que fazer que é neste momento nós temos de facto várias propostas de alteração com com relevância orçamental e que vão ter com certeza Impacto nas contas públicas seja do lado da receita pública seja do lado da despesa pública verificamos que de um modo geral as que se conhecem e eu estou a fazer uma verificação Isto é fáctico não são do lado da despesa são do lado não Algumas são do lado da receita porque também introduzem alterações exatamente em termos do lado do IRS por exemplo da parte fiscal Portanto o que eu vejo é que elas de um modo geral Elas têm H um impacto que será negativo nas contas públicas neste sentido e se eu estou novamente a falar em termos imediatos do ponto de vista do seu Impacto orçamental ou seja ou porque elas implicam aumento de despesa ou porque elas significam uma diminuição da Receita e também não tenho visto Isto é um é facto eh a preocupação de apresentar medidas de compensação de compensação para estas novas medidas que agora se querem eh aprovar fazer aprovar e estou a dizer isto quer em relação àquelas que partem do governo quer em relação àquelas que partem dos partidos da oposição também do lado da oposição tem vio preocupa isso preocupa-me agora eu creio que nós devemos ler a situação atual isso preocupa-me e já vou dizer porquê mas queria só fazer aqui um parênteses porque tenho visto eh digamos opiniões sobre o o é o que é que pode justificar eh Este quadro digamos assim de tantas medidas a profusão de tantas medidas há quem ten um entendimento que é um entendimento eu diria igno nocivo no sentido de dizer estão estão os partidos estão estão todos a disputar eh eh digamos assim e o eleitorado estão a querer ver quem é que dá mais eh e há aqui aliás eh quem diga que isto é também uma forma de satisfação de grupos de interesse de grupos de pressão das várias corporações sobretudo ao nível da administração pública e portanto que há aqui um jogo que é um jogo eh essencialmente oportunista por assim dizer por parte dos atores e partidário Por parte dos atores políticos não é eh essa é uma opinião que tem digamos assim feito a sua o seu caminho também no que diz respeito à ação é Preciso olhar também para uma outra perspectiva esta que me parece que é talvez menos referida mas que tem mas que tem porquê que parte desta questão porquê que agora de repente todos os partidos o governo partidos da oposição à esquerda à direita de de uma forma indiferenciada decidem propor tantas medidas em várias áreas e aumentos salariais reduções fiscais e eh melhorias aqui nos vários setores que que não fizeram há um ano atrás por neste momento ora e esta é uma questão que eu queria alertar e que é me parece sério eu próprio Tenho pensado sobre isto H eh de facto eu creio que há uma uma o os partidos políticos são representativos do povo não é e da sociedade em geral e eu creio que há uma resposta que neste momento os partidos a bem ou mal pode-se jogar com essas questões do oportunismo mas a verdade é que há uma razão de fundo e a razão tem que ver com isto O país nos últimos anos fez de facto um esforço grande o país no seu todo atenção o país no seu todo os portugueses fizeram um esforço grande eh para eh termos bons resultados em termos de consolidação orçamental eh conseguimos enfim reduzir o nosso défice conseguimos reduzir a dívida pública isso à custa do esforço coletivo como eu dizia há pouco também houve um esforço de desendivida externas H que Aliás a comissão europeia recentemente reconheceu retirando o país Portugal da lista dos países que apresenta desequilíbrios macroeconómicos eh excessivos portanto eh isso já foi reconhecido eh do ponto de vista portanto Houve aqui uma consolidação Houve aqui a resolução digamos assim de alguns desequilíbrios financeiros externos que o país apresentava agora a verdade é que isto se fez muito à custa de algum sacrifício Sacrifício social ou seja os portugueses eh verificaram que a dado momento que todas estas medidas implicaram cortes cortes e sacrifícios cortes nomeadamente em setores fundamentais da atuação do Estado a a saúde a educação a habitação h a justiça portanto áreas consideradas fundamentais para a vida das pessoas que eram fundamentais para chamar para aquilo que nós podemos considerar o equilíbrio social da sociedade no seu todo porque são veículos fundamentais de mobilidade social de reparação das desigualdades de combate à pobreza e o país atingiu um limite um limite um ponto de limite e portanto neste momento eu quero me parecer que todas estas medidas também são que os partidos estão a apresentar corporiza um apelo social que a sociedade no seu todo Estava a fazer de recomposição desse equilíbrio social ou seja sim senhor tivemos a reparação de desequilíbrios financeiros externos e macroeconómicos mas agora atenção há aqui um problema e se não repararmos esta questão social o pode entrar também num pode vir vir a estar abraços com um problema de rotura social e de quebra da coesão social e portanto eu creio que também não devemos digamos assim olhar só pelo lado o lado menos positivo é uma resposta a um problema que a sociedade no seu todo estava acha que chegamos a uma situação limite e esta é a resposta dos partidos osta porque eles corporiza um apelo social de certa forma agora Volto à questão que me Estava a fazer isto foi um parêntese eu não me esqueci dela certo a questão é de facto eh tínhamos nós o entendimento que nós Qualquer que seja mais positivo mais e menos positivo mais Benigno menos Benigno em torno de todas estas medidas da profusão de todas estas medidas há um apelo que o conselho das Finanças Públicas faz sempre que é a situação das contas públicas do nosso país enfrenta riscos esses os riscos estão lá e desde logo o risco de ainda termos uma dívida pública elevada num contexto em que o crescimento é sempre um crescimento pouco firme não é no sentido de que ele pode evidentemente os sinais neste momento até são favoráveis Mas as coisas todo momento podem inverter-se a situação a forma como os mercados percecionam a situação Global do país a situação das contas públicas a situação de endividamento eh público externo do país essa percepção pode mudar a todo momento e nós não queremos voltar a ter as dificuldades que tivemos durante o período da grande crise financeira e de Finanças Públicas que tivemos nós não queremos voltar a ter um aumento da do do do do prémio de risco e e a degradação do rating da república como tivemos Nessa altura que teve nos trouxe imensos problemas de acesso de financiamento e no custo desse mesmo financiamento e portanto e por outro lado e evidentemente não queremos voltar a ter e juros e a corresponder a 5% do PIB como tivemos nessa nessa altura porque significa não ter folga orçamental nem margem orçamental para fazer mais nada em termos mas os riscos hoje são mais políticos do que económicos ao contrário do que foram no passado mais económicos do que políticos ou não o o risco eu penso que o panorama hoje o quadro eh macroeconómico e das contas públicas é claramente diferente daquele que tivemos nos anos 2010 felizmente diria não é felizmente e por isso pergunto se são mais políticos que económicos temos agora temos a circunstância de termos de facto um governo que do ponto de vista da sua base de apoio é um governo minoritário isso é fáctico e com todos os problemas de gestão política que isso pode comprometeu com uma série de medidas exato agora eu também me parece E ontem estive a ver um pouco do debate ontem enfim nesta semana estive assistir ao debate da Nação sobre o estado da Nação que foi que que est eu creio que da parte dos atores políticos há apesar de tudo apesar desse quadro que é instável evidentemente mas há uma certa contenção há uma certa contenção na forma como apesar de tudo mesmo a oposição eh trava o seu o debate político com o governo eu eu creio que há também a consciência de que a situação eh exige ser gerida com responsabilidade eu tenho sempre esta visão que creio que benevolente eu creio que é preciso que haja responsabilidade responsabilidade por parte de todos os atores políticos responsabilidade do ponto de vista da daquilo que é o efeito das suas medidas das medidas que são propostas e depois responsabilidade naquilo que é interação de uns partidos com os outros eh do governo com com os partidos da oposição e entre eles também já que fala em responsabilidade política uma das medidas mais polémicas deste governo até ao momento eh foi a descida do IRS em que o Parlamento aprovou a proposta do PS o governo insiste que viola a norma travão o conselho das Finanças Públicas já fez as contas eh a medida ultrapassa ultrapassa de facto a despesa orçamentar não é eh repar para efeitos de violação da Lei travão basta que exista uma diminuição em termos da receita portanto independentemente do efeito que isso possa ter so sobre a despesa a a regra que está definida na Constituição é muito clara a esse respe ultrapassar a despesa ou ou ou ficar a quem da receita portanto há aqui esta esta alternativa ou haver um aumento da despesa ou a medida implicar um aumento da despesa ou então consubstanciar uma diminuição de receita bom E no caso evidentemente tratando-se da diminuição de uma proposta que envolve a diminuição de IRS ela por si só envolve diminuição de receita portanto dá razão ao Ministro Miranda Sarmento à primeira vista e dou razão aos juristas que fazem apreciação e desta matéria olhando para aquilo que é o quadro constitucional vigente e e defendo essa eu pessoalmente enquanto jurista defendo essa essa essa essa apreciação essa visão olhando para erc h quem acusa o governo de apostar no fundo de tudo quase um um passe de mágica no alívio que tá definido como receita para o crescimento atribui essa importância a este a este caminho bom novamente sem querer estar a a a fazer digamos assim avaliação das medidas de política em concreto eh creio que é importante e volto a repetir aquilo que há pouco disse que o impacto dessas medidas meso do ponto de vista económico não é do seu efeito económico sobre a economia de que forma é que elas podem estimular a economia que essa análise deve ser feita e portanto qualquer medida que envolva o quadro fiscal não é os impostos seja o IRS seja o irc evidentemente que essas medidas elas tem um um um impacto orçamental imediato e depois há que ver de facto o seu impacto do ponto de vista económico e Considero que essa avaliação deve ser feita acha que o governo fez essa avaliação eu não sei tem que fazer tem que questionar Portanto o governo terá que que que ser questionado sobre os estudos técnicos que eh alimentam as propostas eh eu estou olhar para aquilo que foi a apresentação do pacote nomeadamente pelos senhores ministros da economia e das Finanças há há algum tempo há pouco tempo é um pacote que foi recentemente apresentado e o pacote é extenso com um conjunto de medidas que são de apoio à economia e portanto penso que haverá algum estudo técnico essas mesmas medidas imag não se da minha especialidade Imagino que é um caminho para o crescimento económico mas a minha questão é é este o caminho que acha que Portugal devia fazer nesta altura h eu não vou fazer esse tipo não vou fazer esse tipo de comentário porque isso já me obrigava a pronunciar em concreto sobre uma op polí sobre uma opção política e se me permite eu não quero fazer esse tipo de consideração mas em relação ao cálculo à contabilização do impacto das medidas h o o governo estima que a descida do irc custe cerca de 500 milhões por ano portanto 10000 milhões em 3 anos mas ainda agora no debate do estado da Nação Luís Montenegro e disse ter fé é a expressão que ele usou eh citando o primeiro-ministro ter fé que podia ficar abaixo dos 500 milhões também não me quero pronunciar sobre não nem fazer nem nem com as palavras do Senhor primeiro ministro mas tem fe pode ficar abaixo neste momento como eu dizia aliás no princípio da entrevista nós temos pouca informação ainda em termos quantificados e nomeadamente sobre estas últimas medidas que foram anunciadas nesse pacote e portanto não não posso não tenho informação não tenho dados para me pronunciar sobre o impacto final dessas mesmas medidas emos O que é que elas significam de perda de receita apreciando a sua prudência este pacote de 60 medidas para a economia eh na sua opinião tem soluções que permitam de facto melhorar o crescimento do país ou não eh bom eu acredito que sim eu acredito que se há se há um pacote que é apresentado com esse objetivo eh acredito Acredito que sim Olhe há uma questão que eu que eu que eu valorizo isso não é não é digamos assim eh digamos eh não não não aí posso posso de facto dizer que é importante nós termos medidas que apoiem a Inovação o desenvolvimento que apoiem eh a investigação científica é importante haver medidas que promovam hh digamos o crescimento das empresas portanto que estas mesmas empresas possam ganhar alguma escala para poder ser mais competitivas para poderem ser mais produtivas Para poderem pagar não estou a dizer que vejo eu estou a dizer que me parece que que é útil pensar num sistema fiscal que seja concebido Com estes propósitos Sem pôr em causa por outro lado aqueles que são objetivos primaciais que um sistema fiscal também deve prosseguir que é um objetivo de justiça social e de redistribuição também de riqueza portanto eh nesse sentido parece-me que eh veria com bons olhos um programa nesse sentido e e enfim e e vejamos O que é que vai sair deste programa penso que a intenção dos dos governantes que o apresentaram também vai nesse sentido ver Veremos se ele será consequente desse ponto de vista deixa-me só fazer mais uma pergunta eu não quero insistir neste tema mas acho que este é importante H tendo em conta que até defende a diversificação eh da economia h o que é que acha eh das medidas de apoio ao turismo são várias que estão incluídas neste pacote eh como uma área que se destaca mas também é uma das áreas em mais crescimento neste momento há aqui um pendor excessivo para o o turismo que talvez não fosse necessário bom eu vejo com preocupação sem sem sem estar a querer de facto Até porque não conheço em concreto o tipo de medidas que foi apresentado para para para esta para este segmento do Turismo como eu já tenho dito em outras alturas eu creio que é importante a diversificação da economia mas é evidente que nós temos um grau de especialização somos bons no turismo e ainda bem ainda bem que somos portanto tambémm não é preciso estar sempre eh a contestar a aposta que se possa eventualmente fazer no turismo um turismo de qualidade evidentemente que é isso todo que é isso que nós desejamos agora eh aquilo que de facto me parece é que é eh e e e aqui volto até à reflexão que há pouco estávamos a fazer por causa da da da do quadro europeu e da nossa e da e da atual situação que que é a Europa em enfrenta eh eh neste a Europa neste momento tem uma grande ambição e a e a a novamente a presidente Úrsula Von orl tem uma grande missão eh que é uma missão ao nível da transição para a economia eh por uma economia descarbonizada ao nível do digital eh lançando os alicerces daquilo que é a chamada nova política Industrial europeia portanto a reindustrialização da Europa H ora e a minha grande preocupação é enquanto economia que somos periférica e que temos sido sempre periféricos e portanto nós não podemos de facto correr o risco de Continuar a ser apenas um destino mesmo que seja de luxo dos dos turistas da Europa nós temos que ser mais ambiciosos e de facto no no quadro desta definição desta nova política Industrial desta nova política económica nós temos que estar lá temos que estar eh num digamos nas cadeias de valor que estão aqui a desenhar-se Temos que estar no centro da Inovação e da e da investigação científica por isso Aquela aquele foco que eu há pouco dava a ligação da investigação científica e e política de inovação H às empresas e e temos que ser muito eficientes na captação de todas as financiamentos que eventualmente venham da Europa e acima de tudo nós temos que saber fazer isto internamente temos que em termos nacionais temos que ter a ousadia e a ambição para estar de facto muito bem posicionados neste grande desafio estratégico que é Um Desafio europeu mas que é nacional também bem porque nós temos os nossos parceiros europeus mas que também são nossos concorrentes e portanto nós não podemos deixar que perder digamos assim este esta esta este esta linha de especialização na inovação naquilo que é e gerador de maior valor acrescentado e que é digamos tudo tudo o que implica o digital inteligência artificial portanto nós temos que estar no centro desta revolução tecnológica que está em curso estamos a falar da transição digital transição Ener que aliás estão associadas que aliás estão profundamente associadas ouvia dizer julgo eu que a relação da dívida pública devia ser um designo Nacional eh este governo tá a cumprir esse objetivo Eh vamos ver qual é que é o result circunstâncias para que possa ser cumprido esse objetivo enfim sendo mais amal é uma é uma é uma meta que o próprio governo traçou no seu programa nomeadamente a meta de chegados a 2028 termos uma dívida pública na ordem dos 80% do PIB portanto aquilo que eu retiro desta deste desta intenção expressa num programa de governo e e que já estava no programa eleitoral al e a nazar da Costa Cabral acha que isso é possível acha que isso é execel essa exato creio que é preciso continuar a gerir para esse efeito as finanças públicas com Rigor é preciso manter a preocupação com o equilíbrio orçamental é preciso manter a preocupação com a manutenção de saldos primários que é o saldo orçamental sem os juros da dívida pública positivos e enquanto formos uma economia com uma dívida pública considerada excessiva ou seja acima dos 90% do PIB e portanto para isso vai ser possív vai ser necessário um grande Rigor na gestão das Finanças Públicas é preciso não entrarmos naturalmente em aventureirismo do ponto de vista financeiro e orçamental se isso acontecer eh repare as nossas próprias projeções em políticas invariantes apontavam justamente nesse sentido Portanto o que significa que exequível é não é fácil não será fácil e so situação de estabilidade política será ainda mais difícil vai obrigar a responsabilidade como eu digo Volto ao ponto responsabilidade política porque parte de todos os atores por parte de todos os responsáveis Miranda Sarmento já voltou a garantir que fecha o ano com um saldo positivo apesar da execução ter arrancado em défice é possível volto a ponto e eu creio que e não é impossível e mas não vai ser fácil e ficou Surpreendida com o déficit do primeiro trimestre estamos a falar essencialmente eh hú repare há um aspeto não Surpreendida eh não não não é o termo não não não não é o termo nós acompanhamos até porque nós acompanhamos em contabilidade pública estamos sempre a acompanhar a evolução daas surpresas precis são ser mitigadas não são exato agora e há alguns aspectos ou seja h para este ano há um aspecto que é favorável e que joga a favor desse resultado e digamos assim e mais favorável é que partimos de um ano 2023 com um excedente de 1,2 se retirarmos as medidas onof ele até era superior era um excedente de 1,7 do PIB Portanto o ponto de partida é um ponto de partida francamente favorável que permite criar ali uma espécie de margem para acomodar um conjunto de medidas que têm vindo a ser digamos assim adotadas eh por outro lado há também um outro aspecto que pode ser favorável do ponto de vista do resultado orçamental e que é o comportamento da economia ou seja neste momento os sinais eh não são e negativos ou seja e a economia enfim está está a correr o comportamento da economia está em digamos a correr bem no sentido de que temos H perspectiva de chegar a uma taxa de crescimento entre 1,5 e 2% do Este ano e portanto não h mais próximo de dois ou me Como sabe nós fizemos as as nossas projeções em março e elas apontavam para uma taxa de crescimento este ano de 1,6 agora eh Talvez hoje poderíamos rever um pouco uma décima ou duas não seria de melhorando melhorando uma revisão em alta portanto com os dados com os dados que temos neste momento poderíamos fazer essa essa emora eu estou naturalmente a falar não estou não estou naturalmente quer ser rigorosa neste ponto portanto a a situação económica não é desfavorável e isso naturalmente que joga a favor das contas públicas agora eh temos aliás alguns aspectos da da da na condução da da situação orçamental que que que que são favoráveis por exemplo o comportamento da Segurança Social que está a correr bem não é em termos de de salto francamente positivo em termos de receita receita das contribuições sociais e esse é logo um bom barómetro para para aquilo que possa vir a ser o comportamento do resto do Estado agora há outros aspectos que por outro lado nos deixam alguma alguma hum preocupação por assim dizer e que é nomeadamente o comportamento da receita fiscal h não as coisas não começaram bem com o Iva Bem sei que ainda tínhamos o efeito Iva zero e que só agora é que o efeito e eh digamos a a a a supressão do Iva zero é que agora se vai fazer sentir em termos de efeitos na na na cobrança do Iva isto por um lado a receita do IRS já começa a notar também o efeito das medidas de redução que foram adotadas e que estavam já previstas no orçamento e portanto há ali ao nível mesmo vai acontecer com a irc caso avance e pois Mas não sabemos se será já ainda não exatamente este ano mas em todo o caso portanto a receita fiscal e deixa-nos ali algum algum e elemento de uma certa preocupação por outro lado temos as medidas de despesa não é que estão já eh e portanto supando supando estas estes aspectos favoráveis por um lado e desfavoráveis ou menos positivos por outro lado ou que geram alguma preocupação por outro lado eu diria que é exequível mas não é não é um resultado fácil eh é impossível eu deixarmos de falar disto da auditoria A recente Auditoria do Tribunal de Contas e que mostra que o sistema de incentivos para reduzir a despesa pública IMP ainda com a troika foi totalmente ineficaz e e que foi uma década perdida é impossível reduzir a despesa olhe e ainda bem que fala do do relatório do Tribunal de Contas porque recordo-me que nós num relatórios há algum tempo e chamamos Justamente a atenção para a ineficiência do sistema que Visa avaliar a eficiência da despesa de certa forma Portanto o estamos a falar do sistema de revisão da despesa não foram ouvidos até agora até agora infelizmente não até agora infelizmente não nós temos conselho das Finanças Públicas nós temos feito de facto imensos alertas nós chamamos na altura a atenção dissemos que o que existia não era um verdadeiro sistema de revisão da despesa era um sistema que permitia aqui ali de uma forma muito irregular muito espars obter algumas poupanças algumas migalhas em certos níveis rúbricas de despesa mas não é um sistema que permita de facto de uma forma estruturada ao nível dos serviços ao nível dos programas da Administração Pública até porque também não temos ainda verdadeiros programas orçamentais e portanto parece-me muito difícil avançar com um verdadeiro sistema de revisão da despesa enquanto não tivermos as despesas verdadeiramente estruturadas por programas e portanto e desculpe mas só para quem nos ouve perceber o que nos está a dizer o que quer dizer o isso é que nós não temos uma noção exata daquilo que é a despesa pública em Portugal nós sabemos exatamente que a despesa é gasta por exemplo nós sabemos Qual é a despesa nós sabemos sabemos que el é gasta em remunerações em aquisição de bens e serviços em bens de capital e por aí fora mas depois se perguntarmos e para que é que essa despesa serve ela serve para fazer o quê onde qual é o fim Qual é o objetivo dessa despesa Não temos porque não temos programas orçamentais que são são programas de objetivos de despesa são programas dirigidos ao fim da própria despesa então permita-me a conclusão logo sem isso não conseguimos de facto transformar a despesa pública num uma coisa que consigamos reduzir e ora bem porque também além de não termos verdadeiros programas de despesa Ou pelo menos não temos generalizados e no orçamento do Estado também não temos indicadores de desempenho associados que permitam de facto de fazer essa avaliação de desempenho Isto é saber se o programa é bem executado se ele é necessário se ele satisfaz os objetivos que se propunha e com base nisso então obter as Tais poupanças de des questão da avaliação das políticas públicas de alguma forma voltamos exatamente ao ponto no fundo as coisas estão todas muito ligadas estamos mesmo a fechar últimas perguntas em tempos e com outras circunstâncias defendeu uma avaliação do património líquido Da TAP agora que a empresa vai ser privatizada justifica-se uma nova avaliação eh bom eu creio que no quadro do o próprio processo de privatização se ela avançar não é não sei não sei não não desconheço em absoluto neste momento do estado não há informação a Mas eu creio que qualquer eventual interessado o solicitará o requererá Isso parece uma condição exatamente perceber qualquer investidor quererá saber exatamente qual é a situação financeira e patrimonial da empresa e portanto essa avaliação deve ser feita deve é evidente Ela será necessariamente feita querme parecer já agora mesmo antes de terminar o estado é um bom gestor de empresas Ou se explico passa um pouco a ideia para para a opinião pública de que as empresas públicas são um acumular de problemasum e o que eu pergunto é o estado é de facto um bom gestor de empresas eu acho que eh temos ainda um pouco a tentação de olhar para uma empresa pública como se ela fosse uma espécie de um braço de uma extensão de um braço da administração pública e um servador de fundos públicos e e e de facto as empresas acabam por ser geridas não como verdadeiras as empresas públicas acabam por ser geridas não como verdadeiras empresas Ou seja H que ela que são empresas que devem ter um objetivo económico um objetivo Empresarial não é há aqui uma lógica Empresarial que está por trás que não é uma lógica redistributiva como sucede no caso dos serviços da administração pública e portanto eu creio que muitas vezes não se olha com para basta logo ver a forma como o estado muitas vezes desvaloriza aquilo que são os instrumentos de gestão financeira da própria das próprias empresas públicas aquilo que são os documentos eh as demonstrações financeiras os documentos provisionais e os e os documentos de reporte das próprias empresas públicas eh e depois gerindo as empresas como se elas na verdade fossem serviços da administração pública que não são e portanto eu creio que o que falta É é acima de tudo termos uma gestão que seja cada vez mais profissional das empresas públicas por estores por sores financeiros por sores que saibam e gerir efetivamente s para terminar no último relatório eh revelam que os municípios estão menos endividados mas o sustento orçamental caiu brutalmente em 2023 apesar de ainda não haver muita informação sobre o processo decentralização isto serve de alerta para eventuais impactos ou o que pode ou deve mudar neste processo olhe essa questão é muito importante a meu ver eu tenho ali aliás também já falado sobre esse tema Em alguns momentos e eu devo dizer que eu inicialmente eu que sou favorável à descentralização devo dizer eu acho que há áreas em que de facto H se justificaria se justifica plenamente fazer a descentralização porque me parece que eh se trata de matérias que podem ser muito mais bem geridas se forem geridas a um nível de maior proximidade com os cidadãos e portanto se estamos a falar de prestar bem e serviços cujo alcance é um alcance local faz sentido que seja o governo local a assegurar Essa gestão isto aliás mandam os princípios e manda a teoria e eu tinha de facto esperanças que áreas como a saúde Como a educação como a ação social H fossem áreas que descentralizadas elas poderiam não apenas ser melhor geridas indam encontro das necessidades reais das populações reais de cada município de cada localidade porque o país é muito diversificado e portanto as necessidades que existem no norte e no Sul em municípios de grande dimensão e de pequena dimensão não são as mesmas e eu eu tinha de facto esperança que esse processo de descentralização fosse também um passo para o desenvolvimento e para um crescimento mais harmonioso do nosso país e eu devo dizer que a forma como este processo de descentralização acabou por ser conduzido e designadamente nos seus termos financeiros acabou por me desiludir e causa-me algumas preocupações e por isso também os resultados deste relatório que foi publicado esta semana me deixam alguma inquietação é que a expectativa era de que as a descentralização pudesse servir não apenas como um processo de fazer melhor por estar junto e dos cidadãos mas fazer com alguns ganhos de eficiência e Haver a preocupação de se dizer bom agora estamos a centralizar o município vai assumir competências porventura vai fazer sem precisar de gastar tanto as Tais poupanças a tal lógica de avaliação da própria polí da própria despesa pú despesa porque há há um grau de proximidade que exatamente porque se perdem desperdício porque se há desperdícios que que deixam de existir julgo aliás que a descentralização também tem essa pressuposto na sua base exosto de uma gestão mais eficiente da despesa pública e aquilo que eu tenho receio e e estes dados agora com este relatório também é que para além da pouca informação que ainda temos é quando se transferem competências exatamente como é que se avalia o custo dessas competências que são transferidas será como é que isso avaliou como é que isso se fez em termos e o que que o que é que foi feito em termos dessa avaliação não sei se houve aqui Rigor não sei se hou e depois por outro lado os tais incentivos que deveriam ter sido dados no no sentido de levar as próprias eh municípios a fazer mais e melhor se calhar com menos eu não sei se esses incentivos o processo de descentralização os dá e portanto continuamos aqui num jogo de termos as as autarquias a pedir sempre mais dinheiro porque e acham que aquilo que tem não é suficiente e o estado depois vem dizer que o estado Central depois vem dizer que já deu o suficiente e às tantas de facto aquilo que era essencial era dizer as autarquias vão fazer aqui porque fazem melhor porque é racional que façam aqui porque fazem melhor que o estado e porque elas próprias têm condições de fazer de uma forma mais eficiente e essa avaliação técnica técnica mesmo de Rigor não sei se este processo de descentralização a fez tenho as minhas dúvidas pelo menos até agora pelo menos até agora pelo menos até agora esperemos que a situação e possa vir a ser diferente como sempre antes de terminar tentamos perceber melhor os nossos convidados e enfim um bocadinho também através do seu gosto musical já que dissemos que a música é uma das suas paixões posso dizer assim também por isso pedia-lhe que nos revelasse Qual é a escolha musical que fez para terminarmos esta entrevista e que no fundo justifique um bocadinho essa opção Sim e eu escolhi uma canção do Fausto do Fausto bordal Dias foi por ela acho que é uma belíssima canção de amor também é uma canção de encontro como muitas as do Fausto como muitas do Fausto portanto uma amplíssima canção de amor e uma can que é também do encontro do norte e do Sul e o Fausto enfim infelizmente deixou-nos e acho que a melhor forma de se homenagear um músico e um cantor de quem se gosta é ouvir ouvi-lo e acho que é também a minha forma de homenagear O Fausto até porque a qualidade da música dele merece a escolha musical de Nazaré da Costa Cabral a Presidente do Conselho das Finanças Públicas que esta semana foi a convidada dde dúvidas públicas entrevista que contou com o cuidado técnico de Carlos a imagem da Beatriz Pereira na Renascença entra agora em vigor a chamada grelha de verão pelo que estaremos de regresso em setembro até já Boas férias for caso disso até setembro Boas férias