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[Música] [Aplausos] sejam bem-vindos no programa desta semana vamos dar uma volta ao mundo através das memórias de um viajante que ousou atravessar 54 países durante 1000 dias numa mini moto foram cerca de 80.000 km com muitas aventuras algumas delas com adas no livro volta ao mundo da mini moto que acaba de editar André Sousa bem-vindo às conversas do fim do mundo antes deais muito obrigado pelo convite muito boa tarde a todos ora Essa era um namoro antigo não é já andávamos a conversar há muito tempo É verdade vim cá antes deste mediatismo todo e destas histórias todas capazes de lançar um livro mas já é uma relação antiga e fiz questão também de vir aqui por isso mesmo por este carinho que tenho pelo João e de ter estado aqui logo no início obgado mas trata-me por tu caramba aí na na rádio pensei que tinha que ser por você não não isso não brincadeira brincadeira olha vamos falar desta moto que te levou a viajar por 54 países 800 80.000 km 1000 dias de aventura e superação super tremo uma moto amarela porque é que decidiste viajar nesta nesta moto que é um modelo muito particular uma moto baixinha não é o desafio foi exatamente ser a primeira pessoa a dar a volta ao mundo numa mini moto nunca ninguém o tinha feito então decid nunca nunca nunca com uma mini moto nunca ninguém o tinha feito então eu decidi vai ser com esta gostava o pioneirismo inspirar outras pessoas é sempre o meu grande objetivo é provar que era possível com a moto mais pequena dar a volta ao mundo ou seja com um Budget que eu tinha de 20 € por dia na altura dizer assim não é preciso ser rico ir com uma topo de Gama e damos a volta ao mundo lógico facilita muito mas a coragem eu acho que é a primeira coisa para dar o passo e arrancar e sim er e dias a seguir cheguei são e salvo 20 € por dia era o teu orçamento eh mas houve dias em que tu nem sequer gastaste um cêntimo não foi Claro e houve dias que gastei muitíssimo isto não inclui Transportes da moto porque aí torna-se é ridículo aí é sempre para torrar não tinha de ter apoios Claro custa mais que a própria Mota a mota é tão pequenina muito bem mas e contaste muito durante esta viagem com a generosidade das das pessoas que viviam nos países e que ias atravessar santo é o que eu dig e até esse livro está escrito na na primeira pessoa do plural nós nunca o André o André Sousa simplesmente faz parte de um grupo de pessoas que deu a volta ao mundo numa mini moto porque que eu digo ninguém consegue dar uma volta ao mundo sozinho seja quem for nem que seja a pessoa mais Capaz não consegue e então eu agradeço a todas as pessoas que apareceram no meu caminho que me ofereceram um almoço que me deram uma dormida que me seguiam e mandavam uma mensagem que eu lia aquilo e dizia eu tenho que terminar isto não posso regressar a casa durante 3 anos mas eu vou conseguir fazer isto então a viagem nunca foi do André Sosa e foi de todos que apoiaram os patrocinadores seguidores todos quando saíste de Portugal de da cidade de Avis no dia 12 de julho de 2020 já sabias que ias por 3 anos não tudo estava planeado para ir durante 2 anos e estava previsto arrancar a 25 de Março que são exatamente 15 dias depois do início do covid a primeira banda da primeiro lockdown que tivemos quando nos fechamos todos em casa não se e eu fiz uma promessa todos em casa eu com tudo organizado uma banda de música contratada um evento gigante contratado assim não é possível tudo planeado os patrocinadores já com o apoio dado tudo eu assim eu vou arrancar acontece o que acontecer a partir do momento que a fronteira de Espanha abra eu entro em Espanha e ficao o tempo for preciso entre países e vou nem que seja na Europa 1 2 3 anos eu vou continuar e vou não vou desiludir ninguém assim foi isto foi uma semana exatamente a seguir a abrir a fronteira de Espanha com Portugal foi só o tempo de organizar a partida e organizo e estava previsto ir para a África na altura não me permitiu fiz a Europa toda em covid os custos até foram muito maiores estava previsto para dois anos passou para três e mudei a rota o sentido ou seja fui até à Turquia e quando tive de ir para os Estados Unidos depois fazer as Américas primeir ou seja dei a volta ao contrário no sentido oposto eu ia de Portugal para este seja de Oeste para este e depois fiz dest para Oeste faço as Américas Austrália Ásia quando eu voltei à Turquia já tinha dado a volta ao mundo porque eu já lá tinha estado uhum seja eu ainda Fiz uma volta ao mundo e um quarto por causa do covid ainda foi à África fiz outra vez a Europa toda a África e termino em Portugal novamente em Avis no dia 8 de Abril passado 1000 dias de 2023 agora do último ano falaste da Turquia foste apanhado por um sismo muitos dos nossos ouvintes provavelmente conhecem-se da tua participação eh nos canais de informação portugueses porque tu estavas lá quando quando se deu aquele grande sismo hh de foi em que mês eoo de 2023 portanto tu entraste a relatar o que se vivia na altura para os canais de televisão portuguesa como é que foi esse dia eh André é daquelas situações que eu normalmente até nem nem gosto muito de falar porque é uma é como se fosse uma zona de guerra e às vezes até pior eh estarmos a 7 km do epicentro de um terramoto que mata 50.000 pessoas é aquela situação de de pânico se vi v-se coisas que nunca se esquece e depois foi eu não podia sair de lá também ninguém conseguia porque as estradas tinham aberturas de 3 4 5 m senti preso ouem ou nem se tem tempo para pensar nisso não se tem tempo para pensar em nada simplesmente é tentar sobreviver porque depois as pessoas não dão comida porquê Porque T familiares que a casa tá toda destruída estou em casa delas então eu não tinha acesso a comida foi no meu hotel e que ficou um bocadinho torcido ficou em pé os edifícios ao lado caíram as pessoas que lá estavam faleceu grande maioria Uhum E foi tirar da máquina automática tirar umas batatas fritas umas bolachas e as águas todas que eu podia eu que fiquei com meio l de água por dia durante os três primeiros dias só no quarto dia começou a aparecer alguma ajuda Internacional e arranjaram a estrada e a começar a chegarem apoios de camião e oferecerem comida e nessa altura Eu também fiz aquele voluntari para tentar ajudar a tirar os sobreviventes que à noite estavam menos 3 menos 4 graus estava Neve participaste nas nas operações de busca participei mas não é algo propriamente que eu recordo não é que porque são momentos eu não conseguia dormir eu tirava puxava com as cordas As equipas profissionais entravam nós puxávamos basicamente corpos concordas é que eu digo eu quando entregava uma criança quando era da minha idade menos mal Vinham da cor do cimento e agora quando era uma criança eu entregava-se à família a família gritava chorava eu chorava como se fosse a minha família Isto são é o que eu digo Isto é daquelas coisas mesmo no livro Não tá muito a fundo porque são coisas que me tocam e que eu nem normalmente nem gosto de partilhar são momentos que ficam Marcados Para sempre na na nossa memória e não com com bom ar e com com alegria nãoé mas é espantoso a desenvoltura com que tu falas disso não é sim porque S sou um bom com iador agora anteriormente é verdade é verdade anteriormente é o que eu digo Eu normalmente até evito as questões da da Turquia são sempre aquelas ainda há pouco tive com com um cameraman que esteve lá que gravou agora para a televisão e que até tínhamos falado da CN e ele diz o mesmo eu tive em zonas de guerra tive mas a Turquia ninguém imagina o que é que aquilo foi el foi muito grande e ele que está habituado a isto ficou igual a mim tu estiveste lá quanto tempo na Turquia e depois do terramoto de seis dias ou seja fiquei seis dias não é depois a fazer as reportagens tudo até não aguentar mais psicologicamente e dizer não conseguia dormir não descansava as réplicas o meu hotel estava torcido no avião de dormir eu tinha que dormir num hotel que podia roir tinha dormir vestido um banho nem vê-lo porque não existia água ou seja isto para nós faz uma confusão tá seis dias sem poder tomar um banho sem e psicologicamente é um bocadinho pesado foi foi a experiência que mais te levou ao limite nesta viagem de volta ao mundo André foi foi psicologicamente Foi duro mas eu tenho outra que é o rapo no Nepal o se raptado também mexeu um bocadinho aí foi partilha sim se drogado Quais foram as circunstâncias desse Rapto eu vou dar assim uns Highlight zinos só porque é uma história assim de meia hora e tá essa tá toda descrita no livro no livro que é estar num hotel se chegar ao Nepal a minha mota chegar naquele dia eu ir ao aeroporto levantar a mota porque vinha da Tailândia e temos entre a Tailândia e o Nepal temos ali me mar que está em guerra civil há vários anos não se pode passar então 3.500 € para mandar a mota ou 4000 € só da Tailândia ao Nepal era a única maneira de poder terminar este recorde e eu vou receber a moto chego ao Hotel um francês que eu nem conhecia que tava no hotel começamos a conversar e ele convidou olha hoje joga França para a copa do mundo vamos ali a um barzinho só ver uma cerveja e ver o jogo Uhum eu claro que sim foi bebi duas cervejas acordei a 3 horas e tal de viagem de carro Ah no meio dos himalaias num carro depois isto tudo se desenvolveu descobri que tinha sido drogado na bebida reagi uhum levei uma carga de de porrada como se diz um português pancada e e abriram uma cabeça em três sítios ai foi eles achavam que eu ia morrer eles fugiram assim mesmo olha agora já não serve para nada Uhum eu consegui levantar toda atordoado que era uma estrada levaram-me a Hospital numa carrinha de caixa aberta entreen hipotermia Então os dias seguintes este rapo isto Depois tem muita coisa no meio a mesmo meia hora histórias mirabolantes mesmo loucas como aconteceu isto tudo é mesmo ridículo E então quando acordo no outro dia não é é quase para além da ressaca da droga que dão não é o cérebro totalmente é muito mal uma pessoa fica ali com uma depressão ali eix como é que isto ac e provavelmente também é tud doado tudo a pancada não é sim tudo todo cozido sem ninguém num hotel Zito no meio do do Nepal ali que sai do hospital e para um hotel Zito e estar ali que não podem mexer muito mal informar a família que ninguém sabia de mim H dois dias e esta parte também foi bastante difícil do do rir sim sim psicologicamente pois já são as melhores histórias mas os dias seguintes são duros pois são boos porque sobrevivemos não é claro claro e eu já and a arriscar bocadito já anda a arriscar um bocadito tentaram matar três vezes na viagem sem eu fazer nada agora foi im três eu eu sabia de uma agora três foi esta depois do Rapto eu consegui uhum Foi ridículo até quando eu estava no chão cheio de sangue só viia um que falava inglês Sim lá no meio dos himalaias quando eles me batem e eu estou no meio do chão e euv em ponic que falava em inglês que era um rapaz de 1,80 arrastas ou seja era tinha uma fisionomia que era difícil de esquecer mas era era no pals eh depois era indiano depois eu descobri Uhum mas eram indianos e devia nepaleses indianos mas a maioria indianos eh eu virei-me para ele e disse e pá para que é isto tudo pá Vais à internet e metes around the world on a mini bike e Vais ter notícias em todas as línguas sobre esta volta ao mundo tentar ser a primeira pessoa o rapaz ouviu aquilo fugiu e não é que ele chegou a casa e pensou Agora quero ver se ele morreu ou não morreu e segui-me no Facebook eu mal vi eu mal vi um rapaz rastas e com revólver uma pistola a apontar para a câmara era a foto do perfil dele era assim é este foi só ir à polícia Olha este é o primeiro meu amigo e comecei Olha o bar foi este câmaras do bar Pumba vi a miúda que me drogou tudo que nem falei com ela portanto todos eles tiveram e a imprudência de te seguir depois nas redes sociais não só aquele então aquilo foi apanhamos logo o grupo todos tinam um cadast depois foi puxar o novelo depois a matrícula do onde meteram era aa eram um táxi onde um deles trabalhava portanto Olha aí está o benefício das redes sociais depois criam depois é criam matar porque eu fiquei S Dias aut tensão tudo e depois a polícia disse assim André Vais ter que ir embora que eles vão te apanhar pois E eu aí tive fugir a outra foi quando foi preso no México que é a história exclusiva do livro que ninguém toda a gente sabe que eu fui preso ninguém sabe porquê ensina loua num num dos Estados mais perigosos do México da terra do famoso el de Chapo já guzman E então e outra foi na Grécia uma questão também muito louca que salvei um senhor e depois queria matar mas não amamos essas histórias porquê porque são sempre histórias assim loucas muito bem a Dom México deixamos para os leitores mas já agora gostava de que partilhasse com os ouvintes da rádio observadora não vamos contar essa também tá no livro também tá no livro mas depois vendes o livre quando quando do México V lá podemos ir a outras interessantes esperto mas mas portanto E H então responde-me a esta pergunta H terceira vez na na Grécia já tinhas ferramentas dentro de ti que te permitiam lidar e com uma ameaça de morte de outra forma ou nunca se aprende Não e porque essa foi logo a primeira essa foi logo no início da viagem depois foi México depois foi Nepal foi a última vez Ok Ah então então faço a pergunta ao contrário no Nepal já tinhas desenvolvido ferramentas que te permitiam encarar a ameaça de morte de outra forma ou seja quando nos querem matar eu aprendi o truque É fugir sempre de madrugada o resto do pessoal tá a dormir quando te forem a quer apanhar já lá não estás essa eu aprendi e comprei sempre sempre 5 da manhã tá o André a arrancar com a sua mini moto uma média de 50 60 km/h lá vai ele por ali fora muito bem estamos a falar da mini moto uma uma moto pequenina a que tu aplaste carinhosamente de super trosso Porquê qual o nome mais português que trmo trmo é uma coisa super tradicional Portuguesa que só nós entendemos podia ser a super desenrasca sim mas desenrascar desas mas isso H em todo lado no mundo inteiro há desen rascan agora o termoss é aquela coisa e depois a mota era amarela não é daí o tremoço e também vem de uma anedota quando eu era criança muito ridícula que eu nunca entendia aquela anedota que é era miudito com 10 anos e os miudos diziam assim o que é que é um ponto Amarelo no meio do universo e toda a gente F é um super trmo e aquilo ficou-me para sempre no C tão seca tão ridícula Eu era assim super trmo é um nome super interessante para meter na moto muito bem explicava às pessoas o diz contava o nome da moto às pessoas contava dizia que era super português e depois a tradução era difícil normalmente eu até mostrava fotos no Google porque ninguém conhece não não existe isto Só é vendido em Espanha para como tradição portuguesa em alguns lados consegue-se encontrar o resto do mundo não existem tremos ninguém come tremos só os portugueses nem nas nem nas comunidades portuguesas comia a bacalhau na Austrália Acho que nem os portugueses mandam trossos para eles próprios nas comunidades olha falas dos portugueses espalhados pelo mundo eh diz-se não sei se é um mito que há e há portugueses em todo o lado eh qual foi o português e mais isolado que tu encontraste nesta nesta volta ao mundo André no meio no meio da Bósnia encontrei um português que foi para lá para a guerra na altura da Guerra uhum com a Sérvia e foi para lá para a guerra para combater ou para combater tropa especial Ah e conheceu uma uma uma senhora Bósnia e casou teve filhos e ficou em trebin que é um ainda é república serbska que pertence tem uma liderança ali Sérvia porque a Bósnia tá ali dividida em três partes e tá na República sbsa no meio do nado e tem francesinha que é o meu prato preferido e o galo de Barcelos ali em grande na entr Então mas deixa-me perceber esse português tinha nacionalidade Sérvia ou Bósnia não mas é um português de gema português de gema que foi lutar ou seja com as tropas portuguesas que até houve alguns que faleceram na altura e há lá um monumento Ah foi participar nas operações de contra Sérvia sim na altura que tava tínhamos a guerra com a Sérvia não é ali da ah da antiga jugoslávia e foi complicado e faleceram alguns Portugueses e ele estava nessas equipas Foi parpar numa operação de paz nos balcãs ficou lá abriu um restaurante era isso exatamente que serve francesinhas exat como é que se chama francesinhas nessa República ele mete mesmo ele mete mesmo francesinha e depois mete a tradução fras na na língua não é em português panadinhos escrevia mesmo panadinhos depois explicava o que é que era os panadinhos e eram boas são boas as francesinhas servidas por portugues sem nunca comi uma mamá francesinha quem faz francesinha sabe o que é que está fazer e tenho o outro que foi na Bolívia hum na Bolívia no meio da Amazónia em roren baken no meio da Amazónia boliviana um português também casou com uma boliviana e ficou no meio da Amazónia abriu um hostel com a mulher ah Ficou ali no Meio do Nada tu não não sabias que esses portugueses existiam não cheguei lá e calhou depois tenho muitos convites Portugueses e as comunidades mesmo na Austrália nos Estados Unidos recebem Espetacular muito bem vamos continuar a falar da Tua viagem de volta ao mundo M mas antes abrimos o álbum de [Música] viagem André guardas Algum objeto em casa que tenhas trazido das tuas viagens porque já fizeste outras de moto guardo eu o que eu digo eu sou muito desapegada bemos materiais porque quando se anda 1 dias na estrada nada sobrevive e tudo ou roub ou mesmo havia recordações que me dava eu colocava na moto e desapareciam porque as pessoas veem gostam levam e não aguenta a resistência de anos na estrada sim então sou muito desecado a única coisa que aguentou a volta ao mundo todo E que eu dava muito valor àquilo era uma Coluninha pequenina daquela JB uhum porque era a minha alegria chegar à tenda e meter uma musiquinha estava na praia com os amigos Pumba metia ali uma musiquinha era a minha parceira era quase a minha companhia quando eu estava sozinho no meio do deserto na tenda e foi a única coisa que toda enferrujada a prova de água caiu já no mar em todo lado andava a rebolar às vezes caía da moto andava a rebolar no chão e sobreviveu até Portugal Acho que mais nada tudo o resto malas foi substituído porque não não aguentavam a dureza desta desta Aventura muito bem estamos à conversa com André Sousa fazemos aqui uma curta pausa regressamos já a seguir para continuar a nossa volta ao mundo em mini moto até já [Música] [Aplausos] [Música] tirei tirei a faca fui empunhe e mesmo no momento em que esta é a história do padre obsecado com infiltração do comunismo na igreja que tentou matar o Papa em Fátima e do misterioso segredo fechado num cofre que os unia assume-se como um protegido pela virgem de Fátima matar o Papa é uma série para ouvir em seis episódios e faz parte dos podcast Plus do Observador pode acompanhar todas as semanas no site do Observador nas plataformas de Podcast e no YouTube [Música] [Aplausos] segunda parte das conversas do fim do mundo esta semana com André Sousa o André deu uma volta ao mundo em mini moto 54 países 80.000 km 1000 dias de aventuras e superação muitas histórias que incluiu num livro que acaba de editar de cerca de 170 páginas pela Oficina do Livro André Qual foi a história que deixaste fora essa parte ali situações no México eu não posso falar porque são situações delicadas assim de série de Netflix como assim que que te expõem a ti ou expõem terceiros expõe terceiros e depois põe-me a mim naturalmente não é e vou lá voltar então há há ali só esse tipo de histórias que estavam escritas e eu mandei retirar porque podia-me colocar depois em risco também a mim porque metia nomes e e zonas do México são assim diferentes e tem outro tipo de negócios e de áreas e Ah não queres levantar um bocadinho o véu não não se pode não se pode sen não estava no livro olha falaste há pouco da da da Bolívia onde foste encontrar um português lá perdido no meio da Amazónia Fizeste a estrada da chamada Estrada da Morte fiz já dizem que é a estrada mais perigosa do mundo é mesmo não não mais perigoso fiz a estrada fantasma no no Brasil por exemplo queessa é mesmo no meio da Amazónia e aquilo na altura de de chuvas fica em pura lama para se fazer 400 km eu demorei uma semana depois é complicado para dormir porque há onças onças para no Brasil são jaguares para nós sim eh E então é muito perigoso e tem que se encontrar ali uns pontos de apoio que há que andam há anos a tentar construir lá uma estrada e para ser aprovado então tem máquina até para ajudar quem quer lá passar retirar e e há várias histórias até que se pesquisar pessoas que sobreviveram com autocarros avariados houve um de mota como eu que chegou e sobreviveu porque a mota avariou alhe no meio da Amazónia ele começou a dormir no autocarro e foi aí que sobreviveu e eu tive fazer essa estrada Obrigatoriamente na altura do do covid Porque passei em Manaus na altura da estirpe de Manaus da variante de Manaus brasileira que era das mais mortais então fecharam Manaus inteiro e deixaram de haver barcos para sair dali que aquilo tem um Amazonas ali só se sai de barco e então a minha única opção foi fazer a estrada da morte que da a fantasma fantasma que nem é considerado bem uma estrada não é uma estrada é assustador porque passas muitas horas sem ver ninguém ou ou por causa da Lama não é muito dura a lama não se consegue andar a mota cai cai cai cai e depois é por Amazónia é animais é esta coisa toda que ali desidrata-se deixa-se ter água à Mota avaria como é são poucas pessoas que passam é muito complicado só que era a minha única solução de sair de lá e não é que eu fosse muito feliz fazer aquilo mas lá lá saí Olha foi das poucas vezes que eu saí quando saí da estrada fantasma até me emocionei fiquei mesmo poça como é que eu sa Fei desta uhum emocionas Foi sim sem dúvida sete dias a dormir ali numa tenda no meio do nada e para fazer praticamente 400 km é uma pessoa quando sai dali diz não voltava para trás bom dá para perceber que és uma pessoa positiva Mas deve ter havido momentos nesta viagem de Mil Dias André que constituíram um teste à tua à tua resistência física e também emocional ou não é o que eu digo para mim foram os melhores dias da minha vida e os piores Só que os melhores são 90 e m por. não é portanto em tudo eu acho que na nossa vida em tudo em 1000 Dias acontece tanta coisa até aqui me a acontecer algum problema lógico ali as probabilidades aumentam por todos os dias estão na estrada com veículo de duas rodas e em zonas diferentes não é em países com culturas muito diferentes com hábitos e costumes diferentes então aumenta uma probabilidade mas já estou preparado e estou agora daqui de amanhã uma semana estou a arrancar dia 27 Janeiro estou a arrancar na numa nova viagem numa Nova Volta ao Mundo e tenho a coluna totalmente destruída eu fui atropelado nos Estados Unidos também tá no livro por um camião que vinha a 90 km/h tenta-me ultrapassar vinha um carro que ele não veu volta à faixa da direita e dáme uma pancada gigante na traseira da moto que três vértebras lesionadas fiquei dois meses em tratamentos em Los Angeles e mesmo assim não desisti pensei tenho continuar Eu quero ser a primeira pessoa a dar a volta ao mundo com uma mini moto e se eu voltar a casa tenho que recomeçar eu não posso voltar a casa mas agora vais subir de nível não é agora vamos vamos com a Africa Twin 10000 que é uma mota Espetacular todo o projeto foi lançado a seja uma moto para quem não conhece moto uma moto já maior não é mais alta S muito mais própria para Aventura uma moto já que essa já supera os 100 Km 100 k essa tem 100 cavalos a minha tinha nove Portanto tem mais de 10 vezes M como uma motoserra Olha uma motoserra se calhar dava mais que era há dois tempos e e então por com esta moto eu apresentei um projeto o objetivo é uma nova volta ao mundo e agora como primeira etapa temos Polo Sul polo norte do chuai ao Alasca porque já que eu fiz a longitude toda do mundo todos os continentes e os 360º agora gostava de fazer as duas latitudes máximas possíveis eh de mota que é na a famosa Panamericana a estrada maior do mundo estamos a falar de 000 km e só esta primeira etapa durar de 1 ano 1 ano e meio portanto e por Africa Twin que era a pergunta a tua pergunta ao João Eh porque eu fiz apresentei o projeto A ona com uma Monkey novamente porque para mim a Monkey a mini moto é o challenge é o desafio aqui e apresento e eu anda diz-me assim ó André acho que tu devias tens 80.000 seguidores no total nas tuas redes sociais pergunta aos teus seguidores que mota é que eles querem e eles escolhem te a mota era assim boa ideia estou meti nas redes sociais olha vocês vão escolher a mota da minha próxima Aventura achar que a man ia ganhar e ganhou essa e claro a marca ficou contente 25000 votos 25.000 votos 25.000 votos e 74% vota na África Twin e só 26 na mank e Então olha olha que chatio que agora vou mais confortável e mais rápido e a marca ficou contente Claro tem o C também é muito maior daes Não é nada não te preocupes mas eu eu é que fiquei contente por ol H dos 54 países que visitaste percorres atravessaste nesta viagem e de volta ao mundo de mini moto qual era aquele onde tu regressava já amanhã se tu pudessem dar um bilhete de avião é para onde eu vou eu sou fã muito fã da das Américas eu adoro Brasil dentro das Américas Brasil Colômbia México foi a maior surpresa e mesmo os Estados Unidos nós temos uma ideia muito errada dos Americanos e americanos são uma simpatia em todo lado eu parava para almoçar eu acho que nunca consegui pagar um almoço que havia sempre alguém que via uma matrícula europeia chegava lá e e são muito simples não é aquela cois po e depois com esta com esta moto que para para para os padrões dele deve ser uma espécie de brinquedo não é eles achavam piada dig CL muito claro mas ou seja na Europa era a mesma moto tudo e na Europa eu acho que é o continente mais frio que eu já estive uhum acho que os europeus são muito mais ambiciosos pensam muito mais em si próprio do que qualquer outro continente nós Pensamos muito no sucesso numa ambição profissional tudo e nunca pensamos no ajudar o outro nós ajudamos na altura do Natal agora no dia a dia nós vemos alguém na estrada e não nunca vamos ali olha oferece-te o almoço nos Estados Unidos era uma loucura eram e convidavam olha dormes em minha casa Tod TS a Viar Estados Unidos nas grandes cidades também nas grandes cidades do sul normalmente é lógico É como eu digo qualquer capital do mundo normalmente as pessoas são mais frias e estão mais dedicadas ao trabalho e na sua rotina não ajudam tanto uma loja de Los Angeles um nova iork Lógico não acontece tanto isto agora todo o resto estado Estados Unidos acontecia eu fiz 20 24 estados se não estou em erro 13.000 km nos Estados Unidos durante qu TR meses a andar dois meses entrenado ou seja passei 5 meses lá e adorei as pessoas brutais super simpáticas eu tinha aquela ideia que nós temos do o estereotipo American Idiot aham e não se reveu adorei aquilo e o México depois que eu não esperava nada do mesic era assim agora perigoso vou andar ali cheio cheio de receio em todo lado a ter certos cuidados e não igual recebiam Espetacular convidavam para tudo mesmo emens sin Mas aí tem aí tem que comprar o livro foi preso foi terrível mas mesmo assim antes de ser preso tinha estado com pessoas brutais e dormir em casa delas há gente boa em todo lado não é ou não Sim mas ali aquelas zonas tem maior porcentagem eu falo em percentagem e ali ó pá Espetacular e a América Latina é aquilo que os Estados Unidos as pessoas têm uma capacidade financeira superior e ajudam e depois o resto daum Latina é não tem mas dão tudo se eles tiverem e aconteceu no Equador est em casa de uma família que é uma casa que para nós é uma sala terem cinco filhos cama do próprio casal ser na cozinha ser uma cama uma cama de solteiro que eles saíram da cama de solteiro deram-me mim foram dormir com os filhos para para os belezitos dos filhos Hum e chegarmos à hora de de jantar arroz plátano frito que é com a banana frita e feijão e só a minha que meteram um pedaço de carne porque eles não comiam carne porque a carne é uma comida cara hum é um luxo é um luxo e eu disse imediatamente ora assim eu nem moro Comer este pedaço de carne se é para comer dividimos por todos e todos comemos um bocadinho eu não a como sim e é o que eu digo são aquelas pessoas que às vezes valem muito mais qualquer dinheiro qualquer bem material e que nos enche o coração e estar ali um bocadinho a conversar com eles e poder partilhar um bocadinho de Portugal do que é a Europa de uma certa provavelmente a maior parte das pessoas com quem te encontraste nem sabia ou sabia onde é Portugal sabia e eu acho o nosso maior Embaixador é o Cristiano Ronaldo e meteu muito no mapa e aconteceu-me coisas como na Indonésia estar ali com a polícia e eles a reclamarem comigo que era preciso um documento que eu tinha aqui não sei a onde não sei quantos quilómetros para ir buscar o documento e implicarem a partir do momento em que eles dizem mas de onde é que és Portugal eles não Cristiano Ronaldo dá para tirar uma foto me esquece lá o documento pá a gente quer uma foto nunca conheci um português meu conheç o Cristiano Ronaldo e eu digo sempre e pá não é meu amigo mas já Fi ver já ou vi não é vou ver os jogos e tal já ouv nos jogoso deixa-me tocar em ti eles tiram fotos é mesmo o Delírio de ser português eu agradeço mador não eu agradeço muito e é provavelmente é provavelmente não deve ser mesmo é mesmo o português mais citado em todo o mundo não é e metem-nos no mapa e ó pá é fenomenal termos um português que nos possa marcar tanto o país e positiva ente muito bem Olha André qual foi o maior mito ou o maior estereótipo que caiu e ruiu desapareceu da tua cabeça durante esta viagem eu ia mais para um Paquistão eu tinha a ideia Paquistão só terroristas Sim há uma zona que eu fui obrigado a ser escoltado durante 1500 km que a polícia vai de metralhadora todos os dias dorme à porta do hotel que tem hotéis específicos quando não há hotel tem que dormir nas nas estações da polícia nas Quadras da polícia nas prisões eh ia dormindo naquelas zonas Uhum E o resto do Paquistão as pessoas super simpáticas aquela zona é escoltada e as pessoas são boas só que é uma zona muito próxima ali ao Afeganistão que tem 30 e tal grupos terroristas todo o resto ali encostado à Índia lahor islam abá da capital construída de raiz basicamente para ser capital como acontece com Brasília uma cidade super organizada as pessoas super simpáticas com tudo portanto e eu tinha aquela ideia do Paquistão que era mesmo quase uma zona de guerra tem zonas assim piores Mas e as pessoas nunca imaginei que eram tão hospitaleiras tão uau como no irão tu chegaste a entrar no afganistão ou não não Afeganistão também não se pode Afeganistão e síria São dois que não não emitem vistos e entrei fiz irão Paquistão Iraque e depois subi para a Turquia que foi quando aconteceu O terremot Ali encostado à Fronteira da Síria Ok olha e qual foi a maior surpresa desta viagem a maior surpresa eu acho foi ter criado famílias no caminho é sério pessoas que eu ia ficar uma noite acabava por ficar 15 eh como foi o caso de um americano em Dallas que me recebeu em casa tinha um museu com 72 motas dentro de casa uau e tínhamos muito em comum a paixão pelas duas rodas que nos unia e ele começou a considerar-me como um filho adotivo e no aniversário de 72 anos dele esteve aqui em Avis no dia 8 de Abril a receber-me veio dos Estados Unidos de propó só para estar cá e ver-me a chegar a sério são coisas Que enchem o coração a qualquer um e eu que eu digo eu viajo por pessoas sim não é por edifícios antigos como eu digo Ou seja eu visito os monumentos por cultura Histórica de cada país e para a minha cultura geral agora o que me move a viajar são pessoas e experiências então eu baseio muito na relação interpessoal e para mim é o que mais me enche e o que me move muito bem falaste do regresso eh como é que foi esse dia como é que se lida como é que se chega ao fim de uma viagem de Mil Dias André Sousa quando eu cheguei à Fronteira no dia antes do Domingo de Páscoa que é um dia difícil para qualquer pessoa que quer estar em casa com a família e tinha mais de 500 motas na fronteira de Espanha Não é no no lugar do evento à minha espera eu fiquei pasmado eu era assim não é possível uma pessoa fica toda arrepiada fiquei todo dormento e quando cheguei à vi passei os arcos não aguenta e eu não choro eu sou aquela pessoa muito a aldeia dos Arcos não a vist tem o arco da Câmara Municipal que foi de onde eu parti então de onde eu parti quando eu vi que cheguei aí vi o meu pai que não via o meu pai há TRS anos né aí vi tanta gente tantas motas tudo a buzinar aquela a polícia a escoltar aí caíram umas Lágrimas e eu eu que não choro fiquei até um bocado Ah pá fogo não devias André ceste foi foi o único dia em que choraste destes 1 Dev não olha como te disse há pouco eram umas lágrimas quando sai da estrada fantasma mas foram Olha foi das poucas vezes não me lembro demais assim que me tivesse emocionado assim porque é raro eu evito sou aquele aquele estereotipo de pessoa que não não podes Não Podes Chorar Olha estamos a chegar ao fim e ainda não temos tempo gostava de falar da Tua viagem 2018 fizeste uma viagem de 120 dias percorres 11 países da América do Sul não foi deste o nome este projeto The Lost venture fica para outra oportunidade quando regressares da tua Nova volta ao mundo que vai começar daqui a uma semana estamos a chegar ao fim André Vamos fazer checkout vamos [Música] lá vou-te pedir para completares as habituais frases do programa André na minha mala vai sempre é o que eu digo não sou muito de bens materiais mas é a minha Coluninha que falamos H um bocado essa tem que ir e vai outra vez a que sobreviveu não é a viagem com mais peripécias que realizei até hoje eh Sem dúvida esta volta ao mundo esta é imbatível acho eu mas a outra anterior a 2018 também teve um momentos tensos e periclitantes sim só que em 1000 dias também a probabilidade é maior aconteceram muitos mais isto de ser preso raptado atropelado não é imbatível e terremoto está tudo no livro está tudo o carime de passaporte ou ou visto mais difícil de obter de onde falamos Paquistão muito difícil mas valeu a pena sem dúvida e é preciso um advogado é preciso ali cartas de chamada um problema grande mas foi possível lá se vez a recordação de viagem mais cara olha se quando eu fui atropelado não foi eu que paguei mas o seguro do camião pagou 4.000 portanto é uma recordação na cabeça bem cara e nas costas está aqui marcava vou levá-la para sempre comigo as três vértebras lesionadas a refeição mais estranha Qual foi olha comer pitão cobra uma cobra a pitão na Indonésia na altura das cheias também não hav havia comida não havia os camiões não passavam mataram uma pitão 2 m com kil arroz também tá tudo no Instagram no Ride at Monkey que é a minha página também para quem quiser seguir é bom pitão é é bom É tipo parece um frango ali não é não é nada mau a sério com karil sabe a karil olha gostava de viajar com Eu gosto muito de viajar sozinho mas se eu escolhesse uma pessoa Acho que ia assim para um Valentino Rossi que é aquele ídolo das motas ahok iria assim para lado do motociclismo que que me apaixona portanto escolhia o italiano e ias na mesma Mota ou em motas diferentes em motas diferentes em matas diferentes André chegamos ao fim e que música escolheste para fechar a conversa do fim do mundo esta semana eu é sempre o homem de Lame de chut pontapés que é a letra que representa a minha Aventura ouviste muitas vezes essa música dúvid chut pontapes foi o que eu pedi à banda no meu regresso tem que tocar todas chuts e pontapés uns aninhos 80 ali no meio mas de resto tudo o que tiver chut e ponta pés André boa sorte para a tua Nova volta ao mundo que arranca no próximo sábado Calado e agradeço a todos os nossos ouvintes e digo quem quiser seguir no Ride at Monkey no Instagram e acompanhem a nossa Nova Volta ao Mundo e no YouTube também vamos investir Muito obrigado a todos boa viagem André estamos de regresso 2je a 8 dias homem do lem shuts e pontapés a fechar a conversa do fim do mundo desta semana sejam bons e boas viagens na um barco ruma para onde vai uma luz no [Música] escuro brilha direito ou fuscas demais e mais que uma onda mais que uma Maré tentaram prendê-lo e p-l uma fé mas jando a vontade Rompendo a saudade vai quem já nada teme vai o homem do leve e uma vontade de rir nasc no fundo do céu e uma vontade de ir correr o mundo e partir a vida é sempre [Música] perder no fundo do mar já sem os outros os que lá ficaram em dias cinzentos descanso eterno lá encontraram e mais que uma onda mais que uma Maré tentaram prendê-lo impõe-lhe uma fé mas rogando à vontade Rompendo a saudade vai quem já nada teme vai o homem do [Música] Leme e uma vontade de reir nasce do fundo do [Música] céu e uma vontade de ir correr o mundo e partir a vida é sempre a perder [Música] fundo Horizonte Sopra o murmúrio para onde vai do fundo do tempo Poje o futuro é tarde [Música] demais e uma vontade de vir nasce do fundo do céu e oar correr o mundo e partir a vida Seme [Música] perver e uma vontade [Música] de n do M do ser [Música] [Música] a [Aplausos] [Música]