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bem-vindos ao sim ou não Este é o programa de debate do amanhã PPT e esta semana discutimos o problema da falta de mão deobra no comércio em especial na Restauração isto em plena época alta no turismo e também o impacto das alterações nas entradas de imigrantes e por isso a pergunta ou o ponto de partida para o debate é a entrada de Anes está agora mais difícil e está a prejudicar as empresas por causa das alterações das regras com este governo e também por causa do impasse da da agência ainda com o anterior governo é preciso alterar estruturalmente os mecanismos de regulação de importação de mão deobra para satisfazer necessidades pontuais das empresas ora com me estão Ana Jacinto jurista e secretária geral da aresp a associação que representa o setor da Restauração e alojamento e também Miguel Fontes gestor e ex-secretário destado do trabalho bem-vindos os Muito obrigado pela vossa disponibilidade de agenda que sei que que é apertada sabem que tem um minuto e meio mais ou menos para a defesa da da tese de cada um e aquilo que defendem e depois podemos é um espaço de liberdade e de diálogo podemos podem-se interromper e portanto a ideia é ver um um debate absolutamente livre e sempre muito saudável começo por si muito obrigada pelo convite e e é um gosto estar com o luí e ar com Miguel bom hh nunca foi fácil eh nós contratarmos Imigrantes a verdade é essa eh e nunca foi fácil porque a problemática não é fácil hh nós tínhamos um mecanismo eh antes destas últimas alterações que de facto facilitavam um bocadinho porque eh os imigrantes poderiam entrar sem visto na verdade era isso que se passava entravam com com com sem visto e portanto eh com uma estadia temporária e depois quando chegavam aoo território português eh se manifestassem interesse e encontrassem um local para trabalhar poderiam então iniciar e eh esse esse vínculo contratual começarem a descontar para a Segurança Social e manifestarem interesse depois em regularizarem a situação e isso facilitou e daí termos os tais 400 processos que não estão eh que não estavam e que estão agora a ser regularizados que não estavam regularizados porque só havia manifestações de interesse mas os processos ainda não estavam finalizados eh e e se por um lado eh facilitou Porque toda esta gente está a trabalhar e está com contratos a verdade é que os processos não estão finalizados e portanto eh gerou também aqui alguma perturbação porque na verdade estes trabalhadores não estão eh ainda com os processos finais eh e e portanto tentou-se simplificar mas na verdade eh estão aqui 400 processos ou cerca de 400 processos que agora estão a ser regularizados que não estão terminados porquê porque que toda a documentação que entrava na plataforma eh não estava a ser h não estava a ser verificada portanto depois era preciso fazer um agendamento para verificar toda a documentação para verificar os contratos para verificar a a documentação do trabalhador e isso por força dos parcos recursos que o anterior CEF e agora aima tinham era difícil e fazer isto em tempo Portanto o que é que eu quero dizer com isto de facto o anterior governo tentou encontrar soluções esta era uma solução entrar pessoas de uma forma mais ágil porque só podiam entrar com vistos e sabemos que os vistos e a entrada de vistos grande constrangimento A Setor isso Portanto vamos agora voltar ao início que é só podemos contratar trabalhadores com visto ou conv visto à procura de trabalho ou conv visto de trabalho e portanto Voltamos ao mecanismo Inicial que obviamente causa muitas entropias porque além de terem que vir conv visto Ainda temos à mesma os processos burocráticos inerentes cá dentro portanto a não é fácil mais já agora deixa-me só dizer isto que é muito importante nós concentramos noos muito nestas fases mas a problemática é muito maior do que isto porque não chega a nós termos trabalhadores e gente para trabalhar que é muito importante e o setor não vive sem os trabalhadores Imigrantes eh não vale a pena escamote armos nós temos um déficit de trabalhadores nacionais por várias razões e e constrangimentos demográficos a pandemia também veio eh Nós já tínhamos falta de trabalhadores e a pandemia também veio piorar toda essa situação temos dois fenómenos que pouca gente fala mas que afetaram o mercado de trabalho a chamada grande demissão a demissão silenciosa Isto é o quê trabalhadores que por força da pandemia deixaram de trabalhar e dedicaram-se a trabalhar em casa ou trabalhar pontualmente mas nos seus locais de trabalho e na Restauração e na hotelaria deixaram de trabalhar outros que fazem só o essencial porque acham que e a a conciliação com a vida familiar e profissional é difícil e portanto preferem dedicar-se a outras coisas e fazem só os mínimos dos mínimos no local de trabalho e portanto isso também é um fenómeno que está e a prejudicar o mercado de trabalho portanto tudo isto leva-nos a ter que ter trabalhadores Imigrantes neste momento o turismo tem cerca de 120.000 trabalhadores imigrantes e portanto nós precisamos deles agora precisamos que eles não venham só trabalhar que venham viver e viver significa que temos que ter condições de habitação de inclusão e de os acolher com dignamente e se estamos muito preocupados só em formalizar a entrada e o contrato de trabalho mas depois não temos onde pô-los a viver dar condições para as famílias também poderem vir para os filhos irem para as cresces e para as escolas para lhes dar condições de inclusão e habitabilidade formação nós temos muita gente a trabalhar no nosso setor que não sabe falar português e portanto em funções de backoffice ainda se admite que possa ser em funções de FR Office Isso não pode acontecer portanto há aqui um um conjunto de de de situações que nós temos que pensar em simultâneo e estamos sempre muito focados já vamos falar melhor sobre sobre essa realidade Miguel qual é qual é a tua visão bem nós tratamos portudo Portanto vamos assumir que tratamos portura eh qual é a tua visão acerca desta deste deste tema eh alguma coisa deveria ser eh Obrigatoriamente mudada só por causa destas questões agora conjunturais bom também começo por Agradecer o convite é um prazer poder partilhar esta esta discussão e este debate convosco e portanto faço com com particular satisfação esta é daquelas questões Que estrago ao formato do programa de sim ou de não porque é muito difícil digamos ficar alguém eh eh posicionado num sim ou não porque é o sim ou não ou quê e portanto eu acho que nós temos que ter alguma clareza de princípios para enquadrar as questões quando elas são sobretudo complexas e aqui a clareza de princípios eu falaria essencialmente em quatro princípios desde logo é um princípio do humanismo nós temos que perceber que o mundo onde hoje vivemos é um mundo muito injusto muito desigual os movimentos migratórios sempre existiram e que naturalmente existem pessoas que procuram mocher de um ponto a para um ponto b em busca de melhorias das suas condições de vida e e mal seria e esse era o primeiro ponto que eu gostava de chamar sempre esta discussão que um país como Portugal com uma história tão forte ele próprio de e imigração não percebesse digamos essa realidade quando se trata agora de acolher aqueles que nos procuram e é muito importante termos isto presente Pode parecer algo de Óbvio mas infelizmente aquilo que eu vejo é que muitas vezes esta dimensão começa a ser esquecida também nós já fomos por esse mundo Fora à procura de situações que fossem mais propícias às oportunidades que procurávamos o segundo princípio é que e sublinhando o que a Ana Jacinto disse é que manifestamente temos que ser muito realistas e o realismo leva-nos a dizer que nós estamos com o mercado de trabalho muito aquecido Ainda bem nunca houve tanta gente a participar no mercado de trabalho em Portugal como agora já ultrapassamos o número dos 5 milhões de e eh pessoas a participarem ativamente no mercado de trabalho e o número dos Migrantes nesse número global é significativo e é e ainda bem que o é significa que é um en contro feliz significa que estamos a criar condições para que o nosso decido económico as nossas empresas possam desenvolver tenham as pessoas que precisam para cumprirem a sua missão e estamos a corresponder a essa perspectiva positiva de quem procura criar os seus projetos de vida aos seus projetos profissionais em Portugal dito isto temos depois ter o pragmatismo que é o terceiro princípio e o pragmatismo leva-nos a dizer que manifestamente nós sabemos quando falamos de imigração não estamos só a falar de regular fluxos no mercado de trabalho temos que ter uma capacidade de integração que seja adequada ao que precisamos agora como também sabemos eh é mais fácil enunciar do que fazer e dificilmente nós fazemos estes movimentos arrego esquadro e essa era a quarta nota que eu gostava de chamar a este debate é que nós podemos ter a veleidade de aixar que controlamos digamos o mundo social a realidade e com os instrumentos que estão ao nosso dispor e devemos utilizá-los estou a falar das leis e daquilo que POD e devemos fazer mas depois a verdade é que a realidade se auto impõe e não é porque nós façamos de um modo ou do outro que os movimentos migratórios vão ser menores ou piores o que é que a história nos indica indica-nos que os movimentos migratórios são muito sensíveis ao próprio desempenho do mercado de trabalho ou seja as pessoas não vão emigrar para países onde manifestamente saibam que esteja a haver uma crise no mercado de trabalho e que não haja oportunidades mas ao contrário irão emigrar mesmo que nós queiramos criar barreira que são de alguma forma artificiais se souberem que essas geografias e Portugal não é diferente lhe vão encontrar trabalho e vão precisar então com isto a minha nota nesta primeira intervenção é dizer o seguinte nós temos que ter uma grande sensibilidade ao tema porque não faz sentido anularmos esta manifestação de interesse que era aquilo que permitia às pessoas virem integrá-las de imediato no sistema integrá-las no sistema significa que nós sabemos onde é que elas estão Onde é que estão a trabalhar porque estão a fazer descontos para a Segurança Social Porque estão a pagar impostos para além de estarem ser contribuintes líquidos dos nossos sistemas desde a Segurança Social até à nossa receita fiscal isso é bom mas por uma razão é que se nós dificultosos esse processo e dissermos que só com contrato de trabalho é que agora é possível proceder digamos a esse processo migratório que vai acontecer as pessoas virão na mesma estarão em situação de muito maior fragilidade os empregadores precisam da mesma são quase digamos impelidos e a uma cultura informalidade para dizer o mínimo e portanto nós temos que ter cuidado quando mexemos nesta situação dito isto eu tenho que dizer que percebo que este plano que o novo governo apresentou procurei responder a um progama real e o programa real é o das pendências dos 400.000 processos é evitar aquilo que nesta gíria se chama um certo efeito de chamada por via desta situação de poder a pessoa vir e só depois já cá estar a regularizar-se mas desde que isto seja entendido quase como uma moratória o que é que eu quero dizer com isto a minha eh compreensão vai ao ponto de ser assim temos aqui um problema tem muitas razões não vamos agora estar aqui a disse secá-las todas teve a ver obviamente com não só os atrasos que vêm da pandemia a mudança do modelo orgânico institucional que se procedeu nesta área enfim A somar a outras e temos que regularizar esta situação muito bem e portanto há aqui um tempo dizer assim se nós não pararmos nunca mais conseguimos pôr a casa em ordem Mas temos que ter a noção de que esta era uma boa figura a figura da manifestação de interesse e não deitar fora como se costuma dizer o menino com a água do banho porque aí eu não tenho dúvida nenhuma Enquanto houver emprego em Portugal houver necessidade de pessoas e estas pessoas que nos procuram estejam desesperadas por procurar melhorar as suas vidas não é a legislação ser mais ou menos restritiva que o vai fazer e e diminuir esse esse fluxo laboral a única coisa que a legislação vai fazer nesse caso se for mal feita Tecnicamente mal feita é estimular os passo para que os empregadores com menos escrúpulos e as máfias organizadas do tráfico de pessoas possam Navegar nessa cultura de informalidade muito bem Ana e pegando obviamente na na na na intervenção Inicial h eu agora sou empresário vamos supor de setor da da da Restauração e está está a chegar agosto já estamos em em em Julho portanto Já já estou aqui num sufoco enorme precisamente com com falta de de mão deobra o que é que era necessário que fosse feito para resolver o problema eh rapidamente como é que se poderia resolver em poucas semanas se se soubéssemos se soubéssemos como que pode ser resolvido rapidamente já já se teria feito não não não o que seria exigível não é fácil o que o que nós temos eh eh feito e proposto e temos eh eh trabalhado sempre muito nestas matérias queer com o anterior governo e já estamos a trabalhar com este governo eh e e mesmo no âmbito deste deste novo plano já já dissemos ao governo que é preciso também envolver as associações porque nós precisamos de desde logo identificar as necessidades do setor atempadamente não é porque e não é agora que se vai preparar a época alta não é nós temos neste momento várias empresas que não estão a trabalhar ou aos almoços ou aos jantares porque não têm brigadas suficientes há negócios que estão parados porque não têm trabalhadores e e nós não devemos esquecer que infelizmente Apesar de nós dizermos que obviamente o objetivo e o desiderato do país é não ver assimetrias no território nós temos assimetrias no território e nós temos mais problemas em algumas zonas do território do que temos noutras Porque infelizmente ainda temos mais concentração de população continuamos a ter mais concentração no litoral não é e nas zonas urbanas portanto há territórios com muita dificuldade em ter trabalhadores e ter mão deobra nós temos chega-nos áreas todos os dias relatos de empresários desesperados que não conseguem de facto encontrar trabalhadores e portanto não é or que nós vamos resolver mas temos que resolver atempadamente a aresp tem que ser envolvida nós temos que fazer o levantamento das necessidades do setor saber de onde é que vamos buscar os trabalhadores formá-los eles têm que vir já preparados e formados porque eu volto a repetir eh esta questão é muito importante porque senão nós não estamos a dar um produto de excelência nós não estamos estamos a deteriorar o produto turístico que é uma coisa que nós não podemos fazer nós não podemos ter restaurantes em que o o front Office só fala inglês como hoje já acontece não pode ser não é portanto temos que preparar Estas pessoas e temos que lhes dar formação se pegando só nessa nota mas ao mesmo tempo também nesses territórios que normalmente chamamos de baixa densidade que coincidem com o interior É verdade que do ponto de vista de encontrar as pessoas é mais difícil mas por outro lado tem todo um conjunto de infraestruturas vou-lhe chamar assim de acolhimento muito mais facilitadas o problema da Habitação não tem a cuidade que tem nos grandes centros urbanos o problema digamos de eh as pessoas sentirem eh que há eh uma lógica de ocupação de um espaço até muitos desses territórios é valorizada Porque eles estão desertos Porque eles estão digamos a precisar de quem os revitalize e portanto há também uma outra perspectiva associada a esses territórios agora eu sobre esta questão não é por acaso que nós falamos de mercado de trabalho se falamos de mercado é um mercado e o mercado eh no mercado de trabalho o que significa é que o talento as pessoas são disputadas e eh o nomeadamente da Restauração sofreu muito com a pandemia como sabemos e e e o setor do Turismo de um modo geral eh também eh e teve dificuldades após a pandemia encontrar os profissionais e isso eu acho que nunca eh podemos ignorar uma outra questão nós temos que ter a noção de que ou melhoramos as condições de trabalho valorizamos social e economicamente o trabalho de um modo geral mas também nestes setores em particular ou esse problema persistirá e a Ana não se zangar comigo que eu diga que o setor do Turismo por exemplo que não para de crescer tirando os anos de intereno da pandemia mas já vinha a crescer a um ritmo muito expressivo na última década e rapidamente agora retomou esses ritmos de crescimento isso tem-se traduzir de uma forma Clara numa partilha diferente dessa riqueza que tá a ser gerada também com os trabalhadores e desse ponto de vista não é preciso Sindicalista que não sou poderia sê-lo mas não sou para defender uma agenda que converge uma agenda agenda de justiça social uma agência de melhoria das condições de trabalho é uma agenda de competitividade Não há empresa que consiga ser competitiva não há setor que consiga ser competitivo neste domínio se não perceber que tem que valorizar os seus trabalhadores do desde logo na remuneração na penosidade diminuindo essa penosidade organizando novas formas dos tempos de trabalho o setor da Restauração é muito penalizado por naturalizar há muitos anos determinados horários de trabalho que as pessoas se afastam o trabalho por turno há um conjunto de razões que afastam nomeadamente deste setor os trabalhadores e o setor tem que fazer essa reflexão de uma forma consequente e só para animar para que nós estamos muito próximos aqui nas posições e gerar aqui alguma fricção estou eu já percebi eu acho que é muito importante olharmos por exemplo para temas como as novas organizações de tempo de trabalho com a semana dos quatro dias eu não me esqueço que o termo Jana que foi um grande empresário hoteleiro português que deu uma entrevista que sem ninguém sequer lhe tivesse perguntado sim surgiu Como se isto fosse um capricho mas que ideia agora este an de governo então aquele que eu tive o gosto de integrar como secretário de estado de trabalho de se envolver neste projeto da semana de quatro dias eu admito que haja muita e desinformação sobre o tema mas a semana de quatro dias não significa que é para as empresas que podem trabalhar durante quatro dias e encerrar os outros três é o contrário é precisamente para os setores de atividade que trabalham sete sobre 7 e que tem mais necessidade de trabalho intensivo é que as novas formas de organização do tempo de trabalho é Onde por exemplo a semana dos quro dias pode acontecer é mais relevante eu estou a dizer particularmente na Restauração não é porque tenha qualquer parti Pri é porque estou frente à à Ana ja cind que é secretário-geral da aresa e por isso esta provocação simpática que agora que fui provocada deixe-me lá só responder sim eu tinha outras outras questões mas agora agora estou muito inquieta Agora tenho que responder aqui duas ou três questõ mas há condições dos restaurantes por exemplo pagarem melhor vamos lá ver eh três ou quatro coisas que que o Miguel disse que são importantes H eh explicar do ponto de vista da da associação e que representa o setor Como dizia bem a questão dos salários nós já tivemos várias oportunidades falar deste tema eh e importa aqui clarificar eh questões porque senão depois passamos estas mensagens e e isto dito muitas das vezes muitas vezes depois e eh confundimos as coisas a aresp talvez tenha sido a única Associação não sei se houve mais alguma que o ano passado aliás nós fazemos sempre negociação coletiva como o Miguel sabe sempre atualizações salariais todos os anos e o ano passado fizemos com todos os esforços porque quando o Miguel diz que o setor tem sucessivamente crescido os dados que o Miguel está a pôr em cima da mesa são os dados dos Empreendimentos turísticos e alojamento turístico não são os dados da Restauração e nós temos que saber destrinçar as coisas é verdade que os números do Turismo São fantásticos é bom que assim seja porque o turismo é o motor da nossa economia do nosso país portanto é bom que continuemos a a a salvaguardar este de crescimento e darnos condições para o turismo continuar a crescer mas é bom percebermos que os dados que nós temos são os dados dormidas hóspedes proveitos é estes dados que nós temos porque os dados da Restauração não são e estes dados os dados da Restauração são outros aliás nós apresentamos um estudo recentemente Aliás foi a Nilson que que que demonstrou esses dados que nós em 2023 eh tivemos uma diminuição de consumo na restaur do consumo interno cerca de 40% portanto os dados da Restauração não são esses É verdade que a restauração tem tipologias diferentes temos uma restauração mais virada para o turismo internacional que não sofreu tanto mas temos uma restauração virada para o consumo interno que sofreu alguma coisa porque o poder de compra do do Consumidor interno diminuiu e portanto não é igual e posso-lhe dizer que desde a pandemia a restauração ainda não conseguiu reanimar ao contrário do alojamento turístico até porque o alojamento turístico fez subida de preço considerável não eh eh não foi tão atingido pela inflação porque conseguiu acompanhar a inflação no caso da Restauração não conseguimos fazer isso porque se subíssemos houve alguma subía de preços evidentemente mas não toda e não ao mesmo ritmo Porque se o fizéssemos perdíamos o o consumidor e portanto são realidades diferentes e com o aumento da energia da inflação das das taxas de juro dos empréstimos covid que agora estamos inclusivamente a negociar com o governo moratórias porque estamos a ter muitas empresas com dificuldades em pagar porque o que nós fizemos foi empurrar com a barriga não foi dar crédito às empresas como o Miguel sabe que acompanhou tudo isto portanto Isto significa não podemos generalizar e dizer que o setor tá extraordinário mas nós quando falamos também da Restauração os dados que temos são das sociedades financeiras como o Miguel sabe e 70% do setor São empresários em nome individual cujos dados não se conhecem mais a aresp tem neste momento 16 delegações no país e nós vamos monitorizando tudo o que se vai passando no país que não é aquilo que os dados oficiais nos dizem porque os dados oficiais dão-nos por exemplo o número de encerramentos do setor O número de encerramentos é o número oficial são as insolvências oficiais mas este setor fecha a porta e ninguém sabe são os encerramentos silenciosos que estão a acontecer imensos portanto não é ass não gosto nada de ser injusto eu não não me interprete mal eu estava aliá usar com não deix valab Sim já Lou Isto é só para dizer que estas dificuldades todas e apesar destas dificuldades todas a aresp negociou o ano passado aumentos salariais não foi na ordem do salário mínimo foi 88% em todos os seus contratos restauração alojamento e cantinas e fizemos este aumento conscientes de que é preciso valorizar os salários euo foi a única Associação que teve coragem de o fazer e nós precisamos destes trabalhadores todos e precisamos de valorizar dignificar e ter a tal consciência de que estas empresas precisam de qualificação Eh agora eh outra questão que é preciso termos ter atenção é que para isto tudo acontecer e não basta estarmos os dedos não é é preciso haver condições para que isto tudo aconteça este ano já dissemos que estamos disponíveis para continuar o esforço mas nós não podemos continuar este esforço sucessivamente e o estado não fazer nada porque os encargos eh como o Miguel sabe que tivemos várias oportunidades de falar nisto os encargos que recaem sobre o rendimento do Trabalho São altíssimos e nós fazemos este esforço este esforço mas depois no final do dia o trabalhador o que recebe é pouco porque entre irc e tsu a carga fiscal é enorme e temos que dar aqui um sinal rápido porque sen deixa dizer mas eu estou plenamente de acordo só duas notas telegráficas Luís porque eu odeio eh ser injusto e não queria de maneira nenhuma que aa ficasse foi para animar a nossa conversa eh mas não quero de maneira nenhuma seria injusto e o que disse estava a usar como exemplo porque era deste setor estávamos a falar e estava a dizer e volto a dizê-lo que é um tema que eu acho que é genérico e que diz respeito a todos os setores da atividade nós temos que valorizar mais o trabalho e não basta termos conversas entre nós em conferências em dizemos que as pessoas estão no centro das organizações falar hoje de responsabilidade social corporativa às vezes para causas que estão fora e ignorar aquela que está dentro e aquela que está dentro é Portugal tem um problema histórico de baixo salários tem sido difícil crescer ao ritmo que todos gostávamos sabemo o porquê tivemos muitos anos inseridos numa economia de produção de bens e serviços onde o fator preço era aquilo em que apostamos para nos diferenciarmos eu felizmente em todos os setores de atividade Já percebemos que esse é um caminho condenado ao insucesso e portanto não se pode olhar para o custo do trabalho como um qualquer custo outro produtivo e tentá-lo comprimir ao máximo as boas lideranças as boas empresas percebem isso e percebem que o peso com o custo com as pessoas tem que crescer porque evidentemente não é o mesmo custo com um custo energético um custo de distribuição um custo de mercadoria é um custo que é simultaneamente um investimento e eu portanto queria só sublinhar que a minha nota era mais genérica E é verdade e Não Me Custa Nada reconhecê-lo os dados que Ana estava a dizer são perfeitamente Claros E aí saudar o trabalho que a aresp tem feito de valorização social das profissões que tem que dizem respeito ao setor tem de ser continuado e a aposta que se iniciou H larguísimo anos na formação de um modo geral e também particularmente aqui com as escolas de hotelaria e turismo para dar um exemplo ou o contributo que uma instituição que eu titulei como o IFP dá há muitos anos Neste neste âmbito é absolutamente essencial agora é preciso que as Pessoas sintam que este é um setor onde vale a pena apostarem em termos de projetos profissionais porque se não o fizerem e termino como há bocadinho comecei Isto é um mercado de trabalho e as pessoas movem-se e vão à procura obviamente de setores onde as suas expectativas legítimas de valorização sejam mais correspondidas do que noutras eu acho que nisso concordamos estamos mesmo mesmo em em derrapagem mas uma uma pergunta Ainda propósito da questão da da dos trabalhadores Imigrantes hh naturalmente que se procura e através do da manifestação de interesse regularizar H haver um reforço rápido ao nível dos consulados ou da direção-geral dos consolados Será que era uma ser era uma uma solução isto estão-me Recordar que a Confederação do Comércio e Serviços pediu recentemente que fosse criado um regime transitório para assegurar as necessidades de recrutamento das empresas Será que isto passaria pelo reforço dos consulados e direção geral dos consulados bom e eh é É verdade que os consulados precisam de ser reforçados porque uns dos um dos constrangimentos é a dificuldade da obtenção dos vistos nos países de origem não é por isso é que houve a experiência até ainda no anterior governo de eh eh adidos portugueses serem colocados eh eh nos consulados de alguns países que na altura foram identificados como aqueles que que nos podiam trazer mais trabalhadores e portanto é é é é necessário para responder à sua pergunta agora se isso é o suficiente para nos resolver o problema não será e depois há outra questão que também é importante que nós já alertamos o governo eh e que não sabemos exatamente a dimensão mas nós temos muitos muitas empresas que nos deram conta eh foi criado um regime transitório para resolver eh todas as manifestações de interesse que estavam em curso os tais qu 400.000 processos mas nós também temos situações em que tínhamos trabalhadores que estavam com contrato de trabalho e já estavam a descontar para a Segurança Social mas não tiveram tempo de fazer a manifestação de interesse e a esses não temos resposta e atenção porque as empresas não vão pegar nestes trabalhadores e agora pô-los à porta no aeroporto e portanto Isto é um problema que também tem que ser equacionado porque eh não sei se estamos a falar de muitos ou poucos porque não fizemos ainda esse levantamento eh mas a verdade é que temos algumas empresas que nos deram conta que não houve tempo para que estes trabalhadores apesar de estarem a descontar para a Segurança Social e terem contrato fizessem a manifestação de interesse e esses não há cobertura nenhuma nem regime transitório não é portanto também temos aqui esta situação que deve de ser salvaguardada e também já foi já foi dado conta ao governo dessa situação só sobre esta questão da da rede consular eu acho que evidentemente é fundamental continuar o esforço de fazer crescer a capacidade de resposta ISO passa por mais pessoas eh obviamente nos sítios que estão identificados como críticos mas passa mais do que isso passa também por a capacidade de adaptar a nossa rede consolar aos novos fluxos migratórios exemplo concreto nós hoje temos uma expressão muito clara da comunidade de nepalesa em Portugal nós não temos ainda nenhum eh consolado aberto no Nepal um Nepal que queira emigrar de forma legal e vir para cá agora que se não tiver a possibilidade de chegar cá e depois regularizar-se a partir já do território que é o que agora passou a acontecer o consulado mais próximo é na Índia nova dlia ao 1200 km portanto nós temos que ter a noção de que se reconhecemos que este é eh Agora vou ser um bocadinho tecnocrático o mercado emissor interessante Pois então temos que não apenas reforçar mas temos mesmo ter essa agilidade depois há outra coisa só muito rapidamente que é muito importante e que muitas vezes fal a pouco e que é a questão do reagrupamento familiar nós temos que tratar de forma diferente o que é diferente porque precisamente o tema não é só de mercado de trabalho é de boa integração e todos sabemos de experiência vivida que é muito diferente as pessoas estarem em contexto de família em que estão digamos equilibradas inseridas do que uma pessoa que está a viver uma experiência de profundo isolamento social com todos os problemas que se somam aos que já vinham detrás portanto nós temos que facilitar e acelerar os processos de reamento familiar as escolas onde isto hoje está a acontecer são experiências muito exigentes mas todos os professores todas as comunidades escolares relatam com grande entusiasmo quando dizem na minha escola há 40 nacionalidades foi difícil foi é difícil é mas é o caminho porque nós temos que nos habituar que este mundo veio para ficar este mundo multicultural este mundo de que as pessoas circulam este mundo veio portanto Quando Às vezes oo aquela e eh e digamos aquele discurso de quem diz bem nós queremos imigrantes mas são os muito qualificados porque eh como se vê nós precisamos de todos nós precisamos de atrair sim eh os muito qualificados Com certeza nas tecnológicas para as Universidades portuguesas para a investigação científica seguramente cí também sim mas isso não é em vez de porque nós paralisamos setores tão importantes de atividade e tão carentes de mão deobra intensiva como a hotelaria como a restauração como os serviços ligados à indústria turística como a mobilidade urbana hoje é evidente para todos se não facilitarmos também essa atração de mão deobra deixa-me só dizer uma coisa a isto porit que é é muito importante porque como a nossa preocupação não é só trazer eh os imigrantes para trabalharem e e e isso é uma preocupação mas eu tenho referido ao longo da nossa conversa que não é só essa preocupação nós fizemos uma proposta que eh ainda não teve acolhimento mas vamos continuar a insistir que tem a ver com o apoio das autarquias eh nem em todos os municípios eh Há as mesmas dificuldades de habitação nós temos municípios com muita dificuldade de habitação mas temos outros municípios em que essa essa dificuldade não é tão grande é grande é para os imigrantes poderem pagar rendas e o que nós temos proposto é que as autarquias comp participem E ajudem assim como houve no tempo da pandemia com participações às rendas das famílias que não tinham possibilidade de eh pagar as rendas que haja um apoio Inicial porque eles vêm sem sem capacidade financeira pelo menos nos três primeiros meses em que tem que pagar caução em que tem que se instalar em que ainda não tem o vencimento um apoio Inicial Aos três primeiros meses de renda para que a família O imigrante possam de facto estar numa habitação condigna e as autarquias também poderem ser envolvidas neste processo a aresp tem propostas para tudo isto nós quando estamos a falar é o nosso dever é a nossa responsabilidade ao nível da formação que o que o Miguel falava ao nível da valorização da organização dos tempos de trabalho tudo isto a aresp tem propostas em cima da mesa está a trabalhar é preciso é que toda a gente se envolva em rede porque a Ares sozinha também não faz nada nós temos que perceber que empresas Trabalhadores governo estado instituições Todos nós temos que trabalhar em conjunto porque se andarmos a trabalhar de costas voltadas as coisas são muito mais difíceis de se concretizarem portanto nós temos que pôr mãos à obra e como diz o Miguel nós já chega de palavras e debates e conferências cada vez que um problema criam-se novos problemas novas dinâmicas mas muita coisa mudou nestes últimos anos o apelo é que de facto se trabalha em rede e conjunto nós temos várias propostas elas são públicas temos sistematicamente apresentar de várias ideias que só precisamos é que se trabalha em rede esta proposta que temos apresentado às autarquias não é assim tão difícil de ser concretizada e acho que pode ser um um bom instrumento para que os imigrantes possam vir de uma forma eh inclusiva não é portanto que tenham condições para vir trabalhar muito bem Ana Miguel é ditadura do tempo muito obrigado pela pela vossa disponibilidade e ótima reflexão é tudo já sabe que pode ver este debate no site amanhã P sapo.pt também na euronews aliás fica disponível no canal YouTube em português pode também ouvir o podcast e claro como sempre ler no jornal Portugal amanhã que sai com o sol conto consigo na próxima semana h
3 comentários
Se for para trabalhar como escravo as empresas amam e adoram,se quiserem pagar não falta mão de obra portuguesa👍
QUE PORCARIA DE INFORMAÇÃO DESTA SENHORA. NÃO CONSEGUIU EXPLICAR NADA
A lógica é: vão sempre precisar de mão de obra estrangeira porque os nativos por si só não darão conta das necessidades impostas pelo crescimento 📈💹