🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
bem-vindos de regresso a mais um clube dos 52 portanto as 52 entrevistas que nós estamos a realizar na rádio observador e no observador para assinalar os 10 anos do Observador os 5 anos da rádio e hoje tenho e comigo Luísa loura Luísa loura é a diretora do pata a pordata é aquela base de dados e da fundação Francisco Manuel dos Santos que imagino maior parte de nós consulta eu pel meno sou viciado e portanto quando nós eh olhamos para para os dados é seguramente é uma coisa que faz com muita frequência um daqueles o tipo de dados que muitas vezes nos preocupa mais porque há uns que apesar de tudo percebemos que pode haver evolução e com alguma rapidez maior ou menor rapidez são os dados da demografia Portanto o envelhecimento do país e ou não o contributo de cidadãos que chegam de fora do país não nascidos em para esse para para essa situação o que é que o o que é que digamos quando olha para isso Onde é que vem sinais de esperança já que a parte das pessoas só ver sinais de preocupação eh sinais de esperança eh temos sempre que ter mas o o olhar que eu tenho estado a fazer ultimamente sobre a realidade demográfica não é só focada em Portugal eu tenho estado a olhar com especial atenção para a realidade demográfica do mundo mas isso ainda ainda fica mais assustada porque quando olha para para os números da África percebe que vai haver uma uma mudança tão grande de dinâmica e e vai haver uma mudança enorme de dinâmica e nós temos que ter consciência de que essa dinâmica está a acontecer e que que e que não se para com as mãos porque as pessoas estão a nascer e estão a morrer não é mas temos de acredit temos de conseguir eh captar eh o melhor que há de desse de no conhecimento e no contributo que que que esses que essas novas gerações tanto da África como da Ásia como da América do Sul eh Podem trazer para o a realidade envelhecida não só de Portugal mas da Europa toda portanto e há aqui um um um um fenómeno que está a acontecer e que nos e que está se calhar por detrás de desta nova realidade mais mais bélica do mundo e que é a Europa Está a envelhecer a Rússia está a perder população a China está a perder população o Japão está a perder população a China perder população enfim é um problema mas mas é um problema para eles próprios el própr não é e que que os que os faz pensar e que os faz agir não é a Rússia está a perder população também está a fazer agir porque ter menos população eh significa ter menos capacidade na intervenção económica e de na e e também de geoestratégica global e portanto R historicamente foi um país que além de enfim das guerras em que participou e foram muitas não só beneficiava das sua chamadas profundidade geográfica Mas também de ser ter os exércitos mais numerosos ex exatamente e isso aí é a questão do filho único que há em todos estes países que estou a falar é um um um um problema e que que os governantes Imagino que tenham a noção dele e que queiram agir muito rapidamente antes que se agrave porque se vai agravar curiosamente eh e foi um bocadinho de forma Inesperada que constatei que os Estados Unidos e o Canadá a previsão para os próximos anos ainda é de crescimento e durante bastantes anos bastantes décadas sem imigração ou com imigração Eles já devem ter a imigração a questão é que Eles já devem ter uma têm certamente uma política de de de imigração e de atração talvez porque os Estados Unidos tem uma economia muito forte e portanto atrai os melhores também para para para todas as as suas Áreas tecnológicas eh e em particular atraem também os portugueses portanto eles conseguem atrair eh o o capital humano melhor e e e e não fazem barreira nisso não é e portanto há aqui um efeito também eventualmente Bola de Neve que é ao ter uma economia pujante e ter as portas relativamente abertas que conseguem crescer com capital humano de de muita qualidade e isso vai tornando a sua economia também cada vez mais pujante pronto isto para dizer que Portugal vamos voltar aqui portug vamos centrar aqui em Portugal eh Portugal neste momento é é um um um fornecedor eh de capital humano é muit e não não não estamos a conseguir mas mas temo-lo ou seja temos e estamos cada vez ou seja a nossa escola e as nossas universidades estão em em modelo contínuo a a produzir esse capital humano e é aí que eh conjugado com eh uma imigração uma política políticas de imigração semelhantes às que tem os Estados Unidos e o Canadá conseguir atrair o conhecimento bom que também há nestas nestes nestas populações que estão a crescer é porque quanto mais gente maior é a probabilidade de ter muito bons por exemplo nessa quando falamos de de emigração com é portanto saída portanto exportação de capital humano recentemente saíram os dados do Observatório de imigração que em que se falava que 30% dos jovens e estão fora do país e portanto saíram na última década década e meia eh Consegue confirmar esse dado é porque o dado depois foi sujeito a alguma contestação que não poderia não ser exatamente assim porque há um dado que não é fornecido pelo ine calculado a partir de dados de outros países é esses esses esses dados só conseguem ser estimados a partir do do do do levantamento que cada país faz de quantos portugueses é que tem não é e portanto não há o não há forma nós conseguimos saber um bocadinho os os grandes números e e mas eu eu diria que que se calhar se pecar é por defeito porque nem todos os países fazem o levantamento não é Portanto o levantamento que está feito conduz a isso mas alguns países não tem não tem dados Eu imagino que um um um país os emiratos árabes estão a ser um um polo atrá um destino do não é e esses dados Possivelmente não estão nesse nesse Report e mesmo os países africanos podem estar a ser destino dos nossos jovens porque têm T têm possibilidade financeira de lhes pagar bem porque aqui o problema claramente é nós estamos é o melhor que nós estamos a conseguir produzir em Portugal eu não tenho dúvida é o melhor nós temos um problema de reter mas agora temos um problema de retenção eh eh porque não conseguimos competir com com os salários eh mas H também muitos continuaram cá e aqui a minha expectativa tem sido sempre que eles próprios consigam criar eh núcleos empresariais e e estar na Gênese de empresas que consigam atrair ou colegas que saíram ou eh eh capital humano de qualidade digamos de outros países não é e principalmente agora com o teletrabalho conseguirem montar empresas que usem eh que e utilizar Recursos Humanos de outros países também de Recursos Humanos de altíssima qualidade eh mas Voltando ao problema falarmos da imigração com com e a imigração com i é eh os números a dinâmica que está criada ao Nel global indica-nos que não vai deixar de diminuir não vai diminuir a pressão sobre a Europa quer porque a Europa não produz e digamos crianças suficientes para eh para repor o os digamos a subpopulação quer porque de facto à volta da Europa olha-se para a Europa e quer se ir para cá e a Europa não tem sequer a mesma polí uma política comum como os Estados Unidos e mesmo assim nos Estados Unidos é visto como sendo o principal problema do país a questão da da imigração na Europa a imigração tem tem sido acompanhada por problemas políticos digamos assim para não dizer mais nada e como é que não pois prevê que isto possa ser gerido porque de facto há um isto quase sempre gera um problema político a dinâmica tá criada e nós estamos a ver o problema político à nossa frente eh tem de ver eu eu por mim tem de haver um um um trabalho de de de da comunica da sociedade da comunicação social muito das escolas muito eh um um um trabalho para no sentido da aceitação do outro não é e e e também de de eh conseguir criar condições para que quem chegue se sinta confortável que não porque o o se os próprios portugueses não neste momento revelaram não se estarem a sentir confortáveis não é eh nesta ou seja não não estão a sentir que se que se esteja a olhar devidamente para os problemas eh eh que TM e para para para a inquietação com que estão eh e isso faz com que manifestem alguma revolta quem vem de fora e também não tem acompanhamento ou não não não se sente integrado sear mais facilmente ainda dará há sinais de revolta e esses sinais de revolta acabam por criar aqui instabilidade política portanto eu diria que era importante olhar para o o que fazem países qual Como é que os países que que que não não não não ficando isentos dos problemas pelo menos conseguem minorá-los muito porque eu não vejo alguns são ilhas não é são países Ilhas como a Austrália é mais fácil entr pelos portos po exatamente mas e eu não vou dizer que estou que estou e muito otimista Não estou não estou acho que isto não há eh temos que ter consciência de que isto vai acontecer e que temos que fazer aqui um trabalho junto das pessoas dos das primeiro nos jovens nas escolas e nas universidades que é digamos aqui o onde se pode consegue trabalhar melhor a aceitação do outro e o o o bom um conhecimento da cultura do outro porque conhecendo bem a cultura do outro Talvez consiga haver aqui um pouco mais de aceitação mas e potencialmente conflituoso sempre ex até porque há uma outra questão que enfim é uma notícia dos últimos dias de que neste momento em Portugal um quarto só verro é um quarto das dos bebés que nascem em Portugal são filhos de pessoas que não nasceram em Portugal prto Vamos colocar a questão assim que é talvez mais fácil de de colocar porque as origens podem ser muito não quer dizer não sejam portugueses mas não em Portugal nasceram sim e portanto eh o que remete para a questão de saber então e os que nasceram em Portugal ainda estão at ter menos filhos do que vem na por simplesmente no índice de fecundidade eu fico a suspeitar de que a recuperação de does de fecundidade de alguns países eh diin países que têm comunidades eh ou Imigrantes ou estrangeiras muito maiores que nós em termos da proporção sen não será enganador será nós ficamos com a ideia de por exemplo a Suécia ou a França fizeram muito bem a política de natalidade portanto recuperaram os índices será que eles recuperaram os índices Porque nós não sei se há estatísticas sobre isso será que eles recuperaram os índices ou estão a ter os filhos Imigrantes é que estão a ter os filhos eu eu isto é uma pergunta que eu nunca tive resposta não mas é uma Mas é uma pergunta que eu acho que nem faz muito sentido fazer se devo dizer porquê Porque e o o a migração das populações Portugal também teve uma uma migração enorme eh eh no nos anos 60 não é foram para a França para o Canadá para para o Brasil foi imensa gente saiu daqui não é e nós fomos olhando para os nossos índices de fecundidade não olhando para o que é que esses portugueses estavam lá fora estavam a ter de filhos portanto a população move-se a população move-se e nós temos que olhar para a realidade que temos e não pensar os os os autóctonos eu acho que esse conceito para mim não me faz muito colocar a questão de outra maneira em vez de falar de autóctonos por exemplo vamos para um país que não é não é o nosso Mas onde as dinâmicas demográficas diferentes entre diferentes setores da população coloca interrogações sobre o futuro do país vou falar de Israel examente em que nós temos a população laica que tem menos filhos a população religiosa Judaica que tem muito mais filhos e depois a população árabe que tem tantos ou enfim tantos ou mais filhos que a população religiosa isto eh desequilibra demograficamente o país e eu vou acrescentar e democraticamente também porque os setores que estão ter mais filhos são os setores H com menos capacidade de integração eh portanto não a demografia não também coloca problemas políticos Sim sim e em termos de de de da da da demografia de pequenos grupos dentro do país não é eh portanto quando de repente nós temos alguns no nosso caso não é pode ser o caso de outros países grupos que que crescem mais depressa que outros e e onde não há Total integração cultural isso pode causar isto vem um bocadinho na linha da minha preocupação Inicial assim como estamos a fazer a falar dentro de um país os grupos a crescerem de maneira diferente também podemos falar em termos mundiais de países a crescerem de maneiras diferentes porque de facto eh o o o o o ter população jovem ter população em idade produtiva e ativa e e e população que pode Sera já ag e que pode vir a alimentar o constituir a base dos exércitos seramos sejamos Francos que é um bocadinho a preocupação também em Israel não é porque não é só questão política é é é é onde é que porque desse desse ponto de vista eu diria deixa-me fazer uma pequena provocação não que a a boa paz boa parte da Paz europeia tem a ver com o facto de nós termos menos jovens na população portanto não só menos disponibilidade para os exércitos como eu diria menos vontade de combater é e também porque eh por isso é que eu acho que estamos aqui numa fase de de de inversão porque a população europeia foi crescendo apesar de durante as últimas décadas durante estes anos de de semip paz não é de de de relativa paz nós tivemos aqui eh muitas décadas eh de de uma paz relativa de certa maneira nó vamos dizer que é o período na Europa o período mais longo de paz enfim o século também tivemos quase 100 anos entre o congresso de Viena e a primeira guerra mundial mas apesar de tudo houve guerras grandes houve houve guerras entre vários países europeus Nessa altura tivemos 80 anos seguidos tão pacíficos como estes que as Guerras foram todas muito na periferia os balcão exatamente e isto porque a Europa estava a crescer a economia também e e portanto e e os próprios países mais sei lá mesmo a Rússia também estava numa num situação económica de havia aqui um equilíbrio chamado equilíbrio geoestratégico e e eu acho Isto é a minha opinião não é que esse equilíbrio eh desmoronou se muito por causa destas novas dinâmicas de população por esta evidência de que a Europa vai precisar de gente eventualmente a Rússia também é capaz de estar com essa percepção de que vai precisar de gente e e e e não sabemos como é que como é que vamos lidar com isto e portanto tudo isto traz aqui um grande desequilíbrio Isto é é forma é a visão que eu tenho eh eh Quando olho para para este para este diversidade nos crescimentos uns a crescer muito outros a crescer muito acho que isto nunca aconteceu no mundo assim tão tão drástico é isso não seguramente não aconteceu porque as taxas de mortalidade eram muito iguais muito iguais em todos os países não é taas profundidade também não pía só tem 50 anos 60 anos portanto e há países onde aparentemente não se não se pratica eh mas eh por exemplo isso queria duas dinâmicas que são Talvez as mais contrastantes fora da Europa que é dinâmica indiana e a dinâmica chinesa olhando para isso Qual é enfim já que se teve a olhar para esses números qual é a impressão com que fica eh e tem a ver com também um bocadinho com a com questões culturais eu surpreendo-me eu não conheço muito bem a cultura indiana mas surpreende-me como é que uma península com aquela densidade demográfica eh não tem guerras e tem tem digamos de acordo com aquilo que fomos dizendo eu poderia haver guerras muitíssimo violentas na Índia não é eh porque tem gente nova porque tem tudo isso portanto eles devem ter um certamente terão uma cultura e um que que os faz e e tentar ir por consensos de alguma maneira pronto É o que eu imagino eu não conheço em profundidade mas e pronto e enquanto que a história da China é um bocadinho diferente não é portanto há ainda tem isso tem questão a questão cultural e a questão como é que a questão cultural mobiliza a população para eh eh situações de conflito mais mais agressivo ou não não é portanto Isso tudo deixa-me só para acabar porque nós estamos quase no fim eh o seu texto é um texto que começa com uma nota pessimista e diz que a a ordem de pacífica está a acabar e a ordem democrática e a ordem democrática não é que quando a ordem pacífica começa a a a H alterar-se Desta forma a ordem democrática vai vai vai sofrer vai sofrer porque eh as pessoas vão vão sentir-se acusadas eu vão começar a a sentir que que os governos não estão a conseguir e dar resposta às suas ansiedades portanto a ordem democrática também e vai sofrer com isto sim embora e nós estamos num ano particularmente Exatamente exatamente até na Índia tudo exatamente eh só uma nota positiva aqui eventualmente para que eu também tenha aí no texto eh em relação à à situação geoestratégica do do país porque há aqui um outro fenómeno aqui em jogo que são as as alterações climáticas elas estão aí se é devido aos homens ou não não vou pronunciar Mas elas estão é é claro que há uma alteração climática que seja pelo que o universo está em alguma Mudança Já houve muitas alterações climáticas no no planeta terra passz não ritmo talvez n outro outro ritmo não sabemos também não sabemos que o ritmo terá sido parecido de qualquer maneira eh é é necessário termos um consumo de energia eh que seja mais sustentável e e e menos poluidor e portanto aí eh portanto a chamada transição energética eh é é outra outra eh eh out ter preocupação com que os países vão estar e e os os países vão se posicionar para eh dominar um bocadinho isso aí Portugal pode estar numa posição Geo geoestratégica favorável vantajosa não é vantajosa trol mas tem sol e e está e meio caminho digamos estamos mais profundamente dentro do Oceano Atlântico do que os restantes países da Europa não é e portanto Pode ser aqui um um pentrada para alguma solução da no que respeita à energia não é portanto e eu vejo isso aí com digamos se se for bem pensado mais otimismo mais otimismo aí pode ser mais otimis enfim o nosso tempo acabou e pelo menos terminamos com uma nota otimista Muito obrigado muito obrigado ex obrigada eu um gosto