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[Música] [Aplausos] sejam bem-vindos O Viajante desta semana fez da vida uma viagem outou trá sido ao contrário tornou a viagem a sua vida bom não interessa o importante é que foi E durante 16 anos 16 anos pedalou pelo mundo percorreu cerca de 70.000 km mais de 100 países viva Pablo Garcia Opá tudo bem João como está tudo bem tudo bem Ó Pablo saudades do mundo Ou nem por isso é não sei aí mas um viajante não eu me sinto assim um um viajante que teve a sorte de de fazer o projeto que eu imaginei sempre de de novo quando eu comecei a viajar mas nunca imaginei que ia chegar tão longe então estou satisfeito e de ter feito o meu sonho não de ter cumprido o teu sonho que era viajar pelo mundo tu és argentino viveste alguns anos no Brasil daí eh falares também um pouco de português nós compreendemos bem o que é fantástico hum esta viagem começou em 1999 terminou em 2015 hum não 2 vamos lá início eu eu acabei no 2017 eu começo a contar é eu começo a contar minha viagem quando fui para África e a volta mundo foi entre o ano 2001 e 2017 se bem eu partido no ano 99 de Brasil que foi onde eu morava não ah ok muito bem pois porque fizeste uma etapa Preparatória não foi de do Brasil atéos Aires exatamente bom pormenor Bem lembrado olha H vamos ao início de onde é que surgiu esta ideia de viajar pelo mundo ias por 16 anos ou ias por um par de meses partilha connosco Pablo Garcia bem Na verdade eu eu quando saí de Buenos Aires eu tinha 19 anos eu fui na procura de aventuras eh e e eu já tinha tirado assim umas férias e em Brasil e eu achei eu quero morar num posto assim perto da praia com um clima bom uma energia boa sabe então aí eu fui para Brasil e como eu não tinha ainda muito muito claro o que ia fazer eh e depois de de provar as coisas eu comecei a fazer turismo eu passei um tempo estudando fiz o curso de guia de turismo em Alagoas em mass até o dia de hoje eu acho que um dos lugares mais bonitos do mundo eu adorei Brasil adoro o Brasil e gostei muito de M E aí eu me fiquei uns uns 5 anos eh trabalhando viajando também pelo Brasil eu tinha uma agência com uma sociedade Unos argentinos e na época tinha muito turismo argentino então deu tudo certo até que a gente começou a ganhar dinheiro aí quando as coisas foram para melhor também começaram aí as discussões não os os problemas de de trabalho não que que eu estou trabalhando mais que você que você não faz isso então foi uma coisa foi uma coisa que eu comecei aí decidiste e aí decidiste abandonar o negócio não foi e certamente aí comecei a pensar em em em me sair e eu pensei que com a bicicleta eu ia ter um contato maior com com com as pessoas com os lugares mas nunca imaginei que ia fazer uma coisa assim não então eu voltei para Buenos Aires de bicicleta pensando em em em em testar aí colocar a prova eem e é e foi eu pensei se eu vou viajar pelo mundo eu tenho que chegar em casa em Buenos Aires de bicicleta se eu não conseguir não tem como fazer isso aí muito bem então do anos depois lá vais tu para África do Sul eu cheg eu cheguei bonos Aires Passei 1 ano e meio qu quase 2 anos montando a viagem procurando patrocin fazendo contatos com com a prensa e finalmente sim no ano 2001 Eu pegou um aéreo para sudáfrica e a viagem começou na sudáfrica Hum muito bem e aí foste subindo fui eu fui subindo pelo litoral do Índico e litoral este eu fui de sudáfrica até o Cairo Eu passei uns 2 anos e e pouco depois cheguei em em em em Cairo e eu já não tinha patrocí fui conseguindo os patroc na África então peguei um ao para Espanha e aí comecei organizar a Vi Europe eu não consegui os patroc então meirei vendendo aí umas uns artesanatos passei uns 2 anos e pouco também 2 anos e meio eu fiz mais de 30 países na Europa Norte Deca aí con uma uma Men italiana ela veio comigo para cercano Oriente Passeei um ano viando com elois noio Oriente depois ada porque no irão não Vocês não eram casados não é portanto tiveram um Pequenino Choque Cultural com não foi no Irã não foi isso daí de Irã eu já já fui sozinho justamente por esse motivo que que é um país um pouco mais radical e ela também a família nunca provou a história Nossa então ela depois de um ano nós fizemos até o Cairo des da Itália passando por Síria lbano Jordânia aí a gente voltou e e eu acompanhei ela até Itália e depois eu fui sozinho novamente pela Turquia para Irã mas isso aí que que que você falou acontece se você não tá exposado não não não é é permitido para ficar num num num hotel com qu tua namorada não é legal aí A polícia pode chegar e pode bater a porta e e mandar saída do quarto não mas pode acontecer meia-noite isso então eu passei 4 anos emia eu fui até Japão Mongólia Tibet e depois fui pelo sudest asiático para Austrália Oceania eu fiz Austrália nova zelanda polinesia e daí pegou uma AA para Alaska e da Alaska até a Argentina eu passei umos 5 anos para fazer os últimos 62.000 km acabei o viagem em Buenos Aires no no ano 2017 uhum ó ó Pablo qual foi o momento mais difícil desta viagem ou o período mais difícil tens aqui tens o período podemos designar assim o período africano o período europeu o período asiático e o período americano Qual foi o mais difícil e e o africano foi o mais difícil sim sim logo o começo o início iní porque é África ou porque porque é o início não estás preparado se bem que o teu período africano durou muito tempo como todos os outros sim sim mas os outros continentes duraram mais ainda mas para ter uma ideia João eu pensei que ia fazer a a viagem pela África em 7 meses mas acho que também foi difícil eu perdi os patrocínios eu tinha uns patrocin da Argentina que eles prometiam me financiar a viagem Tuda e acu que logo que eu parti aconteceu o famoso corralito corralito corralito argentino aquela medida Econômica que que que que acabou com a economia de muita gente e as empresas e os sponsor que eu tinha e falaram Paulo não dá para mais patrocinar você então tem que se virar aí eu era em Moçambique há TRS meses que tinha começado a viagem já sem dinheiro eu não conseguia tirar dinheiro do banco sem dinheiro nenhum eu começ a pedir dinheiro prestado para as pessoas que conhe também Moçambique foste vítima de medidas económicas restritivas porque também houve dificuldade no acesso ao dinheiro não foi certo Justamente mas a a vantagem que eu tive aí que eu falava um pouco de português e Moçambique Colonia portuguesa então aí estava me sentindo como em casa e e sabe jo ninguém procura patrocínio na África Então eu fui eu fui como uma coisa assim inovadora não eu contava as empresas conseguia as as os encontros com com os diretores das empresas e quando você tá aí frente a frente com o cara que tem o poder de de de de decidir aí eu eu fui fui conseguindo aí os primeiros patrocínios e depois que eu entendi que se eu conseguir patrocínios em Moçambique eu podia conseguir patrinos no mundo tudo então aí comecei a acreditar e e e levar pra frente e aquela aquela previsão que eu tinha de fazer a a viagem em 7 meses de África acabou sendo em em 27 meses mas eu conheci a África de um de um jeito que sabe que eu chegava numa cidade e eu ficava qu semanas 5 semanas batendo portas de de empresas e até conseguir portanto nós podemos concluir que a tua viagem de 16 anos como eu dizia no no início é quase uma vida não é portanto ias vivendo e viajando é is justamente Justamente não foi sóa viagem eu pensava fazer a viagem de início eu pensava que ia fazer em 30 meses mas era a mesma viagem se eu tinha os patoc sim se eu só pedalava se eu tinha tudo aí portanto viajava depois regressava à tua vida não é mas aqui não aqui foi uma a viagem foi uma vida justamente tempo é essa é a parte mais difícil não gerar o dinheiro para para continuar na viagem tem que produzir dinheiro e e é isso eu eu acho que que que meu viagem foi assim eh caracterizado justamente por encontrar o jeito para sobreviver em cada país que eu atravessava e e paraa frente Imagino que fizeste coisas incríveis ou não pom poder arranjar dinheiro para para continuar a viagem partilha connosco talvez a mais incrível que tenhas feito é sei bater porta é bate a porta eu nunca cansava eu eu Para ter Tenho uma ideia para conseguir dois ou três patrocínios numa cidade eu bati a porta de 20 empresas e eu tinha aí o 10% de de de 20 e conseguia dois mas nunca cansava sabe até não conseguir eu não ia embora e e e o e e o mais eh gracioso mais assim e divertente é que eu não falava inglês em português em Moçambique tudo bem mas quando eu deixi Moçambique fui eu consegui patrocínio na Tanzânia em quenia em Uganda na etiopia e eu não falava inglês então era era era Sim era difícil difícil muito e as pessoas não acreditavam que estava aí olha em não acreditavam que tu andavas a CL sem sem falar inglês não sem dinheiro procurando aí Patrocínio é uma coisa assim que queir é doido Não exatamente imagina olha África vamos falar de África e lugares fantásticos por onde Tenhas passado P partilha conosco Bom eu acho que para mim Moçambique foi um dos países mais mais interessantes porque Moçambique tem e e não tem dialetos o pessoal tudo fala português você vai dentro assim o o lugar mais mais absurdo dentro do Moçambique que você chega não tem ninguém ou tem só umas famílias eles falam português então a comunicação é fundamental porque eu o o que eu eh eu me me o que eu entrei de Moçambique não entrei n outro país de da África porque eu sabia que que que com o idioma ia poderme comunicar com as pessoas e então para mim o país mais interessante e um um país mais autêntico também Moçambique não tem muito turismo se você para com sudáfrica com Tanzânia e e Quênia que são países de fala de colônia inglesa tem muitos parques nacionais e e o turismo é é muito grande mas em Moçambique na época que eu tinha que eu estava lá os parques não concentravam os animais não tinha parques nacionais os animais estavam por aí eu chegava numa população que dizia Ô tenha cuidado que essa estrada aí tem leões falei leões e tem tem tem Teve gente que que saía a procurar e não com nenhum pois nãoa saí madeira para procurar madeira para para fazer o fogo para cozinhar não e e era atacado por uma por uma feira não Leão leopardo ninguém sabe que foi mas aconteceu então você tá isso não aconteceu ti não mas quando eu sinto isso daí digo Ok tudo bem se não dá para pedar por aí eu vou para outro lado não e mas teve ter postos assim que que foram muitos muito selvagens Hum muito selvagens muito bem olha mais acima no djibuti viste aqui confrontado com uma situação difícil não é no é no des certo no deserto Dan aqui certo certo essa foi também uma uma parte bem bem doida aí eu cheguei num é Claro porque do é um é um sítio no djibuti onde as temperaturas podem chegar até 55º 55 60º certo certo certo mas o o problema aí que não tinha como me comunicar com as pessoas e as pessoas cada vez que eu dizia que eu estava indo para aquela direção elas me fazia cenha com a mão como dizendo não e eu diz sim mas eu não entendia porque eles me diz eles estavam querendo me dizer não vai da lá que que que é perigoso sim eh mas eu não entendia aí depois fiquei descobrindo que esse daí é um dos lugares mais quentes do mundo porque é uma depressão de 150 m baixo o nível do mar e e e as populações são cada 80 Km 100 Km então você acha que é possível fazer isso em um dia só que um a a estrada não é Clara a estrada são senderos assim caminhos de de areia de terra batida que só Transit as camionetas 4 por4 e o caminho não é direto eu t um cara eu me lembro que saindo de uma população pequena ele me diz salatul aat em árabe significa direito como dizendo vai por esse caminho aqui direito você chega mas imagina um caminho de terra 80 km que só transitam 4 por4 as 4 por4 não vão direitinho elas vão por onde elas querem então o caminho se se abre o tempo tudo então cada cada divisão do caminho você fica pensando será que é por aqui e e nos 80 km é muita coisa então aconteceu que eu peguei um caminho e eu fui para o infinito e já comecei a sentir que estava me perdendo que estava no Inferno mesmo e E aí onde é que eu vou aconteceu que que chegaram os militares primeiro e me me eu pedi água para eles eles não acreditavam eles eram franceses queb e está na porta do do do do mar Rosso e e e quando as tropas os varcos vêm do canal de suz do Mediterrâneo passam e para em tibu para fazer treinamento para ir à guerra do Iraque esse chibu no deserto da anqui era um posto onde tinha tropas de alemães franceses Hum e ingleses para ir pr pra guerra de de de de Iraque então isto terá sido aí por volta do ano 2000 e 2003 2003 estava surgindo a guerra do Iraque aí os militares que eles me encontraram eles não acreditavam que tinham um cara branco de bicicleta nessa área e eu doido quando eu encontrei eles assim eu vi de muito longe que não não foi uma coisa Oi tudo bem nada eu estava perdido e eu vi lá no infinito a 2 Km dois caminhões transitando e falei Que que é isso será que é aquela a estrada eu pensei que era a estrada que eu tinha que prender Então eu fui diretamente acia eles quando eu chego lá a primeira coisa que eles me dissem Eles perguntaram se podiam fazer uma foto eles não acreditavam que tinha um cara como eu aí pedalando então eu fiz a foto para eles eu peguei água mas eles não indicaram um caminho a seguir porque eles não conhecia onde eu estava indo então eu continuei do mesmo jeito que antes sem sem essa direção nenhuma mas com água já tinha mais água aí continuei pedalando pedalando e acreditando que estava indo num direção certa até que eu cheguei a uma bifurcação muito grande e eu aí entendi se eu erro aqui eu vou para o inferno então fiquei pensando para onde que eu vou aí eu escolhi a a a divisão da direita e quando eu começou a pedalar de repente assim sem sem compreender de onde apareceu um cara a 40 m de mim e quando eu digo João 40 m Olha que um certo você tem uma visibilidade de 10 km não é que pode aparecer uma pessoa a 40 m eu vi quando ele estava a 40 m de mim aí por isso para mim foi como um como um ano um milagro não que o cara ele perguntei para ele e ele ele não deu n bola sabe ele ele ele não se ligou um cara um gringo de bicicleta que que está fazendo ele aqui nada ele caminhava como se fosse normal ignor ignorando justamente aí cheguei perto dele gritando Ei eu estou indo PR corar eu diz que era poção onde eu estava indo e o cara olhou para mim marcou o caminho errado aquele caminho que que eu tinha deixado E aí que eu entendi se esse cara aqui não aparecia nesse momento certo quem sabe onde eu tivesse acabado Então tinha acabado ali a tua viagem não sei não sei o que tinha acontecido mas com certeza que V acabar no inferno sim com certeza muito bem olha vamos continuar a falar na segunda parte das tuas aventuras nesta viagem de 16 anos pelo mundo para já vamos abrir o álbum de [Música] viagem então Pablo Garcia guardas contigo ou em casa ou tens contigo Algum objeto especial que tenhas trazido esta volta ao mundo de 16 anos eu sempre sempre tenho aí as bandeirinhas as bandeiras as bandeiras dos países que eu Visitei levo sempre na bicicleta uhum tens uma antena não é com as bandeiras todas isso chama atenção C atenção quando quando te vi no parque do Retiro em Madrid porque conhecemo-nos em em Madrid há umas semanas eh na altura perguntei-te se não tinhas nenhuma bandeira de Portugal não foi perdeste eu eu acho que não me lembro se se cai se perdi se se se eu troquei porque eu tenho cinco antenas mas não entram todas as bandeiras aí então quando eu passo para outro país eu vou trocando também vou deixando espaço para as novas Bandeiras muito bem muito bem estamos à conversa com Pablo Garcia argentino que deu uma volta ao mundo durante 16 anos fazemos aqui uma curta pausa regressamos já a [Música] seguir tirei tirei a faca fui empunhe e m no momento em que Esta é a história do padre obsecado com infiltração do comunismo na igreja que tentou matar o Papa em Fátima e do misterioso segredo fechado num cofre que os unia assume-se como um protegido pela virgem de Fátima matar o papa é uma série para ouvir em seis episdios e faz parte dos podcast Plus dosador semanas no site do Observador nas plataformas de Podcast e no [Música] [Aplausos] [Música] YouTube estamos de regresso para a segunda parte das conversas do fim do mundo esta semana com o argentino Pablo Garcia ele deu uma viagem de volta ao mundo durante 16 anos percorreu cerca de 170.000 km mais de 100 países Pablo na primeira parte contávamos contá noos a tua eh o teu encontro eh no meio do deserto com um anjo que te salvou da Morte certa H mas tiveste outras aventuras ao longo deste 16 anos quando digo aventuras é aventuras devido aou morte é verade é eu acho que assim também as partes mais difíceis foram a a atitude não é certo certo isso é uma coisa que se aprende com a viagem não é sim aprende mas aprende tarde porque eu entendi eu como acabei compreendendo em Bolívia imagina depois de 15 anos também chegi um lugar muito alto 5000 m de altitude E aí entendi que o certo para pedalar na altitude você tem que ir subindo 600 você pode subir Tudo o que você quiser mas você não pode dormir 600 m mais alto que o dia anterior aclimatar não é justamente mas isso eu acabei compreendendo quando era em em em em Bolívia então só no fim da viagem é justamente imagina qu depois de teres feito o pedalado no no Tibete Justamente eu tinha passado pelo Tibete e e e e na época no ti eu não tinha celular eu não tinha eu não tinha assim e tudo tudo essos essa essa tecnologia que que que existe hoje ex então então você não pesquisava você saía saí eí sei lá Deus vai me ajudar tá e eu passei Eu passei em tíbet Eu passei uns 20 dias no outon sim que que que foi sempre com neve muitos dias com neve e atravessei 11 passos montanhosos de 5000 M você te congela nos dedos da mão do pé sabe você você começa a pedalar e chega no final da tarde lá em cima e quando começa a deixer a estrada é toda buracada cheia de buracos para para para descer rápido Tem que ir com o freio apretando para salvar proteger a bicicleta a bicicleta é muito pesada eu levo 85 kg com a bicicleta Então quando você vai descendo não dá para tem que cuidar bem já nos disseste que o período mais difícil foi o período africano porque foi o início da viagem e enfim do ponto de vista físico terá sido mais extenuante mas o mais desafiador terá sido aqui no Tibete Tibet e Bolívia os dois os dois porque Bolívia é para ser naquela região do do do do Parque Nacional Eduardo avaroa que você vai entre 3500 e 5000 M durante também umas 20 dias então a estrada não é boa não não é uma estrada é terra terra batida com uma bicicleta 85 kg eu fazia 30 km por dia há uma velocidade promédio de 3 4 Km por dia 5 emulando a bicicleta o tempo tudo e o frio um frio do isso daí era era era isso daí não é normal é para doido isso foi eu eu acabei eu até hoje eu levei dessa D dessa viagem de Bolívia levei uma doença com nos bronquios que não se recupera mais então cada vez que eu pego assim um pouco de de de de de de tos como se diz em português de de tos eu passo dois meses até curar E o médico falou essa daqui não vai sair mais fica fica para sempre e então é uma coisa assim que foi foi difícil mesmo portanto do ponto de vista físico esta viagem também te deixou certo marcas muitas marcas sim tiveste períodos difíceis do ponto de vista físico de doença viste aflito Viste na eminência de precisar de ajuda seve um o problema físico que eu tive ao longo da viagem foi o problema do estômago eu acho que pegi todos os parit do mundo que existem sabe negócio da comida da água foi uma co É verdade verdade e até até o dia de hoje estô um pouco sensível do estômago me cuido muito com a comida e sabe comecei a a compreender como e quando comer sim porque fica assim ressentido do estômago pois e cham marcas não é uma viagem deste desta envergadura das cham marcas justamente justamente mas graças a Deus nunca peguei malária nunca peguei Cólera mas também tamb muito medicamento preventivo paraa malária também foi possivelmente um um um um dos motivos també sensível do estmago não por causa do da medicação toda que fizeste ao longo deste temp ningém aprender medicação antimalárica tanto tempo eu passei mais de 2 anos em África e eu passei muito tempo tomando medicamento antimalárico mas nunca pegi malária isso daí também foi foi uma boa ainda bem ainda bem claro claro Ainda bem olha mas diz uma coisa o que é que muda em nós de tanto tempo a viajar de bicicleta por aí Pablo o que é que mudou em ti é eu imagino que que o poder da aação a tolera pelo outro a compreensão e sei lá misericórdia não sou e tem tem eu eu acho que que uma coisa boa que eu me levei dessa viagem daqui foi compreender o o a importância do da procura espiritual não eu VII toda essa viag aqui com com um mantra teve um mantra que eu conheci quando eu comecei a viagem no Brasil que eu cheguei uma comunidade de meos mones que alguém me recomendou ir e os mones quando eu parti eles me me mandaram me deram um presente um um livro O bag bagita que que é o livro que eu levei sempre comigo e até o dia de hoje tá comigo e e uma chapa uma chapa é como um Rosário que serve para cantar cantar assim recitar um mantra Ok tu recitas Esse mantra durante a viag justamente o mantra foi que me acompanhou durante o pedaleo sim imaginar E quando comecei a viagem eu levei esse essa Chapa o mantra e da pouco pedalando foi foi foi formando parte da viagem e foi foi acompanhando foi protegendo foi me levando para as pessoas certas sabe foi queres partilhar connosco Esse mantra como Pablo partilha conosco Esse mantra é o mantra o mantra Krishna é diz krishna krishna krish krish rama é uma vibração transcendental que ele te te conecta com com com o Poder Supremo e e protege acompanha tornaste tornaste-te uma pessoa mais espiritual depois desta viem 16 anos a eu acho eu acho aí já mas essa é outra conversa não que não é não mas é esta conversa é é uma coisa assim que eu acho que que é uma das coisas mais lindas que que eu descobrir e e que existe todo esse essa essa energia que que que está dentro de nós e que forma parte da natureza na parte de tudo do tudo né e e que é essencial para para estar em harmonia com um mesmo e com com o entorno com com o exterior e foi que foi foi determinante no meu viagem com certeza muito muito bem muito bem olha Eh 170.000 Km 16 anos a pedalar mais de 100 países qual foi aquele lugar ou aquele sítio que te deixou como se diz em português de queixo caído hum boca aberta causou maior espanto Ah que me causou espanto bom e eu acho positivamente Claro ah positivamente Ok sim sim bom tem o o o tíbet eu presen no tíbet O que é chamado enro entierro Celestial quando os mortos quando quando as pessoas morrem não tem hum não tem terra S pedra e também não tem madeira para queimar então o tem uma cerimônia que prendem no corpo e eles curtam em pedaços e dão para os buitres os urubu como que vocês chamam P os butes e E aí o outro come come o corpo tudo não Então essa foi uma coisa assim mais impressionante que que eu presenciei mas ele isso daí forma parte do ciclo da vida não e entregar para o mundo vivo o corpo de um eh produ assim uma um um forma parte do ciclo do ciclo da vida não então isso foi das coisas mais impressionantes Mas também eu rescato muito a hospitalidade muçulmana sim que que foi também uma coisa que eu não esperava e que fiquei de boca aberta não hospit há muitos preconceitos não é sobre justamente justamente sobre esta região do planeta mas olha o lugar assim o lugar mais bonito que viste hum tem muitos lugares bonitos na Jordânia na Jordânia Fiquei de boca aberta jordania Turquia e são países que tem muita coisa para ver assim frente à natureza o deserto de wadir Ram em Jordânia uma coisa belíssima imponente o Tibet 5000 M Bolívia todos ess lugares bem difíceis para pedalar são realmente impressionantes É verdade é como na vida não é o O mais difícil de obter é o mais belo é justamente CTO certo Olha também passaste por Portugal não foi Passei passei por Portugal Claro claro Passei mas fiquei passei pelo sur Não eu fui depois anos depois fui para Porto mas eu eu vinha do sur da Espanha fui para Algarve cheguei até Lisboa e e depois já voltei para o sul novamente eh mas me dei muito bem também Em Portugal na época eu vendia Umas bonequinhas aí para sustentar a viagem eu fui vendendo e eu me di bem tenho um bom carinho aí comdo país de de fala portug muito bem muito bem olha H quem quiser fazer uma viagem destas enfim para a maior parte dos mortais será muito menos tempo tu Fizeste 16 anos é uma experiência extrema H deve começar por fazer o quê Pablo é Prim primeiro ter Claro o o o que fazer não claro acreditar mas mas eu acho que o secreto não é pensar assim uma coisa assim tão grande do início como aconteceu comigo talvez o certo seria fazer uma coisa propor uma coisa mais mais pequena e o grande chega sozinho se você sai com um projeto como eu de fazer volta o mundo sempre ficou muito grande para mim do início sempre eu olhava para lá e olhava os as cartas o mapa e falava Eita cara como que eu vou fazer isso daqui como que eu vou fazer aí melhor fazer uma coisa que vou sair uns meses pedalando depois fico mais UMS meses viajando depois fico mais UMS meses e aí as coisas chegam sozinhas mas aí com toda essa pressão essa essa essa ideia de fazer mesmo depois fica fica nas costas uma mochila bem bem pesada pois e torna-se uma é como se diz em português é muita areia para a nossa camioneta justamente justamente aconteceu comigo aconteceu no início foi bem difícil para mim entender o que estava fazendo o que tinha dito Mas como eu tinha patrocínios eu falava para todo mundo Vou dar a volta ao mundo vou dar volta ao mundo não então sempre detrás do patrocínios mas não era uma coisa que eu queria assim dizer porque si não ok muito bem Olha o teu regresso já já aconteceu há alguns anos a viagem terminou em 2017 mas há uma pergunta que fica sempre quando se vem de uma viagem muito grande hã como é que se recomeça uma vida é difícil não é é é difícil é difícil certo é difícil mas sempre eu acho que é importante ter projetos sim e o e o projeto meu projeto sempre tá ligado com com a viagem que eu fiz é um projeto muito ambicioso muito grande mas tô na luta tá eu eu eu tenho eu fiz um documentário eh quando estava acabando a viagem e eu tenho 300 horas de vídeo E quando acabei essa viagem comecei a me contatar com produtoras e eu vi interesse de de umas pessoas então só que não me fechava aí a proposta que eu tive que eu tive então eu comecei a estudar eu fiz um meos cursos de de guião de desarrolho de projeto audiovisual de produção audiovisual aí depois comecei a a fazer um um um um projeto de série Eu contratei um guionista e nós acabamos o projeto to série e agora estou começando a bater porta ir para festivais de de cinema e e tentar justamente uma outra viagem um emprendimento tão grande como aquele que eu fiz out e tentar produzir a série da da volta a mundo Hum muito bem Portanto o importante é ter sempre algum projeto certo certo certo muito bem ligado ligado com aquilo que você fez sim sim para dar continuidade não vou deixar aí agora começar por um trabalho trabalhar com uma coisa nada a ver comigo não então hum não tenho como eu prefiro pedalar ainda continuar com a minha história eu tô cheio de de de vontade sabe fazes bem fazes bem Olha estamos a chegar ao fim vamos fazer checkout Pablo fazemos [Música] fazemos Então vou pedir-te para completares as habituais frases na minha mala vai sempre é o bado bagita vai o quê não o livro o livro o livro bag bagita aquele que diram os monos livro o tal livre o tal livre muito bem Como como é que se chama diz devagar bagad guita bagad guita muito bem e nome é hindu é não é fácil mas é o livro bagado bagita nome hind bag muito bem Olha a viagem com mais peripécias que realizei até hoje bom sento que aqui é o momento qual foi a maior peripécia rapidinho Tibete Tibete Tibete Tibete Tibete tudo é uma aventura não é sim sim foi foi porque é alto porque é difícil é inóspito é do ponto de vista físico é uma aventura é justamente sim ok a recordação de viagem mais cara e norteamérica Austrália aí você tem que tem que acampar o dia tudo eu passei um ano acampando montando a tenda não sei eu queria uma cama não dava mais não dava para mais não não não OK o carimo de passaporte aou visto mais difícil de obter também norteamérica América do Norte muito bem a refeição mais estranha já agora levantaram muitos problemas porque deviam chegar de bicicleta ou não não não mas Mas eles acreditam que você quer ficar aí mesmo não então tem que mostrar provar que tá com dinheiro que tem que tem que tá viajando mesmo então muitas também em Israel foi difícil entrar não ele Israel sim eu passei umas 3 horas me passaram me entrevistando porque eu vinha de muitos países árabes eu tinha muitos carimbos de países árabes quando eu cheguei noem Israel então eles não acreditavam muito sim h a refeição mais estranha Qual foi eh leite de de vaca com com Sangre sim são é uma uma uma mescla que que fazem asas tribos na África prendem sangue da da vaca e e e misturam com leite e é uma refeição assim principal para para os meninos tem como eles não comem a carne assim eles não mata na vaca para para pegar a carne eles prendem na sangue e que que tem proteína também então é um alimento comum nas Trigos Hum e a recomendas ou não não não uma coisão não uma coisa fiquei repetindo aí o dia tudo isso daí foi horri pois olha gostava de viajar com e com a minha namorada Isso sempre é belo sempre é bonito e pero não segurou muito não passou uns 2 anos só e depois cansou Hum hum tem planos já para uma próxima viagem Bom agora vou ficar aqui por Espanha e promocionando o meu livro que que eu tenho um livro em espanhol também tem um livro digital em português Globo just sim sim sim é esse que tu vendes aos fins de semana no parque do retiro não é eu estou agora aqui no parque do Retiro mas vou fico fico viajando não vou para um lado para outro sempre aí promocionando minha história aí o projeto da série documental que é aquilo que estou que estou promocionando não com documentário muito bem muito bem Boa sorte então Pablo olha chegamos ao fim que música é que escolheste para fechar a conversa do fim do mundo desta semana mulheres vamos escolher Mulheres sempre belas todas belas sempre claro claro muito também são também foram também fizeram parte da tua viagem não foi também justamente graças a Deus graças a Deus 16 anos é muito tempo muito tempo não tem como não e o ser humano precisa de companhia assim mesmo é que olha seja ela qual for Pablo Garcia foi um prazer Gostei muito de conversar contigo H se forem ao parque do Retiro em Madrid procurem o Pablo porque ele lá está com a sua bicicleta cheia de bandeiras e o livro pedaleando el Globo diz Pablo S Deixa de ser com esse nome pedalando glob as pessoas podem me encontrar no Instagram e saber um pouco mais de mim se quis conhecer o documentário Também mando aí um link da descarga então PED Globo Udo jto muito bem Pablo até à próxim pró João um abraço abraço Martinho da Vila a fechar a conversa do fim do mundo desta semana estamos de regresso 8 dias já sabem sejam bons e boas viagens teve um fim você é o sol da minha vida a minha vontade você não é mentira você é verdade é tudo que um dia eu sonhei PR mim já tive mulheres de todas as cores de várias idades de muitos amores com umas até certo tempo fiquei para outras apenas um pouco me dei já tive mulheres do tipo atrevida do tipo acanhada do tipo vivida casada carente solteira feliz já tive Don zero e até meret trist mulheres cabelo e desequilibradas mulheres confusas de guerra e demais mas nenhuma delas me fez tão feliz como você me faz procurei em todas as mulheres a felicidade mas eu não encontrei que Fiquei na saudade foi começando bem mas tudo teve um fim você é o sol da minha vida a minha vontade você não é mentira você é verdade é tudo que um dia eu sonhei para mim procurei em todas as mulheres a felicidade mas eu não encontrei e Fiquei na saudade foi começando bem mas tudo teve um fim você é o sol da minha vida a minha vontade você não é mentira você é verdade é tudo que um dia eu sonhei para mim C [Música] [Música]